UM JÁ LÁ VAI... «CANSADO» NO FIM DE 130 DIAS!!!
Campos e Cunha abandona Governo ao fim de 130 dias
Ao fim de 130 dias Campos e Cunha abandonou o Governo por «motivos pessoais» e por estar «cansado???».
Ao fim de 130 dias Campos e Cunha abandonou o Governo por «motivos pessoais» e por estar «cansado???».
A primeira demissão do Governo Sócrates será concretizada ao meio-dia, a hora agendada para o presidente da República empossar o novo ministro, Teixeira dos Santos.
O novo responsável pela pasta das Finanças vai ser Fernando Teixeira dos Santos, antigo secretário de Estado das Finanças e do Tesouro, nos Governos de António Guterres.
São ainda desconhecidos os nomes dos futuros secretários de Estado. Teixeira dos Santos poderá, no entanto, conservar algum ou alguns dos secretários de Estado de Campos e Cunha.
Além do cansaço, o ministro das Finanças demissionário alegou «motivos pessoais e familiares». Antes de ter ocupado o lugar, Campos e Cunha disse um dia na TSF que nunca teve a ambição de ser ministro.
Contradições ainda antes da posse
A 5 de Março, ainda antes de ter tomado posse como ministro, Campos e Cunha admite na TSF que o aumento de impostos era quase inevitável.
«A subida dos impostos é uma possibilidade, a encarar não como primeira medida, mas, se necessário for, pelo menos no médio prazo, o que é provavelmente quase inevitável», disse.
Uma declaração que José Sócrates desmente de imediato. No debate do programa do Governo, o primeiro-ministro garante que a prioridade é conter a despesa e combater tanto a fraude como a evasão fiscal.
A promessa não se cumpre e em Maio, Campos e Cunha anuncia o aumento da carga fiscal, a começar pela subida do IVA.
Campos e Cunha diz que não brinca com os portugueses
Depois dos impostos a polémica da reforma. A 4 de Junho o ministro chama os jornalistas para garantir que é legal a acumulação do ordenado de ministro com a pensão de vice-governador do Banco de Portugal.
O Governo prepara alterações à lei da reforma dos políticos. Campos e Cunha garante que nada tem a opor.
«O Governo definiu alterações que visam alterar a situação actual, a elaboração da lei está a ser realizada com a minha própria participação, não é uma questão moral, mas de cumprimento da lei, que obriga a todos», disse.
O ministro das Finanças fala em ataques pessoais para afirmar que não vai desistir. «Não admito portanto que se levantem questões morais sobre mim. A situação do país exige a contribuição de todos os portugueses. Os ataques pessoais não me impedirão de dar o meu contributo», acrescentou.
Poucas semanas depois, Campos e Cunha é obrigado a reconhecer erros no Orçamento Rectificativo, mas considera que essas falhas não colocam em causa o essencial do documento.
No início deste mês, José Sócrates garante na SIC que os impostos não vão voltar a subir. No dia seguinte, o ministro das Finanças esclarece que tudo depende.
«Se o sucesso da consolidação orçamental, assim o permitisse daqui a uns anos poderíamos baixar impostos, mas devo dizer que infelizmente não penso que o sucesso esteja acima das nossas previsões e portanto no horizonte vejo com dificuldade baixar impostos, mas também não vejo necessidade de os aumentar», acrescentou.
Artigo polémico no jornal Público
O clima de desconforto agrava-se com o artigo de Campos e Cunha no último domingo no Público. O ministro das Finanças escreve que «nem todo o investimento público é necessariamente bom».
Na terça-feira o responsável diz no Parlamento que os projectos da OTA e do TGV ainda precisam de nova avaliação.
Sob as críticas da oposição, Campos e Cunha adianta que é preciso seriedade quando se fala em determinados investimentos públicos. «Eu não brinco com os portugueses, posso fazer erros, cometer asneiras, porque tomo decisões», garantiu.
Ontem de manhã também no Parlamento, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, garantiu que a decisão sobre o TGV e a OTA já está tomada. Uma contradição que pode ter sido a gota de água na decisão de Campos e Cunha abandonar o Executivo.
O novo responsável pela pasta das Finanças vai ser Fernando Teixeira dos Santos, antigo secretário de Estado das Finanças e do Tesouro, nos Governos de António Guterres.
São ainda desconhecidos os nomes dos futuros secretários de Estado. Teixeira dos Santos poderá, no entanto, conservar algum ou alguns dos secretários de Estado de Campos e Cunha.
Além do cansaço, o ministro das Finanças demissionário alegou «motivos pessoais e familiares». Antes de ter ocupado o lugar, Campos e Cunha disse um dia na TSF que nunca teve a ambição de ser ministro.
Contradições ainda antes da posse
A 5 de Março, ainda antes de ter tomado posse como ministro, Campos e Cunha admite na TSF que o aumento de impostos era quase inevitável.
«A subida dos impostos é uma possibilidade, a encarar não como primeira medida, mas, se necessário for, pelo menos no médio prazo, o que é provavelmente quase inevitável», disse.
Uma declaração que José Sócrates desmente de imediato. No debate do programa do Governo, o primeiro-ministro garante que a prioridade é conter a despesa e combater tanto a fraude como a evasão fiscal.
A promessa não se cumpre e em Maio, Campos e Cunha anuncia o aumento da carga fiscal, a começar pela subida do IVA.
Campos e Cunha diz que não brinca com os portugueses
Depois dos impostos a polémica da reforma. A 4 de Junho o ministro chama os jornalistas para garantir que é legal a acumulação do ordenado de ministro com a pensão de vice-governador do Banco de Portugal.
O Governo prepara alterações à lei da reforma dos políticos. Campos e Cunha garante que nada tem a opor.
«O Governo definiu alterações que visam alterar a situação actual, a elaboração da lei está a ser realizada com a minha própria participação, não é uma questão moral, mas de cumprimento da lei, que obriga a todos», disse.
O ministro das Finanças fala em ataques pessoais para afirmar que não vai desistir. «Não admito portanto que se levantem questões morais sobre mim. A situação do país exige a contribuição de todos os portugueses. Os ataques pessoais não me impedirão de dar o meu contributo», acrescentou.
Poucas semanas depois, Campos e Cunha é obrigado a reconhecer erros no Orçamento Rectificativo, mas considera que essas falhas não colocam em causa o essencial do documento.
No início deste mês, José Sócrates garante na SIC que os impostos não vão voltar a subir. No dia seguinte, o ministro das Finanças esclarece que tudo depende.
«Se o sucesso da consolidação orçamental, assim o permitisse daqui a uns anos poderíamos baixar impostos, mas devo dizer que infelizmente não penso que o sucesso esteja acima das nossas previsões e portanto no horizonte vejo com dificuldade baixar impostos, mas também não vejo necessidade de os aumentar», acrescentou.
Artigo polémico no jornal Público
O clima de desconforto agrava-se com o artigo de Campos e Cunha no último domingo no Público. O ministro das Finanças escreve que «nem todo o investimento público é necessariamente bom».
Na terça-feira o responsável diz no Parlamento que os projectos da OTA e do TGV ainda precisam de nova avaliação.
Sob as críticas da oposição, Campos e Cunha adianta que é preciso seriedade quando se fala em determinados investimentos públicos. «Eu não brinco com os portugueses, posso fazer erros, cometer asneiras, porque tomo decisões», garantiu.
Ontem de manhã também no Parlamento, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, garantiu que a decisão sobre o TGV e a OTA já está tomada. Uma contradição que pode ter sido a gota de água na decisão de Campos e Cunha abandonar o Executivo.
11 Comments:
Ministros ruidosos
A agenda que este Governo tem em cima da secretária é de tal forma extensa e complexa que não se entende como é que ainda sobra tempo aos ministros para sucessivos tiros no pé. Num dia é o artigo do ministro das Finanças sobre investimentos públicos. No outro é a entrevista do ministro dos Negócios Estrangeiros sobre generalidades da governação.
Que há problemas de comunicação é uma evidência. E eles acontecem demasiado cedo num Governo que é monopartidário, que tem maioria absoluta e que ainda mal começou a governar.
Campos e Cunha, por exemplo, parece estar com problemas de comunicação com os seus colegas na sala do Conselho de Ministros. Só assim se entende que o ministro sinta necessidade de vir para os jornais dizer que há muitos investimentos públicos desnecessários e que deve ser analisada previamente a rentabilidade económico-social de cada euro investido. Então, mas não é também para isso que existe um ministro das Finanças? E não é suposto que essa análise custo-benefício seja feita sempre, antes de se avançar com cada um dos investimentos públicos? Aparentemente não é isso que se passa, o que é preocupante.
O caso de Freitas do Amaral é menos claro, mas sobra a ideia de uma corrida em pista própria, sem que seja evidente onde está a meta. Já ministro, emitiu opiniões pessoais sobre o referendo à constituição europeia contrárias à linha oficial do governo. Depois esteve em Washington onde espraiou umas teorias para americano ouvir sobre o papel do Banco Central Europeu e do Pacto de Estabilidade. E agora fala de supostos problemas de comunicação do Governo na pedagogia das suas medidas.
O que menos importa é saber se os ministros têm razão nos desabafos que fazem e nas teorias que vão expondo em público. O importante é que eles estejam certos nas medidas que tomam para o país. Porque estamos todos fartos de ideias, modelos e planos fantásticos que nunca saem das páginas dos jornais e das gavetas dos governantes, enquanto o país vai definhando com medidas concretas que raramente dão certo.
Todo este ruído criado pelos próprios ministros deixa o país a olhar para o dedo quando se aponta a lua. E, pior do que isso, vai fragilizando a autoridade política de um governo que precisa de a manter intacta para que possa aplicar e sobreviver às medidas corajosas, mas escassas, que já anunciou e que mexem com interesses corporativos fortíssimos.
Os alegados problemas de comunicação entre governantes e governados são uma desculpa tão antiga quanto a humanidade.
A generalidade dos governados já percebeu tudo. Já percebeu que a factura do IVA aumentou para 21% e que lhe vão ser pedidos mais sacrifícios. Já percebeu que o desemprego não vai descer tão cedo. Já percebeu que o país está metido numa crise de desenvolvimento como não vive há muitas décadas. O que ainda ninguém percebeu, a começar pelos próprios ministros, é como e quando vamos sair desta. Mas isso não é um problema de comunicação. É um problema das nossas incapacidades enquanto país. É grave, portanto.
Falhas de comunicação
Portugal não precisa de oposição. O Governo de Sócrates, depois de ter cultivado o silêncio, está a colher no seu próprio quintal uma gritaria imprópria para consumo. O Governo tornou-se um aviário e o galo de serviço parece estar distraído.
Freitas do Amaral, que nunca se sabe se diz o que não pensa ou se não pensa o que diz, é um verdadeiro Speedy Gonzalez do executivo. Ziguezagueia em busca de um lugar na fila da frente para a Presidência da República. Campos e Cunha, que escreve o que pensa, parece estar só à espera que a barcaça governamental chegue a um porto qualquer para abandonar as suas funções de grumete adstrito à cozinha do país. Este Governo não é uma empresa de construção: é de demolição. Do próprio edifício que está a habitar.
O que espanta é como Sócrates, um activo defensor do menor ruído possível (porque o barulho deve ser taxado a 21%), continua sem dar palmadas da mesa. Porque gritar, já se viu, não é consigo. O problema deste Governo é, segundo parece e a acreditar nas palavras de Freitas, de comunicação. Por exemplo: depois do que pelos vistos disse, mas agora já não disse, é espantoso como Sócrates ainda não ouviu o seu responsável pelos Negócios Estrangeiros sussurrar: obviamente demito-me.
A culpa deve ser das falhas de comunicação.
QUEM TRAMOU O CAMPOS E CUNHA?
Sejamos claros a desculpa dos problemas familiares e pessoais já não engana ninguém e vivemos num país tão pequeno que não é assim tão difícil confirmar que tais problemas não passam de uma mera desculpa; e do suposto cansaço nem vale a pena falar, a não ser que Luís Cunha estivesse cansado dos seus parceiros do governo.
Luís Cunha sai em conflito com os seus pares do Governo e com um Partido Socialista que cada vez está mais nervoso com as próximas eleições autárquicas, e muito provavelmente sai porque os sinais vindos da economia sugerem algumas dúvidas sobre o sucesso da sua opção pelo aumento dos impostos, decisão que foi da sua inteira responsabilidade já que foi a condição que colocou a José Sócrates para aceitar o cargo e o próprio primeiro-ministro confirmou o convite quatro dias depois de o ter feito.
Mas se no que se refere ao aumento dos impostos Luís Cunha poderá ter averbado um erro de política económica, já no que se refere à avaliação dos investimentos públicos ele poderá ter protagonizado o único momento de lucidez nos últimos vinte anos. Mas Sócrates não podia deixar cair a sua promessa de criar 120.000 empregos depois de ter dado o dito por não dito em muitas das suas promessas eleitorais e, por outro lado, o aparelho do PS quer ganhar autarquias nem que para isso tenham que encher as urnas de cimento.
Com eleições autárquicas de três em três anos, legislativas de quatro em quatro e presidenciais de cinco em cinco não há visão de longo prazo que resista, e enquanto os nossos concorrentes apostam no saber, os nossos políticos sobrevivem à custa do cimento armado, não há tempo para pensar no futuro nem faz sentido pensar nesse futuro se o resultado for perder as eleições.
É tempo de tirar uns dias…
Disse-se aqui, há exactamente um mês, que os primeiros cem dias do governo podiam ser separados em três partes distintas: uma primeira caracterizada pelo silêncio. Ministros fechados em copas.
Depois, uma segunda, curta mas política, a do anúncio do número do défice. Finalmente, a terceira, que arrancou a 25 de Maio, com a ida do primeiro-ministro ao Parlamento para apresentar as medidas de combate ao défice. José Sócrates anunciou a subida de alguns impostos, contrariando promessas eleitorais feitas durante a campanha para as legislativas antecipadas.
No último mês, cumpriram-se mais duas fases.
A quarta, a do optimismo, em que o Executivo anunciou o plano de investimentos para a legislatura, num total de 25 mil milhões de euros. Na altura, empresários, ouvidos pelo DE, apoiaram esta iniciativa do Governo. Mas esta fase, como todas as outras que lhe antecederam, durou pouco.
E, agora, chega-se à quinta etapa. Que, bem vistas as coisas, só pode ter um nome: descoordenação. Mistura negociações, greves, e exposições de membros do Governo em meios de comunicação social. Tudo junto faz com que o país, em plena ‘silly season’, fique apreensivo, expectante. Para não variar.
A quinta fase arrancou na semana passada quando, em semana de greve da Função Pública, se soube que, afinal, os subsistemas de saúde da PSP e da GNR não iam ser encerrados. Esta era uma das medidas anunciadas por José Sócrates como bandeira política contra alguns privilégios injustificados dos funcionários públicos. Ficou a ideia de que o Governo estava a ceder nas negociações sectoriais.
No domingo passado, foi a vez de Campos e Cunha vir dizer, através de um artigo de opinião, que mais investimento não é igual a uma economia em crescimento. Um claro recado do ministro das Finanças aos os colegas de governação, transmitido através de um meio de comunicação social.
E ontem, polémicas à parte, o ministro dos Negócios Estrangeiros veio apontar algumas falhas no Governo. Citando um filósofo grego, discípulo de Sócrates, Freitas do Amaral foi dizendo que o “poder político não se traduz apenas pela capacidade de mando, mas também pela capacidade de persuasão”. E assumiu que o Governo não soube explicar suficientemente bem ao país algumas das medidas de combate ao défice. Tudo isto publicado num meio de comunicação social. Para que todos fiquem a saber.
Julho está assim a ser um mês quente para José Sócrates. Quente demais. Agosto está à porta, e melhor seria se o país, Governo incluído, começasse a pensar em ir a banhos. Nada melhor do que uma pequena pausa quando as coisas começam a correr menos bem.
Isto vai tudo bem!
No espaço de um ano tivemos quatro ministros das finanças.
Como é que os investidores podem ter confiança?
A Sócrates interessa como a outros que o antecederam, a plítica do show off, o rigor não se aplica ao governo e o Senhor Ministro Campos e Cunha mostrou que no realmente é um expert em matéria de gestão financeira mas a quem não deixam trabalhar porque em política não interessa honra, mente-se e rouba-se descaradamente. Já era de esperar o que se passa com Campos e Cunha e Freitas do Amaral, pois a coleira partidária não os pode oprimir. Se Sócrates tivesse alguma dignidade e se interessasse pelo país e não pela megalomania devia aproveitar para fazer obra com verdadeiros gestores que sabem o que fazem. A saga continua, é incrível a falta de princípios, a falta de valores da classe política... é vergonhoso e o ser vergonhoso não tem a ver com PS, PSD, CDS.... É REALMENTE MUITA IRRESPONSABILIDADE, QUE DOENÇA É ESTA QUE ATACA OS POLÍTICOS?
Se os políticos fossem condenados pelas suas más opções de investimento como acontece já com alguns empresários, por gestão danosa, talvez fosse uma forma de terminar com o número de elefantes brancos surgidos desde o 25 de Abril, elefantes esses que "comeram" as verbas vindas da CEE e que muito proveitosas teriam sido se bem geridas, a nível nacional e também local.
Ao fim de 4 meses, ficou claro quais são as teias em se que move o actual governo.Os sinais não foram dados apenas na entrevista de fim-de-semana que Campos e Cunha concedeu, mas sim no “interno” não adiar do lançamento da Ota, como obra-prima deste governo. Mesmo quando e até externamente, há sinais que contrariam esta decisão.
Campos e Cunha, perante um braço de ferro com Mário Lino, levou a que Sócrates optasse pelo ministro ligado ao PS, em vez de continuar a confiar no independente Campos e Cunha.O ministro que vinha para 4 anos não resistiu 4 meses.
Desta vez, e tal como se previa o PS, ganhou o confronto com um governo que tem enverdado a sua política económica em claro confronto com o próprio PS.
É certo que por aqui muitas vezes se criticou as medidas de Campos e Cunha, não pelo seu idealismo, mas sim por se achar que as mesmas medidas não eram compagináveis, com o melhor futuro para Portugal. Mas mesmo assim, há algo que jamais poderá ser imputável ao agora ex-ministro...a tomada de uma decisão de investimento público sem conhecimento público dos seus motivos.
A demissão de Campos e Cunha, têm apenas um motivo : A construção da Ota, move demasiados interesses imobiliários comprometidos com o PS e que ao poder o conduziram, que jamais algum ministro poderá questionar. Só assim se compreende a intrangência em discutir publicamente o projecto, o silêncio de Sampaio e Constâncio nesta matéria, e a mentira de Mário Lino, de que a Comissão Europeia, ira obrigar Portugal a fechar a Portela dentro de uns anitos.
Do ponto de vista interno, ainda hoje o comissário Almunia, afirmava, que a benesse concedida por Bruxelas em adiar para 2008, a regularização do défice abaixo dos 3,00 %, implicava que Portugal, ponderasse bem o tipo de investimento público a constituir por parte do Estado. O investimento público não é automaticamente rentável nem gera os efeitos esperados, porque as externalidades que possuí contribuem para que se torne difuso, e ao mesmo tempo, com uma política orçamental para uma centralizada política monterária a nível europeu, os efeitos tendem a diluir-se.
Náo falamos de uma qualquer obra. Falamos de um obra que por baixo ascenderá aos 5 Mil Milhões de Euros. É inqualificável, que com o passar do tempo o país se tenha vindo a tornar ingovernável, e que a tudo isto Sampaio, com claras responsabilidades, resista a pronunciar-se.Mas verdadeiramente grave, é o autismo do governo em levar a obra em frente, não reconhecendo que a mesma merece ser discutida, só pelo simples facto de existirem melhores soluções e que não comprometem o futuro do país...
A partir de hoje as regras do jogo estão claras. Quem se mete com a Ota apanha...
Já por aqui o escrevi várias vezes que em Portugal se confunde muito, e demasiadas vezes, a táctica com a estratégia. Também se confunde vezes sem conta a realidade com aquilo que gostariamos que ela fosse, mas não é.
Serve esta introdução para dizer que eu não acho que exista qualquer divergência de fundo entre o Eng. Sócrates e o Dr. Campos e Cunha, achando mesmo que o célebre artigo de domingo passado dado à estampa no Público, foi objecto de combinação cirúgica entre os dois.
Convém, por uma vez, perceber o Eng. Sócrates. Não subiu por ter ideias, grandes ideias, subiu, simplesmente, porque não foi visto como uma ameaça por nenhum dos grandes poderes fácticos, do PS à chamada sociedade civil, Sócrates singrou porque conseguiu agradar a muitos sem hostilizar, ou fazer sombra, particularmente ninguém em particular. Não ter ideias às vezes faz jeito, porque descompromete e permite fazer no momento isto e o seu contrário sem riscos maiores de contradição, mas também há o reverso da medalha, a inexistência de um rumo claro e seguro.
Sócrates sabe que é chefe mas que ainda não é líder, o seu poder no PS - caucionado por Jorge Coelho - é-o enquanto tiver dinheiro, poder, lugares e benesses para distribuir, sendo que muito boa gente no PS ainda não digeriu a sua entronização como Primeiro Ministro. Sócrates também sabe, faç0-lhe essa justiça, que algo tem de ser feito, porque as coisas no País estão más de mais. Falta-lhe a bagagem, a segurança, a visão e o rasgo, e - certamente - a coragem, sobra-lhe Campos e Cunha.
Campos e Cunha pode ser politicamente infeliz, mas é a única esperança de Sócrates, deste Governo e desta legislatura. É-o porque se houver (alguns) resultados, estes não serão dele, mas de Sócrates, é-o porque ao ser pintado como o duro, protege Sócrates, o contemporizador/gerador de consensos, sendo que se há alguém neste governo com consciência do que está mal (embora nem sempre com as melhores ideias para apresentar) esse alguém é Campos e Cunha.
Irá pelo PS um grande sururú já que alegadamente as declarações de Campos e Cunha serão inoportunas em termos autárquicos, resta saber - numa noite quente de Outubro - se os resultados do PS se deverão mais a Campos e Cunha ou à gestão luminosa de Jorge Coelho do processo autárquico socialista. José Sócrates que tem capitalizado na guerrilha surda entre Coelho e por exemplo António Costa - que de príncipe ainda passa um destes dias a remodelado sem apelo nem agravo - sabe muito bem que enquanto for Primeiro-Ministro será sempre chefe do PS, se chegará a ser líder não sabemos.
Acresce ao enunciado que a entrevista pateta de Diogo Freitas do Amaral, também ela combinada com Sócrates, serve prefeitamente - como uma luva - os intentos do actual primeiro-ministro. Manifestamente José Sócrates conhece muito bem Freitas do Amaral, e também conhece muito bem o seu partido.
Sejamos francos, Freitas, o vaidoso-mor do regime, só aceitou integrar este governo porque lhe foi garantido que seria o candidato do PS contra o Prof. Cavaco. Ao contrário de Freitas que acredita genuinamente poder derrotar Cavaco, Sócrates não só espera, como deseja, Cavaco em Belém. E deseja-o porque não há ninguém no PS que lhe dê garantias de, desde Belém, não interferir, e não havendo só lhe resta menorizar a função presidencial.
Sócrates, que vai tendo memória, tem bem presentes as palhaçadas encenadas por Manuel Alegre no tempo do Eng. Guterres, como conhece muito bem a afeição que Ferro lhe nutre, e sabendo tudo isso prefere ter alguém do outro lado em Belém, e de quem não se espera à priori solidariedade, do que um companheiro de partido, ou de Governo, pronto a apunhalá-lo à primeira oportunidade (alguém está a ver um Freitas Presidente a preocupar-se primeiro com Sócrates, com o Governo ou com o Páis do que com o seu próprio umbigo ?)
Mas não se pense que este desejo de vitória de Cavaco é estritamente inocente ou conjuntural, não é, e é vem a ser aí que entra extraordinária imbecilidade - não há meio termo - do Prof. Diogo Freitas do Amaral. Sócrates quer, ao mesmo tempo que deixa Cavaco ganhar (não tem alternativa) esvaziar de vez a função presidencial, teatralizando-a, tentando assim criar um presidencialismo de primeiro-ministro.
É a esta luz que devem ser interpretadas as palavras de Freitas do Amaral, na sua entrevista de ontem, ao alegar que Cavaco não sendo da área do PS não será automaticamente imparcial e equidistante. Só que o actual MNE - cego pela vaidade - é demasiado limitado para perceber que isto não é sequer uma crítica a Cavaco - que até é, e sempre foi, um formalista, ao contrário por exemplo do guerrilheiro Soares que não se coibiria de dar umas aulitas ao jovem Sócrates - é, antes, um redesenho das funções constitucionais atribuidas a Governo e Presidente, bem delimitadas pela Constituição.
Freitas, enebriado, até nem se importa de ser PR, decorativo q.b., espécie de figura amorfa e palaciana, mestre de cerimónias, já Sócrates, mais lúcido, espera apenas que tal discurso obrigue Cavaco se não a dar garantias de sossego - que dá, aliás, por definição - pelo menos a polarizar realmente as presidenciais (afinal mais de metade dos eleitores que em fevereiro preferiram Sócrates afirmam ir votar em Cavaco) para finalmente poder ter mão num PS, unido finalmente à sua volta, que não vê, ainda, no PSD uma ameaça real.
Freitas é apenas o idiota útil ao serviço da estratégia de Sócrates. Só é pena que a habilidade que parece sobrar a Sócrates para comer o Partido Socialista falte tanto na gestão dos destinos do País.
Analistas dizem que saída de Campos e Cunha afecta confiança de investidores estrangeiros
A bolsa de Lisboa, numa altura em que as principais praças financeiras na Europa rompiam novos máximos, voltava a negociar em queda. Os analistas defendem que este comportamento de «underperform» não é de hoje, mas que a saída de Campos e Cunha afecta a confiança dos investidores estrangeiros. Até Setembro, não prevêem uma recuperação.
Da graça à desgraça...
Primeira remodelação governamental atinge o Ministro das Finanças.
Sai Campos e Cunha, entra Teixeira dos Santos, que foi secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, com Sousa Franco.
Já tinha terminado o “estado de graça”. Será que agora começa o “estado da desgraça”?
O pior é que quem se lixa é sempre o mexilhão.
As razões? Cansaço (em apenas 4 meses), e...
... talvez estas:
"Ontem, o ministro de Estado e Finanças, Luís Campos e Cunha escusou-se, na mesma comissão parlamentar, a dar uma opinião sobre o TGV ou a construção de um novo aeroporto, remetendo-a para quando conhecesse os projectos em concreto."
in Público
"Mário Lino assegurou hoje aos deputados que a decisão política de avançar com a Ota e com o TGV já foi tomada e que a "calendarização dos prazos de execução" será conhecida quando forem apresentados "os projectos estratégicos". "Cada um dos projectos será depois avaliado à medida que for sendo implementado", afirmou o ministro, considerando que essa é a atitude normal neste tipo de obras, "não existindo pois qualquer contradição com o que disse o ministro das Finanças". (...) Apesar de ter afirmado que o investimento será fundamentalmente privado, Mário Lino precisou que o "modelo de financiamento está ainda a ser estudado", mas que tem "informações suficientes" para considerar o projecto viável."
in Público
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