POBRE TERRA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE
no 1.º semestre de 2005
As autarquias estão a aumentar o seu endividamento junto da banca. No primeiro semestre deste ano, a Administração Local registava um saldo de financiamento de 174 milhões de euros, mais do triplo do registado em Junho de 2004, quando atingia os 53 milhões de euros, de acordo com o boletim estatístico de Agosto, do Banco de Portugal, ontem divulgado.
Este saldo resulta da diferença entre o crédito obtido e os depósitos e títulos detidos, com a excepção das transacções efectuadas pelo Estado e pela administração local em acções e outras participações emitidas por residentes, como explica o banco central.
De acordo com os valores inscritos no Orçamento de Estado para 2005, a Administração Local deverá apresentar um défice de 78,4 milhões de euros no final do ano, correspondendo a 0,1% do PIB, situação explicada, em parte, pelo efeito negativo da reforma da tributação do património sobre as suas receitas.
A situação registada em Junho, poderá, no entanto, inverter-se no próximo mês, uma vez que se tratam de fluxos mensais acumulados. Conjunturalmente, nos primeiros semestres as administrações recorrem mais ao crédito, invertendo a situação líquida no segundo semestre. Mas em ano de eleições autárquicas o cenário poderá ser diferente.
Este agravamento no fluxo dos financiamentos das autarquias é igualmente registado nas Administrações Públicas em geral. Até Junho último, as necessidades líquidas de financiamento agravaram-se em 49,6% face a igual mês do ano passado, atingindo os 3,5 mil milhões de euros. Este valor corresponde a um agravamento de 28,4% face ao mês de Maio, ascendendo, no final do primeiro semestre, a 73,2% do registado em Dezembro de 2004. Desagregando este valor global das Administrações Públicas, verifica-se que a Administração Central - que integra os sub-sectores Estado e serviços e fundos autónomos - apresenta uma variação negativa de 45% em termos homólogos (atinge 4,3 mil milhões de euros). Este défice resulta da conjugação do défice do subsector Estado (agravamento de 8,1%, para 3,2 mil milhões de euros), conjugado com o saldo negativo de cerca de mil milhões de euros apresentados pelos serviços e fundos autónomos, que registavam , em Junho de 2004, um saldo positivo de 77 milhões de euros. No que respeita à dívida directa do Estado, valores já relativos a Julho, o Banco de Portugal revela que esta ascendia a 97 506 milhões de euros, correspondendo a 69,6% do PIB previsto para 2005, um número que corresponde a mais 9,5% que o registado em Julho do ano passado e mais 2% que o total do primeiro semestre.
Este saldo resulta da diferença entre o crédito obtido e os depósitos e títulos detidos, com a excepção das transacções efectuadas pelo Estado e pela administração local em acções e outras participações emitidas por residentes, como explica o banco central.
De acordo com os valores inscritos no Orçamento de Estado para 2005, a Administração Local deverá apresentar um défice de 78,4 milhões de euros no final do ano, correspondendo a 0,1% do PIB, situação explicada, em parte, pelo efeito negativo da reforma da tributação do património sobre as suas receitas.
A situação registada em Junho, poderá, no entanto, inverter-se no próximo mês, uma vez que se tratam de fluxos mensais acumulados. Conjunturalmente, nos primeiros semestres as administrações recorrem mais ao crédito, invertendo a situação líquida no segundo semestre. Mas em ano de eleições autárquicas o cenário poderá ser diferente.
Este agravamento no fluxo dos financiamentos das autarquias é igualmente registado nas Administrações Públicas em geral. Até Junho último, as necessidades líquidas de financiamento agravaram-se em 49,6% face a igual mês do ano passado, atingindo os 3,5 mil milhões de euros. Este valor corresponde a um agravamento de 28,4% face ao mês de Maio, ascendendo, no final do primeiro semestre, a 73,2% do registado em Dezembro de 2004. Desagregando este valor global das Administrações Públicas, verifica-se que a Administração Central - que integra os sub-sectores Estado e serviços e fundos autónomos - apresenta uma variação negativa de 45% em termos homólogos (atinge 4,3 mil milhões de euros). Este défice resulta da conjugação do défice do subsector Estado (agravamento de 8,1%, para 3,2 mil milhões de euros), conjugado com o saldo negativo de cerca de mil milhões de euros apresentados pelos serviços e fundos autónomos, que registavam , em Junho de 2004, um saldo positivo de 77 milhões de euros. No que respeita à dívida directa do Estado, valores já relativos a Julho, o Banco de Portugal revela que esta ascendia a 97 506 milhões de euros, correspondendo a 69,6% do PIB previsto para 2005, um número que corresponde a mais 9,5% que o registado em Julho do ano passado e mais 2% que o total do primeiro semestre.
8 Comments:
Por norma e enquanto decorre o mês de Agosto, é normal no nosso país se prestar pouca atenção a alguns sinais preocupantes que possam influenciar a economia portuguesa. Nos últimos três dias surgiram 3 sinais preocupantes, e do novo ministro das finanças ou do primeiro-ministro nem sinal.
O petróleo continua a subir, e este governo ameaça ver o seu orçamento rectificativo cair no ridículo, com a previsão de 50 dólares o barril. As previsões mais optimistas indicam que o ouro negro ultrapassará os 70 dólares o barril já em Setembro. Por cada dólar a mais, Portugal paga 100 milhões de euros a mais na factura energética. Por muitos moinhos de vento que Manuel Pinho possa implementar, daqui por 10 anos é perceptível o porque da redução da factura energética não poder passar por aqui.
Por outras palavras o governo está a prever gastar uma verba com o petróleo, que hoje está acima 2 mil milhões de dólares, se tivessemos em conta a totalidade das importações de petróleo anuais. Assim como estamos em Agosto, a derrapagem cifra-se até ao final do ano, e na errada assumpção do petróleo não subir mais em 700 milhões de dólares.
Talvez mais que umas palavras sobre o estado em que se encontra a estória da Galp Energia, ajudasse o país a resolver o problema, ou será que é assumido que a ENI fica com a petrolífera portuguesa ? Definir qual o papel da petrolífera, quais os parceiros seria o melhor caminho para reduzir a factura. A Galp Energia não pode servir apenas para se realizar mais-valias. Ou terão os socialistas novamente a coragem de isentar de imposto as mais –valias que a ENI vier a obter, tal como fizeram com a Petrocontrol ? Recordando os mais distraídos, a Petrocontrol era presidida na época por... Diogo Freitas do Amaral.
Os dados não são enganadores. A taxa de desemprego subiu no segundo semestre aos 7,2%. Ainda que a redução quando comparada com o primeiro trimestre possa alimentar as mentes menos preparadas, basta perceber que essa redução só aconteceu porque “anormalmente” a população activa subiu 0,4 % e segundo porque nesta época do ano, grande parte da actividade turística absorve desempregados por um curto período de tempo. Trata-se por isso de uma boa notícia conjuntural e não estrutural. E não querendo fazer futurologia, o país deve preparar-se para ter uma taxa de desemprego na casa dos 10,0 %. Pedir para estimar o impacto destes números sobre uma segurança social portuguesa falida, é manifestamente demais para este governo.
Finalmente, nem mesmo com o relatório constâncio, com rectificativos do rectificado, este governo conseguiu inverter a tendência. Pior, a despesa cresceu 4,3 %, entre Janeiro e Julho, enquanto que a receita cresceu 4,1 %. Pior, as despesas com pessoal não param de crescer, e desde o início do ano o Estado já gastou 7,5 mil milhões de Euros com o seu pessoal, mais 4,7 % que no ano anterior. Tudo somado, e o défice é superior em 5,1 % face ao ano anterior. No mesmo relatório, e no que á segurança social diz respeito, as pensões cresceram 9,2 %, enquanto as contribuições se ficam por uns escassos 4,22%. O aumento do IVA, aumentará o desemprego por via da diminuição do consumo privado, e respectiva diminuição dos lucros das empresas. Consequência - aumentam os subsídios de desemprego.
Está este governo preparado para lidar com este país e com os próximos meses ? Não, porque este país já demonstrou que não está preparado para ser liderado por este governo. Não porque as medidas duras que ele propõe sejam ilusórias. Que são. Mas porque num governo, quando não há competência nem verdade, o caminho só pode ser um.
Com:
-Controle das obras em execução;
-Com menos viagens;
-Com menos festas pimbas;
-Com menos chamadas eróticas;
-Com menos avenças a afilhados;
-Com menos telemóveis distribuidos a apaniguados;
-Com menos roubos de material municipal para casa dos apaniguados;
-Com menos obras e materiais para familiares directos;
A Câmara Municipal de Ponte de Sor combatia o seu endividamento.
Eu não queria acreditar que atingimos os limites da nossa competência, enquanto povo.
Mas os sinais aí estão a confirmar as minhas suspeitas:
Um país de corruptos;
Apontados corruptos e até foragidos a candidatarem-se a eleições e as sondagens a colocá-los no poder;
O regime democrático transformado numa partidocracia;
Os partidos políticos colonizados pelos grupos de interesses sanguessugas;
Os políticos, verdadeiros vendedores de banha-da-cobra, já não são os homens bons da terra, mas apenas aqueles que carreados ao colo pelos padrinhos, ascendem nas estruturas partidárias exactamente para esse efeito: São políticos de aviário.
Os governos que em lugar de governar o país, governam-se e desgovernam o país, fazendo da vida de milhões de portugueses gato-sapato;
O interesse público metido na gaveta e os interesses partidários e clientelares a emergir como farol da gentalha governante;
O princípio da legalidade, feito de plasticina e moldado aos interesses clientelares;
As estruturas do Estado sugadas até ao tutano (veja-se o que aconteceu aos biliões dos fundos europeus, o que acontece nos Institutos públicos, nas enpresas públicas por onde se passeiam regularmente os cães de fila, os homens de mão dos partidos, sugando milhões aos cofres do Estado, directa e indirectamente, enquanto a populaça sua as estopinhas e arrota com a factura);
O compadrio, a cunha, a informação privilegiada, como forma banal e banalizada de actuação;
O negócio admitido (quando não fomentado)dos incêndios;
Os projectos megalómanos decididos sem estudos prévios mas que certamente servem interesses clientelares ávidos destes Eldorados, destes paraísos da corrupção, capazes de transformar orçamentos de milhões em despesa de biliões. Para a sua barriguinha, para a barriguinha dos senhores políticos e quejandos e dos respectivos partidos políticos;
Mário Soares candidato a PR para que Cavaco não se pavoneie pela Avenida...
A prolixidade legiferante e a má feitura das leis como forma de empastelar a acção da justiça e deixar "gaps" como portas de cavalo para os negócios mais escusos e os pareceres externos milionários para grandes escritórios e empresas de consultoria;
O ataque às magistraturas que estavam a chegar perto dos poderosos, desde os seus privados vícios aos seus criminosos negócios;
Os municípios transformados em máquinas de corrupção, que deixam atrás de si uma esteira de desordenamento urbanístico, de agressões ao meio ambiente, de depauperação das suas populações, de endividamento das gerações futuras;
(...)
Portugal está a saque! ou somos simplesmente incompetentes?
Olhamos para o PM e para os ministros e ouvimos o seu discurso, como todos os outros discursos de todos os outros PM: de circunstância, sabidolas, de esperteza-saloia.
O que não admira: isto não passa de um país de chico-espertos (com honrosas exceções, como por exemplo o meu amigo Senhor Manuel da Lagariça, analfabeto, trabalhador à jorna e poeta popular nas horas vagas).
Se os sucessivos governos tivessem como meta da sua governação o interesse público, verdadeiramente o interesse do país, certamente que haveria áreas de actuação comuns a todos eles, medidas tomadas que fossem do agrado de todos eles.
Não há: Vem um governo e diz. Vem outro e desdiz. Vem outro e revoga tudo e dá novas cartas. Vem outro e já não e assim, agora é ao contrário.
É o desnorte.
Ou talvez não seja.
Talvez seja apenas os senhores políticos e os seus partidos a governarem-se e a governarem as suas clientelas.
O que fazem e podem fazer impunemente.
Têm tudo pra o fazer, desde o domínio das estruturas económicas e financeiras pelos seus clientes, passando pelo domínio dos media - os jornalistas são cada vez menos jornalistas e cada vez mais jornaleiros (de jorna) - até uma classe votante anónima e amorfa, manipuláveis como um rebanho, que os reconduz sistemáticamente no poder, dando o carácter formal e a aparência de uma democracia.
Atingimos os limites da nossa competência?
Quero acreditar que não, mas a merda da realidade (ou melhor, a realidade de merda) está aí...
O INCÊNDIO ELEITORAL
Não são só os pinheiros que estão a arder, é também a própria democracia que fica chamuscada graças a uma classe política que está mais preocupada com os ganhos e perdas eleitorais do que com o problema que o país enfrenta.
Marques Mendes e Ribeiro e Castro já se calaram depois de se terem aproveitado do facto de Sócrates estar de férias, agora deverão estar à espera de algum deslize para, como qualquer madeireiro sem escrúpulos, ganharem alguns votos à conta da “madeira queimada”; e os autarcas não perdem a oportunidade de aproveitar a presença das televisões para assacar responsabilidades ao poder central, quando são eles que têm uma boa parte das culpas do que está a suceder.
E Sócrates que desvalorizou a sua ausência no Quénia desdobra-se agora em visitas e reuniões na sua função de bombeiro eleitoral, acabando por dar razão aos que sem a terem o criticaram.
Os nossos responsáveis políticos que tão descuidados foram na prevenção dos incêndios, estão agora empenhados em prevenir que as labaredas lhes queimem os resultados eleitorais de Outubro.
"Responsáveis políticos" não significa "Políticos responsáveis", infelizmente são no nosso panorama nacional, palavras antónimas.
Quando há comentários com a qualidade e a coragem de muitos dos que são publicados neste Blog, temos de acreditar que problemas graves de Portugal como os da corrupção, incêndios e acidentes hão-de ser resolvidos. E por mim, ainda mais estando na CEE, já há muito que lhe tinha pedido ajuda na questão dos incêndios...
Grande cromo este!!!!!!!!
DESABAFO
A imensidão de sentimentos de revolta que sinto ao ver um país não ajuda à sensatez, e até mesmo a lucidez já não é muita; revolta contra os loucos incendiários, os patos bravos do negócio da madeira, a incompetência dos responsáveis governamentais pela floresta, os políticos corruptos e incompetentes, os autarcas que só se preocupam com a obra que dá votos, até mesmo com um povo ignorante que nem sabe cuidar da segurança das suas casas. Mas no meio de toda esta revolta apetece-me dizer aquilo que para mim é uma evidência, se a compra de material de combate aos incêndios proporcionasse tantas luvas como a aquisição de material militar ou de muitas outras compras do Estado, não teríamos agora que ouvir um ministro num momento de idiotice a tentar desviar as atenções propondo a construção de um avião europeu de combate aos fogos.
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