OPINIÃO
A vendedora de castanhas
O défice é a história desta geração. E da anterior. E da que veio antes.
Quando não houve défice existiu apertar de cinto até aos ossos tremerem.
Quando não houve défice existiu apertar de cinto até aos ossos tremerem.
Como Portugal nunca conseguiu esconder o défice no seu baú das velhas recordações ele é como um fantasma: está sempre presente. E, por isso, todos os Governos prometem ao eleitorado um duelo com o défice.
Como se sabe quase todos os mosqueteiros governamentais acabam abatidos pelo défice. E este alimenta o Fado nacional.
Como se sabe quase todos os mosqueteiros governamentais acabam abatidos pelo défice. E este alimenta o Fado nacional.
Nada de mais bonito e salutar.
Há agora quem acredite que o próximo Presidente da República tirará do bolso o bilhete da lotaria que acabará com o défice nacional. E, mesmo, com a corrupção, com o populismo, com a incompetência e até com os acidentes de trânsito.
Pode ser que isso aconteça.
Mas, antes, o Orçamento pode ser o elixir do país.
Aumentar os impostos todos fazem.
O que é importante é que a medida sirva para limpar a cara do país.
Para lhe tirar a gordura e o colocar como um atleta capaz de competir pelo futuro.
Só que o Orçamento é como uma castanha.
É saborosa mas pode rebentar nas mãos do Governo.
Portugal não casou com uma feiticeira.
Consorciou-se com uma vendedora de castanhas.
Que rebentam quando menos se espera.
Fernando Sobral
3 Comments:
Queijo das Ilhas
O mais elevado representante do Partido Socialista Açores, líder local do partido e do Governo Regional, manifestou reservas ao Orçamento de Estado para 2006, “nos termos em que se encontra formulado”, deixando no ar a ameaça explícita de que poderá não “recomendar aos deputados açorianos eleitos pelo PS” um “voto favorável”.
‘Déjà vu’.
Noutros tempos, e com outro governo socialista, sucederam-se as chantagens com os votos para o Orçamento, todas elas com êxito, assinale-se.
O primeiro caso deu-se com o Orçamento Rectificativo de 1999. Os três deputados eleitos na lista do PSD pela Região da Madeira fixaram um preço de nove milhões de contos para votar a proposta governamental.
Depois, em Novembro de 2000, entrou em cena o deputado Daniel Campelo, eleito pelo PP, ao propor-se aprovar o Orçamento de 2001 a troco do licenciamento de uma fábrica de queijo Limiano.
O Governo de António Guterres aceitou o leilão e, num Parlamento empatado a 115 deputados, permitiu que um só deputado ficasse com a faca, o queijo e o orçamento na mão.
Mas negócios destes não se passaram apenas com a “ética socialista”.
Em Março de 2002, com o Governo de Durão Barroso prestes a entrar em funções, os quatro deputados do PSD Madeira entraram no mercado fazendo ver que eram “indispensáveis” para uma maioria parlamentar e lembrando que a Região esperava “determinadas medidas” de Lisboa. Parece ter sido o preço certo.
A verdade é que Barroso recuou em medidas que tinha preconizado em relação à Madeira. E agora voltamos à mesma história. A diferença é que os três deputados do PS Açores não impedem uma maioria que dispõe de 121 parlamentares.
Mas contam para a coesão dos socialistas em tempos de contestação.
Habituado aos Orçamentos Limiano, o PS não vai certamente enjeitar um Orçamento Queijo das Ilhas.
MAS QUE CAPITALISMO É ESTE?
As farmacêuticas organizam cambalachos para venderem os medicamentos a preços elevados ao Sistema nacional de Saúde, agravando o défice orçamental que é corrigido à custa do sacrifício dos portugueses e com custos elevados no desenvolvimento económico. Ao mesmo tempo as farmácias gerem o seus estatuto de exclusividade e obtêm margens de comercialização mais próprias de uma loja de vestuário.
A PT usa e abusa da sua vantagem e cobra o que quer e num país carente de desenvolvimento pagam-se os serviços de telecomunicações mais caros, numpaís com grandes carências na educação paga-se caríssimo um acesso á internet.
A televisão pública entrevista o líder de um grupo financeiro sob investigação no mesmo dia em que a PJ faz uma busca às suas instalações numa investigação de crimes de branqueamento de capitais e de fuga ao fisco, e se como isso não bastasse passa o tempo a noticiar a entrevista apresentando-o como homem muito influente colocando-o ao nível do cardeal patriarca. E tudo isto é normal, o banqueiro que é investigado é o patrão dos directores-gerais da DGITA, a direcção-geral que gere o sistema informático do Fisco, aquele onde estão as bases de dados com a situação fiscal dos contribuintes, e como é normal ninguém viu o primeiro-ministro , o mesmo que aproveitou a tomada de posse para fazer o seu auto de fé conta os grupos de interesses, mexer um dedo para acabar com esta situação.
Isto não é capitalismo de nenhuma das estirpes conhecidas, nem sequer é capitalismo selvagem, é um modelo económico que não vem nos manuais, isto é puro proxenetismo económico.
Apesar do Bolg ser Ponte do Sor, não podemos deixar de falar destes e doutros problemas do País. É impressionante como em vários pontos,o próprio combate à corrupção, p.e., salvo erro o ex-presidente da Câmara do Rio de Janeiro está preso por suspeitas disso, o Brasil passou à frente de Portugal. Em relação ao último escândalo de corrupção neste País, Bancos,a Justiça parece continuar a sacudir para a opinião pública, o que não seria de todso mau, se não ficasse por aí. Quase provada, como parece,tal corrupção, seguramente que a lei preverá mecanismos, do género de congelamento de contas, a fim de serem pagos ao Estado os impostos a que fugiram. Quanto à introdução do inglês na Primária diz a Associação Sindical do Professores de Línguas que 1 000 000 de Euros seriam poupados se em vez de dar o "tacho" às Escolas de Línguas, fossem chamados a ensinar os 4 336 professores de inglês desempregados! E, quanto ao preço do pão, que um jornal diz hoje ir aumentar 10%, num país onde há 2 milhões de pobres que só já devem comer pão e água, isto nem o Salazar fazia, para já não falar no aumento do preço do Passe que disseram ir ser de 4%, quando falam num acréscimo de salários somente igual à inflação, cerca de 2,3% !!
J
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