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Portugal com 430 mil desempregados
Taxa de desemprego dispara para 7,7% e atinge meta do Governo para 2006.
A taxa de desemprego em Portugal aumentou para 7,7% no terceiro trimestre deste ano, o valor mais elevado desde pelo menos sete anos e que representa um agravamento face aos três meses anteriores e ao período homólogo de 2004, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística.
Segundo o INE, a taxa de desemprego em Portugal, no terceiro trimestre, sofreu um agravamento de 0,5 pontos percentuais face ao verificado no segundo trimestre (taxa de 7,2%) e de 0,9 pontos percentuais contra o terceiro trimestre de 2004 (taxa de 7,2%).
Segundo os registos disponibilizados pelo INE, o valor da taxa de desemprego no terceiro trimestre é o mais elevado desde pelo menos o terceiro trimestre de 1998. No segundo trimestre deste ano a taxa de desemprego tinha-se situado nos 7,5%.
O aumento do desemprego em Portugal está relacionado com o abrandamento da economia nacional. Ainda ontem o Banco de Portugal cortou a sua previsão para o crescimento da economia nacional este ano, de 0,5 para 0,3%.
Na proposta do Orçamento do Estado para 2006, o Governo prevê um aumento da taxa de desemprego para 7,7%, uma meta que foi assim já atingida no terceiro trimestre de 2005.
1 Comments:
O problema da economia não está nada no facto de o Banco de Portugal vir agora dizer-nos que o crescimento deste ano será afinal de 0,3%.
O problema é que continuamos sem saber como e quando vamos sair daqui.
Até ontem estava tudo conformado com a mediocridade de um crescimento de 0,5%.
A partir de hoje voltamos a cair no cadafalso, porque a actividade abranda para 0,3%.
Muita gente voltará a discutir fervorosamente esta revisão de duas décimas.
Os economistas entregam-se a debates intensos sobre a insignificância daquilo que distingue uma recessão de menos 0,1% e um PIB que estrebucha ao ritmo de duas décimas positivas.
Os políticos, que gostavam de associar-se aos ciclos de prosperidade, estão agora num campeonato diferente:
A tua recessão é muito pior que a minha. E nós, mesmo sem querer, já não escapamos ao vício da semântica:
Parado é muito pior que estagnado.
Enfim, o que infelizmente conta é que:
a) estamos a atravessar o declínio mais acentuado de sempre; não há registo estatístico na nossa História de uma década tão medíocre como aquela que a economia actualmente atravessa;
b) a capacidade de competição das nossas empresas no exterior é a única saída possível e disponível para a crise, mas que o consumo privado é o único motor ainda a funcionar;
c) o endividamento dos agentes – famílias, empresas e Estado – continua por conseguinte a subir, agravando assim a situação de dependência face à poupança externa;
d) e, finalmente, a questão orçamental não está resolvida, o que nos retira uma alavanca que foi sempre fundamental no abandono de todas as recessões precedentes.
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