terça-feira, 15 de novembro de 2005

OPINIÃO

Veja as diferenças


É uma consequência directa do empenhamento de Blair como guarda-costas de Bush, que já causou outros dissabores ao “premier” britânico. Nos EUA, o próprio Bush e seus apaniguados sofreram igualmente uma série de revezes em eleições para governadores e num referendo. Mas no caso de Blair, e para Portugal, o mais significativo é que o primeiro-ministro do Reino Unido perdeu, apesar de ter uma maioria parlamentar de 66 deputados, 41 dos quais votaram contra o partido, havendo ainda a registar 50 abstenções.

Ora isto é impensável em Portugal, onde vigora um sistema aviltante de disciplina partidária que jamais deixa lugar a qualquer afirmação de independência dos deputados, a qualquer surpresa, qualquer manifestação de discordância ou de rebeldia, excluindo alguns casos de puritana objecção de consciência.

Não é de hoje, diga-se.
Já no século XIX, os autores de “As Farpas” se referiam aos chamados “deputados de cu”, para falar dos parlamentares que levantam e sentam o dito nas votações, sem decisão nem vontade própria, seguindo o sentido de voto dos iluminados da primeira fila.
Mas agora a questão está institucionalizada, em certos casos passada a escrito e assinada.
Os deputados são eleitos à lista e votam à carta.
Nem se sabe mesmo para que se perde tempo em certas votações, sabendo-se previamente o resultado.
A excepção tem sido a “compra” de votos pelo preço de alguns interesses particulares, que já chegaram a ser o custo da instalação de uma fábrica de queijo.
Blair foi batido num Parlamento onde tem maioria absoluta.
Ó como é diferente a democracia em Portugal!


João P. Guerra

3 Comments:

At 15 de novembro de 2005 às 13:35, Anonymous Anónimo said...

QUE SE DANE O CRESCIMENTO ECONÓMICO

Há anos e anos que ouço sempre o mesmo, os salários devem crescer moderadamente para que as nossas empresas sejam competitivas, a nossa é diferente das restantes economias europeias, não depende da inovação tecnológica, em da qualificação dos trabalhadores, nem sequer do consumo interno, depende em exclusivo da mão de obra barata. E não só vive da mão-de-obra barata como também só é capaz de gerar mão-de-obra barata, quando cresce emprega mão de obra barata e quando tem crises torna a mão de obra ainda mais barata, isto é, a sina dos trabalhadores portugueses é serem baratos.

Com baixos salários estudar não é estimulante e muitas famílias precisam de empregar os seus filhos logo que tenham idade para trabalhar, dando lugar a mais uma geração de trabalhadores qualificados.
Baixos salários são um estímulo à preguiça da inovação e da busca de melhores soluções de gestão, acaba por ser um obstáculo à competitividade externa, o grande argumento para a sua manutenção.

Os baixos salários mais do que progresso significam a garantia de sobrevivência de empresários incompetentes que sobrevivem de expedientes e da falta de respeito pela condição humana dos seus trabalhadores, sendo um obstáculo à criação de empresas mais competitivas e ao sucesso dos mais ambiciosos.
Os baixos salários estrangulam o desenvolvimento empresarial.

A manutenção de baixos salários significa a rigidez da procura interna, já que o aumento da riqueza dos mais ricos traduz-se essencialmente no aumento da procura externa agravando o desequilíbrio externo, que por sua vez é resolvido à costa dos que ganham menos, força a economia a depender em exclusivo das exportações e como estas vivem das indústrias de mão-de-obra intensiva têm o sucesso condicionada à manutenção de salários baixos.

Salários baixos significam rendimentos baixos e estes traduzem-se numa fraca receita fiscal, tanto mais que e Portugal são os impostos pagos pelos pobres que o Estado tem como certos, os dos mais ricos dependem da eficácia fiscal e esta depende das asneiras que os governantes vão fazendo do Fisco.
Baixa receita fiscal significa défice orçamental, e o reequilíbrio das contas públicas é feito sempre da mesma forma, aumentando os impostos aos que pagam isto é, aos menos ricos.

E parece que ninguém percebe que um país de pobres é um país pobre e se o crescimento económico não serve para que os pobres não sejam tão pobres, então que se dane a economia, e um destes dias vamos todos para a rua queimar caixotes do lixo, porque, para o caso de não terem reparado, uma boa parte dos portugueses são mais pobres do que os jovens que se manifestam em Paris.

 
At 15 de novembro de 2005 às 15:58, Anonymous Anónimo said...

Logo, se não são os anarquistas que estão a mandar queimar os carros em França, só podem ser os capitalistas...

 
At 16 de novembro de 2005 às 10:54, Anonymous Anónimo said...

Andei no passado sábado a cavar com o motocultivador, como faço 2 ou 3 vezes por ano, com a mãe, um pedaço de terra de horta que meu pai nos "deixou". Depois passei pela Farinha Branca, onde estavam a jogar futebol o Montargilense e o Gavionense. Quem, de Montargil e arredores, pode ir ao futebol sem se lembrar de que a Escola Secundária foi feita, na Lomba, no antigo Campo de Futebol "Dona Berta Courinha", com a promessa feita, há aí uns 10 anos, por T. Pinto, diante do António Gueterres, de que brevemente iria a Câmara fazer em Montargil um Parque Desportivo no Laranjal? E, até agora nada. Entretanto, se fosse feito um Campo Sintético na Farinha Branca como o de Ponte de Sôr, já era bom.
Também sei que o Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica e Associação de Regantes do Vale do Sorraia já deram autorização para a construção, a cargo da Empresa Águas do Norte Alentejano, S. A.,em terrenos do domínio público a jusante da Barragem de Montargil, da nova E.T.A.R. (Estação de Tratamento de Águas Residuais), e, até agora, nada...
Também fixei a proposta do Eng. Lizardo para a construção de um Centro de Congressos em Montargil. Ora, se para já fossem colocados no Orçamento Municipal 25. 000 Euros para restauração do Edifício da Casa do Povo, também era muito bom...

Joaquim Machoqueira

 

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