terça-feira, 13 de dezembro de 2005

UMA CANDIDATURA PARA O SÉCULO XXI

Verdades mais fortes que algemas…
Eu venho incomodar.
Trago palavras como bofetadas
e é inútil mandarem-me calar.
…Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!
In: Poesia, Manuel Alegre


No passado sábado, dia 10, num jantar do Partido Socialista em Viseu, José Sócrates afirmou que o Partido era constituído por mulheres e homens livres, que não eram manipuláveis e pensavam pelas suas próprias cabeças e que fazem o que a consciência lhe manda.

Venho aqui dar público testemunho dessa liberdade de pensamento!
Eu, Jorge Manuel Miranda Rodrigues Costa, cidadão português de 52 anos, alfacinha de gema, filho de um empregado de escritório e de uma doméstica, ambos falecidos há anos, licenciado em Medicina, assistente hospitalar de Imuno-Hemoterapia do Hospital José Maria Grande em Portalegre desde 1998.

Activo militante político-associativo desde 1969, aos 16 anos no final do Ensino Secundário. Em 6 de Julho de 1989 filiei-me no Partido Socialista, por proposta de Jorge Sampaio, tendo o nº 19.879.

Na actualidade integro o Secretariado e a Comissão Política da Federação Distrital de Portalegre do Partido Socialista, eleito no respectivo Congresso Federativo.

A minha família era oposicionista de longa data e educou-me a mim e aos meus irmãos na independência de pensamento, em nunca esquecermos as origens, na profunda consciência e solidariedade social e na prática coerente com o que pensávamos independentemente do custo dessa coerência.

Transmontanos, eram adeptos do antes quebrar que torcer!

Em dupla fidelidade, à orientação do meu secretário-geral e aos ditames da minha consciência livre, e face à actual situação sócio-política portuguesa e mundial, a minha análise leva-me a considerar ser Manuel Alegre o melhor candidato à Presidência da República, pelo que livremente subscrevi a sua candidatura e me empenho nela activamente.

Manuel Alegre pelo seu passado e pelo seu presente, dá-me todas as garantias que a ser eleito nunca esquecerá a sua promessa de contribuir activamente para com a ajuda do Povo Português levar à prática a sua palavra de ordem eleitoral:
Um Portugal de Todos: Livre, Justo e Fraterno!
Português que nos tem honrado através da escrita, incómodo porque na sua verticalidade nos confronta com nós próprios, questionando e alertando para aquilo que nos rodeia, seja a injustiça mais grave ou a solidariedade mesmo nos pequenos gestos.

Parafraseando John Kennedy, não perguntemos o que Portugal pode fazer pelos portugueses, mas pensemos o que cada um de nós pode fazer por Portugal. A minha militância nesta candidatura é a minha resposta e a continuação da minha contribuição para finalmente se conseguir a transformação de Portugal num país moderno e que em definitivo se afaste da cauda da Europa onde persistentemente e há décadas se mantêm.
Este Homem merece ser Presidente da República, pela sua independência de pensamento, verticalidade, ser incorrupto, e praticante activo de uma ética inatacável.

Saibamos merecer o Homem que nos poderá honrar a todos chegando à Presidência da República, que cada um assuma as suas responsabilidades e empenhemo-nos nessa tarefa gratificante que poderá ser o começo de um ciclo de progresso para Todos.


Jorge Costa

5 Comments:

At 13 de dezembro de 2005 às 10:21, Anonymous Anónimo said...

A Palmadinha de Barcelos

Grande espectáculo, grande espalhafato. Um fulano, a quem Soares chamou "atrasado mental", disse que o candidato era vigarista, berrou-lhe uns insultos e a comitiva, tão inocentes, coitados, fez tudo para que o homem tivesse o ex-Presidente à mão de semear. E assim foi.
A coisa ficou por uma palmada no braço. E pronto, estava montado o número.
A comunicação social berrou, gritou, indignou-se, fez um barulho dos diabos.
Ouviu amigos, adversários e até Sampaio botou palavra.
Pois é.
As coisas estão difíceis e o sonho da Marinha Grande passa pela cabecinha de muito socialista desesperado.
Mas nunca ouviram falar das tragédias e das farsas. E, já agora, ouviram Marcelo lembrar o atentado forjado pelo mon ami Mitterrand?
Vá lá.
O jogo está tão sujo que até cheira à distância. E os senhores jornalistas, que nunca conseguiram falar com o agressor da Marinha Grande, vão saber quem é o homem? Em que partido vota, onde vive, se é casado ou solteiro, funcionário partidário ou do Estado?
Vá lá, o povo está doido por saber quem é o personagem.

 
At 13 de dezembro de 2005 às 11:50, Anonymous Anónimo said...

Quem tem medo da Pátria?

Parecendo inocente, despropositada, como algumas pessoas inicialmente apontaram, assim que ouviram o termo, a palavra Pátria ganha contornos interessantes nesta campanha presidencial.
Manuel Alegre fez bem em introduzir a expressão e o sentimento.
Que tem andado tão ausente da nossa pertença, com honrosas excepções, nomeadamente no que ao campo desportivo diz respeito.
Perante o gosto de ser português, de se identificar com a Pátria, o candidato com afinidades trotkistas gaguejou.
Refugiou-se e, para ficar bem na fotografia, citou o filósofo ateniense, querendo mostrar-se como cidadão do mundo.
Mas esquece-se que antes de ser cidadão do mundo, é-se pertença de uma terra, de uma Pátria.
Quando um outro candidato defende uma californização de Portugal, que valor terá para esse candidato a Pátria portuguesa?
Afinal, como tem referido, e bem, Manuel Alegre, não é pecado, muito menos devemos ter vergonha de sermos e afirmarmo-nos portugueses.
Quem tem medo da Pátria?

 
At 13 de dezembro de 2005 às 11:55, Anonymous Anónimo said...

Carta ao Camarada Mário Soares

Caro Camarada,
Com todo o respeito que lhe tenho venho hoje publicamente à sua presença para lhe dizer que o Camarada Soares está fora da razão.
Sabe o Camarada, julgo, que por cada apelo que faz a Manuel Alegre para que cesse a sua inscrição no Partido Socialista, mais alguns socialistas que até aí o apoiaram passarão a votar em Alegre.
Sabe o Camarada, julgo, que ao tentar influenciar a direcção do PS, coisa que tanto gosta de fazer desde a última vez que entregou o seu cartão, muitos militantes socialistas, entre os quais me conto, ficam na expectativa de saber o que o PS irá fazer quando Alegre for disputar a segunda volta com Cavaco.
Você, meu caro Camarada Mário Soares, com quem sempre me bati nas causas nacionais, deixe que lhe recorde que há muitos, entre os quais me incluo, que agora entendem que Basta.
Basta que o Camarada queira mandar no PS, nos militantes do PS.
Basta, caro Camarada Mário Soares!
O Partido somos nós que toda a vida nos batemos na defesa dos seus Princípios, nós que nunca nada pedimos em troca pelos muitos prejuízos que temos tido por sempre termos dado a cara na defesa desses mesmos princípios.
Exigimos o respeito que nos deve, a nós militantes socialistas de todas as horas, que nunca renegámos essa condição e que desta vez decidimos não acompanhar o seu capricho.
Candidate-se ao que quiser mas abstenha-se de manter essa sua teimosia em querer dar lições de moral política.
Lembre-se que os cidadãos estão atentos e não lhes escapa o facto de um dia o Camarada Mário Soares se dizer candidato independente e no dia seguinte exigir, em nome do PS, que os seus militantes se demitam.
Como Alegre já lhe respondeu, também nós, militantes socialistas que estamos com ele lhe dizemos:
Reconhecemos as suas dificuldades mas, aguente Camarada, aguente-se!

 
At 13 de dezembro de 2005 às 14:26, Anonymous Anónimo said...

O repórter assassino

Mário Soares disse ontem que a sua campanha está num ponto de viragem.
Nos últimos dias pareceu que a sua campanha vinha a crescer em apoio e entusiasmo popular. Mas esta percepção esvaiu-se num ápice quando o repórter assassino da SIC aponta as objectivas para os autocarros que transportam os figurantes de um cenário para outro. Naquele instante ficamos todos a saber que o apoio e o entusiasmo “popular” viajam nos confortáveis autocarros da comitiva. E, assim, se dissipou o desejado efeito mediático.

Mário Soares foi ontem insultado e agredido em Barcelos, por um ex-combatente.
Há vinte anos atrás, foi na Marinha Grande e o agressor de serviço teria ligações ao PCP; ontem, foi em Barcelos e o agressor de serviço tinha todo o aspecto de ser eleitor de Cavaco.
Tudo previsível. Tudo demasiado previsível para que tenha credibilidade e produza o efeito de viragem antes anunciado.

Há vinte anos havia apenas uma televisão em Portugal, agora existem três.
Não se conhecem tão bem os repórteres. Não se pode persuadi-los a não filmarem uns simples autocarros ou a provocação de um cidadão indignado que, segundo o próprio Soares, “aparenta ser atrasado mental".

É, cada vez mais, difícil descobrir o incidente necessário, preciso e categórico para produzir a viragem desejada.
Estas campanhas eleitorais já não são o que eram. Tudo se tornou previsível, demasiado previsível…

 
At 13 de dezembro de 2005 às 16:22, Anonymous Anónimo said...

Consta que os ingleses inventaram a conversa sobre o tempo, porque é a melhor forma de possibilitar o máximo de acordo entre todas as pessoas com o mínimo de argumentação.
As presidenciais portuguesas estão a tentar elevar o nível dessa discussão: utiliza-se o máximo de argumentos para garantir o mínimo de acordo.
Assim ninguém corre o risco de se comprometer. E todos acabam por passar o tempo a discorrer sobre a forma e não sobre o conteúdo.
É assim que Sócrates apela à «moderação» e, para animar as hostes, Mesquita Machado diz que Cavaco é um «anjo negro e mau».
As tropas disparam rajadas de palavras cortantes. Os líderes apelam ao limite de velocidade.
No fundo discute-se o tempo: uns dizem que está mal mas vai piorar, outros acreditam que está mal mas vai melhorar. E cada um vai à sua vida, como se tudo se resolvesse numa sopa de letras que formam palavras sem sentido.
Esta eleição não é, ou não deveria ser, um folclórico chá dançante. E os problemas de Portugal não se resolvem entre um biscoito e um baile de solidariedade com o país. Substituir a discussão do Tempo Médio de Greenwich pelo do Tempo Médio de Belém não chega.
O problema de Portugal não é uma questão de metereologia.

 

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