INCÊNDIOS
O célebre paradoxo de Buridan dizia que um asno, colocado num sítio, à mesma distância de dois fardos de palha, morreria de fome porque não conseguia decidir-se sobre qual deveria comer em primeiro lugar.
Portugal colocado à mesma distância de dois fogos não morre de fome: atrapalha-se, chama bombeiros de todos os locais, grita pelos Canadair espanhóis e depois admira-se quando um secretário de Estado é invectivado em Barcelos.
Portugal colocado à mesma distância de dois fogos não morre de fome: atrapalha-se, chama bombeiros de todos os locais, grita pelos Canadair espanhóis e depois admira-se quando um secretário de Estado é invectivado em Barcelos.
Pode perguntar-se: quem nasceu primeiro, os incêndios ou as trapalhadas portuguesas para os tentar apagar?
Acredita-se na bondade governamental quando tentou unificar comandos e quando decidiu que os meios aéreos seriam a regra para o combate inicial aos incêndios (exceptuando a zona autónoma de Barcelos, como se viu).
Barcelos pode ter sido uma excepção à regra deste Verão.
Mas parece que ainda estamos no aquecimento e o país já está a patinar.
Quando há um incêndio em Barcelos, os meios aéreos não funcionam (porque não são necessários, não existem ou por outra razão qualquer), as chamas avançam e ao fim de três dias já há bombeiros da região de Lisboa no local, algo deve ser repensado.
Enquanto estamos em estágio para a chamada época de fogos florestais.
Que todos os anos lá vai consumindo floresta.
Esta semana Sócrates pegou na enxada e plantou duas árvores para as televisões transmitirem.
Em Barcelos arderam 2000 hectares.
Sócrates vai ter plantar muitas árvores até ao final do mandato.
Pelo menos umas 100 por semana.
Fernando Sobral
Fernando Sobral
1 Comments:
Onde está o Costa?
Carentes de fundos os bombeiros portugueses vão lançar um jogo recreativo que se inspirou no desaparecimento do ministro António Costa (o nosso Big MAC) durante os dias em que Barcelos esteve a arder.
Ao que parece o ministro optou pela dialéctica da divisão do trabalho na sua equipa, o ministro aparece para inaugurar jipes, assinar contratos de aluguer de aviões, bem como noutras tarefas espinhosas, enquanto o secretário de estado aparece na hora do foguetório, isto é, quando o país estiver a arder.
No caso de não encontrares o Costa, passa o rato pela imagem.
Enviar um comentário
<< Home