NO VERÃO... NOTÍCIAS DE VERÃO!!!
As notícias de Verão valem o que valem, como costuma dizer-se.
Por exemplo, quanto vale a notícia segundo a qual o CDS tem o PP aprisionado na cave?
O “quem” da notícia é Manuel Monteiro, ex-dirigente do CDS, co-fundador do Partido Popular, dedicado agora à causa da libertação e devolução do PP. E Monteiro diz “o quê”?
O “quem” da notícia é Manuel Monteiro, ex-dirigente do CDS, co-fundador do Partido Popular, dedicado agora à causa da libertação e devolução do PP. E Monteiro diz “o quê”?
Monteiro diz que o actual presidente do CDS, Ribeiro e Castro, tal como o anterior, Paulo Portas, aprisionaram o PP na cave embora, de vez em quando, o tirem da gaveta.
Daqui se presume que há uma gaveta na cave do CDS, o que não será suficiente para uma acusação de encarceramento privado.
Engavetar só em português de baixa extracção é sinónimo de aprisionar.
Mário Soares também fechou o socialismo numa gaveta, o que não foi suficiente para que o PS deixasse cair o S da sigla.
Mais: sem a gaveta de Mário Soares não haveria no PS um cacifo do qual saiu a esquerda moderna de José Sócrates.
Mas, quanto ao CDS, Monteiro vai mais fundo que a cave, nas suas acusações, e diz mesmo que o PP está encerrado nas catacumbas. E aqui o caso de algum modo muda de figura.
Mas, quanto ao CDS, Monteiro vai mais fundo que a cave, nas suas acusações, e diz mesmo que o PP está encerrado nas catacumbas. E aqui o caso de algum modo muda de figura.
Uma gaveta numa cave não passa de uma gaveta.
Mas a gaveta das catacumbas é um sarcófago onde se conserva o ossário.
Pelo que Monteiro não está apenas a dizer que o PP está engavetado mas a insinuar que estará morto e enterrado. E assim, quando o co-fundador do PP exige que lhe devolvam os restos do Partido estará a referir-se a restos mortais.
Ou seja, Monteiro quer a exumação do PP.
E é com os restos mortais do PP que Monteiro quer dar vida à Nova Democracia.
E é com os restos mortais do PP que Monteiro quer dar vida à Nova Democracia.
Os surrealistas chamariam a isto um cadáver esquisito, o jogo de papel dobrado, um delírio da imaginação.
Mas o surrealismo não tem lugar na política portuguesa.
Ou terá?
Ou será apenas porque no Verão as notícias valem o que valem?
João P. Guerra
1 Comments:
brilhante JPG
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