quinta-feira, 21 de setembro de 2006

A MENTIRA DO PRIMEIRO-MINISTRO

"Nenhum país europeu fez algo tão burro quanto nós. Evidentemente, mentimos durante o último ano e meio (...). (...) Era totalmente claro que aquilo que dizíamos não era verdade.(...) Não conseguem citar nenhuma medida significativa do Governo de que nós nos orgulhemos, além de, finalmente, conseguirmos tirar o governo da valeta. Nada. Se tivermos de prestar contas ao país sobre o que fizemos (...), o que dizemos? (...) Mentimos de manhã; mentimos à noite."



Não.

Enganaram-se.

Foi um primeiro-ministro, mas não foi o de Portugal.

Sócrates nunca poderia dizer o que , socialista Ferenc Gyurcsány, o primeiro-ministro da Hungria, confessou aos seus camaradas numa reunião do partido, cuja gravação a imprensa publicou.

Nem, supomos, poderia suceder um nível de indignação semelhante, no estado de obnibulação do povo português, que sentimos, se, acaso, Sócrates começasse a confessar a verdade.



Antonio Balbino Caldeira
DO PORTUGAL PROFUNDO

5 Comments:

At 21 de setembro de 2006 às 13:11, Anonymous Anónimo said...

MAIS TAXAS MODERADORAS


Agora nos internamentos e cirurgias:

«O ministro da Saúde admite criar taxas moderadoras para serviços actualmente gratuitos para os utentes, como o internamento ou a cirurgia de ambulatório, adiantando que a medida pode ser aplicada em breve. O anúncio, feito numa entrevista à agência Lusa, desencadeou um coro de protesto, nomeadamente por parte do PSD, que classifica a medida de "novo imposto".»

No:Jornal de Notícias

 
At 21 de setembro de 2006 às 13:12, Anonymous Anónimo said...

HIPÓCRITAS

As posições do PSD sobre a eventual introdução de taxas moderadoras nos internamentos e cirurgias

 
At 21 de setembro de 2006 às 13:14, Anonymous Anónimo said...

Com a possibilidade de introduzir taxas (não sei porque lhes chamam moderadoras) nos serviços de internamento e das cirurgias vai regressar o debate da gratuitidade dos serviços públicos. E o argumento mais usado vai ser o princípio da gratuitidade estabelecido pela Constituição da República, isto é, os portugueses estão proibidos em 2006 de discutir o financiamento do Sistema Nacional de Saúde porque em 1976 os deputados constituintes decidiram criar um paraíso constitucional.

Não tenho certezas definitivas nesta matéria, não sei quanta da falta de qualidade dos serviços se deve a má gesto ou resulta da falta de recursos financeiros, só sei que os serviços públicos são maus, que penalizam a qualidade de vida dos portugueses e constituem um obstáculo sério a desenvolvimento económico e se é esta a factura a pagar pela manutenção do gratuitidade os portugueses estão a fazer um péssimo negócio.

Talvez seja tempo de equacionar o futuro do país com base na realidade actual, no mundo em que vivemos, e não com base num paraíso constitucional que é impossível de financiar.
São cada vez mais os portugueses que pagam impostos e são excluídos do acesso aos serviços públicos só porque é mais barato ir a uma consulta no sector privado do que perder dias entre marcações e esperas no SNS, isto é, são muitos os portugueses para quem a gratuitidade significa pagar a dobrar, pagam os SNS através dos impostos e pagam ao médico privado quando precisam destes serviços.

A falsa gratuitidade dos serviços públicos de saúde só tem servido para favorecer um sector privado que tem crescido exponencialmente e para multiplicar as situações de oportunismo, levando a que tenhamos dos piores serviços públicos de saúde ao mesmo tempo que a medicina privada pratica dos preços mais elevados da Europa.
É este o preço que os portugueses pagam pela hipocrisia.

Se a Constituição da República, um paraíso constitucional que tem mais que ver com os sonhos dos anos 70 do que o país que somos, não tem soluções e ainda por cima serve para impedir os portugueses de discutir o seu futuro, talvez esteja na hora de se pensar numa nova Constituição da República.

Portugal precisa de uma Constituição para uma realidade que exist e não de uma Constituição para que vivemosnos sonhos do passado.

Não é por a direita pretender conquistar no Estado novos territórios para expandir os negócios do sector privado que se deve tranformar a Constituição de 76 num forte, como se lá dentro estivesse o país das maravilhas.

 
At 21 de setembro de 2006 às 13:53, Anonymous Anónimo said...

Claro que isto se passa num Pais catalogado pelos nossos politicos como em desenvolvimento, mas esta visto que em honestidade sao do 1º mundo enquanto nos somos abaixo de cao.
E nao e so na honestidade, ma stb na
Educacao, saude, bem em tudo somos os piores da europa
Bela imagem

 
At 21 de setembro de 2006 às 21:18, Anonymous Anónimo said...

Coesão rima com estupidez?
Alguém se recorda de uma medida estrutural efectiva deste Governo (ou mesmo dos anteriores) que tenha invertido as assimentrias regionais, a desertificação do interior, a morte do mundo rural e das aldeias? Eu, que devo andar esquecido (ou então com a memória selecta), apenas me recordo do fecho de escolas, de maternidades e as intenções de encurtar os tempos de abertura dos centros de saúde no interior. Recordo-me também que é no interior do país que se verificam os maiores atrasos no saneamento básico e se bebe a pior água canalizada do país. E recordo-me também que é o interior do país que mais fustigado tem sido pelos incêndios dos últimos anos, sem que haja qualquer alternativa económica, tanto mais que a agricultura em muitos casos «já foi».
Porém, o secretário de Estado-adjunto da Administração Local, Eduardo Cabrita, diz que o Governo anda a fazer «justiça e coesão territorial». E como? Mandando fechar mais de 1400 escolas do 1º ciclo em todo o país - mas sobretudo no interior - e prometendo gastar entre cinco e seis milhões de euros por ano para andar a transportar crianças das aldeias para as sedes de concelho. É de génio, de facto...

 

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