segunda-feira, 20 de novembro de 2006

CAVACO E SÓCRATES

O dr. Cavaco e o eng.º Sócrates são de certa maneira muito parecidos. Saíram os dois de um obscuro canto da província (um de Boliqueime, o outro da Beira) e em Lisboa, no Governo e, no caso de Cavaco, até em Belém, nunca verdadeiramente se adaptaram à cultura urbana. Vem neles sempre à superfície o constrangimento do estranho, uma certa reserva de quem não está em casa e uma atávica desconfiança da volubilidade e das maneiras de uma classe média e de uma burguesia com uma educação mais sofisticada e cosmopolita. Não "pertencem". Mas, por isso mesmo, têm uma enorme vontade de poder, servida por uma enorme paciência e disciplina. É a velha história, que encheu dois séculos de literatura, do jovem que sobe à capital para a dominar, na sua variante moderna e portuguesa.


Reforçada por uma ascensão difícil, a certeza íntima do seu mérito acabou nos dois, muito previsivelmente, em todo o autoritarismo e rigidez que a democracia permite. Falam pouco e com prudência. Mandam com discrição e com "firmeza". Num país politicamente educado por Salazar, não custa perceber como se tornaram, e foram aceites, como o modelo do "chefe". As raízes da persistente popularidade de ambos chegam fundo e longe; e não dependem da "rua". Não admira que se entendam, tanto mais que não há entre eles qualquer competição de prestígio ou de interesse. Quando Cavaco apoia Sócrates, não apoia o Governo ou o PS, apoia as "reformas" que ele próprio, em grosso, faria e principalmente a "ordem" e a "dignidade" do Estado, isto é, o fim da balbúrdia partidária, da "rasteira" de corredor e do escândalo público, que ele detesta.

Como de resto já disse, Cavaco prefere a maioria absoluta, qualquer maioria absoluta, a qualquer espécie de coligação. Ou seja, prefere um poder incontestável e forte a um poder contestável e fraco. E compara com certeza a actual submissão do PS e o unânime congresso de Santarém à perpétua "trapalhada" do PSD. Para ele, como para Sócrates, não existe a menor dúvida sobre o que o país precisa. A discordância é um erro ou simplesmente uma perversão pessoal; e o conflito (que a democracia infelizmente tolera) um lamentável embaraço ao trabalho de salvar o país.

Para o dr. Cavaco e o eng.º Sócrates, Portugal deve obedecer a quem sabe, nomeadamente ao dr. Cavaco e ao eng.º Sócrates. Neste ponto, e por enquanto, a harmonia é total.

Vasco Pulido Valente
Público

6 Comments:

At 20 de novembro de 2006 às 16:47, Anonymous Anónimo said...

"Santana segundo ele mesmo

Para se perceber o livro de Santana e o próprio Santana, talvez seja preciso começar pela página 40, onde ele declara, de passagem e como quem constata a evidência, que Durão Barroso "se tornou um dos portugueses mais influentes no mundo, depois de D. João II". Só uma criança escreveria isto. E Santana é uma criança (não sei se "guerreira), a que se reage às vezes com irritação (quando o disparate excede o permissível) e às vezes com a complacência fácil do adulto. Claro que um primeiro-ministro com a idade mental de um pré-adolescente não ilustra especialmente o país, mas pelo menos mostra um lado inesperado do PSD e da política. Santana não se fez sozinho.
A personagem é um poço de surpresas. A seguir ao desastre do discurso de posse, concluiu que "preferia o improviso". De improviso as ideias "surgem-lhe de forma muito mais célere" do que na leitura de "frases escritas". No fundo, quer dizer o que lhe vem à cabeça e não suporta nenhuma espécie de disciplina. Durão Barroso, que o conhecia, recomendava-lhe gravitas. Mas Santana obviamente não compreendia essa coisa da gravitas e não lhe apeteceu mudar. Continuou "alegre, comunicativo, ele mesmo, como sempre procurara ser", deixando sair, se lhe dava para aí, "uma espontaneidade quase interdita (por assessorias ou teóricos) a quem exerce o cargo de primeiro-ministro". Não gostava "do forçado e do artificial": nem ele, nem, de resto, os média "do século XXI". Em resumo, como a certa altura explica, com o ar de birra e desafio de um menino mimado: "cada um é como é" e ele é "assim".
É assim. E, assim, não admira que metesse um pai no governo, Álvaro Barreto, "uns cabelos brancos" para tomar conta dele. Como não admira que desde o princípio, a pretexto de uma absurda conveniência táctica, se pusesse numa posição filial perante Sampaio. Pedia (suplicava) apoio e protecção ao Presidente e ficou muito espantado, quando o Presidente o começou a tratar como o irresponsável que ele era. Hoje ainda acha que ninguém o compreende (uma queixa típica) e que toda a gente o traiu (outra queixa típica). Em 8 de Outubro de 2004, estava a jantar em Roma com o grande amigo íntimo, Durão Barroso, "saboreando o significado" de Barroso ser presidente da Comissão Europeia e ele primeiro-ministro de Portugal. Onde eles tinham conseguido chegar! Que "momento impressionante"! O último, felizmente, porque em Novembro, para espanto dele, caía. O nosso espanto, no fim do livro, é maior do que o dele: como foi possível?"

Vasco Pulido Valente
No: Jornal "PÚBLICO"

Já aqui temos classificado esta cadeia de factos como relevantes para a um tema-quadro da Ciência Política - a Mentira na Política - que danificou a imagem de Portugal atrasando-o económica e politicamente.
Uma mentira que foi iniciada por Guterres e continuada de modo mais grave com Durão barroso - interrompendo mandatos de 4 anos por experimentalismos de 2 anos e "obrigando" Sampaio a presidencializar o regime.

SLopes foi apenas o "idiota útil" que estava no caminho e que ajudou Durão a pirar-se para Bruxelas (neste sentido foi instrumentalizado), o mesmo que dizia estar a apoiar António Vitorino - homem de superior inteligência e muito melhor preparado técnica, intelectual, cultural e políticamente - para o cabal desempenho do cargo.
Mas, na realidade, aquilo que Barroso fez foi cozinhar a sua própria candidatura ao cargo, trair Portugal e conseguir o cargo com a guerra do Iraque e com o instrumento concebido para o efeito: a Cimeira dos Azores de que barroso foi o mordomo dos conhaques...

No fundo, se virmos bem, Lopes foi fiel ao seu sonho e bateu-se por esse objectivo, doutro modo nem a sua vida tinha sentido.
Fez a fuga em frente: durão rumou a Bruxelas, Lopes rumou a S. Bento - ambos pensavam da mesma forma (instrumentalizar o Estado para obter objectivos e desígnios pessoais), apenas escolhendo destinos diferentes.
Durão fala melhor inglês e francês, está melhor na Europa; Lopes fala só o português, está melhor no burgo - mas ambos assaltaram o Estado, os seus lugares, as honrarias, trocaram os verdadeiros objectivos da nação pela agitação e a intriga, combinaram ambas com os seus próprios propósitos no assalto ao poder do Estado, nem que para isso tivessem de mergulhar Portugal na indecisão, na entropia e na inércia, na falta de reformas. Para o efeito, nada melhor que encontrarem pelo caminho outro "idiota útil" (como diria Lenine): - Jorge Sampaio - que ratificou as maiores barbaridades que dois rapazes da política - encebados por Francisco Sá Carneiro - vinte e tal anos antes - promovera. E assim eles acreditaram que eram mesmo geniais e indispensáveis à República e à nação. O resultado viu-se..

Agora vem o livro alí analisado por Vasco Pulido Valente - coadjuvado por dona Zita, o que também não deixa de ser sintomático, uma ex-comunista a chancelar o livro dum homem (dito) de direita...
Qual o objectivo desse livro??? Será limpar a face do seu autor enquanto PM - e também servir como documento para a posteridade - para filhos e netos (que diz ainda não ter???); ou para fazer mergulhar alguns círculos no turbilhão das intrigas, dos ódios e das invejas - sempre mesquinhas - ante os dissabores, os contrangimentos e as decepções causadas pela privação do poder?!

Aqui parece-nos não haver qualquer dúvida. Contudo, esta é a nosso ver o maior pecado em SL - porque razão ele ainda hoje se interroga com o que lhe sucedeu - se ele sabe - tão bem quanto nós - que de nada vale buscar o poder, subordinar-lhe tudo - memórias, afectos, história, amizades - se depois não se tem projecto para lhe dar corpo!!

Daqui resulta uma verdade comezinha mas fatal para o autor do livro: ele sempre teve ambições desmedidas para o valor intrínseco que na realidade tem.
Sempre teve uma vontade de dominar enorme, mas uma medíocre visão e projecto para o país. E o mesmo se diga de durão, este apenas é mais contido e polido - valores que interiorizou na escola maoista.E também mais disciplinado - técnica que apurou nos anos do cavaquismo na Cooperação.

Haverá desculpa para estes dois homens - que encadeadamente arrastaram Portugal para o lodo? Será que a imoralidade e a enormidade dos seus objectivos e meios utilizados poderá, um dia, levar os portugueses a desculparem os actos mentirosos e danosos que infligiram a Portugal???

Eis as questões que no plano da Ciência Política (ciência do Poder), da Sociologia(ciência do comportamento do homem em Sociedade) e da Filosofia Política (em busca da sociedade Ideal) que aqui (re)coloca.

E para tal temos já um quadro de aparente resposta: esses males poderiam bem ser desculpados e absolvidos caso a sua devoção à grandeza da "missão" que escolheram fosse autêntica...
Mas quem é que hoje acredita que a dupla "Gabriel Alves & Zandinga" (como durão apelidou Lopes num congresso, identificando-se também a si próprio) teve essa devoção???

Ninguém, certamente... Durão queria mudar de vida, ganhar mais dinheiro, obter um status europeu e cosmopolita e viajar pelo mundo (coisa que ele sempre fez) e foi para Bruxelas; Lopes pretendia mandar num governo e ter os media a seus pés.
Mas nenhum, efectivamente, governou Portugal...
Pelo que aqui concluímos que ambos tiveram uma missão: governarem-se à pala dos poderes do Estado - que assaltaram para cumprir esses desígnios pessoais.

O livro não é mais do que uma gratificação que o autor se atribui - pelas memórias boas que o poder lhe concedera, embora o preço que atribui hoje a essa experiência seja penoso.
Uma pena que se mede pelo índice de sofrimento que alguém padece pela privação do próprio poder que um dia teve por alguns meses. Santana também é um homem sofrido por causa disso.
Aquela entrevista a dona Judite da rtp se alguma coisa denunciou foi esse sofrimento da privação do poder. Em quantas intrigas ele teve de se meter para chegar a PM?!!!

Quanto a Barroso, causa primeira da desgraça política que se abateu sobre Portugal, a história julgá-lo-á em breve, por enquanto ainda se passeia impune pela Europa.
Mas já o imaginamos contar as suas memórias...
Quiça também com a chancela de dona Zita, pois aqui as solidariedades ideológicas dos velhos maoismos com os novos comunismos hoje reciclados no psd, ainda deverão ser mais fortes.

Se calhar dirá logo no Prefácio que Portugal ainda lhe deve dinheiro...e que a Europa encheu-se de pérolas à sua custa.

Pobre Europa!!!
Hoje há gente para tudo...

 
At 20 de novembro de 2006 às 18:28, Anonymous Anónimo said...

Ai está Pedro Manuel e as suas dissertações bacocas como quem percebe de coisa nenhuma. És chato como o raio. Sai daqui totó

 
At 20 de novembro de 2006 às 19:03, Anonymous Anónimo said...

SÓCRATES VISTO PELOS SEUS - 2

O mistério do Orçamento do Estado


Manuela Arcanjo*
Professora do ISEG


A leitura do Relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2007 deixou-me diversas certezas: não é, ao contrário do afirmado, um OE orientado para o crescimento económico; o esforço de consolidação é menos intenso do que o realizado em 2006 e fortemente baseado na receita; são discutíveis, por razões diferentes, duas das suas quatro prioridades (combater a pobreza apenas ao nível dos idosos e prestigiar Portugal no âmbito da futura presidência); pretende ter por referência uma reforma que ainda não produz efeitos (Segurança Social) e outra que não existe (Saúde). Mas a minha atenção centrou--se na misteriosa relação entre a publicitada redução nas despesas de funcionamento (despesas de pessoal e aquisição de bens e serviços) da administração central e a reforma da administração pública. Algumas questões colocadas ao ministro das Finanças (MF) ficaram sem resposta; a outras foi respondido que não se "pretendia cortar cabeças" ou que as novas leis orgânicas iriam reduzir de forma muito expressiva as estruturas e cargos de direcção. O que diversos analistas interpretaram como prudência pode ter outra explicação. Ainda com base no referido relatório, é possível concluir que as despesas de pessoal apresentam uma redução de cerca de 610 milhões de euros (-4,5%) face a 2006 (estimativa de execução, incorporando já o aumento da massa salarial); ora, a redução prevista apenas nos ministérios da Educação e da Saúde aponta para cerca de 670 milhões de euros. Duas conclusões: primeira, são os ministérios onde mais se faz sentir o congelamento das progressões, a contenção salarial e as aposentações; segunda, diversos ministérios apresentam mesmo um aumento desta despesa. No que respeita à aquisição de bens e serviços, verifica-se que em 7 dos 15 ministérios há um aumento desta despesa. Este não é o resultado oposto ao esperado pela reorganização dos serviços? Como é que estes dados se relacionam com as muito discutidas reduções de 3,6% e de 5% na despesa de funcionamento do Estado e dos serviços e fundos autónomos, respectivamente? No primeiro caso, trata-se simplesmente de considerar apenas a componente financiada por receitas gerais, o que traduz uma "engenharia interpretativa" e ainda uma má prática orçamental, pelo recurso acrescido a receitas consignadas. No segundo caso, trata-se de uma cativação que se tornará, ou não, em redução efectiva no final da execução.
Duas conclusões alternativas: os efeitos da reforma da administração pública não estão contemplados no OE ou, se estão, são contrários ao esperado. Se esta não faz sentido, a primeira pode traduzir uma reforma adiada. O mistério não está objectivamente resolvido, mas agora entendo a razão para muito riso e sorriso do MF num debate televisivo recente.

* Manuela Arcanjo foi secretária de Estado do Orçamento e ministra da Saúde de António Guterres, uma "independente" levada para o "socialismo democrático" no poder pela mão de Joaquim Pina Moura. Saiu furiosa com Guterres que, tal como fez com Pina Moura, lhe "tirou o tapete". Conhece-os bem por dentro.

 
At 20 de novembro de 2006 às 19:07, Anonymous Anónimo said...

Portugal, Hoje e Sempre

«O sebastianismo é acreditar no Euromilhões. É um país inteiro à espera que lhe saia a sorte grande».

JOÃO MEDINA, no Público de 19 de Novembro de 2006

Na mouche.

 
At 20 de novembro de 2006 às 19:11, Anonymous Anónimo said...

Cruzes, canhoto!

Mas, independentemente de qualquer acto eleitoral, os símbolos religiosos não podem estar patentes em estabelecimentos públicos, pela simples razão de que representam uma violação qualificada da separação entre o Estado e as religiões." Vital Moreira, causa nossa.

Vital Moreira, na sua luta encarniçada e porfiada, na senda de um serôdio jacobinismo, herdeiro de mata-frades, atira-se às cruzes. As cruzes são o diabo, em estabelecimentos” ( sic) públicos, como bem mostra a resenha que segue, de um lugar ligado a muitas cruzes: a freguesia de Santa Cruz, em Coimbra. Coimbra, aliás, é um lugar de cruzes. Na Igreja, onde estão sepultados os restos mortais do nosso primeiro rei, cujo reinado se simboliza numa cruz, que é a de Cristo, há um ror de cruzes que atenazarão para todo o sempre Vital Moreira.
Abrenúncio!
A história da freguesia de Santa Cruz está intimamente ligada à fundação do Mosteiro com o mesmo nome. No ano de 1131 D. Afonso Henriques autoriza a construção do Mosteiro. A primeira pedra da construção da Igreja é lançada a 28 de Junho, num local conhecido por "Banhos Reais". É à sua sombra que se desenvolve uma vida medieval de artistas, do comércio e das primeiras habitações.
No ano seguinte começa a vida da Comunidade de Agostinianos, constituída por 12 frades, tendo como superior o prior D. Teotónio (S. Teotónio).
Em 1530 é aberta a rua da Sofia (etimologicamente "sabedoria"), plena de monumentalidade e tradição, construindo-se ali importantes edifícios, conhecidos como Colégios Universitários que fornecem as primeiras matérias pré-universitárias e dão apoio logístico ao já grande afluxo de formandos que pretendiam frequentar a Universidade de Coimbra.
Do conjunto destes edifícios, destaque para o antigo Colégio de S. Teotónio (Palácio da Justiça); Igreja de S. Pedro dos Terceiros (antigo Colégio S. Bernardo); Colégio de S. Boaventura (de que resta só a fachada); Colégio de S. Domingos (hoje Shopping Center); Colégios da Graça e do Carmo.
A fundação da Igreja da Graça data de 1543 (reinado de D. João III). A Igreja de Santa Justa foi edificada nos princípios do séc. XVIII.
Ao Lado da Igreja de Santa Cruz está o "Café Santa Cruz", que fez parte do antigo Mosteiro das Donas e foi a Igreja Paroquial da freguesia de Santa Cruz (Igreja de S. João de Stª. Cruz, construída pelo ano de 1530.
Ligado a esta freguesia e à Rua da Sofia anda o Tribunal da Inquisição proposto pelo rei D. João III e trazido para Coimbra pela mão do Cardeal Infante D. Henrique.

Se Vital Moreira continuar nesta senda de expurgo de simbolismos religiosos, de "estabelecimentos públicos", vai ter um trabalho medonho. Vai ser mesmo o diabo...

 
At 20 de novembro de 2006 às 19:15, Anonymous Anónimo said...

Almoço em São Bento
Na passada 3ª-feira houve um almoço em São Bento. Anfitrião: o PM. Convidados: os ministros da Justiça e das Finanças e o PGR. O "prato forte" do almoço não foi qualquer espécie culinária (o Orçamento do Estado não o permite e estava lá precisamente o Ministro das Finanças), mas sim a "Operação Furacão". Motivo do almoço: a preocupação do Governo pela "imagem da banca". Conclusão do almoço: necessidade de "investigar depressa e em força".
Tão insólita almoçarada (ainda que possivelmente frugal, face aos condicionalismos) deixa-me algumas perplexidades. Qual o exacto e preciso "interesse" do Governo na matéria? O que fazia o Ministro das Finanças no almoço?
Julgava eu que as recentes e unânimes declarações das mais altas figuras do Estado no sentido da necessidade de perseguição impiedosa da corrupção e criminalidade económica eram para levar a sério. Mas, à primeira grande investida nessa área, a reacção do Governo não é de incentivo à investigação, mas sim de "preocupação" com a imagem dos arguidos (tudo gente acima de toda a suspeita, aliás). E em vez de recomendar uma investigação profunda e profícua ("doa a quem doer", etc.), recomenda uma investigação rápida e em força!!!
Será que esses métodos são compatíveis com uma investigação que é certamente muito complexa? Estarão reunidas as condições para uma investigação que vá "ao fundo"?
Enfim, fico por aqui.

 

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