sábado, 9 de dezembro de 2006

APROXIMA-SE O NATAL...


A cidade palpita tentando escapar à sua fatalidade.
Enche-se de brilho e de cores; de música e balões; de anjos e estrelas que nunca estiveram no céu.


As lojas procuram ser diferentes para fugir à realidade do resto do ano: enfeitam-se com fitas e adereços, fios de ouro e prata, luzes e todas as coisas que julgam representar beleza e excelência.
Tudo isto em memória de um Menino deitado em palhas humildes e embrulhado em pobres panos, num abrigo de animais, há cerca de dois mil anos.


Num louvável esforço os comerciantes organizam montras para seduzir os clientes, valendo-se de recursos que são a própria imagem da ilusão. E todos ficamos extraordinariamente felizes!

É Natal.
O espírito natalício desceu à cidade e todos pagamos por esta doce e desejada ilusão.






Chicken Invaders - Vamos dar cabo deles!!!

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Chickens. For centuries we have oppressed them, grilling, roasting, stewing, and stuffing them in buns. We should have known the time would come for us to pay. And it did.

Intergalactic chickens invaded Earth, seeking revenge for the oppression of their earthly brethren. They came out of nowhere, and everywhere. It was only you who managed to repel the invasion, and saved humanity from an eternity of servitude.

Then, things got serious. The intergalactic chickens assaulted the solar system and tried make sure that every planet was inhabited exclusively by chickens. Yet again, it was you who took the world's fate in your ketchup-stained hands and saved the day.

João Silva

2 Comments:

At 10 de dezembro de 2006 às 00:14, Anonymous Anónimo said...

Dúvidas de Natal
O que levará os bancos que começam a ser identificados como máquinas de lucro fácil que não hesitam em recorrer a práticas manhosas e duvidosas, a aproveitarem a quadra natalícia e disfarçarem-se de Pai Natal, na Praça do Comércio, ou de Menino Jesus, em Óbidos?

 
At 10 de dezembro de 2006 às 00:16, Anonymous Anónimo said...

A minha árvore é maior que a tua

Todos os departamentos de sociologia do país deveriam interromper a sua actividade corrente para se debruçarem sobre esse estranho fenómeno chamado "a maior árvore de Natal da Europa".
Lamentavelmente, e por mais voltas que dê à cabeça, não consigo imaginar por que razão milhares de pessoas esgotam a sua paciência em intermináveis filas de trânsito para ver um cone metálico gigante a brilhar. Que um bosquímano do Kalahari mude a sua vida por causa de uma garrafa de Coca-Cola, como no velho filme, eu ainda consigo compreender, mas que tão grande turba se arraste por causa de 75 metros de lâmpadas é algo que ultrapassa o meu pobre entendimento. Mistérios da condição humana. A sociologia, a antropologia ou a zoologia que me expliquem o prodígio, se faz favor.

É que, para tornar a história ainda mais bizarra, o manifesto sucesso da iniciativa patrocinada pelo Millenium bcp provocou uma onda de ciumeira nos outros bancos, que agora procuram pôr de pé o seu megaevento natalício, se possível ainda mais mega do que a mega-árvore do bcp. No ano passado, o BES prometeu fazer nevar em Lisboa, mas não conseguiu mais que sujar com uns flocos pífios os passeios do Marquês de Pombal. Este ano é o "Natal Monumental Santander Totta" (belo nome), que conduziu à instalação de uma tenda gigante na Praça da Figueira, onde até se pode largar os filhos enquanto se vai às compras.

Resumindo, temos duas das três mais importantes praças de Lisboa ocupadas com publicidade à banca, na forma de supostas homenagens ao espírito natalício. Não sei do que é que os outros bancos estão à espera. O BPI poderia perfeitamente construir o maior trenó do mundo, com renas à proporção, e colocá-lo no meio do Rossio, que está um bocado despido; e a Caixa Geral de Depósitos deveria investir num presépio em tamanho XXL para a Praça do Município, quem sabe aproveitando parte do edifício da câmara para estábulo. Porque não? A dívida que Santana deixou é grande. Talvez se conseguisse um abatimento nos juros.

João Miguel Tavares
In:Diário de Notícias

 

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