segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

A EMIGRAÇÃO VOLTOU...


Filhos de emigrantes portugueses num
"bidonville" de Paris (Anos 70)


O secretário de Estado das Comunidades e o Instituto Nacional de Estatística, por um lado, e a Igreja Católica e os sindicatos, por outro, travaram-se de razões - indirecta e serenamente - por causa dos números da emigração.

Anunciou o Governo, citando dados do INE, que em 2006 emigraram 30 mil portugueses; responderam a Igreja e a CGTP que foram mais de 100 mil. A polémica confirmou que, ao contrário de instituições como a Igreja e os sindicatos, o Estado não tem alma.
As contas do Governo / INE serviram para sustentar a declaração política de que o fluxo migratório dos portugueses está a diminuir.

Em sentido contrário, o responsável pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, um organismo da Conferência Episcopal, e o coordenador da CGTP sustentam que há cada vez mais portugueses a passarem a fronteira em busca de solução para os problemas financeiros e de emprego. A questão é que o Governo e o INE fazem contas e trabalham com números, enquanto que a Igreja e os sindicatos trabalham com pessoas.

E é por trabalharem com pessoas reais que a Igreja e os sindicatos sustentam que a emigração portuguesa não só tem vindo a aumentar como apresenta contornos cada vez mais parecidos com os que se viviam nas décadas de 60 e 70, com os seus cenários de degradação e fome.

Numa reportagem dos anos 70 sobre a emigração que desertificava o interior do País, uma criança portuguesa dizia que quando fosse grande queria ser emigrante. A Censura cortou a frase para não deixar passar a ideia de que o País estava a perder o futuro.
Três décadas mais tarde, sem censura e em democracia, a emigração voltou a constituir o único plano de vida de muitos jovens portugueses.
Uma vergonha, para quem a tenha


João P.Guerra

7 Comments:

At 8 de janeiro de 2007 às 14:51, Anonymous Anónimo said...

FOI ASSIM NOS ANOS 60/70 DO SÉCULO XX:

EMIGRAÇÃO PORTUGUESA PARA FRANÇA

As relações entre Portugal e a França remontam ao século XII.
Uma princesa portuguesa foi, por exemplo, rainha de França.
Durante séculos o principal fluxo de emigrantes foi da França para Portugal, embora muitos portugueses também se estabelecem neste país.

A grande emigração para França é algo relativamente recente, data do final dos anos 50 do século XX, quando cerca de 1,5 milhão de portugueses emigraram para este país. Em 1990 registavam-se neste país um total de 798.837 pessoas de origem portuguesa (603 686 mil haviam nascido em Portugal e 195 151 em França).
A maioria destes emigrantes está hoje muito bem integrada na sociedade francesa, tendo uma crescente influência política.

Bairros da Lata/"Bidonville"

"Bairros da Lata: Trata-se da forma de habitação e de "acolhimento" mais conhecida dos trabalhadores portugueses da região de Paris: um exemplo bem célebre desse tipo de alojamento é o bairro de lata de Champigny, onde residiam, em 1967, 14.025 portugueses e que foi também durante cerca de 10 anos, centro de distribuição destes trabalhadores para toda a França. Por esta razão também se chamou a este bairro (hoje quase desaparecido). "A Capital dos portugueses em França". Actualmente, os bairros da lata de Nanterre, S. Dinis, La Courneuve, etc., são os maiores e e mais conhecidos na referida região". António Teixeira de Sousa, O Emigrante Português em França-Condições de Habitação e de Trabalho. 1973.



A emigração de portugueses para França entre 1961 e 1974, é um dos episódios mais impressionantes da história contemporânea de Portugal, constituindo uma verdadeira debandada do país.

A emigração para França não era em si mesma uma novidade. Desde que Portugal se constituiu como um Estado independente, no século XII, milhares de portugueses emigraram para este país por diversos motivos. Muitos aí se estabeleceram para desenvolverem actividades económicas, outros para fugirem a perseguições políticas e religiosas, muitos também para estudar.

Em finais do século XIX, as estatísticas francesas, como refere Joel Serrão, registam um aumento crescente no número de imigrantes portugueses. De cerca de 200 em 1876 passam para 1.300 dez anos depois. O maior aumento deu-se contudo, após a 1ª. Guerra Mundial, quando se fez sentir a falta de mão-de-obra para a reconstrução deste país. Em 1921 regista-se já 10.800 imigrantes portugueses a residir em França, subindo este número para 28.900 em 1926, para atingirem os 49.000 em 1931 (dados oficiais). Nos anos trinta e quarenta o seu número diminui, mas logo no início dos anos 50 recomeça o fluxo emigratório. Entre 1951 e 1960, emigraram para França 17.851 portugueses.

A emigração que ocorre a partir de meados dos 50 tem uma natureza muito distinta da anterior. Estaé marcada por uma profunda descrença nas capacidades de desenvolvimento do país, sob o jugo de uma ditadura desde 1926. O aumento da informação do que se passa no resto na Europa, não deixam dúvidas: a única forma de fugirem fugirem às condições degradantes em que viviam e trabalhavam em Portugal era rumarem a Europa além Pirenéus.

Em 1950, apenas se registam 314 emigrantes. Quatro anos depois são já 747 para em 1965 atingirem os 1.336. Em 1958 serão 6.264. A partir daqui os números disparam. Em 1970, atinge-se o valor record: 135.667 indivíduos num só ano.

Entre 1958 e 1974, cerca de um milhão de portugueses instalam-se em França, dispostos a trabalharem em tudo o que lhes apareça. As formas brutais da sua exploração começam em Portugal, com as redes que os transportam até à fronteira, e não raro os abandonam pelo caminho. Muitos portugueses morrem neste percurso. Em França são vítimas de todo o tipo de discriminações no trabalho, no alojamento e nas mais pequenas coisas do dia-a-dia, uma humilhação que a custo suportam. Muitos poucos esperam enriquecer, mas todos esperam conseguirem uma vida mais digna que lhes é recusada na própria terra. Trata-se de uma verdadeira vaga, em grande parte clandestina, contra a qual todas as leis se revelam ineficazes. Em poucos anos despovoam-se regiões inteiras abrindo-se profundas rupturas na suas estruturas económicas, sociais e culturais. Nada voltará a ser como dantes!

A imagem que a comunicação social francesa veicula destes emigrantes é frequentemente a pessoas de baixíssimo nível cultural e sobretudo despolitizadas, quase sempre ligados a profissões desqualificados. As mulheres são "todas" porteiras e os homens "todos" operários da construção civil. Imagem que está longe de traduzir a diversidade das suas ocupações e qualificações profissionais.

A emigração para França continua até ao presente, embora agora seja pouco expressiva.

Os portugueses, embora em grande número na região de Paris, acabam por se dispersar por toda a França. Na Córsega, por exemplo, ainda em 2004, existia uma importante comunidade de portugueses (cerca de 13 mil ).

 
At 8 de janeiro de 2007 às 15:49, Anonymous Anónimo said...

A forma como este país resolve os problemas impressionante, em poucos meses teremos resolvido problemas tão graves tal como a ausência de alertas contra tsunamis, os incêndios florestais é coisa que estará resolvida até ao próximo Verão, de cheias não se falará tão cedo, do perigo de um cegonha impor a escuridão ao país já não se fala, as pontes já estão reparadas, a pedofilia é coisa do passado e não estarei enganado se afirmar que daqui por duas semanas já estaremos todos descansados com os meios de salvamento no mar, da mesma forma que estamos tranquilos quanto à eficácia da Protecção Civil em caso de terramoto ainda que baste um surto de constipações para que as urgências hospitalares de Lisboa fiquem de pernas para o ar.

As preocupações dos portugueses nada têm com o seu futuro, são ditadas pelas primeiras páginas dos jornais ou pela notícia de abertura dos telejornais, e se não fosse o dr. Marcelo retomar essas notícias para as comentar e explicar graças aos seus conhecimentos enciclopédicos, tudo estaria resolvido.

Indignamo-nos muito, pedimos a cabeça de um ministro, dois almirantes e três cabos por tudo o que acontece, discursamos sobe a soluções, falamos mal dos políticos e das respectivas mães e mudamos de assunto logo que u qualquer jornal, vamos aos funerais se houverem vítimas e esquecemos de imediato o período de nojo se um qualquer jornalista nos servir mais uma desgraça na primeira página.

Os problemas do país são os que aparecem nas primeiras páginas dos jornais e duram tanto quanto a memória dessas páginas, não voltam a ser discutidos a mesma forma que o director do jornal considera que uma notícia requentada não vende papel. Os problemas só existem no papel e mal esse seja reciclado damo-los por resolvidos.

 
At 8 de janeiro de 2007 às 15:51, Anonymous Anónimo said...

HAJA TINO
Entre meados dos anos noventa e os primórdios do século, foram criados por esse país fora "pólos universitários". Isto é, foi dada autorização a estabelecimentos de natureza comercial com a denominação de universidades para se reproduzirem como coelhos num país de analfabetos reais e funcionais. O Estado comungou deste disparate e agora chega-se à conclusão que a maior parte dos ditos "pólos" nem 50% das vagas consegue preencher. Há momentos - os chamados felizes - em que o improviso organizado funciona. Todavia, e como a realidade tem sempre mais força do que a imaginação, ela acaba por se impôr. O "campus" universitário, tutelado pelo sr. engº Gago, deve ser rapidamente revisto. Não se pode continuar a confundir uma universidade com tendas ocasionais de circo, montadas aqui ou ali nas estações das festas e que não são desmontadas depois das festas acabarem. Haja tino.

 
At 8 de janeiro de 2007 às 21:18, Anonymous Anónimo said...

HÁ EMIGRANTES POBRES E DE LUXO?

João Cravinho, com setenta anos, vai para administrador do BERD, o banco da União Europeia que faz pontes económicas com os países dda Europa central e oriental, com vista ao seu desenvolvimento.

Segundo o sítio do BERD, os administradores, ( directors) , assumem poderes delegados pelos governadores, geralmente os ministros de Finanças do país membro.

Por isso mesmo , João Cravinho vai co-administrar no BERD, em nome do ministro Teixeira dos Santos.

O Expresso, acerca da notícia da sua nomeação, escreve que Cravinho disse que “nunca pediu nada a ninguém” e ainda que “já sei que vão dizer que me compraram”…

João Cravinho é uma figura non grata no seio do actual PS.

Ao longo dos últimos anos, tem falado muito contra os esquemas de corrupção conhecidos e nunca admitidos.

Tentou atacar a hidra durante o tempo em que foi ministro e em colaboração como o general Garcia dos Santos, na altura presidente da JAE.
Falhou.

Tentou que o grupo parlamentar do seu partido aprovasse um pacote em forma de lei, para combater por essa via, o fenómeno.
Falhou.

No início de 2006, declarou para quem o quis ouvir, que nunca concordou com a indemnização paga no caso Eurominas, por acordo com o Estado-Administração socialista de então, medidado por uma sociedade de advogados, formada por colegas do seu partido ( Vitalino Canas, entre outros).

Devido ao seu peso específico, no seio do PS, uma saída se afigurava possível e o método já era sobejamente conhecido noutros casos: uma “chupeta internacional”.

Foi isso que sucedeu a João Cravinho.
Não pediu, mas aceitou.

E não precisava, porque com setenta anos, já ninguém precisa de chucha.

PS:
Chuchadeira significa algo que João Cravinho percebe, pois o termo tinha uma consonância semântica, há alguns anos, próxima daquilo que não é muito sério.
É o que penso, no caso, e gostava que João Cravinho não aceitasse o lugar que lhe propuseram.
Tal como os mesmos quiseram fazer a outros e foram apanhados em escutas em que mencionavam expressamente a expressão " chupeta internacional". Enfim o Partido Socialista no seu "melhor", Pior!!!

 
At 8 de janeiro de 2007 às 21:51, Anonymous Anónimo said...

[ pobres dos ricos que tanto tem ]

Numa altura em que o cinto não tem mais buracos - nem espaço para os fazer - o (mau) exemplo vem de "cima":
O sr. primeiro ministro português - que eu nem me atrevo a dizer o nome - passa o "reveilhão" no Brasil.
À conta de quem?
Daqueles que "não têm nada e têm tudo, os ricos em sonhos e pobres pobres em ouro".

Num momento de austeridade - como o que atravessamos - outro sr.,
o Alberto da Madeira, também ajuda à festa.
Um milhão de euros [ sim, 1 milhão ] para oito minutos de foguetes no Guinness...
À conta de quem?
Mais uma vez daqueles que "não têm nada e têm tudo, os ricos em sonhos e pobres pobres em ouro".

Num país de Floribellas, o povo já nem de sonhos vive.
Porque esses - os sonhos - não enchem a barriga...
Haja decência, meus senhores...

 
At 11 de janeiro de 2007 às 17:11, Anonymous Anónimo said...

Eu já pertenço à categoria dos "desencorajados".
Sou licenciado em História, Ramo Património Cultural, já mandei dezenas de currículos, já fiz anúncios na net e emprego, nada!

Eu sei que sou estúpido pois acabei um curso que não presta para nada, num departamento onde existem alguns docentes muito mal formados.
Eu posso-vos garantir que depois de cinco anos no curso não sabia para o que servia aquela "merda", aliás os licenciados em História Património Cultural não podem ser professores de história porque não tem pedagógicas, não podem ser arqueólogos porque não tem práticas de arqueologia, e mesmo na área de património estão em desvantagem com os licenciados em património da Universidade do Algarve.

Então agora dizem que eu devo tirar uma pós-graduação ou mestrado, vou tirar com que dinheiro?

Se eu não tenho dinheiro para fazer cantar um cego.

Eu trabalho no duro, mas foi para isso que eu andei na universidade?

Foi para isso que eu paguei propinas?
Como pode o estado português manter um curso como o de História de Património, durante anos, se este curso tem poucas saídas?

Foi só para empregar os amigos dos amigos?

Olhem vão à merda vocês e mais a vossas pos-graduações, e não me provoquem porque eu estou desesperado a flipar da tola e qualquer dia transformo-me num mártir de alá e chego ao departamento e arrebento comigo e com aquilo tudo.

 
At 11 de janeiro de 2007 às 21:12, Anonymous Anónimo said...

DESCULPEM POR TER ESTUDADO!...

E que tal falarem a sério do desemprego?

Se têm falta de referências, aqui vai:
6 ANOS ATRÁS.
Curso de Professor do 1º Ciclo e 2º de Educação Visual e Técnológica, na Escola Superior de Educação de Beja; certificado de formadora IEFP; Curso Design Multimédia.

Após 7 meses de programa ocupacional do IEFP, um centro social (que como todos os outros funciona apenas em função dos interesses dos presidentes e não das CRIANÇAS)

Resultado óbvio: DESEMPREGO!

Um ano depois e após concluir que a cidade de Ponte de Sôr está minada de interesses e conhecimentos políticos, eu que não tenho qualquer ligação partidária tive, obviamente, que sair dessa cidade (ONDE É IMPOSSÍVEL VIVER) PARA A CAPITAL!

Após 3 anos de trabalho e antes de a entidade patronal proceder à efectivação prevista por lei, não me foi renovado contrato de trabalho!

Mais uma vez DESEMPREGADA, DE VOLTA A CASA DA MÃE E A ESTA CIDADE QUE CADA VEZ ESTÁ PIOR!!!

 

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