quinta-feira, 31 de maio de 2007

A NOVA DEMOCRACIA DAS BANANAS

Há várias coisas em comum no actual PS: consegue fazer milagres.
Tem o condão de transformar uma trapalhada num furacão.
O PS é uma empregada doméstica que foi contratada para limpar a sala de pó e, quando sai de casa, ela transformou-se numa lixeira.
As declarações do ministro Lino tornaram-se uma bola de neve: a continuarem a desculpá-lo qualquer dia os dirigentes socialistas acabavam a correria na Antárctida.

O caso Charrua é um caso ainda mais grave.

Porque não é anedótico.
A directora da DREN, perante o silêncio da ministra da Educação, tornou a delação um decreto-lei.
A coberto da democracia tornou-se o sector público uma ditadura típica da república das bananas.
Claro que, no actual PS, depois desta tolice terceiro-mundista, em vez de os responsáveis terem bom senso tentaram remediar o erro com mais milagres da multiplicação do dislate.
Se fosse um personagem da Disney, a directora da DREN seria o Urtigão, que com a sua espingarda disparava sobre tudo o que movia.
Depois da sua atitude, em que disparou sobre a democracia e a deixou ferida, correram em seu auxílio os enfermeiros do PS.
Pior a cura do que a doença. E, como se os dislates não fossem suficientes, um excelso deputado do PS veio dizer que o cargo de Charrua era de confiança política, do PS, perdão, do Governo, perdão, da política educativa do país. Isto é: o país é o PS e, se alguém não cumpre a voz do dono, rua.
A nova democracia das bananas está assim explicada.
No Parlamento, vulgo a casa do povo.


F.S.

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6 Comments:

At 31 de maio de 2007 às 15:32, Anonymous Anónimo said...

O primeiro-ministro de Portugal anda a correr mundo, correndo.

Para onde quer que vá, lá vem ele, o nosso primeiro, de ténis, calções e ‘t-shirt’ suada, correndo no Calçadão do Rio ou na Marginal de Luanda, na Praça Tiananmen ou na Praça Vermelha, em cenários de palmeiras ou monumentais, com multidão em fundo ou com trânsito cortado, com chuva ou sol, em qualquer meridiano ou paralelo. E só ainda não foi visto a correr Ceca e Meca certamente apenas por meras razões de segurança. Por razões comerciais, a corrida em Pequim correu para o torto.

A corrida é a imagem de marca do primeiro-ministro de Portugal. Mário Soares, por exemplo, exibia chapéus, barretinas, turbantes. Mas chapéus há muitos. Corredores não tantos. Para além disso, a corrida é uma modalidade nacional. Basta lembrarmo-nos de Carlos Lopes, Rosa Mota, Vanessa Fernandes, já para não falar de todos quantos foram e são corridos pela Pátria.

O primeiro-ministro de Portugal em matéria de corrida corre por correr. E se, em geral, corre mais pelo mundo fora em vez de ir correr lá para fora cá dentro, certamente é apenas porque, sendo um corredor, não corre para as galerias. Nem sequer atrás de foguetes. Em Portugal é mais acorrer aos assuntos de Estado. Lá fora, a correr é por correr.
Uma coisa é certa: como pode verificar-se pela consulta das fotos de arquivo das correrias pelo circuito mundial, o primeiro-ministro de Portugal vai sempre à frente do pequeno pelotão.

Por correr lá fora, o primeiro-ministro de Portugal corre praticamente sozinho ou pouco acompanhado. E, no entanto, é certamente em Portugal que haverá mais quem queira correr com ele. Ou, pelo menos, com quem ele devesse correr.
Rapidamente.
Em passo de corrida.

 
At 31 de maio de 2007 às 15:38, Anonymous Anónimo said...

Curso Dó-Ré-Mi de Língua Portuguesa

O Instituto Dó-Ré-Mi de Língua Portuguesa atribuiu uma bolsa de mérito ao presidente da distrital do PS-Porto, Renato Sampaio. Sobre o caso do professor da DREN que foi mandado às malvas, diz o ilustre o seguinte:
"Conhecemos as relações políticas e pessoais do professor Charrua, mas nós no PS não recebemos lições de ninguém"...
"Não há nenhuma perseguição política a ninguém. Um professor, pelas suas responsabilidades pedagógicas, não pode insultar cidadãos com palavras verdadeiramente insultuosas. Como é que um professor destes pode ensinar alunos?"

A direcção do Instituto Dó-Ré-Mi acredita que um professor destes pode ensinar alunos na exacta proporção em que um bípede que diz "não pode insultar cidadãos com palavras verdadeiramente insultuosas" pode chegar a presidente de distrital do maior partido nacional.

O Instituto Dó-Ré-Mi decidiu ainda atribuir-lhe a grande-medalha da ordem do "Chico-Esperto de Saltos Altos" pela proeza de, com a ajuda de pouquíssimas linhas, nos fazer imediatamente perceber quem no PS realmente não recebeu lições. Escolares, pelo menos.
É que o professor que insulta pessoas com palavras verdadeiramente insultuosas, e que já prometeu passar a insultar com palavras verdadeiramente elogiosas, estava na DREN e, agora sim, foi devolvido a uma escola.

 
At 31 de maio de 2007 às 15:50, Anonymous Anónimo said...

Um ministro da Economia de um governo de esquerda vai à República Popular da China publicitar as vantagens de investir em Portugal, apregoando para quem o quis ouvir que os trabalhadores portugueses não só ganham mal como ainda por cima protestam menos que os chineses.

Uma directora nomeada por um governo de esquerda por ser de confiança política saneia adversários políticos com base em conversas que lhe são contadas e, como se isso não bastasse, ainda suspende preventivamente o funcionário. O presidente da distrital do PS do Porto justifica o saneamento porque lhe terão chegado informações (só Deus sabe como um quadro do PS tem acesso a informações sobre o comportamento de funcionários de uma Administração Pública paga pelos impostos de todos os portugueses, será que também são os contribuintes a pagar a que rede de bufos que o informa?). Os deputados do PS opõem-se a que a ministra da Educação vá explicar a situação, justificando esta posição com base num processo disciplinar que está em curso, sabendo-se que um processo disciplinar não passa de um processo administrativo em que todas as decisões são tomadas por entidades da confiança política do PS, começando pela escolha do instrutor e acabando na decisão final; como é mais do que certo que vai haver um recurso para o Supremo Tribunal Administrativo em vez de ser a ministra a ir ao Parlamento vai ser o Parlamento a visitar a ministra no lar de terceira idade onde ela estiver a passar tranquilamente os seus últimos dias.

O governo de esquerda desvaloriza os funcionários públicos, proletarizando-os, retirando-lhes os direitos e fazendo regabofe dos anos que dedicaram ao Estado, faz das negociações com os sindicatos um processo manhoso em que se limita a dar conhecimento do que já decidiu e promove medidas contra as quais o próprio Sócrates se manifestou na campanha eleitoral.

O ministro das Finanças de um governo de esquerda dá cobertura política e justifica um director-geral que faz coação sobre os funcionários em vésperas de uma greve geral, o primeiro grande atentado contra o direito à greve em democracia.

O governo de esquerda promoveu um aumento generalizado dos impostos, principalmente dos que são pagos pelos que menos ganham ou pelos que mais estão a deixar de ganhar e, em contrapartida, reintroduz os benefícios ficais, que favorecem os mais ricos e proporcionam lucros adicionais à banca.

O governo de esquerda supera a crise com uma receita digna de Milton Friedman e apesar de promover uma transferência brutal de riqueza dos mais pobres para os mais ricos não consegue resultados palpáveis, para além de um raquítico aumento das exportações tradicionais.

Ainda bem que o Governo é de esquerda! Que mais nos poderia acontecer se se tivéssemos um governo de direita...

 
At 31 de maio de 2007 às 17:47, Blogger O Semeador ao Pó das Obras said...

Onde está o PS?
Será isto o PS?
Tudo isto no PS é fado!

 
At 31 de maio de 2007 às 18:55, Anonymous Anónimo said...

Renato Sampaio, o líder distrital com que o PS entendeu envergonhar o Porto, afirmou a propósito do caso Charrua:
«Não há nenhuma perseguição política a ninguém. Um professor, pelas suas responsabilidades pedagógicas, não pode insultar cidadãos com palavras verdadeiramente insultuosas. Como é que um professor destes pode ensinar alunos?»
Há nestas declarações uma enorme confusão (para além de uma sintaxe inenarrável).
Em primeiro lugar, contar uma anedota sobre a licenciatura de Sócrates, tal como o fazem centenas de milhares de portugueses diariamente, é muito diferente de «insultar».
Depois, segundo julgo saber, Fernando Charrua foi afastado da DREN e enviado para um liceu. Ou seja, o seu castigo, para já, foi precisamente ser despachado para juntos dos alunos. Portanto, conclui-se, a DREN e o seu inefável público defensor e chefe material (quiçá espiritual?), Renato Sampaio, entendem que um professor que, na sua versão, insulta «cidadãos com palavras verdadeiramente insultuosas» deve ser mantido o mais perto possível dos alunos...

 
At 31 de maio de 2007 às 23:31, Anonymous Anónimo said...

Segundo notícia de hoje no Público, o presidente da distrital do PS-Porto, de seu nome Renato Sampaio, sabe que o professor Fernando Charrua insultou o primeiro­‑ministro em vários momentos e em diferentes locais públicos da DREN. Fiquei naturalmente comovido ao ler esta informação, pelo que, pensei então, ela revela do enorme interesse que o referido político manifesta pela educação em Portugal. É, aliás, bem representativo dessa preocupação o facto de Renato Sampaio já estar informado do que se passou, antes de ser conhecido o resultado do inquérito em curso na DREN, o que só se pode explicar por uma atenção tão minuciosa aos acontecimentos que lhe permite desvendar aquilo a que os comuns mortais não acedem. Depressa imaginei o professor Charrua munido de um megafone a percorrer os corredores da DREN (supondo que lá existam corredores) e a gritar insistentemente, como um disco rachado, o mesmo insulto, sempre dirigido ao primeiro­‑ministro.
Mais adiante na notícia do Público, porém, algo lançou a minha ingenuidade ao solo e a estilhaçou em mil fragmentos. Foi quando deparei com uma afirmação de Renato Sampaio (que parece desmerecer o apelido), segundo a qual «nós no PS não recebemos lições de ninguém». A menos que o jornalista não tenha ouvido bem, o que estas palavras significam é que o problema não consiste, afinal, na suspensão de um funcionário por um superior hierárquico, mas de uma decisão política, que o presidente da distrital se apressou a defender. Valerá, então, a pena introduzir uma alteração na sigla da Direcção Regional, que, à maneira de alguns partidos do tempo do PREC, passaria a contar com um anexo ou uma extensão, a saber, DREN-PS?

 

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