quarta-feira, 20 de junho de 2007

A SAÚDE VAI DE MAL A PIOR

Depois dos fechos de urgências, maternidades e SAP, da redução das comparticipações nos medicamentos, a machadada final no Serviço Nacional de Saúde vem aí.
O ministro Correia de Campos já tem o machado levantado, mas, pelos vistos, esconde-o atrás das costas.
Trata-se de um relatório sobre a sustentabilidade do SNS que o ministro diz que não existe.
Ora o relatório que não existe foi ontem divulgado na íntegra pela TVI.
Aí se conclui que o que a Constituição prescreve sobre o direito à saúde dos portugueses é, à semelhança de outros direitos sociais, letra morta para o actual PS.
Várias especialidades já desapareceram (por falta de investimento em meios humanos e equipamentos) do SNS e foram sendo silenciosamente privatizados 92% dos utentes do SNS (em geral os portugueses mais pobres) que precisam de dentista já não o encontram no SNS e têm que recorrer a privados; e do mesmo modo 67% em Oftalmologia e Ginecologia, 54% em Cardiologia, 45,5% em Ortopedia.
Mais: prevê-se o fim da ADSE e mais subsistemas de saúde, o fim das isenções de taxas moderadoras, o fim do desconto das despesas de saúde no IRS, e por aí adiante.
Não deixa de ser irónico que seja um Governo do PS o cangalheiro do SNS.
Que pensarão disso António Arnaut e o PS socialista?

M.A.P.

O relatório da Comissão para a Sustentabilidade do Financiamento do SNS.

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1 Comments:

At 22 de junho de 2007 às 16:14, Anonymous Anónimo said...

Keynes disse que quando os factos mudam, ele mudava as suas ideias. Nesse aspecto o ministro Correia de Campos parece um pilar de cimento: como olha de frente para a chamada sustentabilidade da saúde, nunca olha para o lado. A sua política é sempre a mesma: aumenta-se os custos para o utente.
Seja como taxas, impostos ou o fim de sistemas que beneficiavam quem quer que seja. E, no limite, fecham-se serviços, com o argumento de que não há suficientes pessoas para garantir a sua rentabilidade. Correia de Campos pode ser o melhor técnico do mundo. Mas de uma coisa há poucas dúvidas: ele não conhece a sensatez política. A política do Ministério da Saúde já nos diferencia muito pouco de um país do terceiro mundo. Quem tem dinheiro vai para a Suiça. Quem não tem recursos, paga impostos para o Estado, taxas e, como o serviço é cada vez mais degradado, ainda paga para ser atendido num serviço privado ou em Espanha. Correia de Campos é o Shrek da saúde portuguesa. Parece uma figura de carne e osso mas, na realidade, é a figura animada que corrói com ácido ministerial o que resta do que julgávamos fosse uma das funções do Estado. Um estudo que, pelos vistos, foi entregue ao Ministério da Saúde, mostra como o Ministério da Saúde tem nas mãos mais um dos célebres estudos para acertar na testa e no bolso dos utentes da saúde portugueses. Tudo, claro, em nome da saúde financeira do "sistema". Correia de Campos tem um "by-pass" na mão. E os portugueses vêm-no através de binóculos alugados

 

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