terça-feira, 19 de junho de 2007

O VERDADEIRO DESERTO...

Portugal é um dos três países mais desertificados da Europa, segundo foi anunciado ontem, Dia Mundial da Luta contra a Desertificação, pela Agência Espacial Europeia e pela Desert Watch.

Alguns meios de comunicação disseram que se tratava da comemoração do Dia Mundial mas por cá não há nada para comemorar a esse respeito.

Dir-se-á que Portugal é um país do Sul, mais atreito às alterações climáticas no sentido do aquecimento global.
Mas esse é apenas um dos aspectos em relação ao qual a desertificação avança em Portugal, no estrito sentido da degradação dos solos.
Mas em matéria de desertificação, o problema em Portugal fia mais fino.
O ano de 2006 foi designado internacionalmente como Ano dos Desertos e Desertificação, facto que em Portugal ficou marcado pelo premeditado estrangulamento da Comissão de Coordenação do Plano de Combate à Desertificação.
A Comissão procedeu a algumas iniciativas de sensibilização para o fenómeno. E, no final do ano, despediu-se com alguma amargura prevendo o pior para o futuro do país, pois estas questões não se resolvem com anúncios de boas intenções e quanto a orçamentos, estruturas e políticas estamos falados.
Portugal não combate eficazmente os incêndios, que são uma emergência visível a olho nu e nos telejornais, quanto mais uma fenómeno de médio e longo prazo que não dá directos às oito da noite.


Por outro lado, o poder político em Portugal tem sido, e neste particular é cada vez mais, um poderoso aliado dos factores climáticos que fazem avançar a desertificação.
Por cada escola ou posto de saúde que fecham, o governo contribui para a desertificação.
É uma política deliberada, com a qual perde o país e a generalidade da população.

Mas há quem ganhe e muito.



João P.Guerra

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2 Comments:

At 19 de junho de 2007 às 22:20, Anonymous Anónimo said...

Se não fosse o ministro Mário Lino ninguém teria imaginado camelos deste lado do Estreito, o perigo da desertificação é coisa do passado, o que está a dar é o CO2 e nem os ecologistas se preocupam muito com o assunto. Foi necessário a Agência Espacial Europeia (ESA) ter concluído no âmbito do projecto ‘Desert Watch’ que Portugal é um dos países mais atingidos pela degradação dos solos e, em consequência, pela desertificação.

Mas o problema não se limita nem reside na degradação dos solos, a desertificação não se limita a uma questão estritamente ambiental e o problema não é apenas do domínio da geografia. Desde que Portugal entrou para a União Europeia que uma boa parte do território e da população activa foram deixados ao abandono, a maior parte do nosso mundo rural está excluída da Política Agrícola Comum e o nosso Ministério da Agricultura tem-se limitado a negociar e a gerir os preços e as ajudas comunitárias.

Para as populações excluídas da “agricultura moderna” pouco mais restou do que a criação de cabras e ovelhas. A PAC não contempla a maior parte do nosso mundo rural, as suas OCMs e os seus mecanismos de intervenção e de trocas foram desenhados para as agriculturas de alguns países, designadamente a França.

Cavaco Silva, o primeiro-ministro que mais votos recebeu do nosso meio rural, esqueceu esta agricultura abandonada por Bruxelas, durante os seus governos assistiu-se a uma abrupta redução da população activa agrícola com as consequências que estão à vista. Depois dos governos de Cavaco Silva nada mudou, os ministros da Agricultura continuaram a fazer política agrícola nas viagens a Bruxelas, o tecido social da agricultura continuou a degradar-se, as fórmulas tradicionais de produção desapareceram, as variedades vegetais autóctones foram abandonadas, o eucalipto, o pinhal e o mato tomou conta das serras.

Até hoje nenhum governo entendeu a necessidade de políticas activas que visem combater a desertificação de uma boa parte do país, políticas que devem visar a sustentação do rendimento dos agricultores e que assegurem opções agrícolas e florestais adequadas às exigências ambientais.

Os problemas do mundo rural não resolvem transformando agricultores em serventes de pedreiro das grandes obras públicas ou alugando meios aéreos para combater os incêndios que vão queimando um campo abandonado e sem vida humana. As chamadas medidas ambientais não passam de alcagoitas para tranquilizar as consciências dos ministros da agricultura, é necessário muito mais, começando pela coragem e competência dos nossos próprios ministros da Agricultura.

 
At 19 de junho de 2007 às 23:15, Anonymous Anónimo said...

O mais chato da conversa do sr ministro, e que os burros da margem norte do Tejo, vem poluis os ares da margem sul. E que vem dar ma fama a quem e inteligenteo que e uma pena.
Aind anao vi aQuercus a manifestarem-se comtra esta invasao de um Habitat livre de asnos por essa especia da margem norte que vem poluir e alterar o ecosistemsa dos inteligentes

 

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