terça-feira, 10 de julho de 2007

NADA FÁCIL, COMO SE VÊ...

Temos que reconhecer que não seria nada fácil escolher as Sete Maravilhas do Portugal político, económico, social e cultural.

Claro que há monumentos que se distinguem pela sua persistência, como a Cauda da Europa, conjunto escultórico em que se conjugam padrões nacionais que vão do menir do analfabetismo funcional, ao obelisco da ganância e ao busto da corrupção.

Em matéria de costumes, o ancestral e bem português cuspir para o chão seria certamente ultrapassado por novos hábitos civilizacionais tais como estacionar em cima dos passeios ou das passadeiras.

No domínio cultural teríamos, como uma das potenciais maravilhas, o hábito de não saber distinguir um boi de um palácio, embora esse fosse um item altamente pressionado por um outro mais moderno que consiste em confundir a obra-prima com a prima do mestre-de-obras. E isto tem tanto mais acuidade quanto mais determinante é o papel do mestre-de-obras na democracia.
Não saber nada de coisa nenhuma e até ter raiva a quem sabe, eis outro obelisco inseparável da monumentalidade cultural portuguesa.

A amnésia é outro monumento nacional muito acarinhado pelos poderes, com a particularidade de ser cultivada de uma forma selectiva: faz-se por esquecer o essencial da evolução histórica e por manter presentes todos os símbolos de tacanhez que atrasaram o País.

No capítulo dos cenários político-económicos, o pântano de Guterres seria imbatível, não fosse tudo o que veio a seguir: a banhada e fuga de Durão, as trapalhadas de Santana. E como se tudo isto não bastasse, temos por fim, proporcionado pelo actual Governo, o cromeleque da tolerância democrática e da sensibilidade social, monumentos da idade da pedra.

Nada fácil, como se vê.


João P.Guerra

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4 Comments:

At 10 de julho de 2007 às 20:06, Anonymous Anónimo said...

Da liberdade à lealdade fascista
A lealdade que um empregado deve ao seu empregador significa que um médico funcionário público não deve criticar o ministro da Saúde? E significará que um professor funcionário público não pode criticar o primeiro-ministro? Ou significará que os pode criticar apenas em casa, no segredo do seu domicílio e na presença apenas de familiares, desde que garanta que nada transpira?

Sejamos claros: o entendimento segundo o qual um funcionário público está proibido de criticar o Governo por o primeiro se encontrar na dependência hierárquica do segundo é um entendimento que atropela os mais elementares direitos democráticos, que visa amordaçar a liberdade de expressão e coarctar a participação política dos cidadãos, instaurar um clima de medo e de obediência aos chefes e tornar permissíveis todos os abusos dos poderes. Esse entendimento é um entendimento anti-democrático e antiliberal, próprio de uma ditadura. Que se exija uma lealdade aos chefes que proíbe a crítica política é algo que não merece outra qualificação senão de fascista.

O clima de restrição das liberdades que o Governo de José Sócrates está sub-repticiamente a impor à Administração Pública, através do seu exemplo ao país, é preocupante e inaceitável por homens e mulheres livres. (...)

Poderia haver um inaceitável exagero nesta indignação se, perante estes abusos pontuais (e é verdade que ainda são pontuais), os membros do Governo envolvidos tivessem reagido com determinação para repor o clima de liberdade, justiça e tolerância e para reprimir os aprendizes de pides que lhes lambem as botas. Mas não: quer o primeiro-ministro quer os ministros da Saúde e da Educação nada fizeram nesse sentido, confortando pelo contrário, com a sua acção ou inacção, os mais baixos instintos dos seus acólitos ou seguiram-lhe mesmo os passos.

A liberdade não é algo que esteja garantido eternamente. Os atentados à liberdade têm e terão sempre excelentes argumentos: eficácia, organização, competitividade, segurança, respeito. (...) haverá mesmo membros do Governo português que, quando não o eram, se teriam indignado com estes abusos e que, agora que o são, os recebem como inevitáveis se não convenientes. É triste. Cabe aos cidadãos, aos sindicatos, aos partidos (também ao PS) mostrar aos poderes que a liberdade não é algo de que já estejamos dispostos a abdicar.

José Vítor Malheiros
PÚBLICO, 10.07.2007

 
At 11 de julho de 2007 às 00:05, Anonymous Anónimo said...

Não há nada como ver as sondagens a cair e ouvir uma vaia tsunamica num estádio de futebol para transformar um primeiro-ministro insensível na mais simpática das criaturas, semanas depois de as decisões desumanas de duas juntas médicas andarem nas primeiras páginas dos jornais Sócrates veio a público que tinha ficado chocado. Ficou mas não falou, só o fez semanas depois e quando tem a percepção de que está em queda. Pior ainda, ficou chocado mas deu cobertura aos responsáveis com o seu silêncio.

Não basta encobrir responsabilidades dizendo que vai adoptar nova legislação, a legislação actual não determina que um professor seja obrigado a dar aulas quando já está mudo e o seu cancro próximo da fase terminal. por muito menos há muito boa gente que se livra do trabalho. Além disso o professor que veio a falecer recorreu para o presidente da CGA e nada se fez.

Este caso é uma violação elementar dos direitos humanos perpetrado por um burocrata sem perfil para o lugar, se Sócrates está mesmo chocado só lhe resta demitir os responsáveis começando por demitir o presidente da Caixa Geral de Aposentações.

Se o primeiro-ministro ordenou a reavaliação das juntas médicas é porque não confia no trabalho que foi feito e se não confia nesse trabalho como pode confiar no presidente da CGA?

Não estaremos perante lágrimas de crocodilo?

 
At 11 de julho de 2007 às 15:04, Anonymous Anónimo said...

O Primeiro Ministro de Portugal anda a evitar o Povo.

O Povo que o amava!?!?!?

Foi triste verificar que a inauguração da ponte do Carregado a Banavente teve dois tempos: O tempo formal e o tempo da participação popular.

O Primeiro Ministro evitou o Povo! Teve medo de mais uma sinfonia de assobios!

Muito mau sinal! Quando os governantes saltitam para não ouvirem quem os elegeu, está o caldo entornado!

A vaia no Estádio da Luz - cada vez tenho mais orgulho em ser lampião! - deixou José Sócrates numa situação muito delicada.

Foi expontânea; Foi genuina; Foi monumental; Foi vista por centenas de milhões de pessoas.

Que orgulho eu tive nesse "Povo que lava no rio"!

Mas a parte mais delicada é que foi presenciada por representantes - que estavam no Estádio da Luz - da China; da India, dos Estados Unidos da América; do Reino Unido; da Austrália; da Grécia; da Jordânia; do Mèxico; do Perú; do Brasil; de Espanha; do Egipto; de Itália; de França; da Alemanha; do Cambodja; da Russia´e outros.

Esses representantes reportaram aos seus governos a vaia.

No plano da União Europeia as coisas começam a ficar feias. E aqui o Presidente da República não tem meios para socorrer o Primeiro Ministro.

A Polónia não cede.

O Reino Unido prepara-se para boicotar a cimeira UE/África.

A União Europeia, através da Comissão ,deu uma machadada nas relações de Portugal com Angola.

Tiveram tanto tempo para interditar o espaço aéreo europeu à TAAG , mas a Comissão - uma vingança de Durão Barroso? - só tomou medidas na Presidência Portuguesa.

A defesa deste Governo de José Sócrates cada vez mais se parece com a defesa de Salazar: O défice; a economia, blá , blá blá!

E o Povo onde está? O emprego, o crescimento, a saúde, a educação, as liberdades cívicas como a liberdade de expressão, de reunião, de pensamento, a paragem da emigração?

No tempo do Governo de José Sócrates , quais reminiscências socráticas, começam a aparecer palavras como "Bufo"; "bufaria"; "perseguição política"; "policia do pensamento"; "censura".

Ao que chegamos!!!!

E só de pensar que eu aprendi no PS precisamente o contrário, nos 20 anos que ali estive, de 1977 a 1997!

E pensar que José Sócrates e António Costa aprenderam a defesa da liberdade, o combate à intolerância , a defesa do humanismo, dos trabalhadores, do Povo, pela mesma cartilha que eu aprendi no PS!!!!!

Hoje até tenho pena. Onde o meu amado País foi ancorar!

Claro, eu nunca entrei na maçonaria! Não gosto de avental! Por isso não compeendo certas coisas no PS que virou o centro da actividade maçónica.

O que os interesses económicos fazem de um País!

Portugal fica a perder.

José Sócrates não conseguirá nada de positivo , para Portugal, na presidência europeia.

As outras potências europeias é que têm o poder, o conhecimento, os meios para progredir, enquanto que Portugal não passa do pedinte, que tem um Primeiro Ministro que é vaiado, que não tem qualquer capacidade de influênca junto das outras nações.

E é vaiado porque ninguém em Portugal ganha com a política seguida pelo Governo PS: Nem os trabalhadores ; nem a classe média; nem os empresários; nem os jovens; nem os idosos.

Ganha Espanha onde até as portuguesas são obrigadas a ir parir!

Como disse Gil Vicente: "Antes burro que me carregue ,que cavalo que me derrube".

 
At 11 de julho de 2007 às 21:01, Anonymous Anónimo said...

Fiquei chocado porque a Cidade d ePonte Sor nao concorreu as maravilhas, ganhavamos quase todas :
1 - A rotunda ao pe do Pavilhao
2 - O jardim no ex largo da feira mais a treta d emarmore que la esta
3 - O palmeiral do Estadio
4 A rotunda do domingao
5 O edificio dada fundacao d atreta

 

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