JUROS E MAIS JUROS...
Nos últimos dois anos os juros aumentaram mais de dez vezes.
Cada vez mais as famílias não conseguem pagar as prestações dos seus empréstimos, que aumentaram 20% a 30%, enquanto os ordenados permaneceram quase congelados ou desapareceram com o desemprego.
São mais de 15 000 as famílias atingidas pelas mais recentes subidas dos juros, drama que, aliás, não parece preocupar minimamente o último relatório do Banco de Portugal (pudera, o dr. Vítor Constâncio e os seus amigos continuam a não ter qualquer dificuldade para fazer face às prestações dos respectivos créditos ).
Por outro lado, agravou-se no segundo trimestre deste ano a tendência de queda na construção.
O sector parece ter caído cerca de 23% - na construção de edifícios mais de 12%, nas restantes obras de engenharia acima dos 40% -, reflectindo com nitidez as dificuldades acrescidas que a subida dos juros provocam nas decisões de compra e de investimento.
Entretanto, o Banco Central Europeu (BCE) ameaça aumentar este mês as taxas de juro!
Mais uma vez!
Para o BCE nada conta, nem que os juros tenham já superado os valores do início do século, que os aumentos provoquem o descalabro de cada vez mais famílias, que a actividade produtiva se confronte com condições de financiamento cada vez mais difíceis ou que os baixos níveis de crescimento económico sejam incapazes de criar emprego - muito em particular em países como o nosso, que está há anos com crescimentos bem abaixo dos ritmos já de si moderados dos seus parceiros europeus.
Mas então não há ninguém que ponha o BCE na ordem, que diga ao sr. Trichet, ao sr. Constâncio e a outros que tais que deveriam dedicar mais atenção à economia real e às pessoas?
Sócrates e o Governo Português, que presidem neste semestre aos destinos da UE, podiam e deviam ter já dito e feito alguma coisa para travar esta espiral (quase) suicida de subida dos juros.
Só que se calam que nem ratos, não querem perturbar a pretensa independência do banco central nem querem admitir que o BCE tem que passar a trabalhar orientações que promovam o crescimento e o emprego em vez de se dedicar apenas aos malabarismos germanófilos para controlar uma inflação que há muito não preocupa.
Na verdade, o que Sócrates não quer é introduzir qualquer debate que o faça desviar do seu objectivo de fazer aprovar um tratado contranatura que (não por acaso) pretende consagrar a tal independência do BCE.
Depois é capaz de nos vir dizer que não tem nada a ver com as subidas de juros nem pode fazer nada para as evitar...
H.N.
Cada vez mais as famílias não conseguem pagar as prestações dos seus empréstimos, que aumentaram 20% a 30%, enquanto os ordenados permaneceram quase congelados ou desapareceram com o desemprego.
São mais de 15 000 as famílias atingidas pelas mais recentes subidas dos juros, drama que, aliás, não parece preocupar minimamente o último relatório do Banco de Portugal (pudera, o dr. Vítor Constâncio e os seus amigos continuam a não ter qualquer dificuldade para fazer face às prestações dos respectivos créditos ).
Por outro lado, agravou-se no segundo trimestre deste ano a tendência de queda na construção.
O sector parece ter caído cerca de 23% - na construção de edifícios mais de 12%, nas restantes obras de engenharia acima dos 40% -, reflectindo com nitidez as dificuldades acrescidas que a subida dos juros provocam nas decisões de compra e de investimento.
Entretanto, o Banco Central Europeu (BCE) ameaça aumentar este mês as taxas de juro!
Mais uma vez!
Para o BCE nada conta, nem que os juros tenham já superado os valores do início do século, que os aumentos provoquem o descalabro de cada vez mais famílias, que a actividade produtiva se confronte com condições de financiamento cada vez mais difíceis ou que os baixos níveis de crescimento económico sejam incapazes de criar emprego - muito em particular em países como o nosso, que está há anos com crescimentos bem abaixo dos ritmos já de si moderados dos seus parceiros europeus.
Mas então não há ninguém que ponha o BCE na ordem, que diga ao sr. Trichet, ao sr. Constâncio e a outros que tais que deveriam dedicar mais atenção à economia real e às pessoas?
Sócrates e o Governo Português, que presidem neste semestre aos destinos da UE, podiam e deviam ter já dito e feito alguma coisa para travar esta espiral (quase) suicida de subida dos juros.
Só que se calam que nem ratos, não querem perturbar a pretensa independência do banco central nem querem admitir que o BCE tem que passar a trabalhar orientações que promovam o crescimento e o emprego em vez de se dedicar apenas aos malabarismos germanófilos para controlar uma inflação que há muito não preocupa.
Na verdade, o que Sócrates não quer é introduzir qualquer debate que o faça desviar do seu objectivo de fazer aprovar um tratado contranatura que (não por acaso) pretende consagrar a tal independência do BCE.
Depois é capaz de nos vir dizer que não tem nada a ver com as subidas de juros nem pode fazer nada para as evitar...
H.N.
1 Comments:
Meu caro Sr.
Não é necessário por o BCE na ordem, pois o problema não é europeu, mas sim português.
A Europa está com forte crescimento e nós parados ( a andar para trás)
Vivemos na ilusão de que os nossos governantes têm capacidade para gerir as situações de crise em que estamos mergulhados à anos.
Nada mais errado, a nossa economia é periférica e com a globalização ficámos esquecidos aqui neste cantinho.
Por este andar Portugal será um dia uma coutada dos partidos politicos que continuarão a brincar aos governos e o povo a voltar a sair de Portugal à procura de condições para viver.
Isto já está a acontecer
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