segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

SÃO UNS GRANDES ... !


É bom constatar que nem tudo é negativo neste país.

Afinal nem todos os jovens pertencem à geração à rasca.

A boa notícia é que o actual governo está a recrutar jovens prodígios portugueses para assessores e/ou adjuntos, mediante um simpático vencimento da ordem dos três mil euros mensais.

E só podem ser prodígios, porque quem é especialista em qualquer coisa aos 24 anos é um fenómeno!

Já sei que as más línguas irão dizer que são boys que ali estão a troco de favores que os partidos do governo devem aos progenitores.

Pura má língua.

Temos que acreditar que os nossos governantes são sérios, e que se os jovens chegaram tão rapidamente ao este patamar é porque o merecem e não devem ser confundidos com aqueles que, embora também titulares de cursos superiores, ou estão no desemprego ou se ficam pelos quinhentos euros mensais, a recibo verde e a título precário.

Agora percebo porque é que tenho tanta dificuldade em compreender algumas medidas anunciadas pelo governo.

É que provavelmente estarão sustentadas pela vasta experiência destes especialistas, e eu ainda não atingi o seu nível de desenvolvimento intelectual para as entender.

Viva a democracia!

Lista de 29 assessores / adjuntos de Ministérios, todos de idade inferior a 30 anos, havendo 14 especialistas com idades entre os 24 e os 25 anos.

MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL (2)
Cargo: Assessora
Nome: Ana Miguel Marques Neves dos Santos
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
Cargo: Adjunto
Nome: João Miguel Saraiva Annes
Idade:28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.183,63 €
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS (1)
Cargo: Adjunto
Nome: Filipe Fernandes
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 2.633,82 €
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (4)
Cargo: Adjunto
Nome: Carlos Correia de Oliveira Vaz de Almeida
Idade: 26 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
Cargo: Assessor
Nome: Bruno Miguel Ribeiro Escada
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 2.854 €
Cargo: Assessor
Nome: Filipe Gil França Abreu
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 2.854 €
Cargo: Adjunto
Nome: Nelson Rodrigo Rocha Gomes
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA (2)
Cargo: Assessor
Nome: Jorge Afonso Moutinho Garcez Nogueira
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
Cargo: Assessor
Nome: André Manuel Santos Rodrigues Barbosa
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 2.364,50 €
MINISTRO ADJUNTO E DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES (5)
Cargo: Especialista
Nome: Diogo Rolo Mendonça Noivo
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
Cargo: Adjunto
Nome: Ademar Vala Marques
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
Cargo: Especialista
Nome: Tatiana Filipa Abreu Lopes Canas da Silva Canas
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
Cargo: Especialista
Nome: Rita Ferreira Roquete Teles Branco Chaves
Idade: 27 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3069,33 €
Cargo: Especialista
Nome: André Tiago Pardal da Silva
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
MINISTÉRIO DA ECONOMIA (8)
Cargo: Adjunta
Nome: Cláudia de Moura Alves Saavedra Pinto
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,34 €
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: Tiago Lebres Moutinho
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,34 €
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: João Miguel Cristóvão Baptista
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,34 €
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: Tiago José de Oliveira Bolhão Páscoa
Idade: 27 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,34 €
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: André Filipe Abreu Regateiro
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,34 €
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: Ana da Conceição Gracias Duarte
Idade: 25 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,34 €
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: David Emanuel de Carvalho Figueiredo Martins
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,34 €
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: João Miguel Folgado Verol Marques
Idade: 24 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,34 €
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (3)
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: Joana Maria Enes da Silva Malheiro Novo
Idade: 25 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
Cargo: Especialista/Assessor
Nome: Antero Silva
Idade: 27 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
Cargo: Especialista
Nome: Tiago de Melo Sousa Martins Cartaxo
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,33 €
MINISTÉRIO DA SAÚDE (1)
Cargo: Adjunto
Nome: Tiago Menezes Moutinho Macieirinha
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 3.069,37 €
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DA CIÊNCIA (2)
Cargo: Assessoria Técnica
Nome: Ana Isabel Barreira de Figueiredo
Idade: 29 anos
Vencimento Mensal Bruto: 2.198,80 €
Cargo: Assessor
Nome: Ricardo Morgado
Idade: 24
Vencimento Mensal Bruto: 2.505,46 €
SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA (1)
Cargo: Colaboradora/Especialista
Nome: Filipe Martins
Idade: 28 anos
Vencimento Mensal Bruto: 1.950,00 €

Fonte: http://www.portugal.gov.pt


Etiquetas: , , , , , ,

4 Comments:

At 17 de janeiro de 2012 às 16:07, Anonymous Anónimo said...

Um dos aspectos mais miseráveis da política económica seguida pelo governo é a opção clara por salvar das consequências dessa mesma política o maior número possível de apoiantes do governo e, principalmente, os chamados boys. Não admira que a justificação dada nos bastidores para a opção para o corte dos subsídios da Função Pública, tenha sido de natureza eleitoralista, o governo tramou aqueles cujo voto não esperava ter.
Agora o país ficou a saber que em Portugal há uns rapazes que estão acima dos portugueses, com o falso argumento da independência os senhores do Banco de Portugal vivem à grande e à francesa à custa dos portugueses.
A independência não se traduziu em bifes para os juízes, os militares ou mesmo para o Presidente da República, mas funcionou para os rapazolas do Banco de Portugal que podem viver à margem das dificuldades do país, é como se pertencessem a uma pequena comunidade de luxemburgueses ricos a viver em Lisboa.
Compreende-se o argumento da independência, o motorista do senhor Costa, governador do banco, ou a sua secretária pessoal não podem perder a sua independência porque o país seria expulso do euro, mas o presidente do Supremo Tribunal de Justiça já pode perder os subsídios porque a sua independência em relação ao executivo é coisa de menor importância.
Sim senhor!
Mas o problema é mais grave, o ministério mais apressado no processo de reestruturação que supostamente se destinava a aliviar os contribuintes foi precisamente o ministério das Finanças e graças a esta reestruturação e pela “calada da noite” mexeu-se no Estatuto do Banco de Portugal, algo que ninguém tinha dito ser necessário. E qual foi a consequência dessa pequena mexida?
Foi blindar o Banco de Portugal contra as medidas de austeridade destinadas à populaça.
Esta pressa do ministério das Finanças em reestruturar-se a tempo de alguns dos seus ficarem a salvo da austeridade é duvidosa e mais duvidosa é quando o ministro das Finanças era, à data em que ocupou o cargo governamental, consultor do Banco de Portugal, função a que poderá voltar quando abandonar o governo.
Isto é, quando deixar o governo Vítor Gaspar poderá regressar ao conforto das mordomias do Banco de Portugal que ajudou a salvar.
Se era de estranhar a escolha de Hélder Rosalino para o cargo de secretário de Estado da Administração Pública deixou de o ser.
O rapazola tem pouco mais do que uma modesta licenciatura, desconhecia inteiramente o que é o Estado e no seu currículo não há uma linha que faça dele um potencial membro do governo com a responsabilidade pela reforma da Administração Pública.
Agora percebe-se a sua escolha, foi o responsável pela gestão dos recursos humanos do Banco de Portugal, tendo sido igualmente responsável pela gestão do fundo de pensões do banco. Está explicado, o homem não sabe nada de Administração Pública mas percebe muito de remunerações e pensões do Banco de Portugal, um dossier que também interessa ao ministro.
Compreende-se agora a razão porque o ministro foi buscar um gestor do Banco de Portugal para mexer no Estado!
Já no governo de Sócrates tivemos um secretário de Estado que mudou tudo mas na hora de sair refugiou-se no Tribunal de Contas onde ficou livre de todas as medidas que adoptou e ainda vai ganhar um subsídio de residência vitalício.
Não seria de admirar que como sucedeu com o antecessor, o Rosalino regresse brevemente ao Banco de Portugal, já fez o serviço e pode regressar para onde fica a salvo da austeridade muito graças às suas próprias decisões.
Como muito bem diz o povo, quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é parvo ou não tem arte!

 
At 17 de janeiro de 2012 às 21:00, Anonymous Anónimo said...

É só emprego/tachos para gandulos formados na Universidade de Verão da JSD.

 
At 18 de janeiro de 2012 às 23:40, Anonymous Anónimo said...

Olha, é uma reforma estrutural! Afinal existem mesmo, fazem-se com partidos de direita e em democracia. Chamem as galinhas com dentes e levem-nas com os porcos de bicicleta a visitar o unicórnio voador. Agora que já caminhamos sobre a água, só falta saber para onde vamos: temos reforma, o que se faz com ela? A pergunta é para si, senhor empresário.

Alvíssaras, Álvaro Santos Pereira, alvíssaras, Pedro Passos Coelho. A reforma do mercado de trabalho era necessária há muitos anos. Grande parte dela já havia até sido concluída no Governo de José Sócrates, basta ver a facilidade com que se despediram milhares nos últimos anos. Mas sobrava uma última rigidez: o despedimento individual. Era como dobrar uma barra de ferro. Agora, se os tribunais não implicarem, será dúctil como plasticina. Era uma aberração: ter o despedimento colectivo instantâneo e o despedimento individual impossível.

A reforma é toda para isto: para baixar custos às empresas (nas rescisões, nas horas extraordinárias) e ao Estado (menos subsídio de desemprego), para que se trabalhe mais tempo (menos férias, folgas e feriados) e para enunciar a liberalização do despedimento. Sim, é uma enunciação, pois os termos para a inadaptação do posto de trabalho são tão ambíguos que o tribunal pode no mesmo gesto abrir ou fechar a porta.

Mas esta é também uma reforma feita para consumo externo, para agradar aos mercados, como confessou o ministro da Economia, para saciar a troika, para pontuar melhor nos "rankings" de competitividade.

Tudo o que é perdido, é o trabalhador que perde. Tudo o que é ganho, é a empresa que ganha. Tudo o que é omisso, é omisso para o trabalhador, para o precário ou para o desempregado. Com um caso gritante: e os recibos verdes, pá? Nada, não há quase nada. Mas esse é tema para um outro editorial. Para já, fiquemos no que está no acordo, olhemos para o meio copo, porque hoje é dia de celebração.

O acordo é bom, pois a situação era desequilibrada a favor do trabalhador. Mas agora acabou-se a ladainha e o ramerrão. O Governo sai de cena e a lei deixa de ser bode expiatório: aos patrões foi dado aquilo que nem nos sonhos mais selvagens eles esperavam ter. Agora que têm a varinha mágica na mão, precisam de mostrar que sabem usá-la, que não a abanam por vingança, que não a viram contra si mesmos.

Deixemo-nos de histórias: o primeiro efeito desta mudança da lei será de destruição. Há milhares de empresas que estavam à espera disto para avançar com os despedimentos. Porque precisam de reduzir a sua capacidade, os seus custos, e porque não querem pagar milhares de euros em indemnizações. Depois dessa mortandade anunciada, inicia-se um novo ciclo.

É aqui que entram os chefes, os empresários e os patrões. A concertação social deu-lhes os meios que eles sempre reivindicaram, nunca mais poderão queixar-se se não de si mesmos. Ou são bons gestores, ou são maus gestores. E tendo em conta o estado das nossas empresas, a sua fragilidade financeira, a observação de que os trabalhadores portugueses trabalham bem no estrangeiro e em multinacionais, as expectativas estão baixas. A nossa capacidade de gestão é genericamente fraca. Temos muitos chefes incultos, gestores que não imaginam como se motiva, lidera, envolve e premeia, empresários muito pouco exigentes em relação a si mesmos. Todos eles estão hoje radiantes mas ficarão preocupados se a sua própria incompetência se tornar visível. É também por isso que esta reforma é boa, porque separará os bons gestores dos empresários duma figa.

Pedro Santos Guerreiro
In: Jornal de Negócios
18-Janeiro-2012

 
At 23 de janeiro de 2012 às 10:31, Anonymous Anónimo said...

Só as moscas é que mudaram! A MERDA É A MESMA.

 

Enviar um comentário

<< Home