CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR QUER VENDER O PARQUE DE CAMPISMO DE MONTARGIL
A Câmara Municipal de Ponte de Sor, presidida pelo socialista Taveira Pinto, quer vender o Parque de Campismo da Barragem de Montargil, propriedade e construído pela Câmara Municipal, concessionado à Orbitur.
Onde chega a
“grandiosa” gestão do
Taveira Pinto,
que já vende património municipal.
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Vai aparecer uma OPA para aquisição do seguinte património municipal:
- Sagolga;
- Carpintaria e pré-fabricados;
- Antigos Paços do Concelho;
- Terrenos do Rasquete ao Pintadinho {neste negócio está metido até às orelhas o antigo-vereador Luís Jordão};
- Tapada do Telheiro;
A ser verdade esta notícia, importa saber se se mantêm os fins para que foi construído ou se terá outro destino.É que depois de anos e anos à espera não se entende esta alienação de património, a não ser que haja gato escondido com rabo de fora e o Dr. Taveira queira acabar com uma obra que ofusca a sua noção de concelho que se reduz à cidade e de preferência à cidade dos seus amigos e apaniguados.
É O CAPITALISMO ESTÚPIDO
VAI por aí uma euforia tonta com as OPA e a Bolsa de Lisboa. Em tom entusiasmado, garantem-nos que estão de volta os bons tempos do optimismo económico e da «dinamização» da sempre letárgica Bolsa de Lisboa, e juram até que os simpaticamente chamados «investidores internacionais» estão de volta ao mercado de capitais português. Confesso que não percebo tanta euforia: quando os abutres financeiros voltam a pairar no céu é porque há carne fresca para engolir. Como habitualmente, as vítimas vão ser os ingénuos que ouviram dizer que «a bolsa está a dar» e que, sem tempo, conhecimentos e «contactos», vão meter lá as suas poupanças só para perceber que chegaram tarde e a más horas, porque os «investidores internacionais» e os especuladores nacionais já «realizaram mais-valias» e, ala que se faz tarde, foram-se para outras paragens. Já assisti, pelo menos, a duas conjunturas de euforia bolsista entre nós, e não me lembro que a bolsa tenha saído credibilizada ou que o país tenha visto a sua riqueza acrescida, as suas empresas mais competitivas ou a economia mais sólida. Lembro-me, sim, de algumas fortunas feitas em «over-night» e de algumas empresas sem futuro capitalizadas até ao absurdo, e logo vendidas pelos seus proprietários.
Mas a verdade é que andam todos eufóricos, com estes jogos de OPA e contra-OPA. Ensinam-nos, até às décimas, a composição societária da Sonae, da PT, da EDP, do BPI, do BCP, do BES, ficamos a saber quem está por trás de quem, quem está com os espanhóis e quem é suspeito de «patriotismo», quais são os negócios com marca da Opus Dei e os da Maçonaria, e, em tom íntimo, ouvimos dissertar sobre as intenções do Paulo, do Belmiro, do Ricardo, do Fernando e do Engenheiro. Espantados, vemos o acossado presidente da PT discursar às tropas comparando-se ao general Kutuzov resistindo ao Napoleão-Belmiro às portas de Moscovo, e vemos os amigos de ontem acusarem-se de ataques «hostis» e, entrelinhas, de quererem roubar à má-fila o negócio alheio. A paz implodiu entre os cavalheiros da finança, mas, aparentemente, isto é um bem para o país, tão bom que os ministros do Governo não disfarçam a sua satisfação com o que consideram «a retoma da confiança» e «a demonstração de que o mercado funciona». Não compreendo: não foi Marx quem ensinou que é assim que o capitalismo caminha para a sua autodestruição, engolindo-se todos uns aos outros? E não são estes, apesar de tudo, ministros de um governo socialista?
Mas há mais coisas que, estupidamente, me custam a compreender que façam a euforia de um Governo socialista, observando de fora, e deleitado, este espectáculo de miúdos a jogar Monopólio. Vejamos: se, depois de sucessivas fusões e aquisições, só restam praticamente três bancos privados portugueses, não é mau para a concorrência e para os consumidores que um deles engula outro? Com mais de meio milhão de desempregados, não é pior que as anunciadas OPA resultem também em já anunciados despedimentos? Quando se quer impor o aumento da idade da reforma, é saudável que se anunciem, como resultante das OPA, reformas antecipadas, chamadas tecnicamente de «aproveitamento de sinergias»?
E, já agora, o principal: de onde vem tanto dinheiro? À custa de quem foram obtidos os astronómicos lucros da EDP? É sem dúvida louvável que o presidente-cessante da empresa se despeça dando um bónus de 120 euros a cada um dos seus 8.000 trabalhadores (além dos tradicionais e infinitamente mais generosos prémios aos administradores, decididos por um órgão societário, hoje determinante, chamado «comissão de vencimentos»): mas não seria mais louvável que tivéssemos a electricidade mais barata, conforme foi solenemente prometido quando se privatizou a EDP? E o que andava a PT a fazer com tanto dinheiro que, só agora, sob ameaça, resolveu dobrar o dividendo dos accionistas, assim como só agora se dispõe a aceitar o fim do seu confortável monopólio de facto na rede fixa? Não teria sido possível, sem OPA, ter aberto o sector à concorrência muito antes, para que o telefone tivesse deixado de ser entre nós um produto de luxo e os portugueses não fossem obrigados a sofrer o pior e mais caro serviço de telefone fixo de toda a Europa?
E os lucros dos bancos, santo Deus?! Como é que num país onde o PIB cresce 0,5% e os depósitos dos clientes, geridos «private» e profissionalmente, pouco mais valorizam do que a taxa de inflação (e, vá lá, vá lá...), os bancos conseguem apresentar lucros de 60 e 70%? E como podem pagar em média 10% de IRC sobre os lucros - graças ao «off-shore» da Madeira, à «consolidação fiscal» e a uma série de bonificações e isenções - enquanto os seus clientes pagam até 42% de IRS e o porteiro do banco alguns 20%? Onde está a riqueza do país correspondente à riqueza destes gigantes nacionais? Onde estão as empresas que crescem e criam empregos e riqueza graças a financiamento acessível, energia a preços concorrenciais e telecomunicações eficientes e baratas?
Sim, eu sei: lá fora, dizem-nos, é igual. «Lá fora», e «na vizinha Espanha», em particular, também há OPA e «off-shores» e fusões e lucros absurdos no sector financeiro. Já me explicaram isso vários economistas, vários ministros, vários pragmáticos - e eu continuo sem perceber bem. Também sei que há a «globalização» e a necessidade de as nossas principais empresas ganharem «dimensão crítica», para resistirem a investidas do estrangeiro e não termos de cair na situação onde agora se encontram espanhóis e franceses, inventando legislação retroactiva e batotas de emergência engendradas pelos governos, para defenderem os seus «campeões nacionais». Mas, permitem-me um desabafo? A finalidade do capitalismo, como aliás a de toda a economia, não é a satisfação das necessidades individuais? Pois se assim é e se vivemos num incontornável mundo globalizado, a mim, enquanto consumidor e destinatário final das politicas económicas, é-me indiferente a nacionalidade da operadora telefónica, da seguradora do meu carro ou do banco que me financia o crédito à habitação: quero é poder escolher entre quem melhor me sirva.
Por teimosia patriótica ou por necessidade estratégica, acho prudente não abrirmos mão de algumas coisas, mas de outra natureza: a água, a língua e a cultura, a paisagem natural e o património, as 200 milhas, as leis e tradições de vida em sociedade, a Justiça pública, a Caixa Geral de Depósitos, a Selecção Nacional de Futebol e o arquipélago dos Açores. Acrescento, por razões de pura política, mais duas instituições, que acho que devem ser defendidas e até subsidiadas: a agricultura e o Vasco Pulido Valente. A agricultura, por razões à vista de preservação da vida rural e da paisagem e de povoamento e ordenamento do território; o Vasco Pulido Valente, porque, sem o seu pessimismo extremo, temo que já não restassem, por oposição, quaisquer razões para optimismos.
Agora, de duas uma: ou se quer ver o mercado funcionar a sério e então não são admissíveis distorções à concorrência nem situações de favor e privilégio; ou isto não é a sério e não finjam que é, quando dá jeito, e que já não é quando aqui d'el rei que vêm aí os espanhóis engolir os nossos «campeões nacionais.
Miguel Sousa Tavares
In:EXPRESSO
Era muito bom que fossem esclarecidas todas as questões sobre este assunto da venda do parque de campismo de Montargil.
Bem como as ligações que o sr.Engº. Luís Jordão mantem com empresas do imobiliário, bem como as ameaças deste senhor aos perquenos proprietários de terrenos nas margens da albufeira de Montargil, os quais tem sido ameaçados com a expropriação se recusarem a venda à referida empresa.
Na sequência deste artigo recordo-vos esta história real, que mostra bem, como as pessoas deste concelho são mais avançadas que determinados politicos "turbo-capitalistas" do Partido Socialista de Ponte de Sôr:
Há dias reencontrei uma pessoa rica em valores simples.
Um autodidacta que passou para o outro lado da vida: a marginalidade.
Errante, transformou-se num filósofo de arcada.
Comia, dormia e pensava nas traseiras do prédio onde habitava.
Íntimo do álcool, dos plásticos onde guardava restos de comida oferecida e dos trapos velhos, emitia o seu saber sobre tudo.
Adormecia com os gatos e acordava com os pardais que alimentava.
Confundia-se com os animais.
Durante anos teve residência fixa na mesma arcada donde o avistava da janela de minha casa. E era dela que agendava briefings com o filósofo.
Resultado: ficámos amigos.
Um dia perguntei-lhe o que desejaria ter sido em termos profissionais. Retorquiu o seguinte: “só queria o dinheiro para comprar a morte e, assim, viver eternamente; “depois compraria um aquário gigante, mas enchia-o de vinho e punha-me lá dentro a nadar como um peixe”. Quando regressei à realidade, constatei que as pessoas ditas normais, diziam coisas diferentes: “Estou a passar por um mau momento”; “este é um período diferente”.
Mas depressa me apercebi de que esses períodos difíceis ocorriam com uma frequência cada vez maior; tornaram-se uma característica permanente da vida dessas pessoas. Contudo, alguns amigos diziam-me, “isto está difícil, é o mês de Agosto; a Primavera é sempre uma altura má”, etc. Interessei-me pelo fenómeno. Cedo descobri que se tratava de gente madura e com talento. Muitos tinham carreira na administração pública, editores, engenheiros, cientistas, executivos, professores e outros liberais. Viviam em boas casas, tinham carros de alta cilindrada, e até barcos e veraneavam várias vezes ao ano.
Na prática, todos elas reconheceram estarem a viver melhor do que dantes, a ganhar mais dinheiro, a viver em casas maiores, a ter carros mais potentes, usar roupas de marca. Porém, quase sem excepção, estavam todas numa “fase difícil”. Foi só ao fim de algum tempo que associei a abundância da nossa sociedade ao facto de essas pessoas se sentirem cada vez mais infelizes. Erguia-se diante mim uma tremenda contradição.
Resolvi então marcar novo briefing e lá fui para a arcada debater as questões do nosso tempo e da nossa cidade com o meu amigo filósofo de rua.
Ante a contradição, deu-me algumas explicações que exprimiu sob a forma interrogativa.
Qual é a sensação de pobreza?
Que sofrimento psicológico a acompanha?
Acrescentou que a pobreza sempre andou associada com o medo e a ansiedade acerca do futuro, o medo do abandono (como lhe sucedera com a família), o medo do perigo físico por dormir ao relento, o medo do assalto constante, o medo da solidão.
O álcool ajudava a criar essa fronteira de segurança ilusória e manter a temperatura do corpo.
Era assim que este amigo via os seus semelhantes: “os pobres eram gente encurralada, tensa, ardilosa, rude, sem esperança, consumida por fantasias, drogas e venenos que lhes destruíam os corpos sem evasão possível”. Dizia-me: “vejo-me a viver e a morrer como um animal. As nossas vidas são a própria imagem do Inferno. Férias, lazer, reforma, família, divertimento – tudo isso desapareceu. O tempo já não nos pertence. A moeda do tempo depreciou-se e degradou-se tanto que desapareceu”.
Dizia que tudo isso sucede por causa da globalização (in)feliz, da complexidade e da evolução sem controlo das sociedades. A reunião da OMC em Cancún para a liberalização do comércio mundial, reflecte essa desigualdade falseando o jogo da concorrência, agravada com os imorais subsídios que os países ricos dão aos seus produtores, barrando o acesso aos países pobres.
É essa incerteza, como a vida dos pobres, que alimenta o actual debate político (encobrindo interesses) mas também apurando a teoria dos sistemas complexos dinamizada pelos múltiplos actores e relações que modernizam as sociedades e as desenvolvem (sem controlo).
Confesso que aprendi mais sobre teoria da globalização na arcada do prédio da cidade do que anos na academia ou nas conferências da Gulbenkian.
Em lugar do controlo voluntarista da política, o que se deve identificar é um processo de co-evolução, onde as inter-relações entre um grande número de agentes são mais determinantes do que as decisões emanadas do poder político ou do poder económico.
Globalização, para este filósofo de arcada, é planificação sem controlo.
A esta luz, o desenvolvimento das redes digitais e os canais de mobilidade dos factores produtivos e das mercadorias e serviços, não foram planificados por ninguém, resultaram do funcionamento do sistema no seu conjunto.
Para o Zé Carlos, a quem dedico este texto, a globalização é uma soma de contingências, um contexto de risco e incerteza. O desequilíbrio biológico pode ser-lhe fatal, mas não tem de o ser para a espécie, cuja mudança lhe permitirá a adaptação a novas condições de vida.
Dramático para mim não é saber que o Zé Carlos não vê TV nem lê jornais, mas que continua a dormir ao relento e os políticos não perdem o sono em boas casas.
Um sono que é “um monstro apoiado em muletas” como explicou Freud e desenhou Dalí…
O que espera a oposição para divulgar este esquema?
Lá vem a nau Catrineta
que tem muito que contar
esta nau, diz o poeta
El-Rei a mandou armar
e de Rosa a fez zarpar
para uma nova demanda
é D. Carita quem comanda
a barquinha em alto-mar
dessa odisseia sem par
de loucos navegadores
ouvi agora senhores
outra estória de pasmar
Já com a família real
na Catrineta instalada
a Raínha D. Isabel e D. João José
o gato, o cão e a criada
a governanta anafada
o mordomo e o jardineiro
o periquito e o cocheiro
o segurança à entrada
deu a barca uma guinada
com tanta força a estibordo
que os que estavam a bombordo
malharam contra a amurada
"...Ó meu Shumacher frustrado
da caravela real
acaso tu estás drogado
meu estúpido animal?!
deves ter ido ao Casal
à barraca do Vassalo
comprar meia de cavalo
e a meia caiu-te mal?
espera aí ó meu pardal
meu carocho safardana
vou-te tocar a pavana
e fazer o funeral!..."
"...Alto e pára o bailarico
ó Rambo do Vale de Vilão
se te armas em manjerico
chupas já uma em surdina
vê lá se essa tola atina
que o homem sabe o que faz
há que fazer marcha atrás
e pôr a nau à bolina
acaso alguém imagina
nenhum de vós eu presumo
qual é o caminho ou rumo
que será dado à "menina"?
O que disse El-Rei João José
quando foi entronizado?
que assim logo que possível
a mim seria ordenado
que levasse com cuidado
a nau a porto seguro
por isso aqui vou e juro
que cumprirei o mandado
eu e todo o almirantado
desta barquinha real
que é de El-Rei de Ponte de Sôr
tal qual como reza o fado..."
D. Carita, o Capitão
falava, voz seca e dura
pés bem assentes no chão
mãos pousadas na cintura
entrou na ponte na altura
em que a manobra era feita
a nau virava à direita
na mão hábil e segura
da esguia criatura
que ao leme estava plantado
tendo o seu rosto embuçado
com o gorro de lã pura
"...Desculpe lá Capitão
a malta estava a brincar
mas bati com o cú no chão
quando o gajo a fez guinar
agora estou a topar
-perdão se sou indiscreto-
é um agente secreto
quem a nau vai a guiar?!
poderei eu perguntar
-por favor não leve a mal-
continua o Carnaval
ou há baile a preparar?!..."
"...Podes, podes marujinho
só que eu não vou responder
pensas que és engraçadinho?
pois então fica a saber
que adivinhe quem souber
vai à bruxa ou chama a fada
de mim não saberás nada
não sei se estás a entender
se o embuçado quiser
que se revele à geral
até lá meu animal
fica o mistério a moer..."
Virou costas D. Carita
retrocedendo o caminho
deixando o pobre do Luís Jordão
ali a falar sozinho
juntando-se num molhinho
alguns quantos da ralé
devagar, pé-ante-pé
e sussurrando baixinho
chegaram mui de mansinho
ao homem do leme à ré
que ali estava de pé
firme e hirto, direitinho
O mistério era total
quem seria o mascarado
e porque estava afinal
ao leme um gajo embuçado?!
nisto um miúdo danado
teve uma ideia brilhante
e logo ali naquele instante
chamou os outros do lado
com ar entusiasmado
disse p'rós seus companheiros:
"...camaradas marinheiros
querem isto desvendado?..."
Sentou-se sobre uma amarra
fincou-se em pose fadista
e pegando na guitarra
logo ali ergueu a crista
o miúdo era um artista
um talento de verdade
estava na flôr da idade
e tinha tique bairrista
com o embuçado à vista
soltou a voz melodiosa
qual João Freire da Rosa
no fado da reconquista
A turba ficou espantada
de olhar extasiado
aquela voz cativava
que bem que cantava o fado
foi então que o mascarado
também se deixou levar
decidindo acompanhar
o miúdo no seu fado
perante a admiração geral
descobriu-se o embuçado
era El-Rei D. João José
houve cavanço geral
ficou o fado estragado
Alguem ja se perguntou porque o PDM da barragem foi alterado? a quem serviu a alteração? quem ganhou com isso?
Alguem ja perguntou a quem serve o Aeroporto internacional d ePonte de Sor?
Alguem ja perguntou quem beneficiou com a obra da antiga moagem?
Agora pergunta-se a quem beneficia a venda do Parque Campismo?
Pedimos aqueles que se apelidam de gestores e finaceiros(que se fossem bons estariam ja em empresas privadas)que ainda tem para privatizar o cemiterio, as belas rotundas, a beleza do novo jardim, o mini-golf
e as torres de Pisa perdão do estadio minicipa, e ate a propria camara, pode ser que depois d eprivada trabalhe melhor
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