segunda-feira, 27 de março de 2006

INFORMAÇÃO DO PCP SOBRE ÁGUAS DE CONSUMO PÚBLICO NO CONCELHO DE PONTE DE SOR

ÁGUAS DE CONSUMO PÚBLICO


ACUSAMOS:TÊM-NOS VENDIDO VENENOS NA ÁGUA DE CONSUMO
Mandámos fazer análises. A água do poço do Laranjal, em Ponte de Sor, a de Torre das Vargens e a de Vale de Açor acusaram a presença de hidrocarbonetos (no primeiro caso mais de 100 vezes o permitido na lei). A água de Vale de Bispo, se estiver ligada ao sistema da Torre das Vargens, deverá estar nas mesmas condições.
Os hidrocarbonetos são substâncias altamente cancerígenas no sistema digestivo dos seres vivos.


Foi um segredo bem guardado até Janeiro passado, altura em que os jornais publicaram a informação técnica do IRAR - Instituto Regulador de Águas e Resíduos, sobre os resultados das análises químicas das águas consumidas no concelho de Ponte de Sor durante o ano de 2004.

ARSÉNIO, ALUMÍNIO, FLÚOR, BACTÉRIAS...: TUDO EM EXCESSO face ao que a legislação permite desde 2001. Nesse ano, a lei portuguesa aplicou a norma europeia que à luz das mais recentes investigações científicas sobre a matéria, determinou que se baixassem a maior parte dos parâmetros químicos que existem na água para que seja considerada adequada ao consumo humano.

Durante estes 4 anos, o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, os Vereadores do PS e o Engenheiro responsável pelo sector, foram cúmplices de um segredo bem guardado: conheceram a realidade do abastecimento, em que as águas fornecidas não obedeciam às normas legais em vigor e não informaram a Câmara, a Assembleia Municipal ou qualquer dos órgãos autárquicos das Freguesias visadas, nem os consumidores, nem o Delegado de Saúde Concelhio, sobre a situação real que existia no abastecimento, a qual pode ter tido ou fez correr sérios riscos para muitos consumidores com problemas de saúde, para os mais idosos, as crianças, as grávidas e os respectivos fetos e para a população em geral.

Pelos dados que detemos, suspeitamos que as cumplicidades do silêncio e do abafar da situação acerca desta questão, ultrapassam este grupo restrito de responsáveis no concelho – o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, os Vereadores do PS, o Engenheiro do sector - e que alguns elementos da administração distrital de saúde, durante estes anos, também terão recebido atempadamente as informações sem que as tenham transmitido ou alertado fosse quem fosse sobre a grave situação.

Todos são cúmplices e responsáveis morais pelas doenças graves que apareceram ou podem ter dado origem ou que ainda, podem vir a originar em muitos dos habitantes do concelho que com regularidade diária, consomem uma água que contém ou tem contido elementos químicos que pela sua natureza, estão na origem de cancros, lesões irreversíveis de fígado, Alzheimer, agravamento ou mesmo a morte antecipada dos que sofrem de insuficiências renais.

Em Ponte de Sor, quantos terão visto o seu final de vida antecipado, devido à composição química da água?

Quantos doentes do concelho que fazem ou fizeram hemodiálise durante estes anos, viram o seu estado de saúde agravar-se porque o simples acto de cozer os alimentos com água com excesso de alumínio, os estava a fazer ingerir um elemento químico que para eles significa o agravamento do seu problema de saúde?

Quantos idosos tiveram fracturas graves, devido à fragilidade dos seus ossos, resultantes da acção directa de alguns destes componentes em excesso na água de consumo?

Mesmo depois da publicação pelo IRAR, dos dados referentes a 2004, o Presidente da Câmara de Ponte de Sor continuou a negar aos Vereadores da oposição os boletins das análises relativas aos anos de 2001, 2002, 2003 e 2005, informando apenas que já tomou medidas e que está tudo sob controlo, dizendo que está a recorrer ao que de melhor existe no País.

Só que as “medidas” têm 5 anos de atraso!

Sabemos que em parte dos casos, a simples alteração da posição das bombas melhorou em muito a qualidade das águas no que diz respeito ao Arsénio, sem ser necessário recorrer aos equipamentos que existem no mercado para tratamento e retirada do referido elemento químico em excesso. Esta medida só prova que a situação que temos tido se deve exclusivamente a incúria, desleixo e desprezo pela saúde dos outros, em nome de um secretismo inclassificável que, sem alarmismos, pudesse informar os munícipes sobre a grave situação real e tivesse resolvido o problema.

Entretanto, temos assistido, ao fornecimento de informação branqueada aos meios de comunicação social locais, como se tudo não passasse de uma simples e passageira inquinação da água.

Como se tudo fosse simples e não houvessem problemas graves por resolver.

Apesar da tentativa de aligeiramento sucessivo das responsabilidades que se têm passado nestes últimos dois meses, o Secretariado da Comissão Concelhia de Ponte de Sor do PCP decidiu chegar ao fundo do problema.
Perante a sonegação de informação praticada sucessivamente pelo Presidente da Câmara, este Secretariado arranjou o dinheiro necessário através dos seus eleitos e mandou confirmar, num laboratório acreditado, as análises de parte das águas de que havia informação e indícios de excesso dos elementos químicos citados.

Dos dados recolhidos, podemos afirmar que tem existido uma situação muito grave na cidade de Ponte de Sor, em Vale de Açor, em Torre das Vargens e, provavelmente, em Vale de Bispo Fundeiro (o abastecimento nestas 3 localidades costuma estar interligado).

Tivemos conhecimento que na visita feita pelo Presidente da Câmara a um dos furos de Torre das Vargens que abastece a aldeia, Vale de Açor e Vale de Bispo, acompanhado de um Engenheiro do Instituto Superior Técnico e do Delegado de Saúde de Ponte de Sor, todos verificaram que a água colhida junto à origem, apresentava manchas de óleo, cuja causa se desconhece.
Apesar disso, essa água ainda esteve alguns dias a abastecer o consumo.

Perante a gravidade da situação e apesar do preço elevado, decidimos mandar fazer análises completas a uma amostra de água recolhida em Torre das Vargens e a uma outra colhida em Vale de Açor, numa torneira em frente à Escola Primária, a todos os parâmetros químicos que a lei condiciona e regulamenta.

INFELIZMENTE VERIFICARAM-SE OS PIORES CENÁRIOS do que o Presidente da Câmara tinha visto pessoalmente e para o qual demorou dias a tomar medidas.

O LABORATÓRIO INFORMOU-NOS QUE A REFERIDA ÁGUA DA TORRE DAS VARGENS E DE VALE DE AÇOR CONTÉM HIDROCARBONETOS - UM DOS PIORES VENENOS QUE SE PODE INGERIR NA ÁGUA DE CONSUMO HUMANO - COM REPERCUSSÕES DIRECTAS NO APARELHO DIGESTIVO DOS SERES VIVOS.
A SITUAÇÃO É TÃO GRAVE QUE A LEGISLAÇÃO NÃO PERMITE SENÃO A PRESENÇA DE VESTÍGIOS (UMA MILÉSIMA DE MILIGRAMA!!!) DESTE PRODUTO QUÍMICO.

Perante a situação QUE CONHECEMOS E QUE TODOS CONHECEM DO POÇO DO LARANJAL - espinha dorsal do abastecimento da cidade e onde foram depositadas milhares de toneladas de entulhos, em que se incluíam restos de asfaltos, posteriormente enterrados depois da denúncia pública feita pelo PCP, E PARA CUJA SITUAÇÃO ALERTÁMOS DESDE HÁ PELO MENOS CINCO ANOS, TODAS AS AUTORIDADES e a população em geral, decidimos mandar fazer também análises completas àquelas águas.

INFELIZMENTE VERIFICOU-SE A PIOR SITUAÇÃO - também foi identificada a presença de hidrocarbonetos na amostra colhida à saída do Poço do Laranjal. O Poço de Laranjal abastece a maior parte da cidade de Ponte de Sor, através do depósito do chamado “Cabeço do Prior”.

Diante da gravidade da situação, consultámos um especialista na matéria que nos confirmou o que genericamente se conhece e tentámos informar a Câmara Municipal, na respectiva reunião de dia 22 de Março, reclamando do seu Presidente, o encerramento imediato do poço que é a origem principal do abastecimento da cidade, bem como decidímos prestar uma informação detalhada à população e às autoridades sanitárias sobre a questão.

Em 22 de Março participámos a situação e esta informação ao Delegado de Saúde de Ponte de Sor. Em conferência de imprensa do mesmo dia, demos conhecimento à Comunicação Social local.

Vimos agora dar conhecimento público das nossas iniciativas continuadas na salvaguarda do abastecimento público de água.

Informar que vamos distribuir massivamente esta informação acerca das medidas que reclamámos e que esperamos já tenham sido tomadas;
Informar que, por julgarmos estar perante uma situação muito grave de abuso do poder, por sonegação de informação que a Lei determina dever ser regularmente publicitada, do conhecimento de todos os interessados e dos órgãos autárquicos e que esta falta de conhecimento teve ou pode ter tido sérias consequências na saúde individual de cada munícipe, vamos enviar uma participação ao Sr. Procurador-Geral da República, requerendo que o assunto seja averiguado e determinadas as responsabilidades;
Informar as populações de Ponte de Sor, Vale de Açor, Torre das Vargens, Vale de Bispo, Tramaga, Montargil, Vale de Vilão e Foros do Mocho da situação real da água que bebe e comprometermo-nos a publicitar, logo que disponíveis, todos os resultados das análises relativas aos anos de 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005, algumas das quais se têm encontrado disponíveis nos sítios da internet www.irar.pt e www.iambiente.pt, tendo outras sido requeridas ao IRAR, em requerimento ao abrigo do Código de Procedimento Administrativo, de que aguardamos a resposta, já que o pedido sobre a matéria, feito pelos Vereadores da CDU ao Presidente da Câmara, não foi respondido nos 10 dias a que está obrigado e já decorreram 42 dias.


O Secretariado da Comissão Concelhia de Ponte de Sor do PCP

11 Comments:

At 27 de março de 2006 às 23:00, Anonymous Anónimo said...

Para que se preocupam? Os próximos cabazes de natal que o Pinto vai oferecer, serão compostos só com garrafoes de água do Luso.

 
At 28 de março de 2006 às 09:40, Anonymous Anónimo said...

Acha que não há matéria para preocupação?!
Taveira Pinto conhece pelo menos desde há 5 anos que a água do concelho não está em condições e não mexeu uma palha para travar o problema...

Haja modéstia para permitir aceitar comunicados deste tipo (seja de que partido for), porque o que está em causa não é político. É mais grave: É DE SAÚDE PÚBLICA.

Em política, só nos metemos porque queremos. Na saúde pública, é diferente: vivemos no ecossistema que construímos, para o bem ou para o mal.

Uma coisa já concluí: está a haver um bom trabalho da oposição.

 
At 28 de março de 2006 às 13:57, Anonymous Anónimo said...

Os proximos cabazes nao sao agua do luso, mas sim 605 forte para todos os comunas do concelho. È vergonhoso aproveitarem-se deste problema tao grave para fazer propaganda politica... sao mm do pior...

 
At 28 de março de 2006 às 14:09, Anonymous Anónimo said...

Ó Nelo ja sabiamos que a sua personagem era gay agora ficamos a saber que o sr é um grande filho da puta

 
At 28 de março de 2006 às 15:50, Anonymous Anónimo said...

Não são os comunistas que vão beber o 605 forte, porque, os cabazes de natal são só para os amigos/as do Pinto.

 
At 28 de março de 2006 às 15:57, Anonymous Anónimo said...

Nelo/Idalia não quer propaganda, quer que os Pontessorenses sejam envenenados em silêncio.
Sou Social-democrata, mas, acho que estas situações devem ser denunciadas por todos os que delas tiverem conhecimento.
Nelo/Idalia gostaria que este problema, que é da reponsabilidade do seu dono, fosse abafado, nem que para tal voltasse a haver censura.

 
At 28 de março de 2006 às 17:33, Anonymous Anónimo said...

Concidadãos desta cidade:

A presente informação, vem colmatar a falta de informação da cmps sobre a qualidade da àgua que fornece aos seus municipes, (que até hoje ainda não tomou um posição pública honesta e rigorosa sobre o assunto)
Este comunicado até poderia ser do CDS/PP, do PPD/PSD ou até do PS se ele tivesse dirigentes locais sérios e honestos, que não é o caso.
O triste desta história da água, é que tudo o que aquí vem escrito é verdade, i.e. o presidente da cmps não é capaz de desmentir nada, só lhe vai restar ofender, como já é normal acontecer.

 
At 29 de março de 2006 às 11:40, Anonymous Anónimo said...

A verdade a que temos direito.

 
At 13 de abril de 2006 às 23:18, Anonymous Anónimo said...

Agora percebo porque estiveram os tubos de água tanto tempo furados por debaixo da ponte (a àgua não presta)

 
At 13 de abril de 2006 às 23:23, Anonymous Anónimo said...

sabem porque é que o Esteval do largo está com estêvas plantadas e não flores? não é preciso rega e com as flores ao regarem tinham morte imediata devido á água.

 
At 19 de abril de 2006 às 22:39, Anonymous Anónimo said...

eh caraças!!!! estes 2 ultimos anonimos sao uns rapazes muito engraçados. Metem ca um piadao. tchi o tubo furado é muito. e o das flores mortas?! todo eu rejubilo por dentro de tao engraçado que estes totos sao. MORRAM

 

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