quarta-feira, 19 de abril de 2006

POBRE PAÍS O NOSSO... [parte II]

Estamos tramados



As Finanças Públicas são tema privilegiado.
Não por fudamentalismo, mas porque sem finanças sãs não há economias saudáveis.
Ontem o Banco de Portugal confirmou o que andamos aqui a dizer há meses: o Governo não tem mão na despesa pública.

No ano passado, a despesa consumiu 47,9% do Produto Interno Bruto (46,3% em 2004 e 45,7% em 2003).
No ano passado, a despesa corrente primária cresceu a taxas elevadas, próximo dos 7%.
Explicação?


Mais despesas com pensões, com pessoal (acabou o congelamento na Administração Pública...) e mais funcionários públicos.


Resultado: o défice estrutural aumentou (6% em 2005 contra 5,3% em 2004).
Mais grave ainda, no ano passado o défice primário (défice sem juros, que dá a orientação da política orçamental) disparou de 2,7 para 3,3%. Como consequência, a dívida pública, que representava 58,6% da riqueza nacional em 2004, passou para 64%.


Tudo isto, é bom realçar, apesar de a receita do Estado ter subido para 41,9% do PIB em 2005 (41% em 2004 e 40,4% em 2003).

É claro que o Governo está atento e já tomou medidas para controlar a despesa pública: os ministros terão de fazer cortes nas despesas com viagens, levarão comitivas pequenas e as viagens serão em classe turística.
Percebeu, caro leitor?


C. L.

N.R.:Pode ler o relatório do Banco de Portugal - Boletim Económico - Primavera 2006
Versão completa

2 Comments:

At 19 de abril de 2006 às 16:08, Anonymous Anónimo said...

Menos economia, mais desemprego, menos investimento, mais défice público, menos exportações, mais divergência com os outros países do euro.

O Banco de Portugal resume, assim, o que se passou em 2005 e a única surpresa nesta avaliação é de forma e não de conteúdo porque, até aqui, Vítor Constâncio manteve o silêncio e quando falou publicamente foi para apoiar a capacidade do Governo de tomar decisões e o sentido das medidas de política orçamental anunciadas.

Dito isto, a surpresa sobre o estado comatoso da economia portuguesa no ano passado não surpreende e quem diz o contrário esteve distraído ou está a mentir. Pior, ao contrário do que sucedeu em crises anteriores, desta vez, a economia portuguesa está a revelar dificuldades inesperadas para recuperar de forma consistente e sustentada da recessão de 2003. Passados dois anos, Portugal estagnou, porque não houve investimento, devido à incerteza sobre o andamento da economia (1) e às dúvidas sobre as medidas do Governo para corrigir o défice (2) e porque as empresas portuguesas não conseguem exportar, porque os seus custos estão a aumentar mais do que os dos seus parceiros (1) e porque teimam em manter a produção de produtos que ninguém quer comprar (2).

Os leitores do boletim do Banco de Portugal começam a ficar surpreendidos quando Vítor Constâncio faz tábua-rasa das conclusões da comissão dirigida por si - e que até tem o seu nome - sobre os ‘buracos’ deixados no orçamento de Bagão e enfatiza agora que, afinal, o desequilíbrio orçamental do ano passado (6%) foi superior ao de 2004, mesmo excluindo as medidas extraordinárias e o próprio abrandamento da economia. Ou seja, atribui responsabilidades directas a José Sócrates e a Teixeira dos Santos neste resultado.

A verdadeira surpresa surge nas dúvidas, expressas, pela primeira vez, sobre a capacidade do Governo de cumprir os objectivos fixados no orçamento de 2006 em matéria de redução do défice de 6% para 4,6%. O Governador do Banco de Portugal coloca assim o Governo e o ministro das Finanças sob pressão ao sublinhar que o esforço de consolidação orçamental será feito, este ano, pelo lado da receita e não a despesa, como mandam os manuais. E, em linguagem ‘cifrada’ de banqueiro central, revela as suas dúvidas sobre as medidas de reestruturação da administração pública e recorre aos alertas da Comissão Europeia para pedir mais medidas de contenção da despesa em particular a partir de 2007.

Tudo somado, fica uma certeza: apesar das críticas e das dúvidas, Vítor Constâncio deu um importante apoio ao Governo para concretizar medidas de austeridade que permitam o cumprimento do programa de redução do défice para valores abaixo dos 3% até 2009 e alterações aos mercados laborais e da concorrência que incentivem o investimento.

Sócrates agradece as dúvidas de Constâncio.

 
At 19 de abril de 2006 às 16:11, Anonymous Anónimo said...

Deve ser por isso que a nossa classe politica trabalha tanto.
Os deputados eve-los baldarem-se ao serviço para irem d eferias, claro com os vencimentos que tem sem fazerem nenhum,a nao serem inventarem comissoes para analisarem comissoes e por ai em frente....
Os nossos dirigentes vao em viagens faustosas de estado que ninguem sabe para que servem porque nunca deram em nada.
E verdade a nossa clase politica, ja nos conseguiram por nos lugares piores na comunidade ate piores que so paises de leste.
Parabens politicos portugueses e gestores que tomam conta deste pais e o tornam na lastima que esta
PARABENs

 

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