quarta-feira, 5 de abril de 2006

POBRE TERRA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE ...[ parte III ]

A pistola de Alberto Costa

Ortega Y Gasset disse, um dia, que o presidente brasileiro Getúlio Vargas fazia política de esquerda com a mão direita e de direita com a mão esquerda.
Terminou a sua carreira, de forma coerente, utilizando a mão direita para dar um tiro no lado esquerdo do peito.

O Governo de Sócrates é um seguidor destes princípios.
Só se desconhece se acabará os seus dias utilizando a mão esquerda para disparar sobre o lado direito do seu peito.
A terceira via tem destas coisas.
Alberto Costa, elo mais fraco do executivo, está a mostrar que é ministro para conseguir disparar sobre os dois lados do corpo ao mesmo tempo.

Relativamente à PJ, Alberto Costa, enleado por António Costa, está a fazer de pistoleiro destro: consegue disparar sobre si próprio com as duas mãos.
Ao mesmo tempo.
Quando confrontado com as questões de princípio levantadas pelo anterior chefe da PJ, não o demitiu.
Tiro no porta-aviões.
Quando o substituiu, depois de António Costa ter feito macumba política no círculo de poder do Governo, demitiu-o antes de ele se demitir.
Foi tarde demais.
Porta-aviões ao fundo.

Alberto Costa fez um suicídio político utilizando duas pistolas.
Para ter a certeza de que, na remodelação, será um dos que vão cair na linha da frente das trincheiras

Fernando Sobral

8 Comments:

At 5 de abril de 2006 às 15:58, Anonymous Anónimo said...

Nunca como agora foi tão pertinente a ameaça de Jorge Coelho: quem se mete com o PS, leva. Aconteceu ao director-geral da Judiciária. Por «quebra de confiança política» – justificação encontrada pelo ministro da Justiça.
Alberto Costa, que terá, também ele, descido na confiança de quem verdadeiramente conta neste Governo – Sócrates (José) e Costa (António). Mas o que por agora conta, resume-se ao afastamento de quem não se acomodou, denunciando a inexistência de condições para desenvolver a sua função. Com Santos Cabral sai o responsável pelo combate à corrupção, ao contrário de outros directores que são convidados a continuar. Só é estranho para quem ainda não percebeu a forma de relacionamento do Governo com o poder judicial. Quem afronta torna-se incómodo e, por regra, prescindível. O mesmo teria já acontecido ao procurador-geral da República se a decisão dependesse exclusivamente de Sócrates e Costa. Quem se mete com eles, leva. Os pactos para a reforma da justiça podem esperar.

 
At 5 de abril de 2006 às 16:39, Anonymous Anónimo said...

Senhores desGovernantes deste Pais ,sejam pelo menos uma vez na vida sinceros e digam que demitem os serios e competentes por causa dos jogos de bastidores, nao nos queiram fazer passar por burros.
Como um tal politico que numa entrevista a o Expresso dizia que para se tratar foi meter uma cinha ao 1º ministro frances para se tratar em Paris, quando o minnistro da saude diz que esta tudo bem por ca os colegas nao acreditam enos temos de acreditar?
DEMITAM_SE

 
At 5 de abril de 2006 às 17:16, Anonymous Anónimo said...

Existe no governo uma criatura à qual ainda não se prestou a devida atenção, salvo honrosas excepções. Falo de Ascenso Simões, secretário de Estado de António Costa e um produto típico do aparelho socialista. Recordo-me de, antes das eleições, ter lido uma sua delirante entrevista ao Independente que me fez pensar como é que um rapaz ainda relativamente novo, conseguia elaborar sobre a vida partidária como um velho cacique local. Eis senão quando o vejo aterrar no governo, não sei bem por que mão, registando aquele momento sublime na tomada de posse em que, envolvido pelos abraços do "peixe graúdo" socialista, o rapaz se emocionou. Estaria ele, já nessa altura, convencido de que não era especialmente vocacionado para aquilo para que o estavam a empossar? Alguém vê, por exemplo, o seu colega José Magalhães, oportunamente formado na boa escola da discrição comunista, a dizer mais do que deve? Cada vez que Ascenso desce à terra, ou seja, quando fala, as coisas baralham-se e alguém tem que vir logo a seguir colocar um módico de ordem. Por causa da taxa de álcool no sangue e da condução, Ascenso aparentemente voou mais alto do que o governo gostaria. Caridosamente, o ministro da Agricultura falou em "desabafo", remetendo Ascenso a um prudente silêncio. O governo é "certinho" demais - estou fundamentalmente a pensar em Sócrates, em mais uma mão cheia de membros do executivo e na propaganda - para ser verdade. Todavia os Ascensos desta vida sempre servem para nos trazer a realidade de volta.

 
At 5 de abril de 2006 às 17:17, Anonymous Anónimo said...

No tempo do dr. Santana Lopes - e mesmo do dr. Barroso - era relativamente vulgar dar com altos dirigentes da administração pública a perderem a confiança nos respectivos ministros e a baterem ruidosamente com a porta. Esta originalidade - costuma ser ao contrário - passou para o actual governo, como se viu com as declarações do ex-director da PJ. Não havia relação institucional, disse o homem várias vezes. Digamos, por piedade, que se desautorizaram mutuamente. Porém, o dr. Alberto Costa para já permanece. Nos tempos do bonzinho Guterres, ficou famoso por ter alegadamente dito que a PSP, que então tutelava, "não era a sua polícia". Pelos vistos a Judiciária também não é. É caso para perguntar a Alberto Costa se ele tem a certeza que é o "nosso" ministro da Justiça.

 
At 5 de abril de 2006 às 17:42, Anonymous Anónimo said...

Como vai Sr. Contente;
Como passa Sr. Feliz;
Diga à gente, diga à gente;
Como vai este País

Sr. Contente:
Ora viva amigo Feliz
Como vai, como tem passado?
Então o que é que me diz
Do caso da água do Taveira Pinto?

Sr. Feliz:
Bom dia amigo Contente
Agora tenho uma nova paixão
Tenho andado muito descontente
Com esta regionalização

Sr. Contente
Ele é a gripe aviária
Ele é a co-incineração
Já faltava a Judiciária
E agora a desburocratização

REFRÃO:
Como vai Sr. Contente;
Como passa Sr. Feliz;
Diga à gente, diga à gente;
Como vai este País

Sr. Feliz:
Com estes novos caminhos
Qualquer dia não sei que fazer
Parecemos uns passarinhos
Cada vez mais a empobrecer

Sr. Contente:
Deixe lá amigo Feliz
Mais vale jogar na OPV do Parque de Campismo
Qualquer dia neste País
Quem volta a mandar é a tropa

REFRÃO:
Como vai Sr. Contente;
Como passa Sr. Feliz
Diga à gente, diga à gente;
Como vai este País

 
At 6 de abril de 2006 às 08:24, Anonymous Anónimo said...

LINHA DE CRÉDITO

Para investir em Angola:

«O Governo anuncia hoje, no âmbito de uma visita de quatro dias a Angola que ontem começou, a criação de três linhas de crédito num total de 700 milhões de euros. Em declarações ao JN, o secretário de Estado do Tesouro e Finanças explicou que será constituída uma nova linha de crédito, de 300 milhões de euros, de apoio ao investimento em Angola. Segundo Carlos Costa Pina, "esta iniciativa do Governo português visa permitir que bancos portugueses (o GES, BPI, Banco Totta, BES, Millennium BCP, BPN e Américo Amorim por via do BIC já estão presentes no mercado angolano) possam financiar projectos de investimento" de Angola a realizar por empresários portugueses. Esta linha ainda está a ser negociada, mas o Executivo espera chegar a um acordo até ao final do ano.» [Jornal de Notícias]

«Proponha-se ao primeiro-ministro que depois publique uma lista com os beneficiários desta linha de crédito, porque na prática funciona como uma ajuda pública, e é bom que os portugueses saibam quem é 'ajudado' pelos seus impostos.»

 
At 6 de abril de 2006 às 08:25, Anonymous Anónimo said...

A IDIOTICE DE UM SECRETÁRIO DE ESTADO

Provocou problemas:

«A guerra da alcoolemia já chegou ao Governo. Ontem, em entrevista ao DN, o ministro da Agricultura fez tábua rasa do anúncio de Ascenso Simões que admitiu a redução da taxa de álcool ao volante. Jaime Silva garantiu que não há qualquer proposta em cima da mesa. Mais, frisou que sobre este assunto há apenas três pessoas no País que têm uma palavra a dizer: ele próprio, o ministro da Administração Interna e o primeiro-ministro.» [Diário de Notícias]

«Recomende-se a Ascenso Simões, secretário de estado da Administração Interna, que evite as oportunidades de abrir a boca, excepto à mesa das refeições»

 
At 7 de abril de 2006 às 11:48, Anonymous Anónimo said...

Há uma nova guerra intestina no Governo.

O secretário de Estado da Administração Interna, preocupado com o número de mortos na estrada, sugeriu a baixa “significativa” da taxa de álcool no sangue para os automobilistas. O ministro da Agricultura, preocupado com a clientela do sector vitivinícola, garantiu que não há qualquer proposta relativa à taxa sobre a mesa e mandou o secretário de Estado mudar de assunto. É que, frisou, em matéria de alcoolemia, só há três “pessoas no País” que terão uma palavra a dizer: ele próprio, o colega da Administração Interna e o nosso primeiro.

A taxa, recorde-se, foi fixada pelo Governo Guterres culminando um processo grotesco. O Governo baixou a taxa para 0,2 gramas por litro mas, perante as pressões do sector vitivinícola, emendou a lei subindo a taxa para 0,49. E é assim que se legisla e se governa na República corporativa. Portanto, hoje como ontem, não é verdade o que diz o ministro sobre o número e qualidade de “pessoas no País” que têm alguma coisa a dizer sobre a matéria. Porque quem diz alguma coisa de decisivo nem sequer é qualquer membro do Governo, que emana de eleições, mas as corporações, que representam interesses de grupo, por mais respeitáveis que sejam os interesses e os grupos.

A propósito da suposta baixa da taxa, o secretário de Estado é que sai rebaixado. Nem o “seu” ministro, que tutela as mesmas preocupações, saiu em sua defesa. E até mesmo no grupo parlamentar do PS se fizeram ouvir de imediato algumas vozes contra o “desabafo” do secretário de Estado em relação à taxa e em defesa dos interesses do sector vitivinícola.

Estamos nisto: um Estado de interesses, uma República corporativa. E neste caso concreto, como se sabe, não há nenhuma corporação dos mortos na estrada que, aliás, não votam nem apoiam campanhas eleitorais

 

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