terça-feira, 11 de abril de 2006

POBRE PÁTRIA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE...

ESTE PS

É no interior do próprio PS que se começam a ouvir algumas vozes de descontentamento, ou pelo menos de aviso, quanto ao rumo da governação.

Por entre a milimétrica agenda política com que o Governo vai marcando a actualidade nos media, irromperam algumas brechas que tiveram o condão de recuperar o termo trapalhada, até há pouco mais de um ano bastante em voga, para classificar alguns episódios da acção governativa.
Os desentendimentos entre os ministros Costa e a demissão do director da Polícia Judiciária, bem como as declarações contraditórias no que diz respeito à taxa de alcoolemia permitida aos condutores, vieram perturbar o sonífero estado de graça de que goza José Sócrates.
Estranhamente, o anúncio de um défice das contas públicas de cerca de 6% passou relativamente incólume e o silêncio foi de tal forma ensurdecedor que obrigou Bagão Félix, mais uma vez, a pagar a despesa do contraditório através de um artigo de opinião.

Curiosamente, ou talvez não, é no interior do próprio PS que se começam a ouvir algumas vozes de descontentamento, ou pelo menos de aviso, quanto ao rumo da governação.
No mesmo dia em que o Presidente da República inaugurava a cooperação estratégica com uma visita ao Hospital D. Estefânia para qual convidou o ministro da Saúde, Correia de Campos recebia no Diário de Notícias uma forte crítica de um membro da Comissão Nacional do PS, Reis Marques, com o mórbido título Mais facilmente se mudam governantes....
Tudo por causa das derivas liberais, que no entender deste socialista pairam na solidão do gabinete de Correia de Campos e que poderão pôr em causa um pilar do Estado Social. Daí a conclusão: Mais facilmente se mudam governantes do que se alteram fundamentos e princípios de um colectivo como é este PS.
Será?

Em primeiro lugar seria interessante saber se este PS é o mesmo PS de José Sócrates e se o colectivo faz parte ou se é ouvido pelo núcleo estratégico do Governo.
Com fina perspicácia, Marina Costa Lobo notou esta semana, a propósito da apresentação do PRACE, que os poderes do primeiro-ministro estão a aumentar, no acentuar de uma tendência que terá consequências políticas não apenas no interior do Governo, mas igualmente no interior do Partido Socialista.
A linha parece ser a da criação de uma elite dirigente plasmada com o Governo, sob a voz de comando do primeiro-ministro, e de um inerente enfraquecimento do partido, ou seja, do tal colectivo.

A outra questão que seria interessante clarificar era se a posição do primeiro-ministro relativamente ao sistema de financiamento e de acesso à Saúde está mais próxima da do dirigente Reis Marques ou da do ministro Correia de Campos.
Não só porque a resposta à mesma é importante para definir o modelo que o Governo perspectiva para uma área tão sensível e com tanto impacto nas nossas vidas, como para procurarmos compreender o que é, o que quer e para onde caminha este Partido Socialista que está hoje no Governo em Portugal.


Nuno S.

2 Comments:

At 11 de abril de 2006 às 16:55, Anonymous Anónimo said...

PEÇO DESCULPA POR NAO SER ESTE O MELHOR SITIO PA FALAR NA COISA, MAS....NÃO É POSSÍVEL ABRIREM UM POST PARA FALARMOS ACERCA DA POUCA-VERGONHA, DO HINO À IMBECILIDADE E À MEDIOCRIDADE QUE ONTEM TEVE LUGAR NA NOSSA TERRA??? SIM, FALO DO "PROGRAMA" Q FOI GRAVADO CÁ PELA SIC, UMA COISA DEPLORÁVEL, ASSISTENCIA INCLUÍDA

 
At 11 de abril de 2006 às 17:38, Blogger Zé da Ponte said...

Querida Madame Min

Não perco tempo a ver certos programas da nossa TV (rtp, sic, tvi).
Mas desde já estamos abertos a discutir o que passou.
Pode enviar o seu ponto de vista para o e-mail: pontedosor@gmail.com
O qual teremos todo o gosto em publicar.

 

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