PARECIAM MAIS FELIZES?!
As notícias do mundo que se abatem sobre Portugal continuam a não prestar, são cada vez piores.
Um desse traços negativos é o que percorre os trilhos da deslocalização empresarial - que deixam um lastro de desemprego, pobreza e até de ressentimento e de frustração nos que ficam pelo caminho.
Muitos deles - são homens e mulheres com imenso valor e experiência.
Não são já raros os casos em que essas deslocalizações se fazem por mero dumping social, e para o combater deveria já ter sido aprovada legislação comunitária para limitar, regular e punir esse dumping empresarial que tem efeitos sociais negativos no interior das sociedades e na coesão dos países. Dumping esse a que as empresas multinacionais recorrem sistemáticamente sempre que ou os subsídios estatais cessam ou a mão-de-obra (e outros factores de produção) noutro país é menos remunerada.
Mas infelizmente na União Europeia temos um senhor que já era um mau político no seu próprio país, agora parece que elevou esse nível de incompetência política em conformidade com o velhinho princípio de Peter, quanto mais sobe mais incompetente se torna.
Restar-lhe-á a administração de uma diocese por nomeação papal ou então o regresso à velhinha universidade privada - paralela à linha do rio Tejo - onde se depositam as velhas estrelas quando caem em desgraça, ou seja, quando ficam desgraçados.
Durão Barroso, há que dizê-lo com toda a frontalidade integra já aquela categoria de políticos menores que se serviu do Estado para se promover pessoalmente.
Dele a história não guardará mais do que uma negra nota de pé-de página, talvez ladeado pelo seu "amigo" e colega de geração S. Lopes.
Estes personagens são o reverso político das Jonhson, da Opel, da Bombardier e de todas as outras empresas que encontram no método da fuga - como fez Barroso - o transmontano de Bruxelas - a escapatória cobarde para resolver os problemas de produtividade e de competitvidade da economia portuguesa.
Por isso dedicamos este post a três categorias de pessoas: aos trabalhadores que ficam numa situação de grande injustiça social; aos jornalistas (económicos - como Helena Garrido e outros) que têm mostrado que o rei vai nu; e, de forma cínica, aos políticos mais incompetentes que nas instâncias europeias têm sofrido de Alzheimer político porque se esquecem de governar para o conjunto da Europa.
Esquecem-se porque não têm liderança nem coragem, e não tendo nem uma coisa nem outra são considerados os cobardes da nova política.
Coitados, alguns nem em Portugal conseguiram governar...
Daí a nossa magnanimidade.
Um desse traços negativos é o que percorre os trilhos da deslocalização empresarial - que deixam um lastro de desemprego, pobreza e até de ressentimento e de frustração nos que ficam pelo caminho.
Muitos deles - são homens e mulheres com imenso valor e experiência.
Não são já raros os casos em que essas deslocalizações se fazem por mero dumping social, e para o combater deveria já ter sido aprovada legislação comunitária para limitar, regular e punir esse dumping empresarial que tem efeitos sociais negativos no interior das sociedades e na coesão dos países. Dumping esse a que as empresas multinacionais recorrem sistemáticamente sempre que ou os subsídios estatais cessam ou a mão-de-obra (e outros factores de produção) noutro país é menos remunerada.
Mas infelizmente na União Europeia temos um senhor que já era um mau político no seu próprio país, agora parece que elevou esse nível de incompetência política em conformidade com o velhinho princípio de Peter, quanto mais sobe mais incompetente se torna.
Restar-lhe-á a administração de uma diocese por nomeação papal ou então o regresso à velhinha universidade privada - paralela à linha do rio Tejo - onde se depositam as velhas estrelas quando caem em desgraça, ou seja, quando ficam desgraçados.
Durão Barroso, há que dizê-lo com toda a frontalidade integra já aquela categoria de políticos menores que se serviu do Estado para se promover pessoalmente.
Dele a história não guardará mais do que uma negra nota de pé-de página, talvez ladeado pelo seu "amigo" e colega de geração S. Lopes.
Estes personagens são o reverso político das Jonhson, da Opel, da Bombardier e de todas as outras empresas que encontram no método da fuga - como fez Barroso - o transmontano de Bruxelas - a escapatória cobarde para resolver os problemas de produtividade e de competitvidade da economia portuguesa.
Por isso dedicamos este post a três categorias de pessoas: aos trabalhadores que ficam numa situação de grande injustiça social; aos jornalistas (económicos - como Helena Garrido e outros) que têm mostrado que o rei vai nu; e, de forma cínica, aos políticos mais incompetentes que nas instâncias europeias têm sofrido de Alzheimer político porque se esquecem de governar para o conjunto da Europa.
Esquecem-se porque não têm liderança nem coragem, e não tendo nem uma coisa nem outra são considerados os cobardes da nova política.
Coitados, alguns nem em Portugal conseguiram governar...
Daí a nossa magnanimidade.
A actual globalização predatória, já banalizada, de difícil apreensão e obediente à lógica multicritério, generaliza, universaliza e torna iguais para todas as pessoas, empresas, sociedades, Estados e regiões as condições de governabilidade, viabilidade e de sustentabilidade dos projectos de desenvolmimento, já que permite e promove a comparação directa das competitividades entre aquelas diversas categorias.
Dum lado o passivo da crise económica (descida do PIB, falências, desemprego); do outro a necessidade de recuperação da confiança, atracção de investimentos, aumento de riqueza, criação de emprego entre outros activos.
Assim, em lugar das tradicionais diferenciações através das cores das bandeiras nacionais e do traçado (sempre móvel) das fronteiras e da nacionalização das normas políticas, jurídicas e administrativas, passa a haver uma comparação directa entre os diversos centros competitivos.
Sendo certo que as novas desigualdades, aferidoras das condições globais de desenvolvimento, se estabelecem entre competências profissionais e centros competitivos e já não entre capitais administrativas.
O abandono predatório e dissimulado das “multinacionais de risco” (que governam em função da “ditadura dos mercados” pouco atendendo a razões personalistas) ante a impotência frustrante do governo, é um dramático exemplo.
O drama que esta realidade representa na sociedade portuguesa só encontra continuidade em piadas que actualmente circulam na Net, e que ajudam a clarificar algumas medidas governativas que aqui, ironicamente, sumariamos:
- a) o aumento do IVA é positivo porque a população portuguesa estava a engordar substancialmente;
- b) a redução do poder de compra leva a uma dieta globalizada, contribuindo para o bem-estar de todos;
- c) o fim do crédito bonificado é uma medida positiva, porque os jovens vão passar a pensar com mais calma no casamento, esse passo tão importante que muitas vezes acaba em divórcio e com os filhos a chorar;
- d) o aumento da gasolina é positivo, já que diminui a frequência dos passeios de carro, contribuindo para um ambiente mais saudável e, consequentemente, para uma redução da taxa de sinistralidade nas mortíferas estradas nacionais;
- e) o serviço público de saúde leva-nos cada vez mais ao auto-tratamento e auto-medicação, contribuindo para a cultura do país em termos de farmacologia e dispensa dos serviços médicos;
- f) temos, por outro lado, auto-estradas com portagens mais elevadas, contribuindo para o aumento do trânsito nas estradas nacionais (e secundárias) fomentando a difícil sobrevivência dos restaurantes e cafés de beira de estrada;
- g) a diminuição do número de funcionários públicos leva a que em cada instituição os funcionários possam trabalhar mais à larga, conversem menos de modo a que um funcionário passe a desenvolver o trabalho de três;
- h) o facto de não termos ganho o Mundial de Futebol foi positivo na medida em que temos a possibilidade de (não) dar a conhecer ao mundo que somos um país e não uma província espanhola. Com estas medidas (algo caricatas) seremos muito em breve um país de gente elegante, com um bom planeamento familiar, sem poluição, sem sobrecarga dos serviços de saúde, com um serviço público eficaz e seremos, finalmente, independentes aos olhos do mundo, tal como Timor…
A propósito, passarão a ser emitidas pelo único canal público de televisão, todas as séries de humor constantes na tabela de programação da RTP2. O resto da grelha, como é do conhecimento de todos, não interessa a ninguém.
Assim, todos os desempregados poderão ocupar o seu precioso tempo à frente de um televisor a assistir a um canal onde lhes será prestado um excelente serviço público de televisão.
Eis a autopsicografia da crise: seremos tudo isto, mas idosos e já não podemos “fingir que é dor a dor que deveras sentimos”, como diria Fernando Pessoa. E o mais grave é que tudo isto acontece justamente quando o Estado perde a sua (tradicional) capacidade para artificializar as condições de viabilidade e de sustentabilidade das actividades económicas e relações políticas (domésticas e internacionais) que será chamado a honrar perante compromissos assumidos com os dispositivos de segurança social que foram concebidos no quadro duma estrutura económica, demográfica e psicológica muito diferente da que existe hoje nas sociedades (ditas) avançadas.
Na última década os portugueses vestiram um dominó errado; conheceram-se por quem não eram e não desmentiram.
Resultado: perderam-se com a máscara colada à cara.
Hoje, envelhecidos e diante do espelho rachado, tentam tirá-la.
Mas parece que estão “bêbados” (como o Estado), impotentes e sem saber vestir o dominó que nunca tiraram. E se a conseguirem tirar – a máscara – vão dormir no vestiário como um cão tolerado pela gerência à sombra duma qualquer “Tabacaria”…
É, em suma, na mutação destes processos políticos, sociais, psicológicos e tecnológicos que os novos desafios se colocam aos decisores.
É também da sua articulação que estas realidades podem ser comparadas com o que aconteceu durante as primeiras fases da globalização.
Então, e não obstante duas guerras mundiais e 50 anos de Guerra Fria, parecia que as pessoas arranjavam emprego; não se endividavam tanto para comer, vestir e comprar casa; odiavam-se e desprezavam-se menos e não se matavam tanto umas às outras; e casavam-se mais cedo fazendo da instituição uma eternidade; e até tinham (mais) filhos.
Seria por causa disso que pareciam mais felizes?!
Dum lado o passivo da crise económica (descida do PIB, falências, desemprego); do outro a necessidade de recuperação da confiança, atracção de investimentos, aumento de riqueza, criação de emprego entre outros activos.
Assim, em lugar das tradicionais diferenciações através das cores das bandeiras nacionais e do traçado (sempre móvel) das fronteiras e da nacionalização das normas políticas, jurídicas e administrativas, passa a haver uma comparação directa entre os diversos centros competitivos.
Sendo certo que as novas desigualdades, aferidoras das condições globais de desenvolvimento, se estabelecem entre competências profissionais e centros competitivos e já não entre capitais administrativas.
O abandono predatório e dissimulado das “multinacionais de risco” (que governam em função da “ditadura dos mercados” pouco atendendo a razões personalistas) ante a impotência frustrante do governo, é um dramático exemplo.
O drama que esta realidade representa na sociedade portuguesa só encontra continuidade em piadas que actualmente circulam na Net, e que ajudam a clarificar algumas medidas governativas que aqui, ironicamente, sumariamos:
- a) o aumento do IVA é positivo porque a população portuguesa estava a engordar substancialmente;
- b) a redução do poder de compra leva a uma dieta globalizada, contribuindo para o bem-estar de todos;
- c) o fim do crédito bonificado é uma medida positiva, porque os jovens vão passar a pensar com mais calma no casamento, esse passo tão importante que muitas vezes acaba em divórcio e com os filhos a chorar;
- d) o aumento da gasolina é positivo, já que diminui a frequência dos passeios de carro, contribuindo para um ambiente mais saudável e, consequentemente, para uma redução da taxa de sinistralidade nas mortíferas estradas nacionais;
- e) o serviço público de saúde leva-nos cada vez mais ao auto-tratamento e auto-medicação, contribuindo para a cultura do país em termos de farmacologia e dispensa dos serviços médicos;
- f) temos, por outro lado, auto-estradas com portagens mais elevadas, contribuindo para o aumento do trânsito nas estradas nacionais (e secundárias) fomentando a difícil sobrevivência dos restaurantes e cafés de beira de estrada;
- g) a diminuição do número de funcionários públicos leva a que em cada instituição os funcionários possam trabalhar mais à larga, conversem menos de modo a que um funcionário passe a desenvolver o trabalho de três;
- h) o facto de não termos ganho o Mundial de Futebol foi positivo na medida em que temos a possibilidade de (não) dar a conhecer ao mundo que somos um país e não uma província espanhola. Com estas medidas (algo caricatas) seremos muito em breve um país de gente elegante, com um bom planeamento familiar, sem poluição, sem sobrecarga dos serviços de saúde, com um serviço público eficaz e seremos, finalmente, independentes aos olhos do mundo, tal como Timor…
A propósito, passarão a ser emitidas pelo único canal público de televisão, todas as séries de humor constantes na tabela de programação da RTP2. O resto da grelha, como é do conhecimento de todos, não interessa a ninguém.
Assim, todos os desempregados poderão ocupar o seu precioso tempo à frente de um televisor a assistir a um canal onde lhes será prestado um excelente serviço público de televisão.
Eis a autopsicografia da crise: seremos tudo isto, mas idosos e já não podemos “fingir que é dor a dor que deveras sentimos”, como diria Fernando Pessoa. E o mais grave é que tudo isto acontece justamente quando o Estado perde a sua (tradicional) capacidade para artificializar as condições de viabilidade e de sustentabilidade das actividades económicas e relações políticas (domésticas e internacionais) que será chamado a honrar perante compromissos assumidos com os dispositivos de segurança social que foram concebidos no quadro duma estrutura económica, demográfica e psicológica muito diferente da que existe hoje nas sociedades (ditas) avançadas.
Na última década os portugueses vestiram um dominó errado; conheceram-se por quem não eram e não desmentiram.
Resultado: perderam-se com a máscara colada à cara.
Hoje, envelhecidos e diante do espelho rachado, tentam tirá-la.
Mas parece que estão “bêbados” (como o Estado), impotentes e sem saber vestir o dominó que nunca tiraram. E se a conseguirem tirar – a máscara – vão dormir no vestiário como um cão tolerado pela gerência à sombra duma qualquer “Tabacaria”…
É, em suma, na mutação destes processos políticos, sociais, psicológicos e tecnológicos que os novos desafios se colocam aos decisores.
É também da sua articulação que estas realidades podem ser comparadas com o que aconteceu durante as primeiras fases da globalização.
Então, e não obstante duas guerras mundiais e 50 anos de Guerra Fria, parecia que as pessoas arranjavam emprego; não se endividavam tanto para comer, vestir e comprar casa; odiavam-se e desprezavam-se menos e não se matavam tanto umas às outras; e casavam-se mais cedo fazendo da instituição uma eternidade; e até tinham (mais) filhos.
Seria por causa disso que pareciam mais felizes?!
Pedro Manuel
7 Comments:
A política externa é um dos capítulos em que um Presidente da República detém algumas competências e depois de Cavaco Silva ter invocado a sua experiência internacional durante a sua campanha eleitoral, estava com algumas expectativas em elação a esta visita ao Reino de Espanha. Apesar de ser aquilo a que se poderia designar por um país "fácil", sabia que em relação ao seu antecessor Cavaco partia em desvantagem, Jorge Sampaio tinha um à vontade e um domínio das relações humanas que a família Cavaco Silva não tem, algumas das suas intervenções no estrangeiro ficarão para a história da diplomacia, o debate em directo na CNN com o embaixador da Indonésia foi um dos pontos mais altos da diplomacia portuguesa, e foi mais barato que uma taça de champanhe.
Concluída a viagem tenho que dizer que fiquei desiludido, a actuação de Cavaco Silva deixou-me uma imagem de diplomacia pacóvia, pareceu-me uma visita de parentes pobres a quem os primos ricos da capital convidaram para passarem a Páscoa na sua casa. Foi uma viagem mal preparada, com momentos quase naif e com pressupostos errados. Foi um erro transformar uma viagem de Estado a Espanha como se fosse uma paragem extra do seu “roteiro para a Ciência” de Cavaco Silva, a não ser que quem preparou a viagem presidencial a entendesse como uma oportunidade para dar dimensão internacional a uma ideia de política para consumo interno.
Podia ter-se evitado o ridículo da oferta de um PDA com software ao rei de Espanha como se tivéssemos conseguido um grande feito tecnológico. Esperemos que os presidentes que visitem Portugal no futuro não sigam a mesma lógica, corre-se o risco de Cavaco deixar para o Museu da Presidência uma imensa colecção de electrodomésticos. Não tenho dúvidas de que para uma pequena ou média empresa portuguesa o desenvolvimento de um software é um facto positivo, mas transformá-lo em feito nacional é um exagero pacóvio.
Foi uma ingenuidade dos que prepararam a visita presidencial imaginar que uma visita presidencial a um país vizinho com o qual Portugal mantém contactos políticos quase diários poderia ter mais resultados do que o que teve. Foi ridículo ler na comunicação social que o assessores do Presidente andavam a tentar perceber se a notícia do nascimento de mais um herdeiro ao trono dava maior ou menor destaque à presença de Cavaco e o aproveitamento do facto foi mais um momento pacóvio.
A Casa Real tinha preparado a divulgação do acontecimento para depois do almoço, é natural que o comunicassem à família Cavaco Silva durante o almoço Ver a esposa de Cavaco Silva desse ares de tia-avó e a comunicação social portuguesa quase criasse dúvidas quanto à paternidade da criança foi ridículo, assim como também o foi a alegria dos assessores pelo facto de as fotografias da Rainha Sofia ao lado de Maria Cavaco Silva terem acompanhado a notícia do futuro nascimento real.
A primeira reacção quando vi a esposa de Cavaco em frente ao quadro Guernica, de Pablo Picasso, com a rainha Sofia ao lado, foi a de que alguém tinha acrescentado uma personagem à obra-prima, tão bem a senhora se tinha enquadrado para a fotografia. Só que em Espanha já se ouviram vozes contra o disparo excessivo de flashs sobre os óleos. Uma obra-prima não é propriamente um jarro de flores, para ser utilizado como enquadramento de fotografias, afinal, a sensação com que fiquei foi a de que a Espanha tem uma rainha e Portugal tem uma primeira-dona. A preocupação dos assessores em corrigir a imagem da esposa do presidente acabou para lhe dar um protagonismo para o qual não está ainda à altura.
Não tenho dúvidas de Cavaco Silva e esposa fizeram o seu melhor, caberia aos serviços da presidência fazerem melhor, começando pela forma como se relacionam com a comunicação social, foi ridículo ler nos jornais que o presidente português recebeu com antecedência uma imensa lista do protocolo, com pormenores como de que lado deveria ficar ou a quanto passos deveria andar a esposa, quase faltou dizerem-nos que os serviços da Casa Real mandou um livro de boas maneira para ensinar o presidente português a comer à mesa.
Receio que Cavaco Silva esteja rodeado de pacóvios.
A PARTIDA DA JHONSON CONTROLS
A Jhonson Controls, tal como á havia sucedido com a fábrica da General Motors da Azambuja, não se vai deslocalizar para um país do Leste ou para a Ásia, desloca a sua produção para a Espanha invocando razões logísticas. Não estando em causa nem a produtividade nem os salários de nada serve ao goerno ir reunir com as administrações das empresas que anunciam a partida para o país vizinho, seria mais lógico que estudasse os motivos porque Portugal está a perder competitividade em relação a Espanha.
Se ainda não o fez teremos que concluir que o ministro da Economia anda a dormir.
GOVERNO ACOMPANHA SITUAÇÃO DA JHONSON CONTROLS
O que equivale a servir favas depois do almoço:
«O secretário de Estado adjunto da Indústria e Inovação, Castro Guerra, prontificou-se, ontem, perante a presidente da Câmara de Nelas, a contactar a empresa Johnson Controls "ao mais alto nível" para que esta "reveja a sua decisão" de encerramento das duas unidades em Portalegre e Nelas "ou incremente um programa de investimentos que substituam os que agora pretende deslocalizar". A garantia foi dada ontem, numa reunião que decorreu em Nelas e na qual Castro Guerra assegurou que o Governo está disponível para "acompanhar de perto a situação da Johnson Controls e ajudar a encontrar uma solução para debelar os problemas decorrentes do encerramento". De acordo com um comunicado emitido pela autarquia, o secretário de Estado "mostrou-se ainda preocupado e solidário com os trabalhadores e as suas famílias".»
Público
Sugira-se ao governo em comece a estudar as razões que levam as empresas a deslocarem-se para Espanha
FISCO VAI ÀS "Putas"
Vai investigar as actividades ligadas à prostituição:
«O combate à evasão fiscal nas actividades económicas suportadas pela prostituição é uma das prioridades da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos (DGCI) para 2007. Ontem, no final de uma cerimónia na Associação Comercial Portuguesa (ACP), o director-geral dos Impostos, Paulo Macedo, frisou ao CM que, neste momento, o Fisco “não tem noção do montante da fuga fiscal” nos negócios que envolvem a “mais velha profissão do mundo”, cujo volume de receitas ascenderá a 2,5 mil milhões de euros por ano.
Correio da Manhã
Sugira-se ao director-geral que não esqueça os filhos das ditas, incluindo os funcionários que trabalham a coberto de escritórios de advocacia
ALMA LUSÍADA
Ser português
É amar a Pátria Portuguesa.
É tê-la sempre presente
É gostar com muita firmeza Das nossas coisas
E da nossa Gente...
Ser português
É vibrar de emoção
Ao descobrir
Entre mil bandeiras
Desfraldadas ao vento A bandeira da Nação...
Ser português
É ter orgulho da nossa história
E dos nossos antepassados.
É dar testemunho
De tudo o que somos
E com muito prazer
Nos sentirmos honrados... Ser português
É entoar com emoção
O nosso Hino e as nossas canções
E sem apreensão Cantar, falar, ou rezar,
Em qualquer parte sem hesitar
A língua de Camões...
Ser português
É ser diferente
É ter alma Lusíada
É saber estar ausente
E em qualquer lado
Gostar de tudo
O que evoca a Pátria
E nos inspira amor
A esse cantinho
À beira mar plantado !…
Tudo o que é gente de bem em Portugal, sobretudo depois do século XVIII, reflectiu sobre o problema da educação, adiantando hipóteses e soluções, umas mais arrojadas do que outras.
Alguns dos mitos canónicos da nossa cultura foram objecto de revisões, ocasionalmente cáusticas, quase todas contestando os juízos tradicionais.
Como a cultura é (devia ser) uma disciplina da política, e a política um dos interesses da cultura, as esferas de ambos os conhecimentos deviam rechaçar qualquer dogmatismo e recusar construções enganosas. Luís António Verney [1713-1792] foi um desses portugueses proeminentes, que tentaram escancarar as portas da modernidade e sacudir o torpor e o obscurantismo que a Igreja instalara no nosso país.
Verney é o iniciador do processo de reforma pedagógica e um incansável propugnador das ideias do Iluminismo.
Ferozmente perseguido, incompreendido e injuriado, acossado pela sua heterodoxia mandou Portugal às malvas e instalou-se em Roma, até ao remate dos dias.
O testemunho passou de mão em mão. Todas as gerações têm procriado homens e mulheres preocupados com as caracterizações frívolas que impedem o desenvolvimento mental do País. António Sérgio [1883-1969] foi outro dessa estirpe. E até agora, porventura, aquele cuja obra ensaística está marcada por uma mais acentuada relação entre política, ideologia e cultura. E não seria nada mau se revisitássemos António José Saraiva [1917-1993], cujo empreendimento intelectual constituiu uma persistente batalha a favor da educação cultural e da cultura educacional, logo desde o seu primeiro trabalho, "Estética dos Autos de Devoção" [1937]. Saraiva criticou António Sérgio sem nunca deixar de o admirar e considerar, sendo, aliás, um continuador do "patriotismo prospectivo" do mestre dos "Ensaios". É um dos mais estimulantes pensadores portugueses, lamentavelmente pouco enunciado na Imprensa, e menos lido por quem o devia frequentar com curiosidade e alvoroço.
A lista é substancial.
O que, hoje, se coloca com mais insistência é a necessidade de se reconstruir uma política educativa, no meio das ruínas, dos desequilíbrios, dos grandes interesses e das ininterruptas tensões económicas - e que constitua o reconhecimento das urgências e das necessidades do nosso tempo.
A proliferação de "universidades" privadas, o aparecimento de uma série alarmante de "cursos", eis algumas das ambiguidades até agora não esclarecidas, e que serviram, em muitos casos, para o rápido enriquecimento dos seus "promotores".
Não se estabeleceram contratos culturais entre o Estado e os "privados", e a incerteza da identidade de muitos "cursos" têm sido factores conflituais que engendram angústia, desespero e perplexidade.
Propinas caríssimas, deficiência pedagógica, saídas profissionais inexistentes devido a licenciaturas falaciosas que apenas conduzem ao desemprego.
Está ausente o equilíbrio entre argumento e necessidade.
O desprezo pelos educandos associa-se à ganância do lucro.
Os negócios colaterais a essas "universidades" carecem de investigação criminal.
É um caso de polícia e um caso de política.
Durante a última Feira do Livro, o meu velho amigo Guilherme Valente, editor da Gradiva, ofereceu-me o belíssimo "Eduquês", de Nuno Crato, no qual se propunham importantes alterações e se ofereciam numerosas ideias acerca do ensino em Portugal. Um livro excelente, por audacioso, muito bem escrito e muito bem pensado, que obteve várias edições, apesar do silêncio da quase generalidade da melancólica e ignorante Imprensa cá do brejo.
A recuperação da mnemónica, uma das disciplinas da retórica, no ensino antigo, seria a representação moderna de "memorização", e era um dos alvitres de Nuno Crato.
Creio que nem Nuno Crato nem Guilherme Valente foram ouvidos por quem nos governa.
No entanto, qualquer destes dois homens tem consagrado a parte mais estelar das suas vidas à divulgação das ciências, e ao ensino em geral. Tanto um como outro insistem, porém, na questão central: o processo interventivo no ensino tem de mobilizar a sociedade no seu todo.
Como - conhecido o elevado grau de iliteracia da população portuguesa? Sem colocar de lado escritores, jornalistas, professores, políticos, agentes "culturais" que escrevem e dizem num português de eguariço. Numa espécie de inquérito, organizado, claro!, por Nuno Crato, a Gradiva vai lançar, em Outubro, colaborando com a Sociedade Portuguesa de Matemática, "Desastre no Ensino da Matemática: Como Recuperar o Tempo Perdido".
Eles não desistem.
Mas os sucessivos governos, averiguadamente mais propensos a outros apelos, continuarão, certamente, a ignorar que há "uma elevada percentagem de professores sem qualificações apropriadas", que há poucos alunos e os melhores nem sequer são muito bons, que há quem escreva samarra com cê cedilhado e polícia com u aberto.
E que tal uma vulgar sabatina aos ardorosos componentes do luzido sinédrio Compromisso Portugal? E à ilustração dos nossos "empresários" mais famosos?
Socialmente, Portugal está de rastos.
Economicamente, é um desastre. Culturalmente, dá vontade de chorar. Moralmente, não existe. Politicamente, é uma troca de favores.
Que se pode fazer com isto?
Um caso penoso: todos os anos saem de "instituições universitárias" mil e quinhentos "licenciados" em Comunicação Social, sinistra expressão que nada significa porque nada de consistente possui. E alguns dos "professores" desse instrutivo "curso" são representantes típicos da mais pungente ignorância. Dir-se-á: mas há excepções.
Direi: contam-se pelos dedos de uma só mão.
Alimentam sonhos e esperanças concentrados no coração de milhares de jovens e, depois, impiedosa e levianamente, lançam-nos para o desemprego.
Visito pela primeira vez esta página, mas formalmente apreciei e fiquei agradado pela sua qualidade e interesse, numa temática multidisciplinar. Para revistar sempre e mais vezes no futuro. Parabéns.
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