terça-feira, 26 de setembro de 2006

ELES PRÓPRIOS SERÃO EXCEDENTÁRIOS

A política é a arte de fazer com que o inevitável pareça ter sido planeado.
Alguns ministros de Sócrates estão a fazer com que a falta de planeamento resulte num sofrimento evitável.

Governar não é um exercício de terraplanagem.
Os ministros de Sócrates não podem querer fazer um Portugal novo fazendo de conta que o antigo não existe. Mas é isso que, por exemplo, na sua fúria reformadora, o ministro da Saúde e a ministra da Educação estão a fazer.

Poupar e modernizar não significa o mesmo que fragmentar para sempre. Para que, depois, se deitem lágrimas de crocodilo sobre a desertificação do país porque as crianças vão para os grandes centros e deixam as escolas ou sobre a exclusão de quem não tem meios para ter acesso aos cuidados de saúde.

Os sectores da saúde e da educação, como todo o Estado, precisam de se redimensionar. De emagrecerem. De serem menores e melhores. Mas isso não quer dizer que devam criar pequenos oásis com desertos à volta. Porque os ministros estão só a olhar para os números e, hipnotizados por um qualquer David Copperfield, não vêem as pessoas.

Sabe-se que é urgente reformar o sistema de ensino e modificar a Segurança Social. Mas, para isso, os ministros de Sócrates precisavam de mostrar claramente novas soluções para velhos problemas. Estão a ir pelo caminho mais fácil: eliminando rubricas nos orçamentos sem perceber os equilíbrios da sociedade. Cortando tanto que, um dia destes, eles próprios serão excedentários.


F.S.

4 Comments:

At 26 de setembro de 2006 às 14:42, Anonymous Anónimo said...

BANALIDADES EVIDENTES

É como entendo as propostas do grupo de trabalho de sábios (ou sabichões?) para a reforma da Administração Pública. Pelo momento em que entregaram o relatório mais valia que em vez do entregarem ao ministro deveriam ir apresentá-lo no Beato.

 
At 26 de setembro de 2006 às 14:46, Anonymous Anónimo said...

Vivemos na sociedade do conhecimento, por isso as boas ideias (devem) andar de par com as melhores tecnologias e as melhores práticas da nova economia - também designada - por economia digital.

Ora, a corporização dessa ideia foi o que ontem esteve na origem daquela oferta de Cavaco ao Rei de Espanha - quando lhe ofereceu um PDA.
Sucede, porém, que esse mesmo PDA - e apesar de ter software luso - ainda não consegue prever nem tremores-de-terra, flops accionistas, evasões de PM para Bruxelas, nem gravidezes inoportunas.
Por isso, já está em marcha uma nova cooperação luso-espanhola a fim de dar maior elastecidade ao software a fim de prever esse tipo de surpresas.
Com efeito, ser criativo nas relações políticas é o que todos necessitamos em tempos de mudança, especialmente quando não existe manual de instruções que ensine a trilhar um caminho neste quadro de incerteza.
Embora já há quem afiance que com esta nova parceria entre Belém e a Moncloa os novos PDAs já virão equipados com um tal software que se torna possível escolher os PM, os PR, teleguiar a economia, mandar no tempo a fim de planificar os dias de chuva e de sol durante o ano e, ainda por cima, controlar gravidezes inoportunas que podem estragar muitos negócios...
Além de facultar também a escolha do sexo dos bébés (que dispensam a mitologia das cegonhas), a cor dos seus olhos e da pele e se têm, de facto, a avaliar pela composição do seu ADN, sucesso nos negócios. Enfim, um admirável mundo novo está aí, a despontar nos écrans dos PDAs...
PS: Os PDAs mais avançados já trazem WC integrado e alguns - os montados em Tawain - integram também air-bags para evitar que certas pessoas façam declarações estapafúrdias e percam a atenção na via pública - ora chocando contra as outras pessoas, ora abalando postes eléctricos e cabines telefónicas - que tanto custam ao erário público suportado por todos nós.

 
At 26 de setembro de 2006 às 14:53, Anonymous Anónimo said...

CARTA ABERTA A UM SECRETÁRIO DE ESTADO
Caríssimo dr. João Figueiredo,


V.Exa. desilude-me.
Não que eu possua qualquer tipo de ilusões acerca do país e do regime.
Sou um niilista social e não acredito no progresso.
V.Exa. acredita, embora o seu rosto e os seus olhos me lembrem "a noite do mundo" que vai ao encontro de todos os homens, aquela de que falava Hegel.
Mas para quê a filosofia quando ela é banida dos currículos escolares por inútil para o tal progresso em que V.Exa. confia? E para quê a filosofia quando um empresário notoriamente bimbo, que acompanha Sua Excelência o Presidente da República na visita de Estado, afirma a plenos pulmões que o que é preciso é estudar economia, gestão e "qualidade"? Será que ele lava os dentes?
Ainda ontem V. Exa. permitiu que a opinião que se publica e o audiovisual envacalhassem a função pública sem distinções, nem dó, nem piedade.
Parece que servir o Estado se tornou subitamente um pecado capital. Ou acha V. Exa. que se nos entregarmos nas mãos da "sociedade civil" e das empresas que vivem do Estado e dos impostos que os funcionários públicos e os trabalhadores por conta de outrem pagam (porque não têm outro remédio), empresas essas que declaram consecutivamente prejuízos fiscais e honorários dos seus administradores inferiores aos que eu pago à minha empregada doméstica, o país, digamos assim, "neoliberalizado" a partir da Expo e de Matosinhos, era mais próspero?
Supõe ainda V. Exa. que precisamos de heróis avençados para nos explicarem o que já todos nós sabemos e que, por razões de oportunidade política, passaram hoje a vilões?
Eles sempre foram assim, dr. Figueiredo, ou não sabia?
O senhor "fixou" metas e imaginou que eles, os sábios, as iam cumprir.
Então e a vidinha deles?
Não são as presenças em "comissões" salvadoras da pátria que os safam.
O senhor queria "resultados" em Novembro de 2005 e eles só lhe deram uma parte agora.
O senhor queria outra parte dos resultados em Abril de 2006, e eles ainda nem sequer a começaram. Ah, dr. Figueiredo, desconfie sempre dos demasiado engravatados que, depois, acabam sempre a assoar-se à sua gravata. Finalmente os seus sábios querem que V. Exa. reduza para 45 dias o prazo para a conclusão dos concursos públicos.
Concordo e ajudo-o com uns exemplos.
Por mero desporto, em Maio último concorri democratica e legitimamente a três ou quatro lugares das chamadas "direcções intermédias".
Entreguei o que me pediram e cumpri o que me exigiram ou, pelo menos, ninguém me notificou para adendas.
Num deles, o método de selecção era a entrevista pública. Compareci.
Um dos membros do júri era professor universitário, externo ao organismo.
Só soube que o concurso já estava encerrado num corredor, por mero acaso e há poucos dias, e a pessoa escolhida- por sinal da "casa" - já enfiada no lugar.
Consta que me calhou um honroso "bronze".
Então e a lei e "Código de Procedimento Administrativo", perguntará V. Exa?
Pergunte-lhes a eles, que são um organismo de "controlo".
Claro que existem tribunais, mas não tenho a certeza se me apetece confiar-lhes os papéis para "administrarem a justiça" porque também não tenho a certeza se ela é bem "administrada".
Para mau, já basta assim.
Depois, entreguei mais três papeletas, se a memória me não falha, noutros organismos.
Em cinco meses - 150 dias -, nem um murmúrio ou lista de admitidos ou excluídos.
Nada.
Um desses organismos foi dirigido por V. Exa. e agora tem uma magistrada do Ministério Público à frente.
Naturalmente não espero dela outra coisa senão o cumprimento da legalidade.
Quando é que a vai cumprir, é que, pelos vistos, não sei.
Do meu, nem vale a pena falar. O "pecado" de ter estado fora uns anos redime-se, como V. Exa. bem sabe, com a eternização no mesmo lugar da carreira.
Não gosto de falar de mim, mas também não aprecio falar do que não sei.
Disto tenho a certeza.
Mais, aliás, do que V. Exa. tem em relação ao que pediu à sua "comissão".
Desculpe que lhe diga, mas é bem feito.
V.Exa. tem no Estado pessoas com formação e experiência que o poderiam ter ajudado a não levar tudo tão insensatamente para o fundo e para a presente trapalhada do "trás-para-diante".
Descanse que não sou eu, que, por não acreditar, seria sempre um mau elemento.
Um "complicado", por assim dizer. Todavia, o que não falta por aí são "perfis de competência".
Esta carta é uma forma delicada de lhe tentar fazer ver que, com o devido respeito, V. Exa. não vai a lado nenhum.
Nem V. Exa., nem o governo de que V. Exa. faz parte.
Nem, graças a Deus, o país que tem um dia glorioso dedicado exlusivamente à bola.
Isto só é bom para safados e V. Exa. é um homem de bem e de recta intenção.
Não perceba isso demasiado tarde.


Com a consideração e a estima pessoais do,

João Gonçalves

 
At 27 de setembro de 2006 às 14:10, Anonymous Anónimo said...

meus senhores, excedentarios sao os deputados que dormem na assemblea epagos a peso d eouro, NAO FAZEM FALTA NENHUMA, sao os menistros a 200 km hora nas auto estradas a mentirem dizendo que vao p+ara reunioes, TENHA; JUIZO E DEMITAN-SE, e toda uma corja d eassessores que nada valem.
DEMITAM-SE TODOS E QUE VENHAM OS FILIPES D EESPANHA, QUE SAO INTELIGENTES

 

Enviar um comentário

<< Home