quarta-feira, 1 de novembro de 2006

SER OU NÃO SER?

Remodelar ou não remodelar?

José Sócrates é, neste momento, o rolo compressor do PS e do Governo.
Dentro do partido impõe o silêncio.
No Partido, mesmo que certos ministros queiram mostrar o seu músculo, ninguém discute a sua liderança.
Ele é o oásis no meio de ambas as planícies.

Não há trigo nem joio no PS ou no Governo.
Ele nem precisa de os separar porque reina sem clamor em ambas os territórios.
Muito se tem escrito sobre as fraquezas de Sócrates quer a nível do partido quer dentro do Governo.
Ambas são, no entanto, silenciosas.
Existem, mas têm receio de se manifestarem às claras. Preferem o silêncio, porque ninguém pode, neste momento, enfrentá-lo às claras.
Sócrates, todos o sabem, não prima pela clemência. Ele é eficaz na sua liderança e claro no que quer e para onde vai. É por tudo isso que o PS e o Governo se reconduzem ao que quer fazer. Ele conduz e os outros seguem-no de boca fechada. Porque há receio de abrir a boca sobre as suas ideias. É um líder forte é assim: não admite que outras vozes surjam para colocá-lo em causa. Ou para o questionar sobre o que quer.
É por tudo isso que o PS e o Governo são unos, como cola-tudo.
PS e Governo juntaram-se. Dificilmente serão separados enquanto Sócrates for líder. Até então vão estar juntos. Inevitavelmente juntos.
Devido a isso pode-se questionar tudo, menos uma coisa.
A grande dúvida de Sócrates não é de uma simplicidade total: ser ou não ser?
É um dilema temível: remodelar ou não remodelar?


F.S.

6 Comments:

At 1 de novembro de 2006 às 13:57, Anonymous Anónimo said...

Gente séria está na prateleira ou foi-se embora…

Estes vivas ao PS e ao Sócrates são dignos de comiseração!
Já repararam que quem os dá, é incapaz de apresentar uma ideia, um pensamento ou um comentário minimamente significante?
NADA!
Anda mal o partido e o primeiro-ministro se os seus apoiantes só conseguem dar vivas como os tolos e ofender quem aqui expressa a sua revolta por viver cada vez pior!
Mas, conhecendo o PS de Ponte de Sôr, seria de esperar mais?
Claro que não!
Falta-lhes nível, categoria, sabedoria, credibilidade.
É por isso que a secção passou a núcleo é a que tem menos militantes em todo o distrito.

Pensem nisso socialistas, porque será?
Afinal, quem é que quer juntar-se a um partido dirigido por gente tão desqualificada como são as suas figuras de proa?
Só os que estão sempre à espera que lhes escorra alguma coisa para o bolso, os que têm um tacho a defender, os (as...) que não podem afastar-se do poder porque têm trafulhices a esconder e os bobos do costume.
Gente séria está na prateleira ou foi-se embora.
É o retrato escrito do PS, feito por dentro...

 
At 1 de novembro de 2006 às 13:59, Anonymous Anónimo said...

Com fúria e raiva
Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras

Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada

De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse

Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra

Sophia de Mello Breyner
Junho de 1974

 
At 1 de novembro de 2006 às 14:03, Anonymous Anónimo said...

Se fosse católico era um azar dos diabos nascer na Arábia Saudita, mais ou menos o mesmo azar que nascer social-democrata em Cuba ou mulher em Portugal.

Bem não é bem assim, só não convém nascer pobre e mulher, porque se assim for estamos condenados às (muito recentes) preocupações da Igreja com a vida humana, com o juramento de Hipocrates de uma Ordem dos Médicos, ao fundamentalismo das associações pró-vida semeadas pelo Paulo Portas e por Ribeiro e Castro, e a mais toda a hipocrisia que por aí vai.

Porque se nascesse mulher endinheirada teria um mundo de soluções, se tivesse medo de andar de avião iria ali a Badajoz, onde a Igreja não se meteria na minha vida e os médicos devem ter feito um juramento diferente daquele que foi feito pelo presidente da Ordem. E se andasse de avião poderia ir à maior parte dos países, só não conviria aterrar na Irlanda, já que o Vaticano não tem aeroporto, não tem aeroporto mas como todos os conventos tem paredes, mas isso fica para outra ocasião, as paredes não contam as suas estórias.

Bem, do mal o menos, se fosse mulher e pobre é muito provável que daqui por uns tempos já não iria para a cadeia se abortasse, aliás, se as palavras de Marcelo fossem para levar a sério (esse risco não existe pois Marcelo assumiu-se como uma ginginha para beber antes do Gato Fedorento) até poderia abortar aos nove meses. Poderia abortar de qualquer forma, usando uma agulha da malha ou um parafuso da linha do comboio, o importante é que não fosse à frente da vista de toda a gente ou com a ajuda de alguém que tivesse feito o tal juramento.

Ainda bem que não sou mulher, para azar já basta ter nascido em Portugal, não porque haja dinheiro a menos, a isso já me vou habituando, mas porque há hipócritas a mais.

 
At 2 de novembro de 2006 às 12:17, Anonymous Anónimo said...

SÓCRATES VISTO PELOS SEUS

"A pedagogia dos maus exemplos"


"Já aqui escrevi que o calcanhar de Aquiles do governo de José Sócrates é a sua displicência ética, realidade que está a romper pelas costuras da imagem construída para o disfarçar. Daí que exista na sociedade portuguesa um sentimento difuso de que algo não está bem, e, de facto, não está. Nunca foram tão notórios os sinais de riqueza em sectores da sociedade portuguesa, cujas práticas de enriquecimento indevido são conhecidas, mas fracamente combatidas, ao mesmo tempo que os custos da crise económica caiem essencialmente nos trabalhadores por conta de outrem. Como há um contraste chocante entre a agressividade governamental, dirigida principalmente a sectores profissionais, com ou sem razão, com a moleza com que é encarada a corrupção, a passividade perante os mais óbvios conflitos de interesses e a defesa inusitada de projectos e de decisões que deixam uma marca de enorme reserva nos observadores mais atentos e, porventura, mais sérios. Os jornais publicaram há dias que Américo Amorim, em dez meses, terá ganho na Galp quase 500 milhões de euros. Neste caso, como noutros, alguém se deve interrogar sobre qual foi a riqueza entretanto criada e qual a razão porque as participações accionistas de instituições públicas deram tais lucros e tão rapidamente a uma entidade privada. Para além da errada pedagogia do exemplo, pelo facto de Américo Amorim se ter tornado num herói nacional, logo modelo de comportamento para empresários e empresas.Também já aqui escrevi que José Sócrates deterá o recorde mundial entre os ambientalistas que mais contribuíram para a construção civil num determinado país. Referi então, como exemplo, os estádios de futebol, o programa Polis e vários projectos imobiliários conhecidos. Só que agora, como primeiro-ministro, generalizou o uso da fórmula do interesse nacional, para deixar passar os mais chocantes objectos da especulação imobiliária em zonas protegidas. Exemplos: o Alqueva e a redução da área de protecção da bacia hidrográfica; a enormidade dos investimentos a fazer na região da Comporta e na generalidade da costa alentejana; a localização da fábrica da empresa Ikea em área protegida, quando há um espaço industrial com as necessárias infra-estruturas a poucos quilómetros; a criação de onze, mais uma, plataformas logísticas, assim chamadas, ainda que ninguém se tenha dado ao trabalho de explicar porque carga de água necessita um pequeno país como Portugal de tantas destas plataformas. Para mais, essencialmente rodoviárias e não multimodais, quando o objectivo sustentável seria o de reduzir o transporte rodoviário a favor dos transportes marítimo e ferroviário. Trata-se, obviamente, de especulação imobiliária, que aproveita terrenos protegidos, logo sem valor comercial, para os transformar em terrenos de enorme valor. O caso mais paradigmático será o da empresa espanhola Albertis, a quem foi dada luz verde para construir uma plataforma logística à beira do Tejo, em Castanheira do Ribatejo, em zona de cheias, mas de grande valor para a especulação dos terrenos. A probabilidade é que, pouco a pouco, no local existirão mais hotéis e escritórios do que armazéns e fábricas. Pelo meio, os lucros serão enormes e, principalmente, a curto prazo, logo o interesse das construtoras e dos especuladores do costume. Moral da história: Portugal precisa de reformas profundas e isso não se poderá fazer sem grandes mudanças nos interesses estabelecidos e sem alguns sacrifícios. Todavia, essas mudanças só farão sentido e só terão condições de serem aceites pelos portugueses, se forem levadas a cabo com grande sentido ético e através da boa pedagogia do exemplo dos governantes e dos sectores mais favorecidos da sociedade. O que, infelizmente, está longe de acontecer sob a direcção do governo de José Sócrates."


Henrique Neto, in Diário de Leiria

 
At 2 de novembro de 2006 às 12:20, Anonymous Anónimo said...

QUERIDO LÍDER


A grande surpresa da semana é, sem sombra de dúvida, a eleição, por 97% dos votos dos militantes
"mesmo militantes" do PS, do seu secretário-geral, o honorável camarada José Sócrates.
Nem no tempo em que o partido era vivo se alcançou tamanha proeza.
A última vez que um líder foi reconduzido neste registo albano-coreano aconteceu em 2001, com o camarada António Guterres.
Depois seguiu-se uma entronização patética no Pavilhão Atlântico que culminou, em Dezembro do mesmo ano, com a fuga envergonhada do líder depois de uma estrondosa derrota na urna que conta, o país.
Não sou socialista, mas teria vergonha de ver o partido de Soares, Zenha, Soromenho ou Medeiros Ferreira transformado neste imenso e branco deserto "ideológico", dirigido por um bando de jovens turcos tecnologicamente "musculados". Ironia a deste PS que nos ensinou a "amar" a democracia e que, agora, está nas mãos de uma pequeníssima nomenclatura de aprendizes de democratas. E maus, ainda por cima.
Paz à sua alma socialista.

 
At 2 de novembro de 2006 às 20:23, Anonymous Anónimo said...

A melhor remodelação que podiam fazer era irem-se embora e contatarem politicos como devem ser , honestos e trabalhadores.

 

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