POR PRÉMIO OU POR CASTIGO...
Vai tomando forma um Partido Socialista do Exterior, para onde o PS vai remetendo, por prémio ou por castigo, alguns destacados militantes.
O fundador é Ferro Rodrigues, secretário-geral do partido após o célebre e histórico episódio da fuga dos cágados para o Egipto. Ferro, fundido na luta, mostrou que era de antes quebrar que torcer, aguentou duas eleições, na segunda das quais impôs a célebre banhada à direita que esteve na origem de outra fuga. Talvez por ter aguentado tanto, com tão poucas ajudas e com um rol infindável de desajudas e ainda algumas cabalas, Ferro Rodrigues foi generosamente enviado para o cargo de embaixador na OCDE, onde será muito útil à Pátria mas, sobretudo, muito menos incómodo para a direcção do PS.
Na direcção de Ferro, com o pelouro das relações internacionais, destacou-se Ana Gomes que trocara a carreira diplomática por um posto de combate na política partidária. E tão depressa e tanto se desatacou que ganhou rapidamente um lugar de deputada ao Parlamento Europeu, onde fica sempre bem uma flor de lapela. Mais discretamente, Paulo Pedroso, uma vez ilibado do processo da Casa Pia, foi assessorar o processo de integração europeia da Roménia.
Agora anuncia-se a partida de João Cravinho. Durante meses, o PS andou a dar uma no cravo e outra no Cravinho, a propósito do pacote anti-corrupção. Finalmente os socialistas decidiram-se por uma parte do pacote mas o seu autor estará entretanto a caminho de Londres, de onde lhe será difícil seguir a fidelidade com que o espírito dos seus projectos de lei vai ser votado e posto em prática.
E não há mais esquerda, no PS?
Claro que sim.
Há também a esquerda que vai para fora, cá dentro.
João P. Guerra
Claro que sim.
Há também a esquerda que vai para fora, cá dentro.
João P. Guerra
11 Comments:
QUEM TEM MEDO DA VERDADE?
O PARTIDO SOCIALISTA ESTÁ CADA VEZ MAIS À DIREITA?
«PS vota contra inquérito parlamentar a voos da CIA
O PS vai votar contra a proposta do PCP de constituição de uma comissão de inquérito parlamentar sobre os alegados voos da CIA, que considera inoportuna face à ausência de "indícios de ilegalidades". A proposta comunista para se formar uma comissão destinada a apurar responsabilidades dos governos portugueses na passagem pelo nosso país de aviões fretados pela CIA, onde seriam transportados ilegalmente prisioneiros, foi discutida, ontem, pela direcção parlamentar do PS.
Após a reunião, o deputado do PS Vera Jardim anunciou que o partido decidiu chumbar a proposta do PCP devido à sua "inoportunidade", considerando não haver "indícios de algo ilegal ou inconstitucional" nem do seu "conhecimento por parte de qualquer autoridade portuguesa".
"Se houver algum indício - e pode vir a haver, não excluímos isso - de que possa ter havido ilegalidades, o PS está disponível para rever esta sua posição", acrescentou o ex-ministro da Justiça.
A proposta do PCP de constituição da comissão de inquérito parlamentar sobre os alegados voos da CIA em Portugal , apresentada a 13 de Dezembro, vai ser discutida hoje em plenário. Vera Jardim referiu que esta é "uma questão internacional" e que está a decorrer uma comissão eventual do Parlamento Europeu sobre o assunto, cujos trabalhos o PS está a acompanhar.
"O Governo tem dado a colaboração que tem sido pedida por essa comissão do Parlamento Europeu. Houve três ministros a falar com a comissão e o português foi um deles", salientou. "Em Outubro do ano passado, propusemos ouvir um conjunto de pessoas sobre a eventual passagem de voos com pessoas para serem entregues em países terceiros ou vindos desses países", lembrou, acrescentando que não foram apurados indícios de ilegalidades.»
In: Diário de Notícias
Disgusting!
«PS vai chumbar comissão de inquérito aos voos da CIA».
O Partido faz um frete ao Governo, que não quer incomodar a CIA... "Disgusting"
Vital Moreira
Convergência socialista
Ai estou tão confortada!
Vejam só que, por uma vez, consigo estar de acordo com o meu inimitável camarada Engº José Lello!...
Acha ele que eu devia apresentar queixa junto do Ministério Público face aos relatos que escutei a várias pessoas na Terceira sobre prisioneiros agrilhoados vistos a ser tranferidos de aviões na Base das Lajes.
Mas pode sossegar José Lello: nada se perde pela demora.
Repare-se, antes de mais, que só anteontem é que eu pude confirmar junto de várias testemunhas oculares o que blogues e jornais já haviam noticiado.
E, por outro lado, enquanto eu não o fizer, têm as autoridades portuguesas ou mesmo a direcção do PS que o Engº Lello integra, oportunidade para fazer o que deve ser feito, estando em causa alegações de violações dos direitos humanos, da Constituição Portuguesa e do direito internacional: exactamente, uma investigação séria. Uma investigação governamental, parlamentar ou judicial que dê garantias de protecção contra qualquer tipo de represálias às testemunhas. Garantias que eu, obviamente, não posso dar - e por isso não devo revelar as minhas fontes, deixando-as desprotegidas.
Mas tenho de de me penitenciar: pelo tempo que faço o meu camarada José Lello perder, a ter de sair sistematicamente em defesa do indefensável, incluindo a honra dos governos de Durão Barroso, Santana Lopes e, claro está, Paulo Portas. Tempo que certamente ele não desperdiçaria e aplicaria a estudar minimamente aquilo sobre que fala, enquanto Secretário das Relações Internacionais do PS e enquanto deputado à Assembleia da República. Sim, porque é certamente pelo tempo que eu lhe roubo com os chamados voos da CIA, que José Lello não teve até hoje ensejo para partilhar com os portugueses - e com esta deputada europeia socialista - uma só linha de reflexão ou orientação. É que isto não vai só com papites e eu, decididamente, não tenho queda para as abnegadas manifestações de ortodoxia partidária e solidariedade institucional com o PSD e o PP, do inimitável Eng Lello...
Para o Eng. José Lello, neste dia de Reis e sem ter tempo de percorrer os escaparates que tanto o excitam, as minhas melhores saudações socialistas.
Aparições e obnubilações
Os Açores são misteriosamente deslumbrantes, como prova o breve apanhado de Lugares de Encanto que registei.
Não sei se as brumas encorajam aparições, obnubilam realidades ou embotam os sentidos, a avaliar pelos do Dr. Carlos César, o Presidente do Governo Regional que, aparentemente, não vê, não ouve, nem sabe nada do que muitos dos seus conterrâneos viram e de que falam....
Mas lá que abundam obnubilações, abundam.
Como a da não ratificação, ao fim de 12 anos, do Acordo de Defesa e Cooperação entre Portugal e os Estados Unidos da América, pelo Congresso americano. O que dá ensejo a que o Governo dos EUA não cumpra cláusulas do dito Acordo, designadamente respeitantes a direitos dos trabalhadores portugueses da Base das Lajes.
Claro que se trata de obnubilação que ninguém desvaloriza nos Açores, nem sequer o Presidente do Governo Regional. Só no Continente é que responsáveis políticos - incluindo alguns açorianos - persistem em andar realmente... nas núvens.
Nada a esconder
O Governo e o PS insistem em desconversar e em "chutar para o lado" sobre a questão o trânsito dos voos da CIA em aeroportos portugueses. Não basta dizer que "não há provas" de cumplicidade nacionais nos alegados voos, como ontem voltou a suceder. Perante os preocupantes dados já divulgados, o Governo deveria ser o primeiro a querer saber: (i) se houve voos ilegais e quantos; (ii) se a CIA abusou das facilidades nacionais, para transportar detidos à margem do direito internacional; (iii) se foram cumpridos os procedimentos regulares pelos serviços aeroportuários e demais autoridades nacionais em relação a esses voos ou se eles gozaram de facilidades suspeitas.
Ou seja, em vez de tentar minimizar e, mesmo, amesquinhar os sérios esforços de investigação da Comissão do PE e da Deputada Ana Gomes, o Governo e o Grupo Parlamentar do PS fariam bem melhor em tomar a iniciativa de um inquérito oficial em forma sobre o caso. O Governo deveria evidenciar que não tem nada a esconder, nem muito menos a temer, nesta matéria. Mas não é essa a impressão que está a deixar...
Vital Moreira
Guantanamo: a "justiça" de Bush
"(...) a vergonhosa situação das prisões militares americanas, onde supostos suspeitos de terrorismo são mantidos sem respeito pelos direitos civis ou humanos, e na base de provas tão profundamente eivadas de abusos, ouvir dizer ou secretismo que se tornam essencialmente inválidas.
(...)a lamentável explicação para um processo criminal que a administração montou contra Jose Padilla, que foi em tempos - mas já não é - acusado de planear a explosão de uma "bomba suja" radioactiva nos EUA. Padilla foi mantido preso dois anos sem acusação ou acesso a advogado. Então, para evitar que o Supremo Tribunal se pronunciasse sobre este assalto ao poder de Bush, a Administração deixou cair essas acusações e passou Padilla para um tribunal criminal sob a acusação difusa de fornecer apoio financeiro a terroristas. Mas ao mesmo tempo que abandonava o caso contra Padilla, discretamente acusou um etíope, Binyanm Mohamed, de conspirar com Padilla para cometer aquele mesmo crime.
Mas, diferentemente de Padilla, Mohamed não é cidadão americano, e por isso a Administração atirou com ele para Guantanamo. Agora com 28 anos, ele ainda lá está, preso como "inimigo combatente ilegal" sob a lei anti-constitucional dos tribunais militares que foi apressadamente passada pelo Congresso antes das últimas eleições em Novembro. Mohamed foi alvo de outras das práticas favoritas da Admnistração Bush: a "rendição extraordinária" em que cidadãos estrangeiros são raptados das ruas das suas cidades e secretamente enviados para países onde podem ser abusados e torturados em nome do Governo americano. Mohamed contou que foi torturado em Marrocos até que assinou uma confissão de que conspirara com Padilla.
(...
Tratar deste assunto não é tratar do passado. O assalto desta Administração a alguns dos princípios fundadores da nação continua sem esmorecer. Se os Democratas alijarem a responsabilidade de travar isto, não se revelarão melhores do que os Republicanos que conceberam e tornaram possíveis estas políticas".
Não, o texto não foi escrito por mim. Eu só traduzi.
É de um editorial do NEW YORK TIMES, publicado também no INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE de hoje, 8.1.2007, sob o título "A presidência imperial 2.0".
Fica aqui para aviso de quem se arme em «pró-americano» e desvalorize Guantanamo, prisões secretas e voos da CIA...
A "justiça" de Bush
Acusado de conspirar para ajudar à preparação do 11 de Setembro, foi ontem condenado um marroquino residente em Berlim. Num julgamento que obviamente pôde fazer-se segundo os parâmetros e com todas as garantias dum processo criminal num Estado de Direito como é a Alemanha.
Também na Espanha e no Reino Unido estão a ser instruidos ou iniciados processos contra suspeitos de envolvimento no 11 de Março e no 7 de Julho.
O mesmo poderia, certamente, ter já acontecido nos EUA relativamente a suspeitos de envolvimento no 11 de Setembro e não só. E são centenas os presos suspeitos de terrorismo.
Mas a desastrosa Administração Bush perverteu a justiça americana, ao criar as prisões secretas. E e a ostensiva em Guantanamo. E ao recorrer às «rendições extraordinárias" e à tortura que subcontrata a regimes violadores dos direitos humanos como o marroquino, o líbio, o egípcio, etc...
Nos EUA só ainda dois homens foram levados a tribunal por terrorismo desde o 11 de Setembro. E nenhum por acusações relacionadas com o 11 de Setembro: Zacarias Moussaoui e José Padilla.
Em Guantanamo, a prisão ostensiva, estão hoje ainda mais de 500 presos, alguns ali detidos desde Janeiro de 2002. Nem um só ainda foi levado a julgamento. Que mais vergonhoso retrato poderia deixar a "justiça" de Bush?
A CIA portas adentro
Carta de Ana Gomes, datada de 27.11.2006, enviada a Presidente, Relator e membros do «Steering Group« da Comissão Temporária de Inquérito do PE sobre os voos e prisões da CIA e Pentágono envolvidos no programa ilegal de "extraordinary renditions"
"Dear Mr. President, Dear All
I would like to share with you a summary of the information I have been gathering about Portugal in the context of the work of the TDIP Committee, based both on the EUROCONTROL data and on elements obtained from the Portuguese Government.
From the data provided in reply to my enquiries by the Portuguese Foreign Ministry, with substantive input of Ministries responsible for the oversight of airport controls, a worrying picture is emerging of the role Portugal played in the 'extraordinary renditions' programme since 2001.
In other words, we - as a Committee - need to take a good look at Portugal. The TDIP Committee should consider the information I am presenting and dedicate some time, resources and attention to the upcoming visit to Portugal. I believe it is the credibility of the Committee itself which is at stake here.
As to the information itself:
1. The N379P («Guantanamo Express») and the rendition of ABOU ELKASSIM BRITEL
Italian citizen Britel was arrested in Islamabad and flown to Rabat (where he was jailed and later «disappeared») on 24/25 May 2002 in plane N379P, known as the «Guantanamo Express». Interestingly, this same plane flew from Rabat to Porto on the same 25.5.02. and from there to Washington on 26.5.02.
This is the same plane, by the way, that flew Egyptians Ahmed Aziza and Mohammed Al-Zari to Cairo, handed to the CIA by the Swedish government.
This plane landed at least 13 times in Porto between 25/5/02 and 9/6/05, often staying overnight.
It is confirmed that many of these flights had passengers in them, although the authorities have not yet provided any passenger or crew lists, despite my repeated requests - even when flight logs handed by the authorities explicitly show that passport controls were performed. Some of those cases are:
2. The N379P landed in Porto on 19.5.2003, coming from Cairo.
It was identified as a «foreign state» flight and declared 6 passengers on board. This plane stayed in Porto for three days and proceeded (as a «commercial flight») to Algiers-Kabul-Algiers, landing back in Porto on 23.5.05 - without passengers. Passport controls were performed by the Portuguese authorities before take-off to Algiers, but no passenger lists have been made available.
3. N379P landed in Porto flying between Bagdad and Washington on 29/30 October 2003, with 6 passengers who were tax-exempted at arrival, but were controlled and made to pay tax upon departure. (This, by the way, happened with passengers of several other flights by this and other «civilian commercial planes» passing by Portuguese airports).
4. The N379P landed in Porto on 2.12.2003 coming from Washington, with 5 passengers on board. The next day, it flew to Rabat and from there to Guantanamo. Again, no passenger list has been made available, despite proof of passport controls.
5. N8068V landed in Porto on 17.02.04 coming from Amman, on its way to Washington. It is the the same "Guantanamo Express", but under new number plate. According to EUROCONTROL, this plane had flown (between 14 and 17 February) from Amman to Kabul and back to Amman, before flying to Porto. The flight logs are ambiguous about whether there were passengers on board of this flight or not.
6. The N85VM and the rendition of Canadian citizen ABDURAHMAN KHADRIt is the same GULF IV (later N227SV), one should recall, that took Abu Omar, the Egyptian cleric kidnapped from Milan, from Ramstein to Cairo on 17/2/2003. It also took Mr. Khadr from Guantanamo to Tuzla (Bosnia) on 7 November 2003.
Mr. Khadr has confirmed he is a son of an Al-Qaeda top operative. He was arrested in Afghanistan right after 9/11, when he was only aged 17, and later agreed to cooperate with the CIA with a promise to be released and get back to Canada. Despite that, in Guantanamo, where he arrived while he was still underage, he was subject to torture and degrading treatment. He then was brought to Tuzla (Bosnia) to assist the CIA uncovering jihadists and managed to go back to Canada. Mr. Khadr still has a brother in Guantanamo, who was sent there at the age of 14. His is a case closely followed by the Canada branch of Amnesty International.
Mr. Khadr has stated to Portuguese weekly newspaper EXPRESSO that on the way from
(Bosnia) the plane carrying him landed in Santa Maria (Azores) on November 7, 2003, and someone came into the plane. The documents sent by the Portuguese authorities confirm the stop-over in Santa Maria of plane N85VM, on that night and that there were 6 passengers and 4 crew on board. The authorization for the «commercial reopening» of the airport in an «after hours» period was delivered in a matter of hours. Correspondence with the «handler» SATA mentions the crew is lead by a Captain Colton.
7. The N85VM also landed in Santa Maria several times from 25/7/04 to 31/7/04. Coming from the USA, it flew from Santa Maria-Lybia, Rabat- Santa Maria with 5 passengers, and departed to Guantanamo on 31/7/04 also with 5 passengers.
8. The same GULF IV, but under later number plate N227SV, landed in Lisbon and was stationed in Cascais for 3 days, between 15/5/05 and 17/5/05. It brought 4 passengers. The urgent authorization request by the Portuguese «handler» mentions as purpose «contacts with MOD».
9. The N829MG (or N259SK) and the rendition of MAHER ARAR
This plane landed at least 7 times in SANTA MARIA, from 27/02/03 and 16/07/2003. It passed Santa Maria and stayed overnight when it came back from the rendition of Canadian citizen MAHER ARAR to Amman on 9/10/2002.
10. Plane N313P landed in Porto on 24.08.03 coming from Algiers, and left to Baku on 25.08.03.
(This plane was involved in the rendition of Mr. Khaled Al Masri in another occasion). Although the flight log for arrival indicated that there were no passengers on board, the communication between the company responsible for the flight (Jeppesen Dataplan) and the handler of the flight (Servisair) specifically mentions "6 crew, 12 pax in/0 out". This communication also mentions a «Captain James Fairing» and says «please assist crew to/from Le Meridien Oporto where reservations have already been requested». Captain Fairing's name already came up in the investigation of collusion between the Italian secret services and the CIA in the 'extraordinary rendition'-affair, led by Milan Prosecutor.
As for the Meridien Hotel in Porto, I have been insisting that it provides guest records for those dates, to no avail so far.
11. N8213G - Hercules C130
From 24/1/02 e 26/1/05 this plane landed at least 26 times in PONTA DELGADA (Azores) and 2 times in PORTO.
12. N882Z flew from NYC - Porto - Livingstone on 23/24 December 2004 and Windhoek-Porto-Washington on 1/1/05. With 16 declared passengers on board.
13. Press reports, namely by weekly EXPRESSO, on 28October 2006, that Portuguese Comercial Air Companies AIR LUXOR and YES were hired to transport hundreds of people expelled extra-judicially from the USA, for alleged suspicion of terrorism. I am still expecting reactions from Portuguese authorities.
14. Several civilian/commercial planes listed as involved in the «extraordinary renditions» passed the Airport of Lajes (Azores), a military civilian airport at a Portuguese-American Air Base.
15. Three «ambulance flights» landed at Lajes, including one from Dahkla (Moroccan occupied Western Sahara) to St John's, on 12/11/2003.
16. Evergreen and Polar Air Cargo - companies associated with the CIA - flew regularly to Lajes in flights listed as civilian «technical stop overs».
17. Dozens of US military flights use regularly Lajes every month. I could still not be provided with information on how many of them were headed or came from Guantanamo.
I will, of course, be glad to show anyone the sources of all this information.
II -
Maybe many of these flights are harmless. Maybe not. I believe it is essential to use the TDIP delegation to Portugal in order to clarify many still opaque details.
When going to Portugal, the mission of the TDIP Committee should therefore focus on three elements:
1. Passenger lists and airport controls:
In terms of substance, we should focus on the only kind of information the Portuguese authorities have so far not provided - the passenger and crew lists of all those suspicious flights where passport controls took place. Access to these lists would also be important to assist judicial investigations going on in several countries regarding the crews and other staff involved in 'renditions'. More generally, the contradictory information sent by the different airport authorities (or even by the same authorities at different points in time) seems to indicate that there are some serious gaps in the system. These need to be highlighted;
2. The Azores: as you see, the archipelago seems to be an important point of passage for many suspicious transatlantic flights. I believe it would be extremely useful to visit the airports of Ponta Delgada, Santa Maria, or eventually, if possible, also the Portuguese/US military airport in Lajes, on the island of Terceira. 0ne day of the mission could be dedicated to the Azores.
3. Finally (and most importantly) - officials: taking into account the dates of the great majority of the suspicious flights, it is vital to arrange meetings with those that were politically and technically responsible for the Portuguese secret services, border controls etc. in previous governments, as well.
What follows is a list of names I have already sent to President Carlos Coelho and Rapporteur Claudio Fava on November 14. The point is not meeting all of them, but rather to have a long list of options in the likely case that some will be unavailable to meet us.
Heads of SIS (the Portuguese Internal Intelligence Services) since 2001:
1. Judge José A. Teles Pereira (29.3.2001 - 31.7.2003)
2. Mr. Arménio Marques Ferreira (Assistant Director and Director-General from 1.8.2003 to 29.1.2004 - this period includes the flight through Santa Maria that carried ABDURAHMAN KHADR)
3. Judge Margarida Blasco (30.1.2004 - 13.10.2005)
4. Judge Antero Luis (13.10.2005 - ) - meeting already requested
Heads of SEF (Border Control):
1. Mr. Júlio Pereira (2001 - 2003)
2. Mr. Gabriel Catarino (October 2003 -April 2005)
3. Mr. Manuel Jarmela Palos (April 2005- ) - meeting already requested .
Heads of SEF and DGA (customs) at the airports of Porto and the Azores region (Ponta Delgada, Santa Maria and Lajes)
1. SEF Porto - Ms. Linda Chaves
2. DGA Porto - Ms. Paula Soares
3. SEF Azores - Mr. Francisco Manuel Maldonado Pereira
4. DGA Azores - Mr. Américo Sousa Filipe
Portuguese commanders of the Portuguese/US base in Lajes (island of Terceira, Azores), which also receives civilian flights
Air Base no. 4
1. Colonel Francisco Baptista (2002-2004)
2. Colonel Silvio Sampaio (2006 -)
Azores flight zone
1. Major-General Antunes de Andrade (2002-2004)
2. Major-General Pereira da Cruz (2006 -)
Of course, it would be most useful to meet the person that actually had the political responsibility for both SEF and SIS in the crucial period of 2002-2004:
Mr. Figueiredo Lopes was Minister for Internal Affairs between April 2002 and July 2004.
No investigation on these flights in Portugal would be complete without a meeting with the person politically responsible for the use of the Lajes Base and the Azores flight zone during the period when most suspicious flights took place (between 2002 and 2004): Mr. Paulo Portas, currently a Member of the National Parliament was Minister of Defence from April 2002 to March 2005.
Finally, there are two Portuguese investigative journalists working on this topic - Mr. Micael Pereira and Ricardo Lourenço - who should be heard by the Delegation visiting Portugal.
To conclude, let me remind you that in the case of Portugal we will not be starting from scratch. We can base our investigations on solid evidence, which results from a simple exercise of cross-referencing between the information the Portuguese authorities have sent to the Committee, through President Coelho and to myself, and the EUROCONTROL data and other elements, on the other.
Best regards,
Ana Gomes, MEP
P.S: You will find in attachment a letter and list of questions I am sending today to the Portuguese Foreign Minister, following-up on the response provided to my previous requests for information».
No dia de hoje,10 de Janeiro de 1875, Antero e José Fontana fundavam o "primeiro" Partido Socialista Português.
Se hoje cá voltassem, tornavam a morrer.
De susto.
NÃO FOI PARA ISTO QUE SE FUNDOU O PARTIDO SOCIALISTA?
OU FOI!
Números sobre o desemprego
Contrariamente àquilo que o governo e mesmo a maioria dos órgãos de comunicação social têm afirmado, o desemprego não está a diminuir em Portugal.
É certo que os dados oficiais sobre o desemprego revelam uma redução, embora pequena (menos 12,9 mil desempregados entre 3º Trimestre de 2005 e o 3º Trimestre de 2006), mas estes dados não dão uma ideia completa da dimensão do desemprego no nosso País, já que não incluem, pelo menos, dois grupos de desempregados de facto – "Inactivos Disponíveis" e "Sub emprego Visível" – que têm um peso com cada vez maior no nosso País.
Se calcularmos aquilo que chamamos o desemprego corrigido, com base em dados também publicados pelo INE, e que está muito mais próximo do desemprego real, concluímos que o desemprego continua a aumentar em Portugal.
O desemprego corrigido passou de 548,9 mil no 1º Trimestre de 2005 (fim do governo de Santana de Lopes), para 566,6 mil no 3º Trimestre de 2005, e para 571,5 mil no 3º Trimestre de 2006. Assim, entre o 1º Trimestre de 2005 (fim dos governos PSD/CDS) e o 3º Trimestre de 2006 (pleno governo de Sócrates), o desemprego corrigido aumentou em 22,6 mil, tendo crescido no último trimestre em 4,9 mil.
Se analisarmos a variação da taxa de desemprego oficial e da taxa de desemprego corrigido observamos a mesma evolução. Assim, a taxa de desemprego oficial diminuiu de 7,7% para 7,4% entre o 3º Trimestre de 2005 e o 3º Trimestre de 2006, mas a taxa de desemprego corrigido manteve-se constante no mesmo período – 10,2% – apesar da população activa, que é base de cálculo da taxa desemprego, ter aumentado em 44,8 mil.
Os dados referentes ao desemprego oficial e ao desemprego corrigido revelam um fenómeno preocupante em Portugal, que é o seguinte: um número crescente de portugueses está a deixar de procurar emprego (90,2 mil no 3º Trimestre de 2006), entrando muitos deles na categoria de "desencorajados" (pensam que já não vale a pena emprego porque o não conseguem arranjar), caminhando desta forma para a exclusão social total, e que, pelo facto de não procurarem emprego nas 3 semanas anteriores ao inquérito do INE, não são considerados no cálculo do desemprego oficial. O mesmo sucede com o "sub emprego visível", que são portugueses que querem trabalhar, que fazem biscates para sobreviver, mas que não conseguem arranjar um emprego, e que também não são considerados no cálculo do desemprego oficial (64,3 mil no 3º Trimestre de 2006).
Interessa ainda referir que o reduzido crescimento do emprego em Portugal está-se a fazer fundamentalmente à custa de mais trabalho precário já que, entre o 3º Trimestre de 2004 e o 3º Trimestre de 2006, os contratos sem termos aumentaram em 52,5 mil, enquanto os contratos a prazo cresceram em 105,9 mil, portanto o dobro dos primeiros. Como consequência a taxa de precariedade, aumentou de 29,4% para 30,2%.
A PEQUENA HISTÓRIA
O dr. Carrilho não tem o dom da ubiquidade. A sua imensa vaidade não aguentou muito mais que um ano. Com relativa distância, percebe-se agora que foi um erro de casting para Lisboa ou, em alternativa, a maneira de Sócrates se livrar de um fardo incómodo. Desbaratou, como nunca ninguém antes dele, uma possibilidade muito ampla de conquistar o cargo que ambicionava. Entre o anúncio do propósito e a sua concretização em campanha, Carrilho gastou o tempo a diminuir-se e a diminuir as suas hipóteses de vitória. Sai da Câmara da mesma forma como não conseguiu lá entrar por cima. Mal. Desculpou-se com o extraordinário trabalho como deputado e não resistiu a agarrar-se à treta da "presidência europeia" do segundo semestre, já que integra a comissão parlamentar desses assuntos. Continua a ter-se em grande conta, com um umbigo maior do que a perna. Praticamente só lamento a perda do autor que reflectia com graça e acutilância sobre a filosofia e que, em dado momento, foi o único a dizer que o rei - o bonzinho Guterres - ia nu. Do político, depois destes últimos exercícios de pura futilidade, não há mais nada a dizer.
Carrilho passou melancolicamente à pequena história.
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