ANJINHOS EM PROCISSÃO
"Nunca tenho dúvidas e raramento me engano”- Cavaco Silva, algures, logo após ganhar as eleições que permitiram a formação do seu primeiro governo, em meados dos anos oitenta e a maioria absoluta, em 1987.
As biografias dos nossos políticos mais notórios, publicadas numa dúzia de páginas das revistas semanais, costuma ser florilégio de referências hagiográficas, pois todas contêm imagens serôdias de anjinhos de procissão, do tempo em que o Estado e a Igreja davam as mãos, em comunhão concordatária.
Aconteceu com Cavaco, Guterres e agora Sócrates que aparece na Tabu de Sábado, em 20 páginas resumidas e também sumidas de referências seguras, reveladoras do verdadeiro perfil do Primeiro que agora manda no Executivo.
A entrevista do género, a Cavaco Silva, feita na então Revista do Expresso dirigido por José António Saraiva, o mesmo director do SOL de agora, tem já 17 anos em cima e foi publicada em 20.10.1990, quando Cavaco tinha 51 anos. Sócrates tem agora 49.
A entrevista a Cavaco e artigo de fundo, está assinado por Felícia Cabrita e Fátima Maldonado( com Ricardo Costa). A de agora, da Tabu, tem a assinatura de Ana Sofia Fonseca com fotos de João Francisco Vilhena.
Que diferença tem o peso de quase 17 anos que passaram entre os dois momentos?
Em primeiro lugar, a evolução tecnológica. Em 1990, os computadores e as artes gráficas ainda não permitiam a facilidade de montar uma imagem como a que aqui fica. Não havia blogs, e a Internet não era realidade alargada a todos.
O estado do país, em 1990, anunciava bom tempo económico, por causa da chuva de fundos que nos chegaram da Europa e que uns poucos açambarcaram. Actualmente, anunciam-se tempos de seca prolongada. As causas remotas e ainda imediatas, do fenómeno que nos empobrece há vários anos, em contra-ciclo europeu, podem encontrar-se nas opções políticas destas duas figuras. Em vez da afirmação gratuita, fica a este propósito, a pergunta custosa: Cavaco (e os seus governos), soube aplicar os fundos europeus de modo correcto e como investimento produtivo, ou gastou em consumo supérfluo e errou os objectivos?
Em relação a Sócrates, as perguntas pertinentes, colocam-se na ordem do dia e partem das dúvidas em saber se o Primeiro sabe bem o que será preciso para endireitar o país. Por mim, não oferece nenhuma garantia e as dúvidas, expõem-se com clareza meridiana na entrevista de fundo que fica à superfície da realidade.
Ao contrário do que foi anunciado, em pancartas publicitárias, a entrevista não é a história da vida de Sócrates. É apenas uma operação de imagem, com relato de episódios simpáticos, em registo de puro spin, que o Sol patrocinou, porventura conscientemente e com interesse mútuo. Afinal, as vendas de jornais dependem destas coisas. O Diário de Notícias de hoje, Domingo, dirigido por um incrível Miguel Gaspar, amplifica o efeito com as páginas de abertura, numa suspeita operação alargada de OPV de imagem do nosso Primeiro.
Em 20 de Fevereiro último, o Público, em artigo de Ricardo Dias Felner, adiantou um artigo ainda mais interessante, sobre o perfil do Primeiro. Titulou mesmo, sans blague aparente, “Na cabeça de Sócrates”, pretendendo explicar o modo de pensar e agir do Primeiro. “Empenhado”, “pragmático”, “não gosta de brincar com coisas sérias” ( Alberto Arons de Carvalho dixit), terá feito um mestrado de Gestão em 2004/2005, no ISCTE, em que tratou Huntington e Mintzberg ( “teve das notas mais altas”, António Robalo, professor dixit); “exigente”, "organizado e disciplinado" que cita Bernstein, a favor da social democracia, com a frase feita “ o reino da política é o reino do compromisso”.
Aprecia a competência e a lealdade. “É preparado, tem gosto pela acção política”, Medeiros Ferreira dixit que acrescenta ainda, “ Parece-me que ele tem uma mistura de frontalidade e de dissimulação que é uma boa mistura em termos políticos”.
Sobre a frontalidade, deve passar-se à frente, pois é de manifestação despicienda. Sobre a dissimulação, a única via de acesso a actos dissimulados, é a investigação da figura pública e a sindicância das suas acções públicas e particulares, com reflexos na coisa pública.
Terá algum interesse saber quem é o Primeiro Ministro que governa o país, com maioria absoluta e que tem concentrado em si mesmo, na sua pessoa política, uma fatia de poder já perigosamente alargada?
A ociosidade da resposta, convidaria a que este tipo de abordagens jornalísticas, deixasse um pouco de lado a aura hagiográfica e se centrasse um pouco mais na personalidade verdadeira e real do entrevistado, com a apreciação crítica das incongruências de quem tomou as rédeas de um poder, delegado pelo povo.
Porém, assim não acontece. Este tipo de artigos, alguns a rasar o plano da sabujice mais chã, contribui ainda mais para a mitificação dos governantes e para a ausência de críticas que se possam ouvir à sua acção política.
Com uma agravante de peso: passados quase 17 anos estamos pior, bem pior. O perfil de Felícia Cabrita vale em qualidade intrínseca e aproximação à realidade do então Primeiro Ministro, pelo menos o triplo do actual perfil da Tabu. Isso, para ficarmos pela retórica.
Centremo-nos num aspecto exemplar: as habilitações literárias e o aproveitamento escolar, em paralelo, de Cavaco e Sócrates.
O perfil de Cavaco é abundante em referências precisas e curiosidades demonstradas em pormenor. Datas, notas, curricula, são apresentados com garbo, pelo então Primeiro. O doutoramente, Ph.D. ,em York, na década de setenta, é um cartão de visita do então Primeiro, mesmo que desvalorizado por quem esteve na mesma altura em Oxford ou noutros lugares ainda mais prestigiados. No entanto, Cavaco tem orgulho no seu percurso académico e profissional, poucos duvidando da sua justeza e exemplo a seguir.
E Sócrates, a este propósito, o que diz, deixa dizer e apresenta como carta de recomendação? Pouco e muito mal, escondido e susceptível de revelar grandes suspeitas de outras vergonhas, indignas de quem assume um cargo público, quanto mais da categoria de chefe de um Governo de um país!
No entanto, é o contrário que se revela nestas abordagens hagiografadas dos entrevistados, em que se destaca sempre o mérito, para além do razoável e a desafiar a inteligência vulgar do leitor.
“Tinha a certeza de que a engenharia não era o meu destino. É o mundo dos pormenores e eu tenho uma inteligência direccionada para o abstracto” – diz José Sócrates, em entrevista guiada, da revista Tabu..
Visto em modo de Tabu, o percurso académico de Sócrates, é apresentado como um sucesso da inteligência rara do actual Primeiro. São várias, as referências a essa inteligência esperta, no artigo, o que deveria, em conformidade, permitir que o Primeiro mostrasse orgulho as suas performances académicas. No entanto, tal não acontece, deixando a pairar dúvidas e suspeitas que alguns já procuraram aclarar, sem sucesso e sem que lhes seja dada atenção mediática, o que se revela também suspeito.
O amigo Valente que é presidente da Câmara da Guarda, até assegura: “Ele era muito inteligente, nunca precisava de estudar grande coisa…”
E assim, fica a saber-se que concluiu o bacharelato em data imprecisa, mas anterior a 1981. Nessa data, Sócrates “arranjara posto na Câmara [Covilhã], como engenheiro-técnico civil,
O resto do destino académico do nosso Primeiro, é dado lapidarmente, numa singela frase: “Quase 20 anos depois, em Setembro de 1996, já com posto no Governo, completará a licenciatura na Universidade Independente com média de 14 valores”. E por aí fica, sem outros pormenores.
Sabe-se através do blog Do Portugal Profundo, já citado noutros blogs, que as desventuras recentes na Universidade Independente que licenciou José Sócrates em 1996, permitiram que voltasse à tona das suspeitas, o modo de obtenção desse cobiçado título académico que permite ao nosso Primeiro, anunciar nas páginas oficiais que tem a categoria profissional de Engenheiro. O reitor da UI disse ao jornal 24 Horas que Sócrates se licenciara em 1998, com 16 valores. Agora, no artigo da Tabu, quase como um pequeno tabu, aparece a data de 1996 e a nota de 14 valores. Será isto um mero lapso ou revelador de algo mais grave do que se aparenta?
Um dos implicados na contenda da Universidade, Amadeu Lima de Carvalho, apresentado como advogado, é renegado na respectiva qualificação profissional e título académico, pelo próprio reitor Arouca e apesar disso, o mesmo volta a afirmar que é tanto licenciado como Sócrates o é…
Em que ficamos? A suspeita que estas revelações levantam sobre a honra do Primeiro Ministro de Portugal, pode passar assim despercebida dos media em geral, ao ponto de ser num blog que se tenta a investigação que deveria ser assunto arrumado e já explicado, há muito, por exigência democrática? Isto não é assunto mais relevante do que um envelope com o número 9?
São estas diferenças que relevam entre ambos os artigos laudatórios, passados quase 17 anos de democracia.
Está melhor a nossa democracia, depois dos Fundos europeus que permitem que o nosso Primeiro possa ter um Mercedes em vez de um Citroen?
Estará melhor na qualidade jornalística? E na exigência ética publicamente assumida pelo público em geral?
Não me parece nada- antes pelo contrário.
Então que andamos a fazer durante estes 17 anos?
Em procissão de anjinhos?
As biografias dos nossos políticos mais notórios, publicadas numa dúzia de páginas das revistas semanais, costuma ser florilégio de referências hagiográficas, pois todas contêm imagens serôdias de anjinhos de procissão, do tempo em que o Estado e a Igreja davam as mãos, em comunhão concordatária.
Aconteceu com Cavaco, Guterres e agora Sócrates que aparece na Tabu de Sábado, em 20 páginas resumidas e também sumidas de referências seguras, reveladoras do verdadeiro perfil do Primeiro que agora manda no Executivo.
A entrevista do género, a Cavaco Silva, feita na então Revista do Expresso dirigido por José António Saraiva, o mesmo director do SOL de agora, tem já 17 anos em cima e foi publicada em 20.10.1990, quando Cavaco tinha 51 anos. Sócrates tem agora 49.
A entrevista a Cavaco e artigo de fundo, está assinado por Felícia Cabrita e Fátima Maldonado( com Ricardo Costa). A de agora, da Tabu, tem a assinatura de Ana Sofia Fonseca com fotos de João Francisco Vilhena.
Que diferença tem o peso de quase 17 anos que passaram entre os dois momentos?
Em primeiro lugar, a evolução tecnológica. Em 1990, os computadores e as artes gráficas ainda não permitiam a facilidade de montar uma imagem como a que aqui fica. Não havia blogs, e a Internet não era realidade alargada a todos.
O estado do país, em 1990, anunciava bom tempo económico, por causa da chuva de fundos que nos chegaram da Europa e que uns poucos açambarcaram. Actualmente, anunciam-se tempos de seca prolongada. As causas remotas e ainda imediatas, do fenómeno que nos empobrece há vários anos, em contra-ciclo europeu, podem encontrar-se nas opções políticas destas duas figuras. Em vez da afirmação gratuita, fica a este propósito, a pergunta custosa: Cavaco (e os seus governos), soube aplicar os fundos europeus de modo correcto e como investimento produtivo, ou gastou em consumo supérfluo e errou os objectivos?
Em relação a Sócrates, as perguntas pertinentes, colocam-se na ordem do dia e partem das dúvidas em saber se o Primeiro sabe bem o que será preciso para endireitar o país. Por mim, não oferece nenhuma garantia e as dúvidas, expõem-se com clareza meridiana na entrevista de fundo que fica à superfície da realidade.
Ao contrário do que foi anunciado, em pancartas publicitárias, a entrevista não é a história da vida de Sócrates. É apenas uma operação de imagem, com relato de episódios simpáticos, em registo de puro spin, que o Sol patrocinou, porventura conscientemente e com interesse mútuo. Afinal, as vendas de jornais dependem destas coisas. O Diário de Notícias de hoje, Domingo, dirigido por um incrível Miguel Gaspar, amplifica o efeito com as páginas de abertura, numa suspeita operação alargada de OPV de imagem do nosso Primeiro.
Em 20 de Fevereiro último, o Público, em artigo de Ricardo Dias Felner, adiantou um artigo ainda mais interessante, sobre o perfil do Primeiro. Titulou mesmo, sans blague aparente, “Na cabeça de Sócrates”, pretendendo explicar o modo de pensar e agir do Primeiro. “Empenhado”, “pragmático”, “não gosta de brincar com coisas sérias” ( Alberto Arons de Carvalho dixit), terá feito um mestrado de Gestão em 2004/2005, no ISCTE, em que tratou Huntington e Mintzberg ( “teve das notas mais altas”, António Robalo, professor dixit); “exigente”, "organizado e disciplinado" que cita Bernstein, a favor da social democracia, com a frase feita “ o reino da política é o reino do compromisso”.
Aprecia a competência e a lealdade. “É preparado, tem gosto pela acção política”, Medeiros Ferreira dixit que acrescenta ainda, “ Parece-me que ele tem uma mistura de frontalidade e de dissimulação que é uma boa mistura em termos políticos”.
Sobre a frontalidade, deve passar-se à frente, pois é de manifestação despicienda. Sobre a dissimulação, a única via de acesso a actos dissimulados, é a investigação da figura pública e a sindicância das suas acções públicas e particulares, com reflexos na coisa pública.
Terá algum interesse saber quem é o Primeiro Ministro que governa o país, com maioria absoluta e que tem concentrado em si mesmo, na sua pessoa política, uma fatia de poder já perigosamente alargada?
A ociosidade da resposta, convidaria a que este tipo de abordagens jornalísticas, deixasse um pouco de lado a aura hagiográfica e se centrasse um pouco mais na personalidade verdadeira e real do entrevistado, com a apreciação crítica das incongruências de quem tomou as rédeas de um poder, delegado pelo povo.
Porém, assim não acontece. Este tipo de artigos, alguns a rasar o plano da sabujice mais chã, contribui ainda mais para a mitificação dos governantes e para a ausência de críticas que se possam ouvir à sua acção política.
Com uma agravante de peso: passados quase 17 anos estamos pior, bem pior. O perfil de Felícia Cabrita vale em qualidade intrínseca e aproximação à realidade do então Primeiro Ministro, pelo menos o triplo do actual perfil da Tabu. Isso, para ficarmos pela retórica.
Centremo-nos num aspecto exemplar: as habilitações literárias e o aproveitamento escolar, em paralelo, de Cavaco e Sócrates.
O perfil de Cavaco é abundante em referências precisas e curiosidades demonstradas em pormenor. Datas, notas, curricula, são apresentados com garbo, pelo então Primeiro. O doutoramente, Ph.D. ,em York, na década de setenta, é um cartão de visita do então Primeiro, mesmo que desvalorizado por quem esteve na mesma altura em Oxford ou noutros lugares ainda mais prestigiados. No entanto, Cavaco tem orgulho no seu percurso académico e profissional, poucos duvidando da sua justeza e exemplo a seguir.
E Sócrates, a este propósito, o que diz, deixa dizer e apresenta como carta de recomendação? Pouco e muito mal, escondido e susceptível de revelar grandes suspeitas de outras vergonhas, indignas de quem assume um cargo público, quanto mais da categoria de chefe de um Governo de um país!
No entanto, é o contrário que se revela nestas abordagens hagiografadas dos entrevistados, em que se destaca sempre o mérito, para além do razoável e a desafiar a inteligência vulgar do leitor.
“Tinha a certeza de que a engenharia não era o meu destino. É o mundo dos pormenores e eu tenho uma inteligência direccionada para o abstracto” – diz José Sócrates, em entrevista guiada, da revista Tabu..
Visto em modo de Tabu, o percurso académico de Sócrates, é apresentado como um sucesso da inteligência rara do actual Primeiro. São várias, as referências a essa inteligência esperta, no artigo, o que deveria, em conformidade, permitir que o Primeiro mostrasse orgulho as suas performances académicas. No entanto, tal não acontece, deixando a pairar dúvidas e suspeitas que alguns já procuraram aclarar, sem sucesso e sem que lhes seja dada atenção mediática, o que se revela também suspeito.
O amigo Valente que é presidente da Câmara da Guarda, até assegura: “Ele era muito inteligente, nunca precisava de estudar grande coisa…”
E assim, fica a saber-se que concluiu o bacharelato em data imprecisa, mas anterior a 1981. Nessa data, Sócrates “arranjara posto na Câmara [Covilhã], como engenheiro-técnico civil,
O resto do destino académico do nosso Primeiro, é dado lapidarmente, numa singela frase: “Quase 20 anos depois, em Setembro de 1996, já com posto no Governo, completará a licenciatura na Universidade Independente com média de 14 valores”. E por aí fica, sem outros pormenores.
Sabe-se através do blog Do Portugal Profundo, já citado noutros blogs, que as desventuras recentes na Universidade Independente que licenciou José Sócrates em 1996, permitiram que voltasse à tona das suspeitas, o modo de obtenção desse cobiçado título académico que permite ao nosso Primeiro, anunciar nas páginas oficiais que tem a categoria profissional de Engenheiro. O reitor da UI disse ao jornal 24 Horas que Sócrates se licenciara em 1998, com 16 valores. Agora, no artigo da Tabu, quase como um pequeno tabu, aparece a data de 1996 e a nota de 14 valores. Será isto um mero lapso ou revelador de algo mais grave do que se aparenta?
Um dos implicados na contenda da Universidade, Amadeu Lima de Carvalho, apresentado como advogado, é renegado na respectiva qualificação profissional e título académico, pelo próprio reitor Arouca e apesar disso, o mesmo volta a afirmar que é tanto licenciado como Sócrates o é…
Em que ficamos? A suspeita que estas revelações levantam sobre a honra do Primeiro Ministro de Portugal, pode passar assim despercebida dos media em geral, ao ponto de ser num blog que se tenta a investigação que deveria ser assunto arrumado e já explicado, há muito, por exigência democrática? Isto não é assunto mais relevante do que um envelope com o número 9?
São estas diferenças que relevam entre ambos os artigos laudatórios, passados quase 17 anos de democracia.
Está melhor a nossa democracia, depois dos Fundos europeus que permitem que o nosso Primeiro possa ter um Mercedes em vez de um Citroen?
Estará melhor na qualidade jornalística? E na exigência ética publicamente assumida pelo público em geral?
Não me parece nada- antes pelo contrário.
Então que andamos a fazer durante estes 17 anos?
Em procissão de anjinhos?
José
Etiquetas: Cavaco Silva, José Sócrates
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