ESTA É A DITOSA PÁTRIA MINHA AMADA. NÃO.
A PORTUGAL
Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
A pouca sorte de nascido nela.
Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.
Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol calada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço. És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço mas seres minha, não.
Jorge de Sena
(1919-1978)
(1919-1978)
Etiquetas: Dia de Portugal, Jorge de Sena, Poesia
9 Comments:
Ai... Portugal! (Sérgio Godinho)
Ai, Portugal
dar-te conselhos é bem pouco original
(mas) se realmente não quiseres querer-te mal
olha p´ra ti, ó Portugal
e não te deixes assim vestir
O meu país
foi outro dia ao alfaiate encomendar
"toilettes" novas p´ro mundo se embasbacar
e se dizer, e se elogiar
que bem, que chique
que beleza
para falar com franqueza
parece outro com esse ar
Mas há coletes que são de forças
por mais que o digam não ser
não te deixes assim vestir
não te deixes assim vestir
Ai, Portugal
Ao meu país
o alfaiate respondeu: venha cá
quero saber com que linhas se coserá
o fato feito que fará
a sensação das redondezas
bem que eu não tenha a certeza
que seja de elogiar
Ai, Portugal
dar-te conselhos é bem pouco original
(mas) se realmente não quiseres querer-te mal
olha p´ra ti, ó Portugal
e não te deixes assim vestir
O meu país
outrora usando fraque, luva e paletó
se rebentar pelas costuras, é só
que o fato que é da trisavó
não é necessariamente
aquele que no presente
nos fará soltar um "oh!"
Porque há coletes que são de forças
por mais que o digam não ser
não te deixes assim vestir
não te deixes assim vestir
PORTUGAL VAI CADA VEZ "MELHOR"
Basta ver esta notícia:
«Grande banca lucra 8,7 milhões por dia
A margem financeira cresceu 35,8%
Os grandes bancos nacionais ganharam 8,7 milhões de euros por dia, no primeiro trimestre deste ano, mais 21% que em cada dia do mesmo trimestre de 2006, quando os ganhos diários foram de 7,1 milhões de euros. De acordo com cálculos feitos pelo DN, as cinco grandes instituições de crédito portuguesas viram os seus resultados aumentar quase tanto como os dos 13 maiores bancos europeus, cujos lucros cresceram 29,9% até Março. Os valores absolutos é que são bem diferentes.
O aumento dos lucros da banca ocorreu num quadro de subida de taxas de juro, com os bancos a registarem subidas significativas nas suas margens financeiras. Com efeito, os cinco grandes bancos portugueses - Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp, Banco Espírito Santo, Banco Santander Totta e Banco BPI - obtiveram, por dia, 17,8 milhões de euros de margem financeira, contra 13,1 milhões cobrados no ano passado. Ou seja, este foi o montante arrecadado diariamente pelos grandes bancos, resultante da diferença entre os juros cobrados sobre os empréstimos e as mesmas taxas pagas sobre as aplicações financeiras. Nos primeiros três meses, a margem financeira dos cinco grandes aumentou 35,8%, face ao ano anterior.»
No: D.N.
Neste Dia de Portugal talvez merecesse a pena reflectir um pouco sobre o que somos enquanto povo e como nos comportamos enquanto cidadãos, reflectir sobre o que damos e recebemos de um país cuja história herdámos e que deposita o futuro nas nossas mãos. Vale a pena reflectir sobre os portugueses que somos ou que não somos, sobre o que cada um de nós está disposto a dar ao país, o que cada um é capaz de prescindir em favor de um projecto colectivo que é uma nação.
A verdade é que damos ao país muito menos do que aquilo que herdámos, vamos deixar aos nosso filhos menos do que aquilo que recebemos, cada vez somos menos os que pensam em termos colectivo, para entrar no imenso jogo do salve-se quem puder em que se tem vindo a transformar a nossa vida colectiva.
De vez em quando falamos em Nação, quando há jogos da selecção e se ainda tivermos esperança de ganhar algo ou quando os nossos empresários sentem a coutada ameaçada se vão ao Presidente da República pedir ajuda para que sejam defendidos os centros de decisão no país. Mas da mesma forma que cada um pensa e lucrar o mais possível com o país, medindo a sua riqueza comparando-a com a do vizinho, os memos empresários que lutam com os espanhóis estão desejosos que algum vizinho lhes compre as empresas ou então arranjam forma de esconder os lucros numa off-shore para se livrarem dos impostos.
Nos últimos anos não temos sido grande coisa enquanto povo, se há povos melhores e piores, não nos podemos orgulhar do que temos sido, os políticos procuram o enriquecimento rápido, os magistrados o poder necessário para proteger os favores corporativos, os empresários só encontram soluções no empobrecimento colectivo, os partidos revelam uma total incapacidade para se empenharem nas soluções a não ser que sejam governo e essas soluções sejam lucrativas para os seus.
Como povo só podemos orgulhar-nos do passado, ter dúvidas do que andamos a fazer no presente e recear o que vamos deixar para o futuro, ainda não percebemos que quanto mais dermos ao país mais podemos receber dele.
Curiosamente, na Margem Sul, "Desert Land", o Sahel Português, onde, com uma corcova Armani, o Vigarista de Vilar de Maçada foi vergonhosamente apupado, e naquele apupo esteve, como raras vezes, neste Estado/Nação, conluiada e aplaudidora uma plateia inteira de 10 000 000 de prejudicados, o Chefe Supremo das Forças Armadas enfiou-se num navio militar, naquela postura do remoer bovino dos maxilares, que tão bem lhe conhecemos.
Gostava de lá ter visto Mário Lino, Paulo Pedroso, listado (?) como candidato por Setúbal, Ferro Rodrigues, apoiante, e Comissão de Honra da execrável candidatura, a Candidatura Sénior (?) do Solnado -- verifique... eu nem sempre estou drunfado... -- de António Costa.
Consta, Cavaco, que você é um homem inseguro, que só se desloca(va) em viaturas blindadas e que tem as mãos sempre transpiradas, de terror de ser surpreendido na sua fragilidade.
Sabe que é grave termos um Comandante Supremo das Forças Armadas com essas características, não sabe?...
Decerto não ignora que as mudanças mais dramáticas de Regime, acontecidas nos últimos 100 anos, foram justamente protagonizadas pelas Forças Armadas, sempre com a mesma expectativa: terminar com um pântano, e permitir uma nova aurora.
Tinham, em comum, ter começado num pântano, e terem, ambas, acabado noutro pântano...
Cessam aqui as semelhanças, e o pântano de que aqui falamos não é nenhuma metáfora da Ota: não, a Ota é apenas um pântano dentro de um outro Pântano Global, suponho que um desenvolvimento do tecido neoplágico, de cuja amostra, em bons tempos, o Engenheiro -- escrevo engenheiro por extenso, para distinguir... -- Guterres se livrou.
Gosto muito de o ouvir dizer que "não se resigna", mas isso dos resignamentos são soluços de sacristia, e choros de esposa arrependida, aos pés da colcha do marido traído, ou merdunças vocalizadas, como, para,
penso de que,
nós podermos continuar entretidos: Sr. Presidente da República, Chefe Supremo das Forças Armadas, nós somos e estamos cada vez menos sensíveis ao entretimento, porque as contas, o atraso e o desemprego caem-nos diariamente em casa, somos obrigados a franquear as fronteiras invisiveis da União Europeia, para, como nos tempos finais do Antigo Regime, irmos buscar trabalho em outras paragens, onde somos tratados com a indignidade de um povo que não é aceite como par, na Integração Europeia, um povo a quem os Italianos, por definição, uns dos maiores acumuladores de anedotas de trapaças do Mundo, chama "gli portoghesi", como sinónimo de ALDRABÕES.
Aldrabões, cidadão Cavaco Silva, são os responsáveis pela porcaria estagnada a que chegámos, hoje, 10 de Junho, 33 Anos depois de 1974 e 81 anos depois de 1926, a mesma porcaria estagnada de sempre.
Vai resignar, ou começar, um por um, a pô-los a resignarem?...
Volto às Forças Armadas, porque gostei muito de quando falou delas, e da necessidade de reforma e de investimento, da revalorização e da colocação ao serviço da Cousa Pública do manancial intelectual e humano de que dispõem.
Como sou inteligente, suponho que esse golpe de ombros não se vá, mais uma vez, destinar aos soluços das apetências de redesenhamento das fronteiras externas da Pobre América, que, por acaso, em nada coincidem com os nossos interesses.
Você sabe onde fica o Kossovo?... Eu sabia-o, até que o decidi ignorar, desde que percebi que a par das Bósnias Muçulmanas, que -- se calhar não sabe desta, mas eu vou-lha chapar debaixo dos maxilares!... -- dessa Bósnia Muçulmana que foi motivo para que o Grande Oriente Francês lançasse um apelo através das Lojas da Europa Inteira, para se impedisse que se constituísse um estado islâmico nos Balcãs, e eles, vocês, aqueles homens quadrados, de cabeça e interior de cabeça rapada, que vão lá fora fazer umas horas, a preço de assessor ministerial -- daqueles que vão ao cu ao titular da Pasta -- para depois poderem casar com umas gajas com ar de padeira, a padeira tradicional, de bigode e rata cabeluda, celulite banha de Mac Donald's, à espera de emprenhar, ou já emprenhadas, porque, se morrer em combate, a coisa que se lhes debate nas entranhas já terá a reforma do pai -- herói, morto em combate, a jogar às cartas em cima de torpedos obsoletos, com marcas de Made in U.R.S.S., ou -- deus me livre, sabia também disto?... -- com o selo, disfarçado, deus me livre, de Made in Portugal.
Quer que vamos defender as rotas do Tráfico do Ópio, no Afeganistão, contra os talibans, e as suas mulheres de burka -- que estão exactamente na mesma -- que as tinham interrompido, com grande desgosto dos consumidores de East Upper Side, dos Néons de Los Angeles e das festas caras de Beverlly Hills, onde o Lobby Judaico enforma, deforma e transforma todo o Cinema de Propaganda que engolimos, diariamente, como um dejecto, que, pior do que a Droga, nos mutila irreversivelmente o raciocínio?...
Eu não vou.
Quer que vamos para o Iraque, que Portugal e os canalhas dos seus aliados circunstanciais, armaram até aos dentes, e agora explodiu num frenesi de Fundamentalismo, adorável fundamentalismo, uma Aldeia Global, movida, como na Idade Média, pelo esterco de Três Monoteísmos, em redor de véus, de "chárias", de penitências, de pecados, de bater-com-a-testa-no-chão, de um pobre gajo, pendurado, e sem tomar banho durante três dias, numa Cruz, que, aposto, voltaria para trás se soubesse o chavascal em que lançou Gaia, a Vingança de Gaia, esta Terra Obsoleta e Martirizada?...
Eu não vou.
Sr. Presidente da República, quer agora agir como Chefe Supremo das Forças Armadas?...
Então faça o seguinte: nós já não temos fronteiras, temos uma simples linha virtual, encimada pela nossa bandeira de conveniência, que é, diariamente, franqueada por tudo o que consumimos, roupa, comida, carros, gasolina, droga, programas de televisão, música, vícios, corpos que cá se vêm prostituir, e etc. e tal.
Desse modo, devemos, de uma vez por todas, assumir que o inimigo já não é externo mas INTERNO.
Não faça como nas revoluções militares anteriores, em que se ocuparam as sedes do Poder Político: Deixe-se de heranças entre avózinhas e de litígios de patamares de prédios arruinados e de tutelas de criancinhas deficientes, que ocupam diariamente os telejornais, e antes ponha as Forças Armadas a ocupar as sedes do Poder Judicial, transforme os infindáveis caracóis, e os compadrios, em Tribunais Marciais, e ponha em cima da mesa, com prazo de resolução, de um mês, todas as questões fulcrais que transformaram isto no Lodaçal da Europa.
Imponha Tribunais Marciais e resolva, em 30 dias, isto, e isto, e isto, e isto, e isto, e isto, e isto e isto, e isto, e isto, e isto, e isto, e isto, e isto e mais isto.
Depois, se sobrar alguma coisa atribua-lhes pelouros, sim, ah, sim e medalhas, muitas medalhas, Grã-Cruzes, a estes valerosos militares, finalmente cumpridores da sua missão de Defender a Pátria, e o Estado de Direito.
Obrigado. Agradeço eu e 10 000 000 de vítimas da podridão a que V.ª Ex.ª preside.
A Fuga de José Sócrates
Hoje José Sócrates foi vaiado nas comemorações do Dia de Portugal.
Quando foi anunciada a chegada do Primeiro Ministro, em Setúbal, José Sócrates foi vaiado.
O Primeiro Ministro fugiu depois às perguntas dos jornalistas. Qual menina virgem amudada ,o Primeiro Ministro de Portugal fugiu ao confronto. Não quis dizer nem uma palavra sobre os motivos da vaia.
Já quando estalou o escândalo da licenciatura de José Sócrates este nunca se dispôs a responder aos jornalistas, a responder abertamente, a todos sobre tudo o que envolve essa licenciatura domingueira.
José Sócrates escolheu o conforto da RTP, para "ditar" o que queria "ditar".Nao foi sequer uma enterevista, mas uma paródia e uma ofensa aos portugueses.
Em que outro Pais da União Europeia um Primeiro Ministro teria podido agir assim? Em nenhum!
Aí temos o Primeiro Ministro em toda a sua "coragem", esmagado pelos factos que tem extremas dificuldades em esclarecer e pela contestação popular às trapalhadas dos seus ministros e ao ostracismo a que votou os nossos emigrantes, fechando consulados, dificultando a vida a quem o sustenta e sustenta Portugal.
José Sócrates está preso por arames ao Poder.
A queda vai ser estrondosa!
Os portugueses têm de abrir os olhos e deixarem de ser pouco exigentes.
Por Portugal que merece melhor.
foi linda a festa...muitos carros pretos, barcaças e aviões, muitos soldadinhos, muitas (bom, aquelas que se pôde arranjar) máquinas de guerra, muitos polícias de intervenção para controlarem os patetas - salvam-se os que foram apupar o falso engenheiro - que foram ver o "espectáculo", muitos seguranças com especial destaque para os que corriam ao lado do blindado da múmia, muitos convidados, muitos discursos da treta que parecem copiados todos os anos, muitas medalhinhas para distinguir alguns dos miseráveis do regime que contribuiram para a actual situação do rectângulo...que mais uma vez se mostrou no seu pior...
o terceiro-mundo é onde?
Há dias em que devemos deixar o aconchego do lar e, a bem da harmonia institucional, participar nas iniciativas presidenciais. Durante toda a semana preparei a viagem a Setúbal, e imbuído do mais puro sentimento de nacionalismo, coloquei na bagagem um salpicão das terras de Bragança, um naco de presunto pata negra, uma broa de Avintes, um “taparuwere” com leitão da Bairrada, outro com uns doces regionais, um garrafão de 5 l de Dão e lá vou eu em direcção à cidade anfitriã.
Já próximo, numa mata que tudo indicava que a tinham ali posto para o efeito, instalei o acampamento.
Eis que de repente surge do nada a GNR.
Identificam-se como homens do SEPNA e, simpaticamente, dizem-me que se dedicam em regime de exclusividade à conservação da natureza. Maravilhado estava eu por, finalmente, haver alguém que comunga das minhas preocupações e não vive só da aplicação de coimas a quem anda a prevaricar na estrada quando, regresso das nuvens e, começa aqui a porca a torcer o rabo.
Fico a saber que só posso acampar em sítios devidamente assinalados para o efeito, o leitão não tinha sido abatido no matadouro municipal, logo não podia ser consumido, o salpicão não tinha marca, presumindo-se desta forma que tinha sido fabricado em locais não autorizados, estava portanto à margem da lei, nos doces não estava especificada a quantidade de açúcar, pondo assim em causa o direito do consumidor à informação, pelo que, não podiam ser comercializados.
Como se não bastasse, esta panóplia de restrições às liberdades individuais, ainda me faltavam as guias de transporte de toda aquela carga.
Levanto o acampamento, desacreditado na boa fé da conservação da natureza, e lá vou eu em direcção ao local das outras cerimónias, já que o agentes da natureza não fizeram cerimónias nenhumas em me obrigarem a pagar umas valentes coimas e, muita sorte tive eu não ter sido ali constituído arguido.
Já em Setúbal, começa a festa e dou por mim a ver o engenheiro vaiado por uma cambada de arruaceiros, de certeza pagos para o efeito, se bem que, em contraste, outros que de certeza já tinham participado num daqueles programas de ressocialização política tipo DREN, bateram palmas, a modos que pareciam mais os deputados sentados na Assembleia que propriamente simples visitantes de ocasião.
O presidente teve uma grande ovação, pudera, toda a gente tinha sido previamente informada que a tropa presente estava do lado dele. Começa assim, neste termos, o discurso presidencial e a meio daquele palavreado todo, fico a saber que o presidente elogia as reformas que estão a ser processadas em Portugal.
Num dia destes escusava de falar nesse assunto, todos nós sabemos que ele tem uma grande reforma, o n.º 2 da lista do Negrão também, o Marocas, o Almeida Santos e tantos outros que por aí andam, mas enfim, como estava a jogar em casa excedeu-se.
Mas, o que mais me agradou foi a marcha da tropa, tirei-lhe uma foto “à la minuta”, que aqui deixo com a melhor das intenções.
«O Presidente da República insistiu hoje no apelo ao inconformismo e prometeu, ele próprio, não se resignar às dificuldades do país e "aos fracos níveis de crescimento económico", na sessão solene do Dia de Portugal, em Setúbal. Aproveitou ainda para anunciar que o próximo roteiro, dedicado à ciência, insidirá sobre as ciências e tecnologias do mar.
"Não me resigno", repetiu Cavaco Silva na cerimónia no edifício do Porto de Setúbal, perante uma plateia de centenas de pessoas, e a poucos metros, no palco, do primeiro-ministro, José Sócrates.
"Tenho repetido várias vezes que não me resigno à passividade perante os indicadores persistentes do nosso atraso em relação aos parceiros europeus", afirmou.
De seguida, deu os exemplos das áreas em que não se resigna: "Não me resigno aos fracos níveis de crescimento económico, ao abandono escolar preocupante, à pobreza e exclusão social de tantas famílias, à escassa dimensão das componentes científica e tecnológica do aparelho produtivo", exemplificou.
Preocupado, e com a promessa de não se resignar, está igualmente Cavaco Silva com os "sinais de degradação do ambiente, património cultural".
Há um ano, nas comemorações de 2006, no Porto, Cavaco Silva pediu aos portugueses para não se resignarem às dificuldades porque "seria indigno" do passado de Portugal, "um desperdício" do presente e "o adiar" do futuro.
Na cerimónia está presente grande parte do Governo, incluindo o titular das Obras Públicas, Mário Lino, autor, há duas semanas, das polémicas declarações em que comparou a margem sul do Tejo a um deserto, recusando a hipótese de construir o novo aeroporto, previsto para a Ota.»
LUSA
Obs: Tirando este último parágrafo relativo ao sr. Lino, que serviu apenas para pôr os tugas a rir e gerar um momento de humor e hiper-criatividade em Portugal, Cavaco Silva fez um discurso excepcionalmente bem conseguido, na forma e no conteúdo. Uma narrativa portadora de futuro, oxalá o governo, a sociedade, o empresariado - todos os agentes sociais e económicos - possam valorizar este desígnio a bem do conjunto nacional.
Portanto, o PR está de parabéns, o seu Chefe da Casa Civil, José Nunes Liberato, certamente que também deu um forte contributo para a sua elaboração, e a ideia de apostar no Mar e nas suas actividades - uma ideia que tem vindo a ser sublinhada por Ernâni Lopes - também me pareceu um excelente sinal desse desenvolvimento sustentável.
Levar alguns desses pressupostos à prática será, porventura, o mais importante. Esperemos que Camões ajude...
A verdade segundo Sócrates
Queridos leitores do PÚBLICO, Um bando de facciosos, para não dizer de loucos, resolveu agora convencer o país de que o nosso querido primeiro-ministro se inclina excessivamente para o autoritarismo e já criou por aí um clima pouco democrático. Nada mais falso e aberrante. Se o sr. primeiro-ministro decidiu, por exemplo, transferir para si próprio a tutela directa dos serviços de segurança (SIS, SIRP e SIED) e das polícias, não foi para aumentar o seu poder. De maneira nenhuma, foi por meras razões de "funcionalidade"; uma medida patriótica, destinada exclusivamente a garantir a segurança do cidadão e a poupar dinheiro ao contribuinte. Se a canzoada, que não pára de ladrar às pernas de um tão patriótico benemérito, não percebeu esta evidência, tanto pior para ela.
A canzoada, de resto, distorce tudo. Vejam a infame exploração do "caso Charrua". Primeiro, não houve espécie alguma de denúncia, houve, isso sim, uma "participação"; e entre a "denúncia" e a "participação", como qualquer pessoa bem formada sabe, vai um mundo moral. Os funcionários públicos não denunciam, participam. E um cavalheiro, ainda por cima ex-deputado do PSD, que faz "declarações" sobre S. Exa. o primeiro-ministro, está pura e simplesmente a pôr em causa a hierarquia do Estado e a prejudicar a eficiência da administração. Só mesmo a canzoada descobria uma "perseguição política" neste lamentável episódio. A disciplina para ela não conta. Nem o respeito pela autoridade. Preferia com certeza que um miserável empregado da DREN passasse o tempo a denegrir a Governo?
E o cartão 5 em 1? Um cartão muito prático, e até bonito, que facilita a vida ao nosso bom povo. Foram logo inventar - até onde chega a cegueira e a má fé! - que também dava ao Estado um excelente meio para se meter na vida de cada um. Não se acredita. Como não se acredita no descaramento dessa malta sem nome dos blogues, das colunas, da televisão, da rádio e dos jornais, que anda a brincar ao antifascismo e se queixa, hoje, com o eng. Sócrates, de - não conseguem adivinhar! - "falta de liberdade". Isto quando basta comprar um jornal ao acaso ou ligar ao acaso a televisão, para verificar o à-vontade e a violência com que o Governo e o seu chefe são atacados. Isto quando Vital Moreira, professor de Coimbra e, no seu tempo, grande comunista, já provou e tornou a provar que há liberdade a mais. Não vale a pena insistir. O eng. Sócrates, vencedor de défice e democrata dos democratas, paira acima desta imunda lama. Um modesto admirador do sr. primeiro-ministro.
Vasco Pulido Valente
No: Público
9.Junho.2007
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