domingo, 22 de julho de 2007

O ENSINO QUE TEMOS, O ENSINO QUE DEVIAMOS TER...

Caros Pontessorenses

Só este domingo tive tempo para ler um dos jornais da cidade, mais precisamente o "Ecos", na página 5 do número 1335 de 17 deste mês, o jornalista Jorge Traquete, publica uma reportagem sobre as «Más notas na primeira fase dos exames Nacionais de 11º e 12º ano" na Escola Secundária de Ponte de Sor. Na qual a presidente do conselho executivo da escola, a professora Conceição Matos afirma:
"Os alunos têm ser responsáveis. Não só durante o ano lectivo, mas também na preparação dos exames nacionais. A escola disponibiliza os professores durante um dia inteiro para os ajudar. Os alunos só tem de aproveitar"



Ontem o João Miranda, Investigador em biotecnologia, escreveu isto no Diário de Notícias:


As notas dos exames do secundário oscilam ao sabor das alterações dos programas e da organização do ensino secundário e, sobretudo, ao sabor do tipo, duração, dificuldade e critérios de correcção das provas. Quando as notas são boas, a ministra da Educação atribui os bons resultados às excelentes políticas do seu ministério. Quando as notas são más, a ministra em vez de responsabilizar as políticas do seu ministério reafirma a necessidade de aprofundar essas mesmas políticas. Claro que os dados que existem não permitem estabelecer nenhuma relação de causa e efeito entre políticas e resultados, mas para a ministra isso não interessa nada. Ela participa no jogo político através da exploração de oscilações fortuitas e estatisticamente irrelevantes das notas do secundário.

Os exames do secundário e os respectivos critérios de correcção são produzidos pelo GAVE, Gabinete de Avaliação Educacional, que é um departamento do Ministério da Educação. Isto significa que o Ministério da Educação é ao mesmo tempo o prestador dominante de serviços de educação e o respectivo avaliador. O ministério tem seguido políticas erráticas alterando frequentemente os programas de ensino e, por intermédio do GAVE, alterando os critérios de correcção e a dificuldade dos exames de ano para ano. O GAVE, para além de se ter revelado incapaz de produzir exames sem erros, tem-se revelado incapaz de criar exames padronizados que possam ser comparados de ano para ano, ou mesmo de chamada para chamada. Por isso, o mais provável é que as variações positivas das notas do secundário não sejam um sinal de melhoria do ensino, mas um sinal de que o ministério é incompetente, ou mal-intencionado, e não consegue estabelecer padrões de avaliação constantes. Dado que o GAVE é ao mesmo tempo um departamento do Ministério da Educação e a instituição que avalia os resultados do trabalho desse ministério, existe o risco de manipulação política dos exames. Como a opinião pública associa notas elevadas à competência da ministra, o Governo tem um incentivo para premiar um departamento de avaliação que inflacione as notas dos exames. Por outro lado, o GAVE pode adulterar a avaliação através da produção de exames mais fáceis e da fixação de critérios de correcção mais benevolentes. O público não tem nenhuma garantia de que o GAVE não recorre a estes estratagemas, por um lado porque o GAVE tem interesse em agradar ao Governo e, por outro, porque o GAVE não é auditado por entidades externas nem segue procedimentos transparentes. A instituição que mais avalia não é avaliada por ninguém e não publica os procedimentos que deram origem a um exame específico, nem os critérios usados para padronizar os exames, nem o currículo académico dos autores dos exames
Há muito que a realidade do insucesso escolar a matemática é conhecido, é um desastre colectivo com consequências negativas para uma boa parte dos nossos jovens que ou acabam fora do sistema de ensino ou são empurrados para carreiras profissionais para as quais não têm vocação.

Quando 75% dos alunos do 9.º ano chumbam a matemática a realidade torna-se intransponível. Este número pode não corresponder à realidade, ninguém está em condições de avaliar o fenómeno. Os resultados podem ser destorcidos pelo grau de dificuldade do teste utilizado, mas seriam muito piores se não fossem os pais de muitos a alunos a compensar as insuficiências da escola dando ou pagando explicações, um excelente negócio para muitos professores.

Qual a causa?

Em regra, a causa é sempre a mesma, mal o aluno começa a ter “negas” a matemática leva com o carimbo “tem falta de jeito para a matemática”, não raras vezes já traz esse carimbo na testa quando sai da escola do primeiro ciclo.

Os pais ficam conformados, o professor tranquilo, a directora de turma conformada e quando chega Julho vamos todos para férias que em Setembro há mais.

Não vale a pena discutir este tema em Portugal, mal a questão se coloca vem a associação dos professores da especialidade e os sindicatos garantir que os professores não têm culpa, se for necessário até o Jerónimo de Sousa dá umas cambalhotas e encontram justificação política e ideológica para o desastre, o Louçã complementa a justificação, Marques Mendes fica em silêncio e o assunto acaba por morrer.

Não vou dizer de quem é a culpa ou quais são as causas, todos sabemos que há culpas e causas mas o politicamente correcto impede-nos de as enunciar. Portanto, é tempo de se fazer um estudo sério do tema fora do quadro das justificações oficiais ou convenientes.

Reúnam-se especialistas (se necessário estrangeiros) e não especialistas e analise-se o fenómeno, analise-se a qualidade pedagógica dos livros, a qualidade das aulas, a adequação dos planos curriculares, o comportamento dos encarregados de educação, a forma como são organizadas as turmas e colocados os professores, o acompanhamento pedagógico das turmas, a gestão da escola.

Analise-se tudo, tirem-se conclusões e adoptem-se medidas sem olhar se estas vão doer seja a quem for.

O país não pode continuar a chumbar a matemática.


J.E.R.

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17 Comments:

At 22 de julho de 2007 às 16:02, Anonymous Anónimo said...

Oh professora já viu que as suas pobres medidas não serviram de nada. Algo está muito mal na escola que dirige, que tal começar a analisar friamente o assunto e propor medidas de fundo para acabar com o flagelo.Ainda mais que não é o único ano lectivo em que acontece, o mal já é crónico, e parece que as "aspirinas" há muito tempo que não surtem efeito é necessário algo mais forte.

 
At 22 de julho de 2007 às 16:43, Anonymous Anónimo said...

O conselho executivo da escola secundária de Ponte de Sor, podia aproveitar o mês de Agosto, apesar de estar de férias para fazer o tpc, para o próximo ano lectivo que terá inicio em Setembro.
Começava por analisar as diversas situações em que a escola secundária está mal, depois preparava um programa de intervenção rápida para resolver as mesmas, o qual era discutido com todos os membros na comunidade escolar na primeira assembleia a ser realizada em inicio de Setembro, entrando de seguida em vigor e assim justificavam o que ganham a mais por serem membros do C.E. e prestavam um bom serviço á população escolar.

 
At 22 de julho de 2007 às 16:48, Anonymous Anónimo said...

Sendo Ponte de Sor, uma "fábrica de inspectores escolares" será que estes já alguma vez se debruçaram sobre o modo como há longos anos a secundária de ponte de sor é gerida a nível pedagógico?

 
At 22 de julho de 2007 às 17:48, Anonymous Anónimo said...

Pois é... Não há volta a dar-lhe. Enquanto não se valorizar a Escola, enquanto a ministra continuar a enxovalhar os professores, enquanto os pais não forem responsabilizados, não se pode esperar outra coisa. Aliás as notas são más em todo o lado. Claro que algumas escolas de zonas mais favorecidas, socialmente e culturalmente, podem ter resultados melhores. Ninguém consegue ensinar quem não quer aprender. Os meninos, de um modo geral, têm tudo de mão beijada, sem terem, sequer, de o sonhar. Qual é a alternativa à Escola? Pois bem, quem sabe passear nos centros comerciais, ver televisão o dia inteiro, jogar no computador ou frequentar o messenger ou o hi5? Enquanto os pais não ensinarem,desde a mais tenra idade, que a vida é feita de trabalho e de esforço, até para poderem aproveitar e deliciarem-se com o tempo de lazer, continuaremos a ter meninos infelizes e que julgam que o mundo gira à volta do seu umbigo. Estamos a criar pequenos monstrinhos que tudo exigem e nada querem dar em troca.
Já agora, as equipas do Gave, que fazem os exames , também deveriam conhecer melhor os programas, ter conhecimento daquilo que hoje são as escolas. Os critérios de correcção também deveriam ser menos cretinos. Os currículos deveriam ser revistos, por professores que estão no terreno. Algumas áreas curriculares deveriam ser abolidas! Os putos também necessitam de tempo para outras coisas, nomeadamente para estarem com as famílias, para brincarem... 30 horas de aulas por semana? Quem leva isto a sério é autenticamente massacrado! Mas esses são os filhos das pessoas que valorizam a escola e tudo o que ela representa. Estão quase em vias de extinção, mas existem, graças a Deus. Desejo um excelente ano lectivo de 2007/2008 para todo o pessoal da ESPS.

 
At 22 de julho de 2007 às 21:52, Anonymous Anónimo said...

A dra. Conceição Matos afirma:
«Os alunos têm ser responsáveis. Não só durante o ano lectivo, mas também na preparação dos exames nacionais. A escola disponibiliza os professores durante um dia inteiro para os ajudar. Os alunos só tem de aproveitar»
Já viu este ano e nos passados, pois a senhora não é nova nas funções, que não chega, mas não faz nada para mudar, há mais sectores na sua/nossa escola que não funcionam e a senhora com tantos anos de cargo ainda nada mudou. O mal não é dos alunos é seu e dos seus colegas professores.

 
At 22 de julho de 2007 às 21:55, Anonymous Anónimo said...

A Senhora Presidente do Conselho Executivo da Escola,apenas dá as culpas aos alunos. Parece impossivel que não aponte o dedo a alguns senhores professores, nomeadamente dos departamentos onde as notas foram más. Alguns desses Senhores professores se tivessem que fazer os exames das respectivas disciplinas ainda teriam piores notas que os alunos aqui responsabilizados. Tenha juízo e deixe a direcção da escola para quem sabe...

 
At 23 de julho de 2007 às 15:57, Anonymous Anónimo said...

Investimento de 400 milhões de euros
Plano Tecnológico da Educação prevê um computador em cada sala de aula

O Plano Tecnológico da Educação, que vai ser apresentado hoje, prevê que cada sala de aula tenha um computador, uma impressora e um projector, num investimento que ultrapassa os 400 milhões de euros.

"A concretização deste plano tecnológico vai fazer-se sentir da portaria à sala de aula, envolvendo toda a escola", disse à Lusa uma fonte oficial do Ministério da Educação (ME).

A partir do próximo ano lectivo, começará também a ser instalado um quadro interactivo por cada três salas de aula e generalizados o cartão electrónico do aluno e os sistemas de alarme e videovigilância. O cartão electrónico — já utilizado em algumas escolas — permite controlar o acesso dos estudantes ao estabelecimento de ensino e registar a assiduidade, servindo também de porta-moedas electrónico.

O plano — que será apresentado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, numa cerimónia com a presença da ministra Maria de Lurdes Rodrigues — pretende ainda equipar as escolas com sistemas de alarme e de videovigilância, "para protecção externa e salvaguarda do investimento de que os estabelecimentos têm sido alvo", nomeadamente em material informático.

Outro dos objectivos, mas para 2010, é ter dois alunos por cada computador com ligação à Internet de banda larga.

No ano lectivo 2001/02, o rácio entre alunos e computador com ligação à Internet (independentemente do tipo de ligação) era de 17, um valor que subiu para dez no ano escolar que agora terminou.

De acordo com a tutela, o Plano Tecnológico da Educação representa um investimento superior a 400 milhões de euros, com fundos comunitários e públicos.

23.07.2007 - 09h31 Lusa

o falso engenheiro, depois de ter treinado com figurantes excursionistas de cabeceiras de basto a comemoração da "vitória" nas eleições do ministério municipal de lisboa, profissionalizou-se e contratou com agências de "casting" os putos que foram figurantes na apresentação de mais este plano....
gostei de ver na tv o ar irritado da fraude criatura quando confrontado por uma jornalista com a encenação.
o rectângulo merece melhor do que este falsário!

 
At 23 de julho de 2007 às 16:00, Anonymous Anónimo said...

Porque é que os Finlandeses Educam Melhor?

Os dados publicados pelo PISA (Project for Internacional Student Assessment), relativamente a estudos comparativos internacionais sobre a educação indicam que os alunos finlandeses são os alunos melhor preparados em todo o mundo.
Porque será que assim acontece? O que leva este País a apresentar tão bons resultados, quando os seus alunos entram um ano mais tarde que na maioria dos outros países (7 anos), e têm menos 23% de horas de aulas?
Que características especiais reúne?

O PISA foi lançado em 1997 pela OCDE no sentido de monitorizar, de forma regular e numa perspectiva comparativa a nível internacional, os resultados dos sistemas educativos em termos de desempenho dos alunos. Procura medir a capacidade dos jovens de 15 anos ( i.e. na idade normal para o final da escolaridade obrigatória) na literacia em Leitura, Matemática e Ciências.
O objectivo deste estudo é o de medir as competências que possuem nos desafios quotidianos e não o de medir o domínio das matérias curriculares específicas.
No Relatório PISA, no qual participaram 275.000 alunos com 15 anos, oriundos de 41 países, os estudantes finlandeses ocuparam nas edições de 2000 e 2003, o primeiro lugar em habilidade para a leitura, compreensão da escrita e cultura matemática.
Mas, o que tem a Finlândia que não tenham os outros países?
Apesar de investir cerca de 6,51% do PIB na Educação (acima da média europeia), não é o país que mais investe na Educação.
Além disso, o gasto por aluno neste nível de ensino está abaixo de muitos outros países como Luxemburgo, Estados Unidos ou Itália. Portanto, a resposta-chave não é unicamente monetária.
De uma maneira geral, os países que contam com maior autonomia nas suas escolas e grande equidade entre os seus colégios, como a Finlândia, obtêm melhores resultados.

Além disso, a Finlândia possui também um grau elevado de formação de professores a nível da educação básica e secundária, sem esquecer que os sistemas educativos são uma soma de três factores que se interrelacionam: o familiar, o socio-cultural e o escolar.
No caso finlandês, estes factores coordenam-se e potenciam-se uns aos outros. Ainda a este nível, a Finlândia é um país que detém uma sólida igualdade e equidade social, com prestações económicas e ajudas consideráveis à família. Relativamente ao apoio familiar, 55% das famílias finlandesas consideram-se os primeiros responsáveis pela educação dos seus filhos e participam activamente nela, graças a uma série de medidas facilitadores da conciliação laboral e familiar. A nível de apoio cultural, a Finlândia dispõe de mais de 1.900 bibliotecas públicas, a televisão não traduz nenhum programa em língua estrangeira e as crianças desde muito cedo se familiarizam com outros idiomas.
O índice de leitura ronda os 87% da população.

Princípios da Educação Finlandesa
As oportunidades de aprendizagem são praticamente as mesmas em todo o país, existe uma grande homogeneidade entre os centros educativos.
Gratuitidade absoluta no ensino obrigatório (incluindo livros, manuais, material, refeições).
Apenas 5% da população frequenta escola privadas.
Os alunos não são separados por níveis de aprendizagem, a diferença entre os alunos com maior ou menor rendimento é mínima.
Um aluno com dificuldades tem a oportunidade de estudar uma ou duas vezes por semana em pequenos grupos ou com um professor individualmente, para que os professores tenham a certeza que nenhum aluno fica para trás.
Os governos locais, os municípios e colégios têm um peso considerável na gestão educativa.
Os professores têm grande autonomia, mas também grande responsabilidade e estão em permanente formação.
Podem escolher os seus manuais ou prescindir, ensinar dentro ou fora da sala de aula, reunir os alunos em grupos grandes ou pequenos.

O papel da formação do professor
A profissão docente é uma das mais prestigiosas no país e goza de uma grande consideração por parte dos cidadãos. O processo de selecção é minucioso, envolvendo várias provas (entrevista pessoal, exposição observada de um tema a uma turma, uma prova de matemática, uma prova de tecnologia).
O que é mais valorizado é a capacidade educativa e a sensibilidade social.


Com este sistema Portugal nunca lá ia.
Porque depois os alunos são levados a fazer exames muito ERRADOS e pior CORRIGIDOS, quase nada direccionados para o Saber e muito mais voltados para o DECORAR mecanicamente.

Portugal é um país que privilegia o marranço e a estupidez inquestionante em detrimento da Inteligência perscrutante.

Por isso é que os professores e alunos INTELIGENTES têm muito mais dificuldade em perceber o que deles se exige (coisa que ninguém ao certo sabe, neste preciso momento) do que os seus homólogos mais broncos ou acomodados (que também os há)

 
At 23 de julho de 2007 às 18:57, Anonymous Anónimo said...

Em Portugal, os professores não podem exigir que os alunos estudem. Os professores chamados habitualmente de "exigentes" muitas vezes são mal vistos pelos pais dos alunos. Se os professores exigem de acordo com o seu dever de exigir e tentam impor o ambiente que devia ser a norma nas salas de aula, no outro dia lá está a mamã a pedir explicações ao director de turma, para falar mal do professor porque mandou o seu rebendo para a rua, ou porque subiu um tom no seu habitual ritmo vocal. Em casa os "meninos" são quem manda e os pais obedecem aos seus caprichos e tentam todos os meios de subsistência para conseguir dar aos meninos aquilo que estes pedem. A prestação da casa pode esperar porque é preciso comprar uma nova consola ou um telemóvel 3G para que o menino não faça birra e assim durante um ou dois dias cumpra com meia dúzia de rabiscos que os professores pediram e sem que incomode os papás que entretanto foram tomar café(isto apenas no caso dos pais que acompanham os filhos). Realmente, nas turmas só 2 ou 3 alunos cumprem com as suas obrigações e são estes que fazem os trabalhos de grupo e ainda frequentam actividades extra escola. São estes que muitas vezes sofrem interiormente porque o professor estava mal disposto, porque não conseguem estar sossegados nas aulas, porque não conseguem estar atentos, apesar do esforço.
A Escola neste momento "protege" a indisciplina não só porque tem medo das reacções dos pais como sabe que se reprovar o aluno x ou y, mais tempo este causará distúrbios e assim há alunos completamente indiciplinados que fazem do dia-a-dia escolar, um verdadeiro circo, em que ocupam o papel do domador. A Escola não pode exigir nem ter a qualidade necessária porque a base da escola está na família e todos sabem que a família está sem valores, não há modelos que inspirem as crianças. A cabeça destas é uma verdadeira parafernália de flashes que se sucedem e apagam instantaneamente porque não há lugar a sistematização de nada.
Isto para não falar de crianças que com os novos horários escolares, entram na escola ás 7h30 da manhã e estão na escola 11 e 12 horas por dia , grande parte delas, sentadas numa sala de aula.

 
At 23 de julho de 2007 às 19:08, Blogger miguel said...

por causa dessas circunstancias eque ñ compreendo porque se continua a promover o encerramento de escolas primarias como estamos a assistir.. começamos desde logo a criar nas crianças sentimentos de anti-escola, por serem deslocadas de casa.. mas tbm sei e reconheço k uma criança k inicie as suas de manhã e as termine de manhã está mais predisposta a aprender e captar melhor o k lhe é transmitido do que se tal fosse no periodo da tarde... a perfeição nestes casos ñ existe.. com muita pena...

 
At 23 de julho de 2007 às 19:41, Anonymous Anónimo said...

Tendo em conta aquilo a que temos assistido, fecho de escolas , de centros de saúde e afins, eu julgo que seria preferível o excelentíssimo senhor primeiro-ministro e seus correlegionários mandarem construir um muro desde Trás-os-Montes até ao Baixo Alentejo, aí a uns 80 km da costa, fechava-se de vez o interior, atirava-se fora a chave, poupavam-se mais uns cobres, quem sabe o déficit alcançaria os almejados 3%. Só não sei por que razão sou obrigada a pagar os mesmos impostos que aqueles que dispõem de escolas, hospitais e outras infra-estruturas à porta de casa. Mas quando é que posso votar outra vez?

 
At 23 de julho de 2007 às 22:26, Anonymous Anónimo said...

Por cá e desde que o senhor Dr.Taveira Pinto está na presidência do Município, fecharam pela primeira vez na história do concelho escolas e mais vão ser encerradas.
O senhor Dr. Taveira Pinto até em frente à Ministra da Educação defendeu o encerramento das escolas do primeiro ciclo e a transferência dos alunos para as sedes de agrupamentos.
É assim a política de educação do nosso município, "palavras para quê artistas socialistas no seu pior"..

 
At 23 de julho de 2007 às 22:49, Anonymous Anónimo said...

Um grande post do António Santana Maia, publicado no Rexistir em 27/06/2007 que diz muito sobre a Escola, que deve ser lido na integra por todos nós:

«A MINISTRA DA EDUCAÇÃO

«E a nossa mania de confundir um general com as botas da tropa»

Fui professor de Português do ensino secundário durante 25 anos. Mais precisamente até ao ano passado. Durante estes 25 anos sempre acreditei que seria possível, finda a ressaca de todos os experimentalismos pedagógicos que lançaram as escolas públicas na mais absoluta anarquia, caminharmos, finalmente, para um sistema de ensino rigoroso, exigente e competente, capaz de potenciar, estimular, desenvolver e valorizar as capacidades dos nossos alunos.



Com a chegada da actual ministra da Educação, cheguei, no entanto, à triste conclusão de que as minhas esperanças eram impossíveis de concretizar. Com efeito, quando vi os pais e os comentadores políticos (sobretudo, Pacheco Pereira, José Manuel Fernandes, Miguel Sousa Tavares e António Barreto) rejubilarem com o estilo trauliteiro da ministra, vendo nisso o regresso aos bons velhos tempos da escola da ditadura, como se fosse esse o nosso paradigma, não tinha outra alternativa a não ser agarrar nas minhas coisas e ir-me embora.



O nosso sistema de ensino precisa, efectivamente, de um comandante. Mas não devemos confundir um general com as botas da tropa. A actual ministra e seus secretários de Estado são do piorzinho que passou pelo ministério da Educação porque conseguem aliar o pior da ditadura (autoritarismo gratuito, instinto persecutório, censura e vistas curtas) com o pior da escola democrática (o eduquês, a TLEBS, a valorização dos cargos e das actividades não lectivas sobre o trabalho na sala de aula e o estudo, a asfixia intelectual dos alunos pela sobrecarga das disciplinas e da carga horária, a defesa do igualitarismo, a promoção do sucesso artificial como forma de branquear o sistema, etc.).



A alternativa à bandalheira em que se transformou o nosso sistema de ensino pós-25 de Abril não é, no entanto, nem pode ser, a Mocidade Portuguesa e o sistema de ensino dos tempos da ditadura. Mas a escola democrática também não pode ser uma corrida de bicicletas, caso contrário acaba por se transformar num enorme carro vassoura onde fica depositada a maioria dos alunos, ou seja, todos aqueles que não conseguem lutar pelos primeiros lugares.



A escola democrática é para todos e tem de dar resposta a todos. Tem de ser exigente, rigorosa, premiar o mérito e o esforço. No entanto, para que seja uma escola de sucesso efectivo (e não artificial), é necessária uma coisa: não exigir a um aluno aquilo que ele não pode dar.



Ora, é isso precisamente o que a nossa escola faz à maioria dos alunos. Todos os professores têm a tendência de colocar os objectivos num nível que é apenas acessível a uma parte da turma, o que significa que há sempre um número significativo de alunos a quem as aulas objectivamente não se destinam. A maior parte das vezes até não se destinam a nenhuns, porque, se para uns, é de mais, para outros, é de menos.



Adianta ensinar equações do terceiro grau a um aluno que não sabe somar 2 + 2 ou mandar analisar «Os Lusíadas» a um aluno que não sabe escrever o nome? E adianta gastar horas a ensinar a somar 2 + 2 a alunos que já sabem fazer equações de terceiro grau? Isto é assim tão difícil de entender?



Nem todos os alunos partem do mesmo estádio de conhecimento, têm o mesmo ritmo de aprendizagem e há alunos que, pura e simplesmente, não têm apetência para determinadas matérias. O insucesso, nestes casos, não tem nada a ver nem com falta de estudo, nem com falta de empenho. Mas a escola também tem de dar resposta a estes alunos. E a solução não pode passar por reprová-los sistematicamente, caso contrário mais vale acabar com o ensino obrigatório.



Os caçadores, quando um cão não presta para a caça, matam-no ou abandonam-no. É esta a solução que pretendemos ver implementada nas nossas escolas?



Provavelmente o defeito será meu. Mas, como tenho 7 cães que foram abandonados por caçadores, sei, por experiência própria, que até os cães de caça não servem só para caçar.»

 
At 24 de julho de 2007 às 00:48, Anonymous Anónimo said...

Tempo da Mocidade Portuguesa para quem? Para os professores não é porque o seu papel na escola é o de fazer de amas dos meninos. Para os alunos também não, porque nesse tempo os alunos respeitavam os professores e agora qualquer "puto" de 5 ou 6 anos agride fisica e verbalmente os professores.

 
At 24 de julho de 2007 às 15:10, Anonymous Anónimo said...

AINDA SABE DIVIDIR QUATRO POR SETE? E O SEU FILHO?

«Vale a pena aprender a nadar? Para quê, se há barcos e, nos barcos, há bóias?

Vale a pena aprender andar de bicicleta? Para quê, se há motas, automóveis, autocarros, comboios?...

Vale a pena aprender a ler? Para quê, se os computadores já são capazes de ler por nós e basta conhecermos o significado das palavras?

Contudo, procuramos que os nossos filhos aprendam a nadar, mesmo que não sejam pescadores. E entusiasmamo-nos quando se equilibram na bicicleta ou associam as primeiras letras.

O surpreendente é que, apesar de acharmos natural qualquer das anteriores aprendizagens, ouvimos com naturalidade, porventura sem estranheza, miúdos dizer que têm más notas a Matemática "porque não serve para nada" (o que é uma criancice, mas não devia passar sem separo) e, pior do que isso, assistimos (ou muitos assistem) sem indignação à consagração das máquinas de calcular no ensino básico.

Os mesmos que sabem como é difícil aprender a coordenar os movimentos para nadar ou como se estragam muitos joelhos ao aprender-se a arte do equilíbrio em cima de uma bicicleta, acham desnecessário que se perca tempo a aprender a tabuada ou a verificar se uma conta está certa aplicando a prova dos nove. Afinal, não é muito mais simples utilizar uma simples calculadora?

Não, não é. A calculadora facilita a vida, como um computador nos permite fazer inúmeros cálculos que, manualmente, exigiriam dias. Mas a calculadora não é capaz de nos dizer se introduzimos correctamente os dados. Pior: a calculadora, sobretudo se utilizada pelos mais novos, impede--os de desenvolver competências que servem não apenas para realizar operações aritméticas simples, mas também para treinar o seu cálculo mental e ter uma ideia mais precisa da ordem de grandeza relativa dos grandes números.

Aqui há uns anos, num debate que teve lugar na Livraria Almedina em Lisboa, o professor Alexandre Castro Caldas, professor de Neurologia, recordou aos desmemoriados (o termo é apropriado) que o cálculo mental, tal como a memorização, tanto de como se escreve uma palavra ou de como se trauteia a tabuada, permite o desenvolvimento de partes do cérebro que, sem esse treino, ficam atrofiadas. Como essas regiões do cérebro são necessárias para outras actividades, evitar a "chatice" da tabuada, as regras da soma de parcelas ou a utilização correcta de números decimais inferiores à unidade tem inúmeras consequências perversas. A primeira, imediata, é tornar-nos numericamente iletrados, incapazes de relacionar números uns com os outros, compreender o significado de uma percentagem e, por isso, não perceber o sentido e o impacto de uma taxa de juro. A segunda, menos imediata, é tornar-nos menos aptos a raciocinar. Da mesma forma que, se deixarmos de utilizar este ou aquele músculos, andaremos mancos ou curvados, deixar de utilizar partes do cérebro diminui as nossas capacidades gerais.

Claro que dizer isto não implica atirar com as máquinas de calcular borda fora. Elas são e serão sempre muito úteis, sobretudo em graus de ensino mais adiantados do que as primeiras fases do básico, onde agora se advoga a sua reintrodução. Só que só utilizaremos bem esses instrumentos se soubermos introduzir correctamente os algarismos, se olharmos para o resultado final e percebermos, mesmo sem sabermos se está correcto até às milésimas, se faz sentido. Não vale a pena perder tempo, por exemplo, a fazer contas com muitas casas decimais onde, por exemplo, tenhamos de utilizar senos e co-senos. Mas de nada nos serve a máquina de calcular se não soubermos o que é um seno ou um co-seno, algo que se terá mais dificuldade em entender se, logo nos primeiros anos, não continuarmos a exercitar o cálculo mental e a saber resolver uma operação tão simples como dividir quatro por sete. Ou respondermos sem hesitar que 75 por cento é mais do que dois terços e menos do que quatro quintos.

Alguns dirão: mas quem é que não sabe isso num país onde concluir o 9.º ano é obrigatório? Pois, para não me estender nos exemplos, boa parte dos finalistas de muitos cursos universitários.

Contudo, a ideia de recomendar a utilização da calculadora nos primeiros anos do ensino básico está de regresso. Não se sabe bem em nome de quê, pois já devíamos ter aprendido que treinar a memorização e saber a tabuada não é torturar as criancinhas: é até menos complexo do que ensiná-las a nadar ou a andar de bicicleta...»

José Manuel Fernandes
Editorial do Público
23/Julho/07

 
At 24 de julho de 2007 às 16:04, Anonymous Anónimo said...

«Perguntas de primária para alunos do 9.º ano

Meia dúzia de ‘alunos’ e um ‘professor’ demonstraram como funciona o quadro interactivo. O ‘professor’, funcionário do Ministério da Educação, chamava alguns ‘alunos’, à vez, para resolver problemas no quadro. Nos monitores nas secretárias, surgia a imagem criada no quadro.

Nas perguntas de resposta fechada, bastava carregar num dos botões de um joy-stick sem fios. Os ‘alunos’ estudam entre o 3.º e o 9.º anos – alguns dos problemas colocados na demonstração eram do Ensino Primário, pelo que foi fácil resolvê-los. Alguns até de costas voltadas para o quadro conseguiram responder certo. Afinal, foi uma empresa que se “propôs para fazer a demonstração”, explicou a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, reconhecendo não saber se as crianças foram recrutadas num ‘casting’. “É um aspecto de pormenor”, disse.»

 
At 25 de julho de 2007 às 17:46, Anonymous Anónimo said...

O ME divulgou ontem as suas instruções para a organização do próximo anoe escolar, praticamente esvaziando parte do que eu iria escrever sobre o que se entende por autonomia dos estabelecimentos de ensino e agrupamentos.

O despacho que aguarda publicação é mais outro daqueles monumentos à nacionais à regulamentação da pesca com minhoca. Nada parece querer deixar-se ao acaso, sendo que por vezes tanta regulamentação acaba por pisar-se a si mesma.

Quanto às instruções propriamente ditas assiste-se a uma ânsia imensa por preencher o mais recôndito dos cantos dos horários de docentes e alunos, numa evidente tentativa de saturar toda a gente no mais curto espaço de tempo possível, assumindo-se a tal lógica do mais é melhor.

Um ponto positivo das instruções - que o há, ninguém diga que eu só gosto de fazer críticas negativas - passa pela proposta, sugestão ou ordem para se constituírem equipas pedagógicas responsáveis pelo acompanhamento das turmas em cada ciclo de escolaridade.

Estas equipas pedagógicas, integradas pelos professores das diferentes disciplinas do ano de escolaridade e pelos docentes de educação especial, iniciam funções após o período de matrículas, envolvendo-se nas tarefas de constituição da turma e de análise do percurso escolar dos alunos.

O único probleminha, assim pequeninino, quase insignificantes, coisa pouca, nem quase valeria a pena falar nisso, é que esta sugestão, instrução ou ordem, surge quase um mês depois de se terem feitos as matrículas, uns bons quinze dias depois da constituição de maior parte das turmas, mas, em contrapartida, antes de se ter a possibilidade de saber exactamente como é que os horários dos docentes poderão ser definitivamente elaboradaos, pois o concurso para professores-titulares só termina na próxima semana, em muitas EB 2/3 ou EB 3/S ainda não está completamente definida a carga horária disponível a distribuir por cada grupo e departamento e, em suma, se alguns dos professores que estão, vão mesmo estar (QZP’s).

Este modo de actuar é extremamente interessante, instrutivo mesmo, quanto à forma como o ME desconhece o funcionamento quotidiano das escolas, pois este tipo de instruções - e já agora a certeza de que as colocações dos professores de QZP são mesmo trianuais, ou se os destacamentos dos docentes foram aceites - deveria ter chegado em seu devido tempo: por exemplo, antes das matrículas e do período de constituição de turmas, para que as tais equipas pedagógicas pudessem ter começado a funcionar desde logo e não apenas em Setembro.

Porque não me parece que a publicação deste despacho no período de férias obrigatório dos docentes seja o melhor exemplo de calendarização, a menos que se ache que já nem em Agosto possamos gozar os diazinhos de férias a que ainda temos direito. Obviamente que as “equipas pedagógicas” que agora se sugerem/ordenam que funcionem desde as matrículas não podem dar um salto no tempo e começlar a funcionar desde o in´cio deste mês.

Porque esse início de mês já passou e dizem os menos crédulos na teoria do eterno retorno e na ficção científica que já não voltará mais.

Publicar isto em Maio já teria sido uma excelente ideia. Mas talvez ninguém tenha dado por isso. Ou deram e isto é mesmo só para chatear quem já anda suficientemente desanimado?

 

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