O FAZ DE CONTA
O que na gíria da moda tecnológica se designa hoje por second life é afinal uma velha invenção há muito criada e posta em prática em Portugal: o faz-de-conta.
Durante 48 anos Portugal viveu sob ditadura mascarada de democracia orgânica. Ou seja, os portugueses viviam sob os rigores da polícia política e da censura mas numa espécie de democracia faz-de-conta. Hoje, o regime salazarento poderia alegar que Portugal vivia a democracia faz-de-conta dos avatares, ou seja a ditadura metamorfoseada de democracia. Assim como a própria democracia em que o País está mergulhado poderia reclamar a sua qualidade. É tudo uma questão de palavras.
Portugal é já hoje o 12º país na second life, com uma quantidade de avatares muitíssimo superior às de países como a Suécia, a Suiça, a Dinamarca ou a China. E só não se percebe porque é que no mundo virtual Portugal não vai mais à frente, uma vez que no mundo real anda tão para trás.
Portugal tem os piores índices da Europa em matéria de saúde, educação, bem-estar social, poder de compra e outro factores que colocam o País na chamada cauda da Europa.
Ora porque não há-de Portugal colocar-se no topo da Europa e do Mundo em termos de faz-de-conta?
Porque não há-de Portugal ter um serviço nacional de saúde tendencialmente gratuito, oportunidades de acesso e de êxito escolar para todos, justiça social na distribuição da riqueza e do rendimento, coesão económica e social de todo o território, tudo isto na esfera virtual e nos termos de uma Constituição faz-de-conta?
Assim como assim já são tão poucos os portugueses que acreditam numa primeira vida a sério. Porque não viver melhor uma vida virtual?
Desde que paguem as contas com dinheiro sonante.
J.P.G.Durante 48 anos Portugal viveu sob ditadura mascarada de democracia orgânica. Ou seja, os portugueses viviam sob os rigores da polícia política e da censura mas numa espécie de democracia faz-de-conta. Hoje, o regime salazarento poderia alegar que Portugal vivia a democracia faz-de-conta dos avatares, ou seja a ditadura metamorfoseada de democracia. Assim como a própria democracia em que o País está mergulhado poderia reclamar a sua qualidade. É tudo uma questão de palavras.
Portugal é já hoje o 12º país na second life, com uma quantidade de avatares muitíssimo superior às de países como a Suécia, a Suiça, a Dinamarca ou a China. E só não se percebe porque é que no mundo virtual Portugal não vai mais à frente, uma vez que no mundo real anda tão para trás.
Portugal tem os piores índices da Europa em matéria de saúde, educação, bem-estar social, poder de compra e outro factores que colocam o País na chamada cauda da Europa.
Ora porque não há-de Portugal colocar-se no topo da Europa e do Mundo em termos de faz-de-conta?
Porque não há-de Portugal ter um serviço nacional de saúde tendencialmente gratuito, oportunidades de acesso e de êxito escolar para todos, justiça social na distribuição da riqueza e do rendimento, coesão económica e social de todo o território, tudo isto na esfera virtual e nos termos de uma Constituição faz-de-conta?
Assim como assim já são tão poucos os portugueses que acreditam numa primeira vida a sério. Porque não viver melhor uma vida virtual?
Desde que paguem as contas com dinheiro sonante.
Etiquetas: Portugal
4 Comments:
Com pompa, circunstância e um Secretário de Estado a abrilhantar a inauguração, Portugal passou a ser, desde 27 de Julho, oficial e orgulhosamente o primeiro país do mundo a abrir um Tribunal virtual. Foi no reino da Second Life – Segunda Vida, um jogo de computador tridimensional e on-line em que cada inscrito tem uma personagem que interage com outras, simulando a vida real. O jogo é o último grito da moda e gaba-se de ter mais 8 milhões de jogadores inscritos. Para a simulação ser mais perfeita, há dinheiro convertível em dólares americanos a circular e multinacionais com sedes virtuais - e lucros bem reais.
Para dar aquele ar simplex, tecnológico e moderno que o Governo PS tanto se esforça por ter, lá fez uma parceria com duas instituições de ensino superior para montar aquilo a que chamam E-Justice Center – Centro de Mediação e Arbitragem, que pretende ser uma espécie de mediador para os conflitos que surjam no reino da Second Life.
Diz o comunicado do Ministério da Justiça que esta inauguração assinala «a aposta do Estado português e da Presidência da União Europeia em meios alternativos de resolução de conflitos, como a arbitragem e a mediação». O pior é que não assinala aposta nenhuma a não ser em fogo de artifício para enganar os distraídos.
O que existe hoje no sector da Justiça no nosso país é uma gritante falta de meios e de condições de trabalho dos profissionais, sendo urgente o preenchimento dos quadros de pessoal e a modernização de instalações e equipamentos, sob pena de se continuarem a acumular processos atrasados. O que existe hoje é a desresponsabilização do Estado pela Justiça: o Governo já privatizou o notariado e partes do sistema prisional, ameaça encerrar dezenas de estabelecimentos prisionais e de comarcas do interior do país.
O pior que se passa na Justiça portuguesa é que esta se transforma cada vez mais numa justiça de classe, em que quem tem dinheiro acede a bons advogados e quem não tem fica à porta – sem informação jurídica nem apoio judiciário, sujeito a elevadíssimas taxas e custas. O pior que se passa na Justiça do nosso país é o sentimento de impunidade e de desigualdade no tratamento, que mina o próprio direito democrático.
Os portugueses são pessoas com problemas concretos e uma só vida para viver – e é nessa vida que exigem e lutam por justiça.
Qul o espanto??
Este Governo, esre PS e tudo virtual.
Que vergonha
Se ate o diploma do 1º ministro e virtual o que se esperava.
Ainda bem que nao sou func.publico senao aquela atrasadaque levanta processeos despedia-me .
Agora percebo o que nao pecebi quando estive na India, cda pais tem as suas vacas sagradas
O PORTUGAL DO FAZ DE CONTA...
Mais uma:
«Cerca de mil vigilantes florestais ameaçam entrar em greve a partir das 00h00 de segunda-feira, caso não assinem contratos de trabalho nem recebam os salários que a GNR e o Governo lhes prometeram.
Os primeiros quatro vigilantes entraram ao serviço a 15 de Maio, no início da fase Bravo de combate aos incêndios. “Passámos da tutela da Direcção-Geral das Florestas para a da GNR. Somos todos desempregados e prometeram-nos um contrato de trabalho de três meses e meio”, disse ao CM Mário Santos, porta-voz dos vigilantes florestais.
Depois de terem recebido a promessa de que, no fim de Maio, iriam receber o primeiro pagamento, os vigilantes não só ainda não o receberam como continuam à espera de assinar contrato.»
No: Correio da Manhã
4/agosto/2007
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