quarta-feira, 19 de setembro de 2007

QUALIDADE EDUCATIVA

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6 Comments:

At 20 de setembro de 2007 às 16:24, Anonymous Anónimo said...

Portáteis dos 150 e outros preços

Só pode ser deformação profissional esta obsessão que me empurra à análise mais aprofundada do tema portáteis dos 150. Mas aconteceu tropeçar em mais uma peça de propaganda. E esta é a palavra adequada quando se procura fazer passar uma ideia manipulada. Ora vamos lá a isto.

Portáteis integrados no e-Escola têm valor de mercado acima dos 700 euros
http://tek.sapo.pt/4I0/771148.html
As configurações [...] têm um valor de mercado acima dos 700 euros, já sem considerar a inclusão das placas de acesso à Internet, que suportam já a tecnologia HSDPA, com velocidades até 3,6 Mbits por segundo, acima do máximo de 356 Kbits do UMTS que estava pré-definido.
[...]
A Optimus e a Vodafone avançam ambas, nesta primeira fase, com a Toshiba, mas não afastam a hipótese de alargarem a parceria a outros fornecedores. Em ambos os casos o modelo escolhido é o Satellite L40, com processador Pentium Dual Core, ecrã de 15,4 polegadas, memória RAM de 1 GB, disco de 80 GB, gravador de DVD, sistema operativo Vista e Office 2007. O serviço de banda larga é o Kanguru.



É propaganda porque:

* «valor de mercado acima dos 700 euros» - mentira. Basta consultar a oferta da FNAC para ver que o preço de venda ao público é de 499€ (Fujitsu Siemens Amilo Pro V3515, link). Os três operadores agora também vendem este Toshiba Satellite Pro L40-12R, que corresponde exactamente à configuração no programa e-escola (apenas o encontrei no mercado inglês por €514.00).

Se não houver interesse na Internet móvel, adquirir o portátil pelo programa e-escola é, sem réstia para dúvidas, má opção pois pagar-se-ão 780€ (150 + 36*17.50, devido ao contrato de fidelização).

Se considerarmos a Internet móvel, há que ter em atenção que a largura de banda disponibilizada é de cerca de dez vezes menos do que a actual oferta de topo e apenas sofrível para navegar em páginas web baseadas em texto e imagens.
Melhor será esquecer música e vídeo online, bem como as diversas formas de interactividade da web 2.0 (o que é isso? link). Ou seja, é muito questionável se esta é uma escolha a considerar, já que se tem Internet, sem na verdade a ter.

* placas de acesso à Internet [...] até 3,6 Mbits por segundo - verdade irrelevante. O equipamento permite esta velocidade mas a "velocidade" real é estipulada pelo fornecedor de acesso à Internet.
A informação disponibilizada até ao momento é escassa mas os indícios apontam para que seja disponibilizado um acessos de 384 Kbps e de 640 Kbps, respectivamente 0.375 e 0.625 Mbits por segundo ( tarifários TMN; programa e-escola - entrar e ir ao menu "oferta").


Se admitirmos que aderir a este programa é algo assim tão apetecível, porque está a máquina governamental tão empenhada em nos convencer disso, havendo mesmo envio sistemático de emails para as escolas?
Haverá receio que a adesão não seja maciça, tornando o negócio menos apetecível?

 
At 20 de setembro de 2007 às 16:26, Anonymous Anónimo said...

Os portáteis dos 150: conclusão

Feitas todas e mais algumas comparações, o que dizer enfim deste programa dos portáteis?

A leitura que faço da situação é que se procurou apresentar um número bombástico que causasse grande impacto na opinião pública. Só assim se percebem certas opções de compromisso como a opção pela Internet móvel quando esta ainda é pouco fiável; como ter-se optado pelas velocidades mais baixas da Internet móvel; ou como a inclusão dum custo escondido, o contrato de fidelização.

Tecnicamente, os portáteis disponíveis correspondem aos de entrada de gama, o que nem outra coisa seria de esperar, atendendo ao patamar de custo que se pretende atingir.
Dêem-se as voltas que se der, o valor dum portátil destes rondará os 500 euros, eventualmente chegando aos 600 e isto para preços de compra individual.
A maquina governativa encontram-se em campanha para fazer passar a mensagem de que o valor de mercado é superior a 700 euros.
Mesmo aceitando este valor, para aqueles que têm um contrato de fidelização de 36 meses, o valor pago no fim será superior.

Há ainda a questão destes portáteis terem a Internet móvel incluída neste preço.
Para um número considerável de pessoas a qualidade do serviço prestado será muito baixa devido à fraca cobertura de sinal.
Além disso as velocidades máximas oferecidas são ridículas.
Com tanto marketing político à volta do assunto e com as consequentes expectativas criadas, há-de haver desapontamento q.b. por aí.
Lembram-se do WAP?

Sinceramente, esta situação parece aquela em que os operadores turísticos ofereciam por 600 euros viagem+hotel+pensão completa em Porto Galínhas, Brasil, mas chegada a hora de comprar descobriam-se mais uns detalhes (custos!) que não haviam sido anunciados!

Considero a ideia boa mas foi toldada pelos objectivos de propaganda.
Em termos de resultados de adesão a esta campanha, certamente que uma atitude de honestidade total não produziria resultados inferiores. Agora em termos de parangonas noticiosas...

 
At 20 de setembro de 2007 às 16:28, Anonymous Anónimo said...

«Microsoft justifica imposição de upgrades recentes com actualização do Windows Update
As actualizações que a Microsoft tem vindo a fazer de forma automática, mesmo para os utilizadores que têm esta opção inactiva, foram justificados pela Microsoft como actualizações à ferramenta Windows Update. mais...
2007-09-14 14:33:00»
in Tek.Sapo


Digamos que esta atitude explica-se pelo abuso de posição dominante. Quem desliga a opção de actualização é porque... não quer actualizações! E se o fez, certamente que terá as suas razões. Esta empresa demonstra total ausência de respeito pelo computador e software que o utilizador comprou.

Finalmente percebi porque é que por vezes chego ao trabalho e, logo depois de desbloquear a estação de trabalho, o Windows encerra, re-iniciando o computador.
Fechado todas as aplicações que deixara a trabalhar de noite, claro! E isto apesar de ter as actualizações automáticas desligadas para que... o Windows não decida re-iniciar o computador quando bem lhe apetece!

E é com empresas destas que o nosso querido governo faz acordos estratégicos.

 
At 20 de setembro de 2007 às 16:32, Anonymous Anónimo said...

«Passado um ano, não temos notícia de pais insatisfeitos com a solução encontrada, mesmo quando ela não foi a ideal. Encerrámos cerca de 1500 escolas e todas as reacções foram de simpatia.»
Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação do Governo do Partido Socialista, Jornal de Letras, nº 964, suplemento JL/Educação, p. 3

 
At 20 de setembro de 2007 às 21:34, Anonymous Anónimo said...

Ja agora este governo de seguida pode comecar a encerrar as bibliotecas e todas as Universidades, parece que etsamos a voltar aos tempos do Torquemada e da santa Inquisiçao, ou como dizia Salazar o povo quer e diversao e nao cultura.
Este negocio dos computadores foi um mana para a Microsoft portuguesa que foi a subsidiaria que mais lucros deu.
Temso computadores mas somos o povo mais atrasado da Europa culturalmente, na saude, em tudo, graças a stes incultos

 
At 21 de setembro de 2007 às 15:04, Anonymous Anónimo said...

Uma das mais conhecidas empresas do mundo, a norte-americana United Fruit, ficou na história por dois motivos: doou ao mundo não apenas bananas uniformizadas como também as saborosas "repúblicas das bananas". A United Fruit dominou durante décadas a política e a economia de muitos países latino-americanos, criando e destronando ditadores fantoches que actuavam como seus capatazes.

Tudo em nome da produção de bananas. Portugal nunca produziu bananas sobre a batuta da United Fruit, mas o Estado comporta-se como uma república das bananas quando se trata de fazer as célebres reformas que tantos aplaudem.

O Governo de Sócrates nos últimos tempos tem sido fértil no corte aos sectores onde pensa que há excesso de consumo de bananas: a saúde e a educação, desde logo.

As reformas reduzem-se a cortar nas despesas possíveis e a ir ao baú em busca dos impostos incobráveis. O combate ao défice tem sido outra das bandeiras do executivo, que está farto de comemorar o caso com cálices de champanhe.

É caso para se ficar enternecido com o esforço reformista: o investimento levou um corte brutal (e com os aumentos das taxas de juro que estão a asfixiar as famílias portuguesas, o melhor ainda está para vir...) e a recolha de impostos disparou. Como reforma do Estado é exemplar. Até porque as despesas com pessoal continuaram a crescer.

A república pode dormir descansada ao som da sua versão da "chiquita banana". A receita é segura: o Governo come a banana e continua a engordar e o contribuinte escorrega na casca.

 

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