pena ter sido feito à Portuga...deste modo o 25 de Abril marca o inicio do fim deste pais....uma pena....isto não é liberdade no verdadeiro sentido com que se convenceram as pessoas a fazer a revolução...isto é o que estava escondido na mente dos que provocaram a revolução....são esses senhores que estão realmente em liberdade...total libertinagem...mandam no país...nas finanças...no que é nosso por direito...nos juros do nosso dinheiro...no combustivel que consumimos...na agua q bebemos...onde fumamos ou não...etc etc....outra forma de ditadura para o povo...Eles não são condenados por nada do "terrorismo" que fazem no país...no roubo que fazem diariamente aos nossos impostos...sejam fundações Mario Soares...ou outras...é pedofilia...etc etc....será que esta foi a liberdade que nos venderam em 74?
O presidente da República muniu-se de um estudo pedido por Belém à insuspeita Universidade Católica para, a propósito das comemorações do 25 de Abril, fazer o favor de nos lembrar o óbvio os jovens sabem muito pouco sobre a importância daquela data e estão a marimbar-se para a "política". O fenómeno é grave? É. Mas não é novo. E, sobretudo, é provavelmente incontornável, pelo menos enquanto a "política" se fizer como se faz: longe dos cidadãos, pertinho do Poder. Nada na "política" é hoje capaz de desviar a atenção dos jovens, e dos menos jovens, da sua "vidinha".
O chefe de Estado entende que a indiferença dos mais novos pelo futuro do país é tributária da falta de credibilidade da vida política. Por causa disso, Cavaco deixou ontem um ralhete aos deputados. "Vender ilusões não é, seguramente, a melhor forma de fortalecer o imprescindível clima de confiança que deve existir entre os cidadãos e a classe política". É preciso "ouvir o povo e falar-lhe com verdade".
Resta saber se o "povo", habituado como está a olhar de soslaio para os "políticos", ainda quer ser ouvido, apesar de desconfiar que não estão a contar- -lhe toda a "verdade". Suspeito que não.
Os efeitos que a cultura globalizadora e pós-moderna introduziu no chamado "espaço público" estão há muito estudados. As questões - e as decisões - da vida colectiva foram sendo ultrapassadas por um outro objectivo, digamos assim, mais comezinho obter o máximo de desejo e o mínimo de austeridade. Nos jovens, o problema é, como se percebe, ainda mais agudo. A junção desta indiferença com a pouca qualidade da "classe política" cria o caldo que arrepia Cavaco. E com razão: este caminho afasta os valores e arrasa a confiança.
Como sair daqui? Melhor "política" e melhores políticos ajudam. Mas não bastam.
Cavaco mandou fazer um inquérito para saber do interesse dos jovens pelo 25 de Abril. A conclusão foi demolidora: a maioria nem sabe o que isso foi, não quer saber e tem raiva a quem sabe. O Presidente não devia ficar agastado com a ignorância dos jovens, devia ficar chocado com aqueles que durante 34 anos construíram um país onde a educação, a História, a ciência e as artes foram votadas a um plano marginal para não dizer ao ostracismo.
A célebre frase de que a cultura é tudo o que fica depois de se esquecer, aplica-se bem ao 25 de Abril: é a democracia que se ganhámos depois de termos esquecido o folclore e muita leviandade, embora vistas à distância as encaremos com a maior das ternuras e saudades. Porque não dizê-lo ?
Agora o que Cavaco devia reflectir é o facto de ter sido um dos protagonistas mais influentes do Portugal pós-25. Esteve 10 anos como primeiro-ministro e é agora PR. Portanto, se há ignorância e desinteresse por parte da juventude, e das gerações mais novas em relação ao 25 de Abril, é porque este regime tem sido construído na base do facilitismo escolar. Promovemos o consumo mas esquecemos a preparação cultural.
Mas agora que se avista no horizonte nacional a sombra da Nossa Senhora da Pátria, a impoluta, a competente, a séria, a cara de pau, a credível, os jovens vão aprender o que foi o 25 de Abril. Para azar de Cavaco vão entender que ele foi um dos principais obreiros do estado a que tudo isto chegou. Que a sua Manuela foi das ministras da educação mais contestadas e aquela que mais cortou nas verbas da cultura e do ensino, quando ministra do governo do renegado camarada Durão. Às vezes é melhor que a malta não saiba mesmo de História !!!
Um Cavaco Silva sem cravo, mas com gravatinha vermelha, porque esta coisa das sondagens tem muita importância para um presidente que se preza, manifestou-se admirado com a ignorância dos jovens sobre o 25 de Abril. Parece que o Cavaco Silva presidente é mais adepto do 25 de Abril do que o foi o Cavaco Silva primeiro-ministro, o primeiro esqueceu-se do desprezo a que o segundo votou a data.
Depois dos elogios de Cavaco Silva ao regime madeirense talvez seja melhor que os jovens desconheçam o que foi o 25 de Abril, senão ficavam baralhados se alguém lhes falasse dos independentismos de alguns que agora são os "social-democratas" modelo do Presidente da República.
A OviBeja ( escreve-se assim?) é sempre um grande acontecimento nacional. Gosto desta palavra pronunciada com o tom de Sousa Veloso. O nome faz lembrar o tempo da Tv Rural.
Bom, ontem Cavaco falou na OviBeja, por ironia com Sevinato Pinto atrás, o ex-ministro da agricultura de Santana. Estava com um ar duro, lembrando os tempos do cavaquismo no seu melhor. Filmado em contre-plongé, meio deformado, Cavaco mostrava aquela sua faceta que fez dele uma figura arrogante, antes de ter virado Acabado Silva. Depois foi o que se sabe: fez de morto, afirmou-se como um simples professor de economia, passou a sorrir, criticou os políticos e disse que não era político, os portugueses comem muito queijo e esqueceram assim os anos do cavaquismo: a entrada brutal de funcionários públicos no Estado, a massificação do ensino sem o correspondente aumento da qualidade, o desprezo pelo ensino superior, a sub-alternização do curso de medicina, o betão contra o ensino, o alcatrão contra o planeamento urbanístico e de transportes. Os portugueses acabaram à tangente, por menos de um estádio de futebol, por eleger Cavaco Silva.
No dia 25 de Abril no discurso da AR Cavaco mostrou-se indignado porque os jovens não sabem o que foi o 25 deAbril. Um pouco como ele que há dois anos fez questão em não pôr o cravo na lapela. Cavaco também esqueceu o 25 de Abril e desprezou o símbolo da revolução, contra uma Assembleia e cravo ao peito. É bom não esquecer!
Cavaco nunca participou na construção da democracia. Enquanto Balsemão queria devolver a política à sociedade civil metendo os militares nas casernas, enquanto Soares lutava contra o avanço real dos comunistas, enquanto Sá Carneiro ou Freitas do Amaral defendiam uma direita civilizada e europeia, Cavaco era um economista que não se metia em nada. É natural que os jovens portugueses não saibam nada do 25 de Abril. Têm um bom exemplo a seguir no seu Presidente. Quando se faz um elogio desbagado a Alberto João jardim, gabando-lhe " a obra que fala por si", quando se deita para a sarjeta o ícone da mais bela e tranquila revolução que devolveu a democracia ao povo, é preciso ter muita lata para vir dizer que os calinas dos jovens não sabem nada da coisa. E agora ( pasme-se no ridículo!) vai chamar a Belém umas associações de jovens para levarem a cassete aos quatro ventos para aprenderem a cartilha da revolução.
Os jovens, e os menos jovens, podem não saber de História mas estão preocupados com isto senhor Presidente: com o desemprego, a estabilidade do emprego, as taxas de juro, a segurança urbana, o futuro dos filhos, com as escolas da treta oficiais ( eu que o diga como pai!), com a falta de horizontes para uma vida que o tal 25 de Abril devia ter criado e apenas deixou umas auto-estradas que dão milhões de lucro à Brisa, e um país desajustado aos desafios da globalização e da competitividade europeia.
Os portugueses estão preocupados com a carga brutal fiscal, a classe média agoniza depois da agora Nossa Senhora da Pátria ( o cavaquismo de saias plissadas) querer regressar com o apoio escondido do Presidente, tendo sido ela a carrasca da classe média no governo do desertor Durão Barroso.
Devia ser lindo: Cavaco em Belém, Leite em S. Bento. Não era coabitação era mesmo promiscuidade política total. Ainda acha estranho, senhor Presidente, que depois de tudo isto, e muito mais, os portugueses se maribem no 25 de Abril ? Pelo menos os que não sabem o foi o 25 de Abril têm a humildade de não rejeitarem o cravo na lapela.
O Presidente da República parece estar preocupado com o "alheamento" dos jovens pela Política.
A razão é fácil de encontrar. Os jovens entendem a Política como a Arte da Mentira como a Arte da manutenção do "status quo", dos corporativismos, a Arte de preservar os tachos, de manter os esquemas de corrupção ,de tráfico de influências.
A uma grande percentagem dos jovens portugueses está reservado o destino que estava aos portugueses nas décadas de 1950, 1960, 1970: A EMIGRAÇÃO.
Os jovens sabem isso.
A "geração dos 500 euros" como disse um jovem deputado na AR, ontém dia 25 de Abril ,é a geração dos que têm de emigrar para Espanha, para o Reino Unido.
Portugal está na cauda do desenvolvimento económico.
Os políticos portugueses nem com as carradas de dinheiro que a União Europeia nos envia todos os dias conseguiram desenvolver o País.
O dinheiro escoa-se, o nosso sistema político não leva o País a lado nenhum.
Tirando o betão, as Auto-Estradas e Pontes, Portugal não avança.
De que valem as Auto-Estradas se não há desenvolvimento económico?
Se não há emprego, não há apoio na saúde, se as esoclas enecerram, se as maternidades encerram, se se assiste à vergonha - repetida em tantos casos - de pessoas que morrem por falta de assistência médica?
O 25 de Abril alterou o regime político, mas os esquemas mantiveram-se. As mentalidades continuaram, os corporativismos , a inveja, as intrigas, a falta de competência, são as mesmas.
Portugal não teve uma revolução. Mudaram as moscas apenas.
Um País adiado. Um País de mão estendida. Um País que enfraquece a olhos vistos. Um País cuja influência no Mundo é nula.
Cavaco Silva também tem uma quota parte de responsabilidade neste estado de coisas.
Aliás, a figura de Presidente da República, no nosso modelo constitucional não serve para nada.
O sistema deverá ser o de Presidencialismo, como o Francês.
O resto nem é carne nem é peixe.
A história do semi-presidencialismo é tão inaceitável como seria o semi-analfabetismo, o semi-desenvolvimento, a semi-justiça.
O problema é sempre o sistema mental português, a nossa estrutura cultural. Um misto de brutalidade e de piedade anacrónica.
Nem fomos colonizadores: Fomos "uma familia pluricontinental e multirracial", um eufemismo que esconde a nossa incapacidade organizacional.
Poderiamos ter feito tanto pelos outros Povos e por nós!
Mas os que edificaram Luanda e Lourenço Marques foram os mesmos que nem saneamento básico criaram na Metrópole.
Só um choque brutal pode alterar isto. Cortar a direito doa a quem doer. Mudar isto, a bem ou a mal, mas mudar.
Temos de ter uma atitude igual à dos outros Povos Europeus.
Porque ninguém acreditará que para o Céu só irão os portugueses!!!
Portugal tem de ter uma política mais materialista no sentido de deslocar do piedismo bacoco para uma espiritualidade também assente no gozo dos bens materiais, como o Povo Britânico o Sueco, o Holandês, o Filandês , o Alemão e o Francês.
Com toda a generosidade e uma grande dose de ingenuidade, os bravos capitães que fizeram o 25 de Abril de 1974 inscreveram os seus sonhos e ideais para Portugal num Programa baseado em três dês: Descolonizar, Democratizar e Desenvolver. Já lá vão 34 anos e os três dês são agora outros: Desemprego, Desigualdade, Dependência.
O desemprego será o maior flagelo de uma sociedade, como a portuguesa, constituída por muito assalariado com défice de formação e muito patrão com excesso de ganância. Ao desemprego propriamente dito, que aborda um drama social manipulando números, somam-se as chagas da falta de saídas profissionais para o primeiro emprego, o espectro do desemprego na idade madura, a incerteza e o arbítrio do trabalho precário.
Mas se o desemprego, nas suas mais diversas modalidades, coloca o comum português que trabalha numa situação de extrema fragilidade pessoal, familiar e social e perante um horizonte de nuvens negras, a maior injustiça da sociedade portuguesa é a extrema desigualdade. Em nenhum outro país da União Europeia se produzem tantos ricos à custa de tantos pobres, em lugar de produzir riqueza. E em nenhum outro país europeu a ostentação do novo-riquismo, quantas e quantas vezes de origem duvidosa, é tão arrogante e parola.
E o terceiro dê é o da dependência. Portugal, que jamais ousou levantar a voz na Europa e que vive em postura de genuflexão perante a Casa Branca, louva-se agora de ter o nome da sua capital associado ao Tratado europeu que acaba de vez com a soberania sobre alguns dos seus mais estratégicos recursos. Como se dizia nos idos da Revolução, não foi para isto, por estes dês, Desemprego, Desigualdade, Dependência, que se fez o 25 de Abril.
Quase só faltou a ficha técnica para que no discurso do 25 de Abril ficássemos a conhecer na íntegra o estudo que a Presidência da República fez sobre o "desinteresse dos jovens pela vida política". Apesar de já existirem abordagens estatísticas e sociológicas suficientes para concluir que o desinteresse pela actividade política é uma realidade - não só entre os jovens como em parte significativa da população -, a questão é bem relevante e deve certamente preocupar todos os agentes políticos, a começar pelos que mais contribuíram para a queda da ditadura fascista.
Importaria, contudo, que os ralhetes do Presidente tivessem tido - e seria possível fazê-lo - destinatários concretos. Se os jovens são assim tão desconhecedores de elementos básicos de "cultura" política - serão mesmo? -, isso não sucede por acaso, é sobretudo consequência de vontades e forças políticas apostadas na criação de um poder fortemente distanciado dos cidadãos, a par com o apagamento das memórias de Abril, dos seus antecedentes e protagonistas, dos seus objectivos e realizações, dos retrocessos entretanto ocorridos.
Torna-se assim impossível ouvir Cavaco Silva dizer que ficou impressionado com os resultados do seu estudo e não nos lembrarmos que ele foi primeiro-ministro durante dez anos, quase um terço do tempo que nos separa do 25 de Abril. É impossível ouvir Cavaco Silva e não nos lembrarmos, por exemplo, das poucas linhas que os manuais escolares reservavam (não só nesses dez anos, bem entendido) à Revolução dos Cravos, ou da quase total falta de empenhamento do poder político na criação de uma pedagogia cívica apostada na intervenção e participação das populações.
O afastamento de jovens e adultos da vida política não se resolve com paradas mediáticas para "eleger" primeiros-ministros e presidentes de câmara, ou com novos círculos uninominais, verdadeira perversão do pluralismo que o 25 de Abril veio permitir. Esse afastamento só se diminui quando, por exemplo, deixarmos de dar importância às guerras de liderança do PSD (ou do PS) e nos centrarmos nos problemas concretos do país, acompanhando a acção dos eleitos e contrapondo as promessas às realizações. E esta semana até teria sido boa para o fazer. Lembram-se que em campanha eleitoral todos tínhamos prometido referendar o Tratado de Lisboa? Pois ele só foi aprovado no Parlamento porque o PS e o PSD mandaram às urtigas os seus compromissos eleitorais. Não teria sido bom que o Presidente tivesse também abordado esta venda de ilusões?...
9 Comments:
Foi neste dia que os oprimidos disseram basta.
Foi neste dia que a Democracia começou.
Foi neste dia que Portugal cresceu em Liberdade.
pena ter sido feito à Portuga...deste modo o 25 de Abril marca o inicio do fim deste pais....uma pena....isto não é liberdade no verdadeiro sentido com que se convenceram as pessoas a fazer a revolução...isto é o que estava escondido na mente dos que provocaram a revolução....são esses senhores que estão realmente em liberdade...total libertinagem...mandam no país...nas finanças...no que é nosso por direito...nos juros do nosso dinheiro...no combustivel que consumimos...na agua q bebemos...onde fumamos ou não...etc etc....outra forma de ditadura para o povo...Eles não são condenados por nada do "terrorismo" que fazem no país...no roubo que fazem diariamente aos nossos impostos...sejam fundações Mario Soares...ou outras...é pedofilia...etc etc....será que esta foi a liberdade que nos venderam em 74?
O presidente da República muniu-se de um estudo pedido por Belém à insuspeita Universidade Católica para, a propósito das comemorações do 25 de Abril, fazer o favor de nos lembrar o óbvio os jovens sabem muito pouco sobre a importância daquela data e estão a marimbar-se para a "política".
O fenómeno é grave?
É.
Mas não é novo.
E, sobretudo, é provavelmente incontornável, pelo menos enquanto a "política" se fizer como se faz: longe dos cidadãos, pertinho do Poder.
Nada na "política" é hoje capaz de desviar a atenção dos jovens, e dos menos jovens, da sua "vidinha".
O chefe de Estado entende que a indiferença dos mais novos pelo futuro do país é tributária da falta de credibilidade da vida política.
Por causa disso, Cavaco deixou ontem um ralhete aos deputados. "Vender ilusões não é, seguramente, a melhor forma de fortalecer o imprescindível clima de confiança que deve existir entre os cidadãos e a classe política".
É preciso "ouvir o povo e falar-lhe com verdade".
Resta saber se o "povo", habituado como está a olhar de soslaio para os "políticos", ainda quer ser ouvido, apesar de desconfiar que não estão a contar- -lhe toda a "verdade".
Suspeito que não.
Os efeitos que a cultura globalizadora e pós-moderna introduziu no chamado "espaço público" estão há muito estudados. As questões - e as decisões - da vida colectiva foram sendo ultrapassadas por um outro objectivo, digamos assim, mais comezinho obter o máximo de desejo e o mínimo de austeridade.
Nos jovens, o problema é, como se percebe, ainda mais agudo.
A junção desta indiferença com a pouca qualidade da "classe política" cria o caldo que arrepia Cavaco.
E com razão: este caminho afasta os valores e arrasa a confiança.
Como sair daqui?
Melhor "política" e melhores políticos ajudam.
Mas não bastam.
Cavaco mandou fazer um inquérito para saber do interesse dos jovens pelo 25 de Abril.
A conclusão foi demolidora: a maioria nem sabe o que isso foi, não quer saber e tem raiva a quem sabe.
O Presidente não devia ficar agastado com a ignorância dos jovens, devia ficar chocado com aqueles que durante 34 anos construíram um país onde a educação, a História, a ciência e as artes foram votadas a um plano marginal para não dizer ao ostracismo.
A célebre frase de que a cultura é tudo o que fica depois de se esquecer, aplica-se bem ao 25 de Abril: é a democracia que se ganhámos depois de termos esquecido o folclore e muita leviandade, embora vistas à distância as encaremos com a maior das ternuras e saudades.
Porque não dizê-lo ?
Agora o que Cavaco devia reflectir é o facto de ter sido um dos protagonistas mais influentes do Portugal pós-25.
Esteve 10 anos como primeiro-ministro e é agora PR. Portanto, se há ignorância e desinteresse por parte da juventude, e das gerações mais novas em relação ao 25 de Abril, é porque este regime tem sido construído na base do facilitismo escolar.
Promovemos o consumo mas esquecemos a preparação cultural.
Mas agora que se avista no horizonte nacional a sombra da Nossa Senhora da Pátria, a impoluta, a competente, a séria, a cara de pau, a credível, os jovens vão aprender o que foi o 25 de Abril.
Para azar de Cavaco vão entender que ele foi um dos principais obreiros do estado a que tudo isto chegou.
Que a sua Manuela foi das ministras da educação mais contestadas e aquela que mais cortou nas verbas da cultura e do ensino, quando ministra do governo do renegado camarada Durão.
Às vezes é melhor que a malta não saiba mesmo de História !!!
Um Cavaco Silva sem cravo, mas com gravatinha vermelha, porque esta coisa das sondagens tem muita importância para um presidente que se preza, manifestou-se admirado com a ignorância dos jovens sobre o 25 de Abril. Parece que o Cavaco Silva presidente é mais adepto do 25 de Abril do que o foi o Cavaco Silva primeiro-ministro, o primeiro esqueceu-se do desprezo a que o segundo votou a data.
Depois dos elogios de Cavaco Silva ao regime madeirense talvez seja melhor que os jovens desconheçam o que foi o 25 de Abril, senão ficavam baralhados se alguém lhes falasse dos independentismos de alguns que agora são os "social-democratas" modelo do Presidente da República.
A OviBeja ( escreve-se assim?) é sempre um grande acontecimento nacional. Gosto desta palavra pronunciada com o tom de Sousa Veloso. O nome faz lembrar o tempo da Tv Rural.
Bom, ontem Cavaco falou na OviBeja, por ironia com Sevinato Pinto atrás, o ex-ministro da agricultura de Santana. Estava com um ar duro, lembrando os tempos do cavaquismo no seu melhor. Filmado em contre-plongé, meio deformado, Cavaco mostrava aquela sua faceta que fez dele uma figura arrogante, antes de ter virado Acabado Silva. Depois foi o que se sabe: fez de morto, afirmou-se como um simples professor de economia, passou a sorrir, criticou os políticos e disse que não era político, os portugueses comem muito queijo e esqueceram assim os anos do cavaquismo: a entrada brutal de funcionários públicos no Estado, a massificação do ensino sem o correspondente aumento da qualidade, o desprezo pelo ensino superior, a sub-alternização do curso de medicina, o betão contra o ensino, o alcatrão contra o planeamento urbanístico e de transportes. Os portugueses acabaram à tangente, por menos de um estádio de futebol, por eleger Cavaco Silva.
No dia 25 de Abril no discurso da AR Cavaco mostrou-se indignado porque os jovens não sabem o que foi o 25 deAbril. Um pouco como ele que há dois anos fez questão em não pôr o cravo na lapela. Cavaco também esqueceu o 25 de Abril e desprezou o símbolo da revolução, contra uma Assembleia e cravo ao peito. É bom não esquecer!
Cavaco nunca participou na construção da democracia. Enquanto Balsemão queria devolver a política à sociedade civil metendo os militares nas casernas, enquanto Soares lutava contra o avanço real dos comunistas, enquanto Sá Carneiro ou Freitas do Amaral defendiam uma direita civilizada e europeia, Cavaco era um economista que não se metia em nada.
É natural que os jovens portugueses não saibam nada do 25 de Abril. Têm um bom exemplo a seguir no seu Presidente. Quando se faz um elogio desbagado a Alberto João jardim, gabando-lhe " a obra que fala por si", quando se deita para a sarjeta o ícone da mais bela e tranquila revolução que devolveu a democracia ao povo, é preciso ter muita lata para vir dizer que os calinas dos jovens não sabem nada da coisa. E agora ( pasme-se no ridículo!) vai chamar a Belém umas associações de jovens para levarem a cassete aos quatro ventos para aprenderem a cartilha da revolução.
Os jovens, e os menos jovens, podem não saber de História mas estão preocupados com isto senhor Presidente: com o desemprego, a estabilidade do emprego, as taxas de juro, a segurança urbana, o futuro dos filhos, com as escolas da treta oficiais ( eu que o diga como pai!), com a falta de horizontes para uma vida que o tal 25 de Abril devia ter criado e apenas deixou umas auto-estradas que dão milhões de lucro à Brisa, e um país desajustado aos desafios da globalização e da competitividade europeia.
Os portugueses estão preocupados com a carga brutal fiscal, a classe média agoniza depois da agora Nossa Senhora da Pátria ( o cavaquismo de saias plissadas) querer regressar com o apoio escondido do Presidente, tendo sido ela a carrasca da classe média no governo do desertor Durão Barroso.
Devia ser lindo: Cavaco em Belém, Leite em S. Bento. Não era coabitação era mesmo promiscuidade política total.
Ainda acha estranho, senhor Presidente, que depois de tudo isto, e muito mais, os portugueses se maribem no 25 de Abril ?
Pelo menos os que não sabem o foi o 25 de Abril têm a humildade de não rejeitarem o cravo na lapela.
O Presidente da República parece estar preocupado com o "alheamento" dos jovens pela Política.
A razão é fácil de encontrar. Os jovens entendem a Política como a Arte da Mentira como a Arte da manutenção do "status quo", dos corporativismos, a Arte de preservar os tachos, de manter os esquemas de corrupção ,de tráfico de influências.
A uma grande percentagem dos jovens portugueses está reservado o destino que estava aos portugueses nas décadas de 1950, 1960, 1970: A EMIGRAÇÃO.
Os jovens sabem isso.
A "geração dos 500 euros" como disse um jovem deputado na AR, ontém dia 25 de Abril ,é a geração dos que têm de emigrar para Espanha, para o Reino Unido.
Portugal está na cauda do desenvolvimento económico.
Os políticos portugueses nem com as carradas de dinheiro que a União Europeia nos envia todos os dias conseguiram desenvolver o País.
O dinheiro escoa-se, o nosso sistema político não leva o País a lado nenhum.
Tirando o betão, as Auto-Estradas e Pontes, Portugal não avança.
De que valem as Auto-Estradas se não há desenvolvimento económico?
Se não há emprego, não há apoio na saúde, se as esoclas enecerram, se as maternidades encerram, se se assiste à vergonha - repetida em tantos casos - de pessoas que morrem por falta de assistência médica?
O 25 de Abril alterou o regime político, mas os esquemas mantiveram-se. As mentalidades continuaram, os corporativismos , a inveja, as intrigas, a falta de competência, são as mesmas.
Portugal não teve uma revolução. Mudaram as moscas apenas.
Um País adiado. Um País de mão estendida. Um País que enfraquece a olhos vistos. Um País cuja influência no Mundo é nula.
Cavaco Silva também tem uma quota parte de responsabilidade neste estado de coisas.
Aliás, a figura de Presidente da República, no nosso modelo constitucional não serve para nada.
O sistema deverá ser o de Presidencialismo, como o Francês.
O resto nem é carne nem é peixe.
A história do semi-presidencialismo é tão inaceitável como seria o semi-analfabetismo, o semi-desenvolvimento, a semi-justiça.
O problema é sempre o sistema mental português, a nossa estrutura cultural. Um misto de brutalidade e de piedade anacrónica.
Nem fomos colonizadores: Fomos "uma familia pluricontinental e multirracial", um eufemismo que esconde a nossa incapacidade organizacional.
Poderiamos ter feito tanto pelos outros Povos e por nós!
Mas os que edificaram Luanda e Lourenço Marques foram os mesmos que nem saneamento básico criaram na Metrópole.
Só um choque brutal pode alterar isto. Cortar a direito doa a quem doer. Mudar isto, a bem ou a mal, mas mudar.
Temos de ter uma atitude igual à dos outros Povos Europeus.
Porque ninguém acreditará que para o Céu só irão os portugueses!!!
Portugal tem de ter uma política mais materialista no sentido de deslocar do piedismo bacoco para uma espiritualidade também assente no gozo dos bens materiais, como o Povo Britânico o Sueco, o Holandês, o Filandês , o Alemão e o Francês.
Com toda a generosidade e uma grande dose de ingenuidade, os bravos capitães que fizeram o 25 de Abril de 1974 inscreveram os seus sonhos e ideais para Portugal num Programa baseado em três dês: Descolonizar, Democratizar e Desenvolver. Já lá vão 34 anos e os três dês são agora outros: Desemprego, Desigualdade, Dependência.
O desemprego será o maior flagelo de uma sociedade, como a portuguesa, constituída por muito assalariado com défice de formação e muito patrão com excesso de ganância. Ao desemprego propriamente dito, que aborda um drama social manipulando números, somam-se as chagas da falta de saídas profissionais para o primeiro emprego, o espectro do desemprego na idade madura, a incerteza e o arbítrio do trabalho precário.
Mas se o desemprego, nas suas mais diversas modalidades, coloca o comum português que trabalha numa situação de extrema fragilidade pessoal, familiar e social e perante um horizonte de nuvens negras, a maior injustiça da sociedade portuguesa é a extrema desigualdade. Em nenhum outro país da União Europeia se produzem tantos ricos à custa de tantos pobres, em lugar de produzir riqueza. E em nenhum outro país europeu a ostentação do novo-riquismo, quantas e quantas vezes de origem duvidosa, é tão arrogante e parola.
E o terceiro dê é o da dependência. Portugal, que jamais ousou levantar a voz na Europa e que vive em postura de genuflexão perante a Casa Branca, louva-se agora de ter o nome da sua capital associado ao Tratado europeu que acaba de vez com a soberania sobre alguns dos seus mais estratégicos recursos.
Como se dizia nos idos da Revolução, não foi para isto, por estes dês, Desemprego, Desigualdade, Dependência, que se fez o 25 de Abril.
Quase só faltou a ficha técnica para que no discurso do 25 de Abril ficássemos a conhecer na íntegra o estudo que a Presidência da República fez sobre o "desinteresse dos jovens pela vida política". Apesar de já existirem abordagens estatísticas e sociológicas suficientes para concluir que o desinteresse pela actividade política é uma realidade - não só entre os jovens como em parte significativa da população -, a questão é bem relevante e deve certamente preocupar todos os agentes políticos, a começar pelos que mais contribuíram para a queda da ditadura fascista.
Importaria, contudo, que os ralhetes do Presidente tivessem tido - e seria possível fazê-lo - destinatários concretos. Se os jovens são assim tão desconhecedores de elementos básicos de "cultura" política - serão mesmo? -, isso não sucede por acaso, é sobretudo consequência de vontades e forças políticas apostadas na criação de um poder fortemente distanciado dos cidadãos, a par com o apagamento das memórias de Abril, dos seus antecedentes e protagonistas, dos seus objectivos e realizações, dos retrocessos entretanto ocorridos.
Torna-se assim impossível ouvir Cavaco Silva dizer que ficou impressionado com os resultados do seu estudo e não nos lembrarmos que ele foi primeiro-ministro durante dez anos, quase um terço do tempo que nos separa do 25 de Abril. É impossível ouvir Cavaco Silva e não nos lembrarmos, por exemplo, das poucas linhas que os manuais escolares reservavam (não só nesses dez anos, bem entendido) à Revolução dos Cravos, ou da quase total falta de empenhamento do poder político na criação de uma pedagogia cívica apostada na intervenção e participação das populações.
O afastamento de jovens e adultos da vida política não se resolve com paradas mediáticas para "eleger" primeiros-ministros e presidentes de câmara, ou com novos círculos uninominais, verdadeira perversão do pluralismo que o 25 de Abril veio permitir. Esse afastamento só se diminui quando, por exemplo, deixarmos de dar importância às guerras de liderança do PSD (ou do PS) e nos centrarmos nos problemas concretos do país, acompanhando a acção dos eleitos e contrapondo as promessas às realizações. E esta semana até teria sido boa para o fazer. Lembram-se que em campanha eleitoral todos tínhamos prometido referendar o Tratado de Lisboa? Pois ele só foi aprovado no Parlamento porque o PS e o PSD mandaram às urtigas os seus compromissos eleitorais. Não teria sido bom que o Presidente tivesse também abordado esta venda de ilusões?...
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