sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

"CAMPANHA NEGRA"? PORREIRO, PÁ! [ II ]

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14 Comments:

At 31 de janeiro de 2009 às 00:06, Anonymous Anónimo said...

Um rapaz da Província
Não pensem que tenho ilusões sobre os meus compatriotas: os que berram contra a corrupção são, por vezes, os que mais a praticam.

Não sei se o actual primeiro-ministro está envolvido nas peripécias ligadas à construção do Freeport, mas estou ciente de três coisas: de entre os processos da Agência Portuguesa do Ambiente, a aprovação do último estudo ambiental deste empreendimento foi o mais rápido de sempre; os ingleses enviaram uma carta rogatória às autoridades portuguesas com base em que o eng. Sócrates é suspeito de ter "facilitado, pedido ou recebido" o pagamento de subornos; o eng. Cravinho, que pertence ao mesmo partido que o primeiro-ministro, quer saber o que terá levado um governo de gestão a tomar a decisão, o que seria anti-constitucional.

Só agora, ao ter-me sido pedida uma opinião, comecei a juntar as peças de um puzzle. A primeira coisa que notei, quando o primeiro-ministro tomou posse, foi a opacidade do seu olhar. Em parte, pensei que tal se devia ao facto de viver num limbo em que aquilo que diziam os seus documentos nem sempre era real. Sócrates nasceu no Porto, mas os pais decidiram registá-lo em Vilar de Maçada; o seu apelido não é Sócrates, mas Carvalho Pinto de Sousa. Até aqui, só tangencialmente tem culpa e muito menos é responsável pela família materna - tio e primos - saída de uma telenovela latino-americana.

Sócrates teve menos contacto com esta parte da família do que com a paterna. Em 1955, o pai casara com Adelaide de Carvalho Monteiro, cujos ascendentes tinham ganho algum dinheiro com a venda de volfrâmio. Devido à vida nómada do marido, os pais separaram-se, tendo este filho ficado a viver na Covilhã. O rapaz não tardou a considerar que a província era demasiado pacata. Mesmo as madrugadas em que comia chouriços assados, de pernas cruzadas no chão, o enchiam de tédio. Isto para não falar dos estudos: terminou o liceu com 13 valores.

Em Coimbra, matriculou-se no recém-criado Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), por onde viria a obter, mais uma vez com nota medíocre, o grau de bacharel. Como diria: "Aos vinte e um anos, eu tinha tirado o sétimo ano, tinha estado quatro anos em Engenharia, também não queria ser muito engenheiro, mas era melhor ser engenheiro do que não ser", após o que acrescentava: "Eu esperei que a vida me surpreendesse, esperei pelo meu Sol".

Antes, teve de assinar projectos de construção feitos por outros, com o objectivo de transformar barracões horrendos em mansões ainda mais horrendas. Ao que me dizem, trata-se de um costume nacional, o que nada explica nem desculpa, uma vez que nunca se devem assinar coisas que não são da nossa autoria. Começavam as trafulhices. Vieram outras. Embora o seu "curriculum" fosse confuso e mais confusa ainda a Universidade que lhe dera o diploma, resolveu promover-se a engenheiro.

Na política, fez parte da geração, criada em redoma dentro dos aparelhos partidários. A sua única experiência profissional era a de técnico da Câmara da Covilhã, para onde, na década de 1980, havia sido levado pelo pai. Depois, foi deputado, secretário de Estado e Ministro do Ambiente e, a 15 de Julho de 2004, candidatou-se, com êxito, à liderança do Partido Socialista. A 12 de Março do ano seguinte, era convidado a formar governo.

Por fim, o Sol alumiava-o. Até hoje. Já agora, agradeço que não pensem que tenho ilusões sobre os meus compatriotas: os que berram contra a corrupção são, por vezes, os que mais a praticam. Simplesmente, não gostam que "eles", os de cima, também o façam. Pode parecer injusto, mas é assim a vida.

Maria Filomena Mónica
No:Jornal de Negócios

 
At 31 de janeiro de 2009 às 02:39, Anonymous Anónimo said...

a capa do Correio da Manhã é "mai linda"

 
At 31 de janeiro de 2009 às 16:03, Anonymous Anónimo said...

O PS tem uma maioria absoluta para governar Portugal. O PS tem uma responsabilidade política que mais nenhum partido tem. O secretário-geral do PS é chefe do governo do país e tem uma legitimidade política intocável. Todavia, o chefe do governo tem pela frente uma árdua tarefa por dois singulares motivos. Um, é-lhe relativamente alheio: a crise mundial. O outro, depende dele e do governo e resume-se ao escrutínio político da legislatura. Ao que estava feito ou por fazer pelo governo por comparação com o que foi "prometido" e "anunciado". No congresso do PS previsto para daqui a umas escassas semanas (ou até lá), Sócrates, o secretário-geral e chefe do governo, vai ter de demonstrar que tem condições pessoais e políticas para assegurar ambas as funções independentemente da "vida" de que falava o outro. Ou seja, que tem sentido de Estado ou que não tem, sem inversões do ónus da prova. Poupe-nos entretanto a declarações avulsas do coitadinho "resistente" e de "vítima" de "poderes ocultos".
Cheios destes "resistentes" estão os cemitérios políticos.

 
At 31 de janeiro de 2009 às 16:08, Anonymous Anónimo said...

Há pouco, antes do almoço, numa taberna que fica aqui a umas dezenas de metros da minha casa, um dos presentes comentava com alguma indignação na voz que "se eu for ali ao quintal da minha vizinha e roubar umas laranjas, tenho a certeza que vou preso..." Conheço-o de vista, sei que é pessoa de poucas letras e estava notoriamente com os copos, mas muito provavelmente tem razão. Trata-se de pessoa pobre, sem posição em partido ou sindicato de qualquer tipo, e quase certamente se se metesse numa dessas tinha que responder por isso.
O povo vê muito bem estas coisas.

 
At 31 de janeiro de 2009 às 16:10, Anonymous Anónimo said...

O tio do Zézito, Júlio Monteiro, esteve ontem na TVI de Manuela Moura Guedes, a dar uma entrevista.

Escusado será dizer que simpatizo com o tio do Zézito.
Parece-me sincero, mesmo sem máquina da verdade, embora não entenda bem uma coisa:
Reafirma o telefonema ao Zézito, a avisá-lo da manobra de alguns portugueses que queriam sacar dinheiro aos ingleses. Reafirma que o tom do telefonema foi de indignação e que o Zézito também lhe pareceu indignado e lhe disse para dizer ao Smith para ir falar com ele. E a partir daí, nunca mais falou com o Zézito sobre o assunto. Ou sobre qualquer outro, para o caso.

Esta versão livra o tio do Zézito e este, de um crime de tráfico de influência e por isso o tio não se pode considerar um débil mental, como o mentalmente débil Pedro Tadeu escreveu no jornal 24 Horas, na primeira página, revelando uma doença do foro íntimo daquele.
Aliás, tamanha ética jornalística já se tinha lido aquando do escândalo do envelope nove, em que Pedro Tadeu colocou no jornal os problemas de bexiga de Vera Jardim.

Portanto, o que o tio do Zézito acabou de dizer, deveria permitir aos investigadores portugueses uma reflexão séria sobre se Cândida de Almeida tem condições para continuar a dirigir esta investigação.
É que o tio do Zézito ouviu ontem a mesma dizer que era...suspeito. E não devia de todo em todo.

 
At 31 de janeiro de 2009 às 16:11, Anonymous Anónimo said...

Segundo o Sol, :

Alguns excertos de e-mails recebidos em 2001 e 2002 pelos responsáveis da Freeport no Reino Unido, provenientes de Portugal – designadamente de Charles Smith, sócio da empresa contratada para obter as aprovações necessárias à construção do outlet de Alcochete –, implicam José Sócrates e responsáveis de organismos do Ministério do Ambiente e da Câmara de Alcochete numa negociação quanto aos passos a dar para conseguir que o empreendimento tivesse luz verde.

Alguns exemplos:

- «tudo deve estar concluído antes do novo Governo tomar posse»

- «tenho estado sob ordens muito rígidas do ministro para não dizer nada»

- «enviar a taxa em duas partes, uma para o Estudo de Impacto Ambiental e outra para os protocolos. Tenho as pessoas sob controlo graças a essa transferência»

- «para o Estudo de Impacto Ambiental é necessário pagar mais 50K. Não digo para pagar já, faça só a transferência»


Depois disto, vir dizer que não há suspeitas e coisa e tal e que nem se vai ouvir o Zézito, porque a celeridade a tal obriga, torna-se patético. A investigação criminal a este caso, está na rua e a culpa não é dos jornalistas.

 
At 31 de janeiro de 2009 às 16:17, Anonymous Anónimo said...

Acabo de ler a carta rogatória que os ingleses enviaram.
Nas palavras de Sócrates sobre este caso pode-se ouvir o seu grito de vitimização.
No entanto, o que esperava um ministro do ambiente ao aprovar um projecto destes a 3 dias de eleições e a ritmo TGV?
Se o projecto estava assim tão legal, tão certinho, tão "tudo normal", porque não pôde o Freeport ter sido aprovado uns dias depois?

 
At 31 de janeiro de 2009 às 17:59, Anonymous Anónimo said...

«Sócrates jura que os "poderes ocultos" não o "vencerão". A escolha do verbo é também desta vez significativa. Quem o ouvisse não perceberia de certeza que se trata de uma investigação judicial ou que se vive num regime em que o judicial cumpre e faz cumprir a lei. Sócrates não vê o caso como apuramento da verdade (inevitavelmente relativa). Mas como uma espécie de duelo entre o Bem e o Mal (um "teste de resistência") entre ele e os "poderes ocultos". Num duelo, ou se ganha ou se perde e ele,"um homem determinado", vai ganhar. Outro primeiro-ministro esperaria pelas conclusões do inquérito e negaria tranquilamente as calúnias. Quando muito, ameaçava processar os caluniadores. Sócrates prefere o melodrama e a intimidação: quem daqui em diante duvidar dele é um instrumento, "negro" e miserável dos "poderes ocultos".»

Vasco Pulido Valente
PÚBLICO, 31.01.2009

 
At 31 de janeiro de 2009 às 18:13, Anonymous Anónimo said...

A Dona Adelaide, nossa (ex-)colaboradora, tem andado muito inquieta. Desde que rebentou o Escândalo Sócrates -- uma "não-notícia, num "não-país", num "não-acredito" -- a Dona Adelaide, dizia eu, tem recebido inúmeros emails insultuosos e de ameaças, nomeadamente à sua integridade física. Como cavalheiro, compete-me vir aqui prestar alguns esclarecimentos:

A Dona Adelaide, colaboradora vem, por este meio, declarar nada ter a ver com a Dona Adelaide Pinto de Sousa, mãe do Sr. José Sócrates, habitantes, ambos, no Edifício "Heron-Castilho". R. Castilho, pelo que publicamente se considera não ser responsável por quaisquer actos cometidos em seu nome. Para mais, vem por este meio declarar habitar, sim, a Rua do Sol ao Rato, nº 203, 7º. esq., e ser frequentadora habitual dos "Alunos de Apolo", com a mera intenção de praticar coito labial com os homens... enfim, com as coisas em forma de homem que por lá vão passando. Não detém qualquer fonte de rendimentos, para além das contas deixadas em seu nome pelo defunto Amílcar Balboa do Sacramento, pedreiro-livre, e extorsionista de capitais de mulheres que fumavam em esquina própria, que outras, e nunca a do "Heron-Castilho".
A pensão de Dona Adelaide apenas lhe permite a sobrevivência diária com um galão, um "scone" e uma torrada, e uma "meia-de-leite", sempre que algum rapaz mais jeitoso se lhe ajeita à frente da boca septuagenária, como é do conhecimento público.
Dona Adelaide, não é, nem nunca foi casada com o Arquitecto Fernando Pinto de Sousa, figura discreta do "Centro Cívico Bar", da Covilhã, e, portanto, não se considera responsável por qualquer tipo de despesas ou outro tipo de actos cometidos pelo mesmo no balcão, mesas, ou instalações do referido Centro.
Pelo anterior, Dona Adelaide, nada tem a ver com o mamarracho arquitectónico, da autoria do referido senhor, pelo que considera recorrer a todos os meios, inclusivamente judiciais, caso volte a ser insultada, nas ruas da Covilhã, com expressões do tipo "olha a gaja do gajo do elefante branco!...", "olha a nalgada da torre!...", ou "gostas deles altos e grossos?...", entre outras.
Por nada ter a ver com o referido cavalheiro, não se considera responsável pelos acontecimentos nocturnos sucedidos nas caves e sub-caves abandonadas do referido edifício, cuja manutenção da moralidade pública remete não para si, mas para as devidas instâncias autárquicas.
Dona Adelaide, nunca recebeu qualquer tipo de fax, ou de certificado de habilitações do Sr. José Sócrates, muito menos, com qualquer informação contraditória, posto que nunca os viu, e nem sequer exerceu qualquer tipo de influência para o colocar a trabalhar ao lado do pai, posto que o pai é ele, Arquitecto, mas a mãe não é ela, Dona Adelaide, simples deitadora de cartas, e muito menos pô-lo a receber, camarariamente, pela categoria de "Engenheiro", posto apenas ser detentor do título de "Agente-Técnico de Engenharia", contratável na categoria, e remuneração abaixo, como é comum na referida autarquia.
Nunca residiu Dona Adelaide na Covilhã, pelo que aproveita este meio para desmentir qualquer tipo de rumor de "concubinato" que lhe pudessem ter atribuído com os irmãos Patrão.
Nunca tendo sido casada com o Arquitecto Fernando Pinto de Sousa, não se considera Dona Adelaide passível das anedotas do cartório notarial, que a impediram de chamar ao segundo filho António Platão (!), depois de ter chamado José Sócrates ao primeiro.
Mais esclarece que a piada corrente de que o terceiro se deveria chamar Francelino Aristóteles não lhe diz qualquer tipo de respeito, posto nada ter a ver com a referida família Pinto de Sousa.
Não é Dona Adelaide, de Lisboa, responsável pelo email agora posto a circular pelas caixas de correio electrónico, de que o seu presumido filho, José Sócrates, teria, em quatro anos de frequência politécnica, de Coimbra, apenas concluído três cadeiras.
Mais esclarece Dona Adelaide desconhecer o que ser um Politécnico e que, quanto a cadeiras, preferir "chaises-longues" e mesas-de-pé-de-galo.
Não sendo mãe do Sr. José Sócrates, de modo algum se considera responsável pelo actual estado dos alunos a quem ele leccionou Matemática, nos início dos Anos 80, no Liceu Dona Leonor.
Ao contrário da Srª. Dona Adelaide Pinto de Sousa não frequenta, nem nunca frequentou, o Salão do Reyno das Testemunhas de Jeová, pelo que não se encontra coibida, como a mãe do Primeiro-Ministro de Portugal, de exercer o seu direito de voto, ou de receber transfusões de sangue, em caso de absoluta necessidade.
Pelo anteriormente exposto, nunca andou, de revistas na mão, e de porta em porta, a pregar o Dia do Juízo, tanto mais que, depois dos 70, pessoalmente considera que estamos em plena Retoma, e que quanto menos juízo, melhor, porque a vida é curta e os homens são muitos...

Com a presente publicação deste texto, se considera Dona Adelaide desagravada de quaisquer das anteriores ocorrências, tencionando retomar, já à partir de amanhã, as suas normais atitudes, pelo que agradece aos seus habituais clientes que compareçam, à hora usual, no sítio do costume.
Muito Obrigado

Dona Adelaide

 
At 31 de janeiro de 2009 às 20:10, Anonymous Anónimo said...

VIVA A DONA ADELAIDE!
VIVA!
ELA FOI UMA SENHORA, SÉRIA.
NUNCA FOI COMO AS OUTRAS ...

 
At 1 de fevereiro de 2009 às 21:13, Blogger Unknown said...

Caro Blogger,
Chamo-me Nelson Morais, sou jornalista (pode verificar em http://www.ccpj.pt/jornalistas/cpj_n.asp) e gostaria de falar consigo sobre assunto acerca do qual muito se escreveu neste blogue em 2007, pelo menos, e eventualmente sobre outros. Importar-se-á de enviar um e-mail para o meu endereço electrónico (nelsonsnmorais@gmail.com)?
Obrigado
Nelson Morais

 
At 1 de fevereiro de 2009 às 21:15, Blogger Unknown said...

O meu endereço electrónico estava errado no comentário anterior. O correcto é: nelsonsmorais@gmail.com

 
At 1 de fevereiro de 2009 às 22:33, Anonymous Anónimo said...

Caro Sr jornalista Nelson Morais

Se for para investigar a pouca vergonha da facilidade na aprovação às construções em Montargil do Sr Carlos Saraiva, força, porque isto também cheira muito mal.

 
At 3 de fevereiro de 2009 às 20:16, Anonymous Anónimo said...

Não só do Sr.Carlos Saraiva:O nosso Sócrates também tem moradias em Montargil,mesmo junto à Barragem onde ninguém podia construir,mas ele pode com o consentimento do seu amigo Pintinho....
Vejam bem o caso Srs.Jornalistas...teêm construções quase dentro de àgua..´.mas isto é só para amiguinhos do Pintinho...
Está esta gente a ocupar os lugares que estão--Eh.eh.

 

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