segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ó ALBERTO TENS UM GRANDE DEFENSOR DA LIBERDADE DE IMPRENSA NO TEU PARTIDO?


O Fim da Linha

Mário CrespoMário Crespo

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

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21 Comments:

At 3 de fevereiro de 2010 às 15:42, Anonymous Anónimo said...

Somos cegos, surdos e mudos, mas porque?
O que ganhamos nós?
Muita coisa!
Corrupção, intolerância, despotismo e mais uma mão cheia de nada, ou seja fome e miséria.
Povo do meu concelho, não se deixem enganar.
A democracia é valiosa de mais para ser corrompida assim.

Mestre lopes

"Este é o maior fracasso da democracia portuguesa"
por Clara Ferreira Alves

 
At 3 de fevereiro de 2010 às 15:49, Anonymous Anónimo said...

"Este é o maior fracasso da democracia portuguesa"
por Clara Ferreira Alves


Eis parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana, para a voz da rua.

A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira política. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.

A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu o processo de descolonização.

A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.

A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiência governativa.

A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.

A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers".

A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho no cargo.

A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais.

A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais.

A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.

A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.

A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.

 
At 3 de fevereiro de 2010 às 15:52, Anonymous Anónimo said...

A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.


A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" com Angola , ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse carregado de diamantes, no dizer do Ministro da Comunicação Social de Angola).

A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França - 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros).

A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles , esse território de grande importância estratégica para Portugal .

A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.

A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da Republica.

A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo Grande .

A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.

A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.

A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.

A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.

 
At 3 de fevereiro de 2010 às 15:57, Anonymous Anónimo said...

A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara de Lisboa.

A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.

A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República, na... Fundação Mário Soares.

A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.

A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era... João Soares.

A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.

A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.

A lucidez que lhe permitiu considerar José Sócrates "o pior do guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.

A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre, para concorrer às eleições presidenciais uma última vez.

A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.

A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.

A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.

No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai.

Vai... e não volta mais.


Clara Ferreira Alves

Expresso

 
At 3 de fevereiro de 2010 às 19:23, Anonymous L.Carvalho said...

Mário Crespo é um dos últimos jornalistas seniores no activo, e exerce a sua profissão com um brio inabalável e uma competência rara. Tem estilo, é educado, sabe de televisão e é independente. Como o deve ser todo o jornalismo. Ora, isto só é possível porque Crespo trabalha num grupo de media onde a liberdade de expressão é um dos pontos de honra e onde o patrão é um jornalista de corpo inteiro.
Isto irrita imenso o Primeiro-ministro. Sócrates até pode ter uma namorada jornalista, mas detesta jornalistas. Detesta quem o pode por em causa, mesmo por razões democraticamente legítimas. Sócrates é um virgem com mau feitio (e disso percebo eu!) e está numa fase cada vez mais radical: quem não é seu amigo é seu inimigo. Sonha com uma comunicação social tutelada, amansada e servil, como se fazer jornalismo fosse o mesmo que fazer aquelas campanhas impecáveis em termos de comunicação que tão bem ficam no seu governo.
O que é chocante e põe em causa a posição de um Primeiro-ministro, é este falar alto no meio de um sítio público, para toda a gente ouvir, insultando e caluniando um jornalista que costuma questionar os desaires governamentais. Muita gente sabe que Sócrates grita ao telefone e se "passa" com jornais e jornalistas. Mas em público é inacreditável. Ou Sócrates está fragilizado, inseguro, e já não controla os humores, ou então ele acha que pode abater todos os que se cruzam no seu caminho e lhe fazem a vida menos cor de rosa, como ele gosta de a mostrar nos seus momentos de propaganda.
Sócrates portou-se como o professor Charrua que o terá insultado e chamado nomes feios no espaço de uma repartição pública e que uns tipos ouviram. Para Sócrates e para a sua directora da DREN aquilo era uma desfaçatez, mas agora é o próprio Sócrates que se arma em Charrua e lança chamas contra Crespo.
O outro lado desta história é a crónica de Crespo no JN ter acabado por ter sido censurada. Aqui entra a falta de coragem e isenção da direcção do JN. Uma direcção que tem sido devastadora para o jornal: despediu jornalistas à molhada, acabou com a editoria de fotografia, está amarrada às vontades do Poder. Uma direcção medrosa e que não honra o título de um jornal com grandes responsabilidades históricas. Mas isso é o que eu acho como leitor. Vale o que vale.
Agora o que vale mesmo é a ERC saber e averiguar se há ou não há censura no jornal do senhor Oliveira. E que, ao contrário da inspecção de trabalho no caso do despedimento colectivo, vá até ao fim. Só lhe fica bem e o contribuinte agradece.

 
At 4 de fevereiro de 2010 às 12:07, Anonymous Anónimo said...

Pois muito bem e depois desta lucidez e da falta dela, Sócrates tal como Soares, Guterres, Durão Barroso e outros, prepara-se para fugir do afundanço deste País, que chegou á desgrça a que hoje assistimos pela mão destes Rapazes com Cavaco á cabeça.
Mas que fique claro, todos nós tinhamos,há muitos anos, consciência de que isto ia acontecer, mas como pensávamos que que só prque falávamos com os ricos de cada terra, também já eramos ricos, acabámos maioritáriamente a votar sempre nos mesmos,(PS, PSD e com o CDS por Companhia), felizes e contentes, chupados até ao tutano, mas culpando sempre os comunistas pela nossa desgraça, por nós próprios criada, somos de facto uns bananas como alguém disse governados por sacanas, que mais não são que sangue do nosso sangue, e não se esqueçam seus bananas que o SÓCRATES está de abalada porque isto está na BANCARROTA mas quem o tem que recuperar temos que ser nós a toque de caixa, sim porque o CAPITALISMO é mesmo assim EGOÍSTA e LADRÃO como muitos dos que os lá põem.

 
At 5 de fevereiro de 2010 às 17:49, Anonymous Anónimo said...

sim que na ex-URSS, Romenia, Albania, Coreia do Norte, Cuba, não houve corrupção, intolerancia, despotismo, violações de direitos elementares, onde não havia fome e o povo era e é feliz, não é assim?

 
At 5 de fevereiro de 2010 às 22:33, Anonymous Anónimo said...

Mais tarde ou mais cedo as "escutas" começariam a ser divulgadas.
O que foi "revelado" pelo jornal Sol não mostra um poder diferente daquele que conhecemos.
Quando muito limita-se a demonstrar que o poder pode subir, com facilidade, à cabeça de qualquer um. E se esse alguém tem pouco mundo, sobe mais depressa. Depois é fácil associar a esse poder - sobretudo se for absoluto - meia dúzia de profissionais da acção comunicacional, um batalhão de eunucos deslumbrados e oportunistas e duas ou três "instituições" entretidas com o que é lateral.
Nada disto é, porém, original. Digamos que agora apenas atingiu um patamar especial em que é levado muito à letra um mito urbano famoso: quem se mete com...., leva.
Mesmo assim, é preciso mais, muito mais, para pedir politicamente cabeças a rolar.
A sociedade portuguesa é complacente e hipócrita.
Os últimos freteiros podem, de repente, ser os primeiros justiceiros.
A "classe jornalística" há muito que deixou de ter qualquer legitimidade para se indignar em excesso.
Nesse aspecto, está praticamente a par com o poder.
Não é o caso, por exemplo, de Manuela Moura Guedes ou de José Manuel Fernandes.
Em Agosto de 2001, aquando do episódio da "fundação para a prevenção e segurança", Vasco Pulido Valente escreveu um artigo no DN intitulado "os donos".
Eram sensivelmente os mesmos de hoje.
O que é que mudou?

 
At 8 de fevereiro de 2010 às 19:09, Anonymous L. Carvalho said...

O Watergate também foi uma ilegal calhandríce!
Estou com uma tele-objectiva à janela de minha casa. Quando aponto para o apartamento em frente um homem espanca uma mulher até à morte. Fotografo e divulgo as imagens ocultando o rosto da vítima mas provando quem é o agressor. Um agressor há muito suspeito da polícia.
As fotos permitem a prisão do criminoso, mas a polémica está instalada.
O primeiro-ministro acha que isto é jornalismo de buraco-de-fechadura, o seu clone diz que não passa de uma calhandríce, o ministro da defesa fardado grotescamente diz que é uma calhandríce, o ganda Lello repete calhandríce, La Chien abana a cabeça que sim, o director do JN recusa-se a publicar as fotos se não apresentar os negativos originais (embora sejam fotos digitais), o magnifico conselho de redacção do JN, guarda avançada que garante a liberdade de expressão no jornal do Norte, diz que está de acordo com o director (é para isso que serve um CR democrático e responsável), e uns tantos jornalistas que opinam muito mas que nunca levantaram o cu da secretária para fazerem uma reportagem (e que acham que a reportagem é um desvio perverso do turismo paradisíaco) vieram em defesa da não-publicação das fotos, porque eram ilegais e punham em causa a privacidade do criminoso.
Esta gente que também está contra a divulgação da calhandríce organizada de um núcleo de socialistas que teriam como objectivo o ataque final à TVI, para reporem a verdade democrática, devem achar que o Caso Watergate foi uma vergonha jornalística e uma ilegalidade lamentável. Uma coisa de débeis mentais que deveriam ter sido metidos no manicómio pelo incompetente do Nixon.
Na verdade estamos todos a começar a precisar de tratamento urgente. Choques eléctricos mesmo.
Pode ser que acordemos

 
At 9 de fevereiro de 2010 às 17:27, Anonymous Anónimo said...

Pela primeira vez, há aqui vários comentários e nenhum diz mal do Taveira Pinto. Já se cansaram?

 
At 9 de fevereiro de 2010 às 21:33, Anonymous Anónimo said...

Coitadinho do cromo vigarista ...
A escola é a mesma, é apaniguado do sócas...

 
At 10 de fevereiro de 2010 às 00:37, Anonymous Anónimo said...

EPÁ DEICHA O PINTINHO POR-SE BOM DA PATA DEPOIS É VÊLO A DAR COISOS.
ELE QUE FIQUE EM CASA POR MUITO TEMPO......
POIS NÍNGUÉM DEVE TER SAÚDADES DELE.
PASSAMOS BEM SEM O PARVALHÃO DO PINTO...

 
At 10 de fevereiro de 2010 às 15:46, Anonymous Anónimo said...

Sabem de quem é o último comentário? é do vice do Pinto, que desejando ver-se livre dele para sempre, para poder desenvolver-se como clone, usa este blog. quanto ao comentário dos Países que o socialista seu autor, coloca direi que ninguém governa contra os povos e vocês parece que não aprenderam nada, também era bom que soubesse que o seu camarada Mário Soares era amigo e admirador do Ceausesco da Roménia que dá Vª Exª como exemplo de infelicidade, penso que de facto eram infelizes e agora são felizes?

 
At 11 de fevereiro de 2010 às 19:24, Anonymous Anónimo said...

Passaremos todos a apoiar a ETA, pode ser que consigam limpar o cebo a esta cambada de gatunos.

 
At 16 de fevereiro de 2010 às 16:36, Anonymous para ser elevados nao pode haver mortos said...

o poeta pecador e frouxo está a caminho,
amanha ou depois.
antes ainda quero ouvir o crespo,
dizer que lula sois.

 
At 24 de fevereiro de 2010 às 04:27, Anonymous oscar said...

O poeta castrado que nunca senti nasceu na necessidade ablativa de enlear a barbárie.
Sem pressa, sem medo.
O final está ao virar da esquina.

Vivemos todos longínquos e anónimos; disfarçados, sofremos
desconhecidos. A uns, porém, esta distância entre um ser e ele mesmo nunca se revela; para outros é de vez em quando iluminada, de horror ou de mágoa, por um relâmpago sem limites; mas para outros ainda é essa a dolorosa constância e quotidianidade da vida.
Saber bem que quem somos não é connosco, que o que pensamos ou sentimos é sempre uma tradução, que o que queremos o não quisemos, nem porventura alguém o quis - saber tudo isto a cada minuto, sentir tudo isto em cada sentimento, não será isto ser estrangeiro na própria alma, exilado nas próprias sensações?
Mas a máscara, que estive fitando inerte, que falava à esquina com um homem sem máscara nesta noite de fim de Carnaval, por fim estendeu a mão e se despediu rindo. O homem natural seguiu à esquerda, pela travessa a cuja esquina estava. A máscara — dominó sem graça — caminhou em frente, afastando-se entre sombras e acasos de luzes,numa despedida definitiva e alheia ao que eu estava pensando. Só então reparei que havia mais na rua que os candeeiros acesos, e, a turvar onde eles não estavam, um luar
vago, oculto, mudo, cheio de nada como a vida...
(…)
Sim, repito, sou como um viajante que de repente se encontre numa vila estranha, sem saber como ali chegou; e ocorrem-me esses casos dos que perdem a memória, e são outros durante muito tempo. Fui
outro durante muito tempo — desde a nascença e a consciência
—, e acordo agora no meio da ponte, debruçado sobre o rio, e sabendo que existo mais firmemente do que fui até aqui. Mas a cidade é me incógnita, as ruas novas, e o mal sem cura. Espero, pois, debruçado sobre a ponte, que me
passe a verdade, e eu me restabeleça nulo e fictício, inteligente e natural.


FERNANDO PESSOA, LIVRO DO DESASSOSSEGO

 
At 25 de fevereiro de 2010 às 11:55, Anonymous francisco said...

OS GATAFUNHOS FINAIS



Bom… a minha mísera crónica final não vai sair elaborada, matutada, literata e impregnada de figuras de estilo e amplas divagações como a princípio previ. Não há paciência, há falta de jeito e a plateia, enfim, é a plateia – quanto mais reduzida melhor. Sairá como sair, ao natural e sem volta a dar.

Demorei um mês porque entretanto se tiveram, primeira e impreterivelmente, que lançar algumas sementinhas, em Ponte de Sor e pela minha terra, na esperança de que visse alguma delas a geminar ainda antes de dar por concluída a patuscada – não foi em vão.

Bem sei, obviamente e antes de mais, os erros evitáveis e em certo grau conscientes que foram o poeta e o desassossegado: serviram apenas para…bem não sei para que serviram, talvez iludir e confundir um pouco – porque primeiro, como toda a criancinha sabe, a verdadeira inteligência é a emocional, seguida da social (e nem sempre erudição e conhecimento são sinónimos de CULTURA), e em segundo, mais importante, porque pouco me importa, realmente pouco me importa o que sobre eles, isto ou mim certos espíritos funestos e funambulescos pensem ou digam – o bilhete sem regresso não há-de tardar e não há mais merda nem quedas que não sejam…ao natural (e longe dos fonas).

Portanto, um pequeno burro disfuncional discursará.

Mas chega (finalmente!!!) de falar de mim – é assunto publicamente enterrado.

Vamos ao que interessa.

Deixemos o Ecos do Sor para o fim.

Para definir este blog são vários os adjectivos elucidativos comummente mencionados, mas ninguém se lhe refere instintivamente como o que realmente é – um antro de ilicitudes. Não tenho absolutamente nada contra – antes pelo contrário – um blog com propósitos de luta política/partidária, com alvos definidos e métodos eloquentes. Mas causa-me vigorosa indignação certos comentários. Não será necessário dizer porquê. É fenómeno novo – o cobarde e impune anonimato – e como tal um dia dever-se-ia pensar seriamente no assunto. Uma coisa é o saudável protesto ou exortação donde provenha um interesse público, designadamente o relato de abusos de poder, outra o fazê-lo sem o mínimo respeito, outra o faze-lo com inverdades (que é mais do que a mentira), e portanto a calúnia, e outro o simples e barato achincalho, geralmente acompanhado, como é regra geral neste blog, da sordidez mais despudorada. O apodo e o ultraje públicos, seja a quem for, causa-me revolta e isto é crime do mais vil que há. Qualquer pessoa maior ou menor de idade pode aceder a este espaço e ficar clarificada quanto à íntima ferocidade instalada na medula da sociedade.
Presta-me apenas interpelar retórica e ingenuamente porque é que 1) o moderador não ponha cobro a absolutamente nada, 2) quem comenta sejam sempre os mesmos 3) Ninguém se identifique.

Há blogs idênticos onde ainda impera a decência e o bom senso. Aqui apenas zoam varejeiras. Desde 2005 só muito raramente, e à tangente, consegui aqui ler alguma crítica construtiva, apelativa e limpa, algum aprofundar pertinente de alguma questão que à comunidade diga respeito. O meu caso não será excepção. Pontos essenciais ficarão omissos. Mas vai o bastante.

Se este blog com todas as virtualidades que tem, não lhe é dado o melhor uso, o que dizer então do “jornal da paróquia”?

 
At 25 de fevereiro de 2010 às 12:01, Anonymous antónio said...

Bom… O Ecos do Sor é propriedade da Paróquia. Cumpre um desígnio missionário. Mas entre as duas páginas de Religião, há um jornal civil. Nele surgem alguns bons artigos, essenciais ao cumprimento do seu referencial editorial: propugnam causas cívicas, promovem e divulgam boas práticas e exemplos sociais. Nem sempre têm um conteúdo evidente, mas procuram amiúde transmitir informação essencial ao cultivo da civilidade. Ate aqui óptimo.

Dificil é de compreender que com as possibilidades (leia-se, espaço, paginas) que tem, com a honrosa excepção do desporto (muito mal seria se o subsidio camarário de 200€ mensais não servisse para nada – mas já lá vamos também ai), nada mais tem a oferecer. Não me venham com chavão de que “criticar e fácil”, que não há “jornalistas”, ou “noticiais” – eu colaborei lá, e perdoem-me a falta de modéstia, mas numa semana era capaz fazer, como cheguei a fazer, o que outros faziam em duas – há muitas notícias se as procurarem e não esperarem que elas venham na internet ou em comunicados de imprensa. É essa a função do jornalista: procurar, inquirir, analisar, dissecar, descodificar, enfim, CRIAR notícias. Há muito poucas entrevistas, e tantos actores sociais. Há muito poucas reportagens, reportagens aprofundadas, que busquem com perspicácia examinar os diversos ângulos de uma questão. Há muito poucos temas – temas – temas que sejam causas onde sobrevenha problemática de interesse público. Há muito poucas matérias revisitadas: são tratadas uma vez e é como se finassem ali, e a vida não é isso, a maioria dos assuntos merecedores de notícias tem uma evolução própria: surgem novos factos conectos, surgem variações dos factos primários, surgem novos depoimentos, surgem contradições nos depoimentos…

O Ecos do Sor é para mim o jornal dos três e’s: empalidecido, esbatido, envelhecido. E isto tanto graficamente como a nível de conteúdos. Com a honrosa excepção do desporto, repito, não tem vivacidade, não tem criatividade, não tem extensão de vistas, não tem profundidade, não tem mesmo, na minha opinião, identidade. Não há jornalismo de investigação, não há artigos de opinião, não se ouvem vozes vivas e actuantes, não se ouvem os “políticos” da terra – e é tão ou mais importante que conhecer o seu carácter, saber o que pensam! Não há pluralismo, sem a mínima duvida não há pluralismo, nunca ouve ali pluralismo, nem preocupação com ele – e isto é sem dúvida o mais triste.

Não pensem que eu falo por falar. A minha relação com o paginador do jornal deteriorou-se de tal forma, que a minha desmotivação descambou em desleixe que na parte final da minha colaboração foi mais que notório no que escrevi e deixei de escrever – ja só me interessava o basket, só já me preocupava era que o treinador do eléctrico me lesse para saber o que pensava dos jogos da equipa. E quando subimos para a Proliga e os sub 20 venceram a Taça Nacional achei que tinha chegado a minha altura. Sai cabisbaixo, algo perdido e confuso, mas sai pelo próprio pé – o que me orgulha. Mas antes ofereci-me para trabalhos. Primeiro para escrever uma página do local em todas as edições e não apenas ocasionalmente como ate ai sucedera, se a edição ficasse ao meu cuidado, supervisionada claro, mas a meu cargo. Nada. Por fim, e foi esse o motivo porque sai – numa tentativa de salvar uma colaboração já irremediavelmente fustigada por inúmeros desentendimentos - fazer um caderno de desporto de maior amplitude a troco de um aumento do soldo – em mente mais modalidades como hoje sucede, mas sobretudo, fazer um complemento (tão necessário) às crónicas do Sr. João Biscaia. Era um complemento que não tenho dúvida traria mais leitores, leitores fixos e não episódicos – o futebol é a alma do negocio.

 
At 25 de fevereiro de 2010 às 12:04, Anonymous joaquim said...

Recordo o saudoso Padre Zé da Costa que me dizia em 2004(!), Ricardo estás à vontade para escreveres o que entenderes sobre o que achares conveniente, e após a saída do Sr. Padre, foi-me passo a passo, não só coarctada a carta de alforria como fui cada vez mais arrumado no canto do desporto. Porquê? Porque a diferença entre fracos e não fracos jornalistas, é que uns são incomodativos, impertinentes, insaciáveis, outros reproduzem comunicados de imprensa. Mas eu tenho muitas culpas! Criei problemas, repercuti mal-estar! Simplesmente porque nunca disse sim sr!, nunca disse é como o sr manda!! E eu não tenho dificuldade em acatar ordens, eu sempre vi foi com clarividência a notória falta, naquelas ordens “hierárquicas”, de uma autoridade intelectual que se impusesse não pelo título, mas pelos ditames da bondade e da razão! A desmotivação assomou-se-me com naturalidade, por não ver ali, nem ambição de fazer um jornal verdadeiramente lido e apreciado pelo publico, nem preocupação com o pluralismo, nem uma visão clara do que é o jornalismo !!

Há muita coisa, muitos episódios que demonstram a fetidez com que vivia ali uma coisa tão nobre e apaixonante como o jornalismo. (Do qual eu não percebo nada diga-se!) Um dos mais ilustrativos é sem dúvida o artigo acerca da obra no Monte da Sagolga. O texto já vai longo e por isso não me vou alongar. Todos nós, leitores, pugnamos pelo imperativo do rigor e pela necessidade de se cumprirem as regras deontológicas. Isto passou-se em Junho de 2007. O Jorge Traquete estava de lua de mel e eu estava convocado para fazer a edição da quinzena. Surgiu neste blog a notícia da ilegalidade da construção. Eu fiquei empolgado, porque só este blog para me animar (o blog e não os comentários). Achei a notícia merecedora de grande destaque. De imediato foi dito pelo paginador que nesse assunto não se mexia. Algo que disse repetidas vezes dentro da redacção foi que o Ecos do Sor, cujo doutrinador se vangloriava de não “se meter na politica”, fazia-o da pior forma: por omissão. Mas pronto, como em tudo o que metia pimenta e carecia de tratamento cuidadoso e rigoroso, ali não se podia tocar. Vou para Lisboa e regresso dois dias depois com novidade que estava ali gravada uma entrevista com o sr. Presidente da Câmara, sobre o assunto, e que deveria reproduzir as afirmações. O meu maior espanto foi não ouvir ali nenhuma pergunta, nenhuma!, nem mais complicada ou menos complicada, foi um rec, e diga la de sua justiça Sr presidente. Enfim, depois de ouvir aquilo logo disse que precisava de ligar à Quercus, que aquilo estava muito incompleto e sobretudo, que contradizia o que tinha saído no Semanario Economico a esse respeito e que eram necessários os depoimentos da outra parte. “Não, escreves o que o Dr. disse e mais nada”. (Estava uma entrevista deveras incompleta e lembro de perguntar uma questão basilar: se aquilo era um PIN ou não, a que o Sr. Paginador me disse que não sabia o que era um PIN…, é algo dos telemóveis pois). “Bom se não falo com a Quercus, acho que é necessária uma nova entrevista com o Sr. Presidente, há muita coisa por esclarecer”. Também não. Enfim, o meu erro foi ter assinado aquele artigo, pois logo a seguir o Semanário Económico voltou ao assunto, com todos os dados pormenorizados dos erros no processo e que tornavam as afirmações do Sr Presidente muito, digamos, obliquas. Eu fiquei entalado. Passada uma ou duas semanas disse que era necessário voltar a escrever sobre o assunto, para se esclarecer aos pontessorenses e sobretudo os montargilenses, acerca da ilegalidade que afinal ali havia, e mais que não fosse para limpar a má imagem de um artigo mal feito. “Não.”

 
At 25 de fevereiro de 2010 às 12:06, Anonymous manel said...

Isto é uma ínfima gota de água, num oceano de atropelos à ética e à deontologia que ali assisti e infelizmente também participei…mas o essencial, repito, ficará comigo…

Uma nota só para dizer que sou porventura o “historiador” mais aprofundado da “Historia do Ecos do Sor,” pela simples razão de que organizei o arquivo duas vezes. Se hoje qualquer pessoa pode ir à redacção e consultar jornais de há 60 anos, esta lá tudo arranjadinho. Foi assim que entrei para lá – não foi para escrever nada, foi uma ocupação de Verão aos 14 anos, ser “moço de recados” da redacção. Nesse Verão passei uma semana na companhia das aranhas e baratas que ladeavam páginas preciosas da História que é da nossa cidade também. Na segunda vez, já aos 19 anos, os jornais tinham mudado de sítio, e tratei não só de organizar aquilo como de passar o quadruplo do tempo a folhear e ler jornais desde a primeira edição… Foi um empreendimento bastante reconfortante, há coisas engraçadas que se poderiam dizer, mas que fique apenas registado que aquele jornal tem uma grande Historia, muito superior aos obreiros de hoje, pois houve alturas em que com 1/6 das páginas de hoje em dia se fazia um jornal muito mais informador, vivo e interessante, com muito mais “sumo” que hoje…não só no empolgante tempo do IPC…inclusive em épocas de censura! Portanto, aos fazedores do jornal de hoje…tratem de a honrar!!

Eu não vou falar mais, não vou sequer falar em comunicação social e no seu futuro na sociedade da tecnologia e da informação, um tema predilecto, no papel dos media e na inflexão que a imprensa escrita e o papel dos jornalista terá, na importância ascendente(!) que a imprensa local nela assumirá em correlação com o apaziguamento da imprensa nacional nos moldes actuais…nada!

Estou farto, farto e cansado de escrever isto, farto de injustiças, farto deste blog e é com pena que digo farto da Ponte de Sor também. Por cá ainda terei de andar mais uns fins-de-semana, ate iniciar vida profissional, e a única alegria, a única paixão que me une a esta terra é a do basket do Eléctrico – sou o adepto número um do trabalho exemplar que ali se faz!

Portanto, divirtam-se, eu cá não me importaria nada de depois de descobrir algo do Mundo, de tudo o que não sei, estabelecer-me numa outra Ponte de Sor, que me fosse a tranquilidade e a paz de uma aconchegante MADRASTA.

 
At 13 de março de 2010 às 10:58, Anonymous REGGIE MILLER said...

Estava tentar mas sou incapaz de reler isto..coisa ridicula..à primeira frase dá-me nauseas..
ainda bem que sou 10x melhor e portanto estou maneiras que agasalhado.
e ainda bem que só disse baboseiras narcísicas e não o que devia ... foi muito mais giro assim deu pa ver o golias (,,) escondido com mentiras pelas saias do padre ...

vá! é de vez! psor nao é comigo e por ai nao vou andar!! morri!!!

 

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