segunda-feira, 23 de abril de 2012

ABRIL NÃO DESARMA


 MANIFESTO 

Há 38 anos, os Militares de Abril pegaram em armas para libertar o Povo da ditadura e da opressão e criar condições para a superação da crise que então se vivia. Fizeram-no na convicta certeza de que assumiam o papel que os Portugueses esperavam de si. Cumpridos os compromissos assumidos e finda a sua intervenção directa nos assuntos políticos da nação, a esmagadora maioria integrou-se na Associação 25 de Abril, dela fazendo depositária primeira do seu espírito libertador. 
Hoje, não abdicando da nossa condição de cidadãos livres, conscientes das obrigações patrióticas que a nossa condição de Militares de Abril nos impõe, sentimos o dever de tomar uma posição cívica e política no quadro da Constituição da República Portuguesa, face à actual crise nacional. 
A nossa ética e a moral que muito prezamos, assim no-lo impõem! Fazemo-lo como cidadãos de corpo inteiro, integrados na associação cívica e cultural que fundámos e que, felizmente, seguiu o seu caminho de integração plena na sociedade portuguesa. Porque consideramos que: Portugal não tem sido respeitado entre iguais, na construção institucional comum, a União Europeia. 
Portugal é tratado com arrogância por poderes externos, o que os nossos governantes aceitam sem protesto e com a auto-satisfação dos subservientes. 
O nosso estatuto real é hoje o de um “protectorado”, com dirigentes sem capacidade autónoma de decisão nos nossos destinos. 
O contrato social estabelecido na Constituição da República Portuguesa foi rompido pelo poder. 
As medidas e sacrifícios impostos aos cidadãos portugueses ultrapassaram os limites do suportável. 
Condições inaceitáveis de segurança e bem-estar social atingem a dignidade da pessoa humana. 
Sem uma justiça capaz, com dirigentes políticos para quem a ética é palavra vã, Portugal é já o país da União Europeia com maiores desigualdades sociais. 
O rumo político seguido protege os privilégios, agrava a pobreza e a exclusão social, desvaloriza o trabalho. 
 Entendemos ser oportuno tomar uma posição clara contra a iniquidade, o medo e o conformismo que se estão a instalar na nossa sociedade e proclamar bem alto, perante os Portugueses, que:
 - A linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril configurado na Constituição da República Portuguesa; 
- O poder político que actualmente governa Portugal, configura um outro ciclo político que está contra o 25 de Abril, os seus ideais e os seus valores; Em conformidade, a A25A anuncia que: 
- Não participará nos actos oficiais nacionais evocativos do 38.º aniversário do 25 de Abril; 
- Participará nas Comemorações Populares e outros actos locais de celebração do 25 de Abril; 
- Continuará a evocar e a comemorar o 25 de Abril numa perspectiva de festa pela acção libertadora e numa perspectiva de luta pela realização dos seus ideais, tendo em consideração a autonomia de decisão e escolha dos cidadãos, nas suas múltiplas expressões. 
 Porque continuamos a acreditar na democracia, porque continuamos a considerar que os problemas da democracia se resolvem com mais democracia, esclarecemos que a nossa atitude não visa as Instituições de soberania democráticas, não pretendendo confundi-las com os que são seus titulares e exercem o poder. 
 Também por isso, a Associação 25 de Abril e, especificamente, os Militares de Abril, proclamam que, hoje como ontem, não pretendem assumir qualquer protagonismo político, que só cabe ao Povo português na sua diversidade e múltiplas formas de expressão. Nesse mesmo sentido, declaramos ter plena consciência da importância da instituição militar, como recurso derradeiro nas encruzilhadas decisivas da História do nosso Portugal. 
Por isso, declaramos a nossa confiança em que a mesma saberá manter-se firme, em defesa do seu País e do seu Povo. 
Por isso, aqui manifestamos também o nosso respeito pela instituição militar e o nosso empenhamento pela sua dignificação e prestígio público da sua missão patriótica. 
Neste momento difícil para Portugal, queremos, pois: 
1. Reafirmar a nossa convicção quanto à vitória futura, mesmo que sofrida, dos valores de Abril no quadro de uma alternativa política, económica, social e cultural que corresponda aos anseios profundos do Povo português e à consolidação e perenidade da Pátria portuguesa. 2. Apelar ao Povo português e a todas as suas expressões organizadas para que se mobilizem e ajam, em unidade patriótica, para salvar Portugal, a liberdade, a democracia. 

Viva Portugal! 

ASSOCIAÇÃO 25 de ABRIL

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4 Comments:

At 24 de abril de 2012 às 22:35, Anonymous TT said...

no parlamento o ordenado minimo dos deputados é de 3500€ mais uns extras que pode chegar aos 4700€, e a alimentação no restaurante de luxo dentro do parlamento é de 10€ por pessoa sendo o valor real da mesma suportado pelo estado ou seja normalmente chega aos 50€ por refeição e desses, 40€ é suportado pelo próprio parlamento... POR NÓS TÁ CLARO... PELO IRS E IRC DAS NOSSAS EMPRESAS, PELOS NOSSOS DESCONTOS!!! PORTUGAL JÁ VAI SENDO CONSIDERADO UM PAIS "TERCEIRO MUNDISTA", MAS O ORDENADO DOS POLITICOS E DOS GESTORES É DO MAIS ALTO QUE HÁ A NIVEL MUNDIAL!!! SABEM QUANTOS GENERAIS TEM OS ESTADOS UNIDOS? PESQUISEM QUE VÃO TER UMA SURPRESA POIS PORTUGAL TEM DUAS A TRES VEZES MAIS E COM REGALIAS E PENSÕES MILIONÁRIAS! CHEGA A SER UM DISPARATE! NÓS TRABALHAMOS UMA VIDA INTEIRA PARA UNS MISEROS 300€ MAS A CULPA É NOSSA POIS DEVERIA-MOS MATAR OS CHEFES PARA FICAR COM O LUGAR DELES E TER UMA REFORMA SUPERIOR!!?? UM POLITICO FAZ 8 A 12 ANOS TEM DIREITO A REFORMA!!!!??? E QUEM CONTINUA A PAGAR É O ZÉ POVINHO... MAS O PORTUGUÊS TEM MEDO!!! PREFERE ANTIDEPRESSIVOS DO QUE IR PARA A RUA LUTAR POR ELES NÃO É!!!! TEMOS O QUE MERECEMOS E VIVA O 25 DE ABRIL... PERDÃO O QUE QUER DIZER ESSA DATA...

 
At 25 de abril de 2012 às 17:14, Anonymous Anónimo said...

Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu a paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
Aquele que foi Fiel à palavra dada e à ideia tida
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse

Sophia de Mello Breyner

 
At 25 de abril de 2012 às 17:14, Anonymous Anónimo said...

A SALGUEIRO MAIA

Aquele que na hora da vitória
respeitou o vencido

Aquele que deu tudo e não pediu a paga

Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite

Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício

Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida»
como antes dele mas também por ele
Pessoa disse

Sophia de Mello Breyner Andresen

 
At 27 de abril de 2012 às 23:45, Anonymous Anónimo said...

o 25 de abril deveria ter seguido meios passos de FIDEL CASTRO!!!

 

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