quarta-feira, 3 de agosto de 2005

DIA SIM, DIA NÃO

Mário Soares não será um candidato apoiado pelo PS.
Será um candidato "do" PS. E do pior PS do que faz campanha contra Rui Rio rodeado de regateiras, do que não tem coragem para resolver a questão do seu candidato à Câmara da Amadora, do que ignora a realidade para lançar TGV e aeroportos faraónicos, do que continua a não resolver a questão das Scut, do que vive no terror da vitória de Cavaco Silva e da sua abrangência, a transcender em muito o âmbito do PSD.

A grande diferença é efectivamente esta se Cavaco Silva se candidatar, a sua candidatura corresponderá ao interesse nacional e terá uma vitória estrondosa, assegurada pela esquerda moderada, pelo centro-esquerda e pelo centro-direita; se Mário Soares se candidatar, a sua candidatura será estritamente um serviço que ele presta ao PS, terá o apoio dos piores lobbies socialistas, do PS radical, jacobino e maçónico, da extrema-esquerda (com a qual se identifica cada vez mais, desde as partes gagas de Porto Alegre até à incompreensão total da luta antiterrorismo e dos interesses europeus) e, talvez, do próprio PCP, que pode invocar um precedente aberto por Álvaro Cunhal. A sua derrota será humilhante para ele e para o PS. A propósito, considero que é uma deselegância desnecessária invocar-se a idade de Mário Soares como argumento contra ele. Há muitas razões políticas que o tornam completamente ultrapassado.

Com o obsceno alvoroço sócio-soarista, Manuel Alegre sofre no seu prestígio, indecentemente posto em causa por camaradas que andaram a empurrá-lo para a hipótese presidencial e agora estão muito caladinhos. Sofre também nas suas ambições, naturais, face ao currículo político que tem e a uma aura de criador literário que o torna admirado em todos os quadrantes e lhe garantiria, só por si, uma vasta audiência. Já deu, no Expresso, a medida do seu isolamento, da sua perplexidade e da sua irritação, e parece hesitar quanto à medida da sua disciplina partidária. Não teria também hipóteses de ser eleito, mas perderia com dignidade e dele não se pode dizer que tenha andado a saltitar entre a moderação e o radicalismo, ao sabor das conveniências paroquiais ou dos mais descabelados tropismos de oportunismo antimundialista.

Mais bicudo ainda é o caso de Freitas do Amaral. Foi muito intrigante o apoio que deu a Sócrates, nos dois conspícuos artigos que publicou na Visão. Tem uma preparação, uma lucidez e uma trajectória que em nada o aproximam dos socialistas.

Estou à vontade para dizê-lo não só o prezo muito pessoalmente, como o apoiei contra Mário Soares em 1986. Só se compreenderia a sua súbita adesão às teses patetas do actual primeiro-ministro se tivesse havido um gentleman's agreement prévio, por via do qual Freitas do Amaral, feita a conveniente passagem promocional pelos Negócios Estrangeiros, poderia vir a tornar--se o candidato a presidente de que o PS precisava como de pão para a boca. Tem envergadura para sê-lo, poderia ser apelativo para uma grande faixa do eleitorado moderado e vontade não lhe falta.

Se esta hipótese tem alguns foros de verdade, então a entrevista que deu ao DN, há poucas semanas, foi o acto de desespero de quem vê ruírem todas as expectativas com que lhe acenaram. Caiu mal na classe política pela maneira desastrada como tratou a corrupção, caiu mal no PS, pela maneira pouco hábil como se "ofereceu" e pela matriz "aristocrática", não jacobina nem maçónica, que é a sua, caiu mal no eleitorado que vai da esquerda moderada ao centro-direita, pela maneira jesuítica como atacou Cavaco Silva.

Chamo bicudo a este caso, não por Freitas do Amaral ter deixado de personificar uma candidatura que morreu um pouco como a Constituição Europeia, por não tem mais por onde se lhe pegue. A questão está em saber como é que ele vai continuar a poder ser ministro.

Se a hipótese do gentleman's agreement presidencial tem algum fundamento, não pode José Sócrates ter-lhe-ia roído a corda de uma maneira inaceitável e pouco digna. Mas, se não foi assim, também não pode: nem a política é um bar de alterne, nem Freitas do Amaral é suposto fazer o trottoir. Depois de ter oferecido gratuitamente os seus serviços, como é que ele há-de ignorar tão desprestigiante rejeição e manter-se com a mesma cara à frente da diplomacia?

E, se Mário Soares fosse eleito, como é que ele poderia agir na cena internacional, como um presidente que não deixaria de pôr causa as posições do Governo, dia sim, dia não?


Vasco Graça Moura

4 Comments:

At 3 de agosto de 2005 às 12:03, Anonymous Anónimo said...

Socialistas que acreditam no Pai Natal

Grande parte dos socialistas portugueses descobriu, sem o saber ainda, que, afinal, sempre acredita no Pai Natal.
Das diversas audições que fiz (como determina a moda política), antes de me pronunciar, e não fui a Belém (à fábrica dos pastéis!), quase todos são unânimes: "Epá, o tipo ainda pode ganhar" ao Professor de Boliqueime, ou reagem com um "pelo menos o fulano não tem o tapete vermelho estendido para Belém".
Quanto a este ponto, do tapete vermelho, sabe-se que a campanha tem de ser feita. Pois não há vencedores antecipados. Quem é que se recorda do que aconteceu nas autárquicas de 2001, em Lisboa? Pois...
Se bem que a maioria das pesoas com com falei não o assuma, vergonha inconsciente?, todos têm noção de que a candidatura do Professor de Boliqueime é imparável e prefere, neste momento, iludir-se com algumas parangonas de primeira página. Que podem fazer as delícias do imediato mas tendem a esbater-se assim que as palavras do adversário surjam em público. Isto porque, até hoje, note-se, o mais que provável candidato da direita nem retirou nem acrescentou um ponto à sua candidatura. Há sempre alguém que faz a sua vez e manifesta o que irá acontecer.
Motivos de uma candidatura de direita forte? Basta atentar que durante três anos se incutiu na sociedade portuguesa de que é necessário um Messias para a salvação nacional. E, melhor do que ninguém, o Messias é a pessoa que governou o país durante mais tempo. Nunca se fez qualquer escrutínio da década de poder, com a única excepção de se dizer que foram os anos mais prósperos do país em democracia, sem qualquer base para tal argumento.
Certos programas de análise política, na televisão, não servem só para apurar o momento. Também servem, e de que maneira, como palco de campanha. Assim, durante três anos, primeiro em Queluz, agora nas bandas da Expo, o discurso do salvador instalou-se e não despega.
Quanto aos socialistas, que queimaram a partir de 17 Dezembro de 2001 o melhor candidato da esquerda e a pessoa mais adequada, presentemente, para o cargo de Presidente da República, estão a pagar a factura de tal atitude.
Os socialistas deixaram o barco presidencial rumar sem timoneiro, e, à última da hora, desesperados, quiseram engatar uma candidatura, de outras eras, na expectativa de colar. Mas não cola. E não cola por diversos motivos. Que são de natureza política e não de carácter etário. Só não vê quem não quer, ou quem, legitimamente, é sequaz do hipotético candidato. O que merece todo o respeito.
A esquerda descurou uma candidatura vencedora. Tenta arranjar uma em cima do joelho. E, como diz o adágio, a emenda é pior do que o soneto.
Em suma, a grande maioria dos socialistas encara hoje a eleição presidencial como os sequazes do antigo Primeiro-Ministro e actual alcaide alfacinha encararam a eleição de Fevereiro deste ano. Acreditavam piamente na vitória. O resultado está à vista de todos. Só não viu/vê quem não quer.
Reitero o que escrevi há uns meses. A política portuguesa é demasiado previsível.
Infelizmente, das duas putativas candidaturas presidenciais, nenhuma serve o país, pois nenhuma traz nada de novo. Pelo contrário.
Assim vai Portugal, navegando à deriva.

 
At 3 de agosto de 2005 às 12:10, Anonymous Anónimo said...

Candidatura de Soares «não é saudável para a democracia».

Helena Roseta entende que não faz sentido que Mário Soares se candidate à presidência da República, uma vez que há outras pessoas para o lugar. A ex-deputada diz mesmo que uma eventual candidatura de Soares «não é saudável para a democracia».

Helena Roseta acusou Mário Soares de ter deixado cair o amigo Manuel Alegre ao entrar em período de reflexão para uma eventual candidatura para a Presidência da República.

Em declarações à TSF, a antiga deputada socialista reafirmou não compreender a eventual candidatura de Soares nas actuais condições e disse mesmo que o antigo Presidente da República e ex-primeiro-ministro já deveria ter deixado a política.

«Não faz muito sentido ao fim de 30 anos de democracia não se abrir espaço a outros e ter de ser sempre a mesma pessoa. Não é sensato, não é bom. Tenho uma grande admiração pelo Dr. Mário Soares, mas acho que há mais gente», explicou.

A actual presidente da Ordem dos Arquitectos acrescentou mesmo que uma eventual candidatura de Soares «não é saudável para a democracia».

Helena Roseta disse ainda que não compreender porque Mário Soares mudou de ideias quanto à sua posição relativamente a uma eventual candidatura à Presidência da República.

«Também não compreendo porque é que José Sócrates, 24 horas depois de Manuel Alegre se ter disponibilizado para ser candidato, veio dizer que afinal preferia apoiar Mário Soares», explicou.

A arquitecta considera que as coisas não foram claras e diz que, para quem está de fora, até parece que Mário Soares «deixou cair um amigo, que é uma coisa que não é bonita».

 
At 3 de agosto de 2005 às 16:05, Anonymous Anónimo said...

“Ninguém percebe regresso de Soares”

Helena Roseta escreve artigo de opinião no Público

A ex-deputada do PS Helena Roseta considera que "ninguém consegue perceber" o que levou Mário Soares a considerar uma eventual candidatura às presidenciais depois de ter dito "basta!".


Num artigo de opinião publicado hoje no Público, intitulado "Vale tudo?", Helena Roseta declara que a possível candidatura do fundador do PS "gerou uma enorme perplexidade" e que "ninguém consegue perceber o que levou um homem como Mário Soares, a quem a democracia portuguesa tanto deve, a vir desdizer-se depois de ter dito publicamente: basta!".

A actual presidente da Ordem dos Arquitectos, que frisa ter sido apoiante de Mário Soares na sua primeira candidatura a Belém, pergunta: "O que fez virar Soares tão de repente? Estaria já tudo tratado, enquanto publicamente ele dizia o contrário?"

Helena Roseta afirma que "não é bom para a democracia que em 30 anos não se gerem novas alternativas" e que Mário Soares já foi Presidente da República duas vezes, pelo que devia dar espaço a outros.

"Sair a tempo, abrindo caminho a quem vem a seguir, é uma qualidade. Foi o que fez Cunhal, com um desprendimento e uma coerência que foram justamente reconhecidos no dia do seu funeral", ressalva a ex-deputada, adiantando que: "Soares parece não ser capaz de fazer o mesmo. É pena. O apego ao poder diminui os que dele padecem".

Segundo Helena Roseta, a falta de candidatos a apresentar pela esquerda não é justificação para a eventual candidatura de Soares já que "há gente mais nova, a começar por Manuel Alegre".

No mesmo artigo, a ex-deputada socialista defende que Manuel "Alegre tem um currículo cívico e democrático invulgar, uma larguíssima experiência política e uma reconhecida capacidade eleitoral".

Adianta ainda que Manuel Alegre "esteve em todas as batalhas do socialismo democrático", "contribuiu decisivamente para todas as vitórias do PS" e "ajudou Sócrates a conquistar a maioria absoluta".

"Alegre não está sozinho. Há muita gente que não se conforma com uma possível vitória de Cavaco ou com a falta de imaginação de uma recandidatura de Soares", esclareceu.

Na opinião de Helena Roseta, o regresso de Mário Soares "não é saudável para o regime republicano e laico que ele ajudou a construir".

A provável candidatura de Mário Soares adquiriu força com o apoio que recebeu do secretário-geral do PS, José Sócrates, que em declarações ao Jornal de Notícias, divulgadas a 24 de Julho, garantiu que o ex-Chefe de Estado terá todo "o apoio no PS e no país" se decidir entrar na corrida para Belém.

Nesse mesmo dia, Mário Soares divulgou um comunicado em que anunciou estar a reflectir sobre uma possível candidatura, reconhecendo que o apoio de Sócrates "muda as circunstâncias e tem um peso inegável", "por vir de quem vem e pelo que representa em si mesma".

Na véspera, Manuel Alegre afirmou ao jornal Público que estava "disponível para enfrentar Cavaco Silva" nas eleições presidenciais de 2006

 
At 5 de agosto de 2005 às 09:56, Anonymous Anónimo said...

A questão presidencial
por Vital Moreira

A tese defendida por J. Pacheco Pereira (e na sua esteira por vários observadores menos originais...) sobre uma alegada melhor posição de Cavaco Silva, comparado com Mário Soares, para assegurar a estabilidade política na vigência do Governo PS tem o defeito óbvio de não colar com a realidade e de ser contrariada por vários sinais que vêm daquela banda sobre o que se espera da desejada eleição do seu candidato.
Em primeiro lugar, ninguém imagina facilmente o antigo e assertivo primeiro-ministro do PSD a prescindir de interferir tanto quanto possível na esfera do Governo, sobretudo em matéria económica e financeira. Aliás, a insistência com que os seus apoiantes sublinham a sua (reconhecida) competência nessas áreas como argumento da sua candidatura só pode aumentar a convicção de que esperam que ele faça uso dela, caso seja eleito. A suspeita de ver em Belém uma espécie de ministro-sombra da oposição na pasta da economia e das finanças é tudo menos coerente com a alegada vocação de Cavaco Silva para a estabilidade política.
Em segundo lugar, são inequívocos os sinais que apontam para uma associação da eventual eleição de Cavaco Silva a um reforço dos poderes e da intervenção presidencial, a qual só pode ser fonte de conflitos políticos com o Governo e da instabilidade política que lhe vai inerente.
Há dias no PÚBLICO, Manuel Queiró, do CDS/PP, escreveu o seguinte: "A previsível eleição de Cavaco Silva era até há pouco, com razão ou sem ela, o terreno onde se jogavam todas as esperanças de regeneração do sistema político. Sem ainda suficientes indicações para tal, crescia difusamente a convicção de que, com Cavaco em Belém, nada ficaria na mesma nas relações entre o poder executivo e a presidência. Uma espécie de revolução silenciosa ocorreria. O pendor parlamentar do regime entraria naturalmente em declínio, sem que para já ninguém avançasse com os contornos dessa mudança. O sentido e a natureza das alterações ficariam entregues a Cavaco, mais uma vez providencial e sabedor do melhor para Portugal."
Esta análise retrata fielmente aquilo que um observador atento pode detectar nas esperanças da direita em geral em relação ao "seu" Presidente da República. Numa formulação mais estrema, as eleições presidenciais apresentam-se para alguns como uma segunda volta das legislativas, em que os derrotados desta poderiam vingar essa derrota e retomar as alavancas do poder, via Palácio de Belém, incluindo pela dissolução parlamentar numa situação desfavorável para o Governo; numa versão mais moderada, a eleição de Cavaco Silva poderia, pelo menos, funcionar como contrapoder, ou seja, como contraponto e limite dos poderes da maioria socialista, evitando a consumação de algumas das suas políticas e capitalizando em favor da oposição um previsível descontentamento popular com a situação económica e com as políticas de austeridade financeira.
Seja como for, o novo protagonismo presidencial teria necessariamente de passar por um reforço dos poderes e dos meios de intervenção do Presidente da República, pelo menos em relação ao paradigma que tem sido sedimentado pelos titulares do cargo, com pequenas variações, desde a revisão constitucional de 1982.
Ora não falta quem advogue explicitamente esse caminho. Já antes do texto de Queiró, o deputado do PSD, Paulo Rangel, também no PÚBLICO, depois de reeditar a tese de Pacheco Pereira, insinuava que com Cavaco o regime poderia evoluir para um sistema protopresidencialista à maneira francesa, se a actual maioria socialista não vingasse. Escreveu ele: "O sistema [de governo português] não pode sobreviver ao esboroamento consecutivo de duas maiorias absolutas (a da coligação e a do PS). Será necessário encontrar outra solução institucional e ela passará necessariamente por um reforço fáctico da instituição presidencial. (...) A Constituição actual pode perfeitamente conviver com um semipresidencialismo próximo do francês: tudo de pende de saber quem é o PR e qual a concreta correlação de forças políticas."
Não vale a pena contestar aqui a tese da admissibilidade constitucional de um semipresidencialismo à francesa entre nós, sendo, no entanto, de notar que a nossa lei fundamental não faculta ao Chefe do Estado alguns dos principais instrumentos que permitem ao Presidente francês ser o verdadeiro protagonista da vida política e da condução governamental, nomeadamente a presidência dos conselhos de ministros, a livre exoneração do primeiro-ministro, a competência presidencial própria nas áreas das relações externa e da defesa, a convocação unilateral dos referendos, a nomeação de muitos titulares de cargos públicos, etc. Mais importante do que a questão constitucional é, nas presentes circunstâncias, o significado político da defesa de uma presidencialização do regime sob a égide de Cavaco Silva (isto quando em França, curiosamente, se procede a um balanço muito crítico do semipresidencialismo gaulês...).
Analisando os dois cenários prováveis, escrevia há dias J. M. Barroso no Diário de Notícias: "(...) A questão, para a direita e para a esquerda, é de novo saber se o Presidente é um factor de perigo ou de resguardo para os governos. Um governo que tenha de agir com determinação para suster a crise financeira do Estado tem de contar com o apoio de um Presidente de referência - daí o recurso a Soares. Uma oposição que queira protagonizar um projecto de "regeneração" do país tem de contar com um Presidente forte - daí a esperança em Cavaco. É, uma vez mais, a espada da dissolução que se coloca sobre a cabeça dos governos de maioria. É, uma vez mais, o modelo do nosso semipresidencialismo que se questiona."
A verdade, porém, é que o questionamento do nosso alegado "semipresidencialismo" volta a assumir no campo da direita uma versão claramente presidencialista. Falhado o sonho de unificação do poder ínsito na célebre fórmula "uma maioria - um governo - um presidente", o PSD, nisto acompanhado pelo CDS, aposta francamente numa fórmula de "poder dividido" entre uma maioria parlamentar e uma "maioria presidencial", inevitavelmente conflituantes.
Por isso, se se confirmarem estas posições, o que está em causa nas próximas eleições presidenciais é não somente a estabilidade governativa, mas também a própria estabilidade do regime. O que se propõe é, de facto, mudar as regras do jogo, se não as regras constitucionais (que a direita não pode modificar), pelo menos a sua leitura e implementação. Se os indícios se confirmarem, então, de novo, tal como em 1986, a questão principal das próximas eleições presidenciais será a continuidade e estabilidade do regime político vigente.

 

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