sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

FINANCIAMENTO DO PARTIDO SOCIALISTA EM PONTE DE SÔR, ESTÁ PAGO:

Assusta-me estarmos tão próximos de casos como Felgueiras e Gondomar.

As ligações perigosas do financiamento da campanha eleitoral do Partido Socialista em Ponte de Sôr vêm agora ao de cima.

As suspeitas sobre compadrios afinal confirmam-se!

Para os que ainda não acreditam...

A Câmara Municipal de Ponte de Sor adquiriu no ano passado(2004), um terreno nas Barreiras, junto à corticeira Subercentro por 2€(400$96)/m2.


Agora está montado o negócio:
A Câmara vai vender à Subercentro o mesmo terreno por 0.005 €(1$00)/m2.

Estão explicadas as razões para o seu administrador comparecer no jantar de apresentação da lista do Partido Socialista em Ponte de Sôr, no passado mês de Setembro de 2005.

Para os que não se importam com as negociatas do presidente da câmara Dr. Taveira Pinto:


... 75000m2 a 30 mil contos há um ano, pago com o nosso dinheiro, vão valer 75 contos em 2006.

Palavras para quê?!

Parabens a todos os que deram a maioria absoluta ao Taveira Pinto.


Sou democrata, mas o que me preocupa é que ainda faltam 4 anos para acabar o mandato... e até lá muitos euros vão correr na pista do aeródromo e nas obras da fundação António Prates.

24 Comments:

At 16 de dezembro de 2005 às 15:24, Anonymous Anónimo said...

Grande negócio?

O Pinto Bugalheira quanto recebe por fora?

 
At 16 de dezembro de 2005 às 15:42, Anonymous Anónimo said...

É tempo deste pessoal abrir os olhos.

Será que o Ministério Público de Ponte de Sôr está sem delegado?

Algo de muito grave se passa neste município.

 
At 16 de dezembro de 2005 às 16:56, Anonymous Anónimo said...

1-Mais uma vez o PONTEDOSOR.BLOGUE, publica uma peça sobre os negócios muitos escuros da gestão socialista do Pinto e Companhia, Lda.

2-O teor desta, mostra bem o que certa classe política que se governa à custa de todos nós.

3-Só nos resta passar por estes animais e cuspir-lhes na tromba.

 
At 16 de dezembro de 2005 às 17:08, Anonymous Anónimo said...

Caro Zé da Ponte

Deves fazer uma reportagem sobre os negócios do aeródromo.

Aí tambem há muita vigarice do bugalheira, vigarice, lda.

 
At 16 de dezembro de 2005 às 17:19, Anonymous Anónimo said...

Só Máfia...

 
At 17 de dezembro de 2005 às 17:50, Anonymous Anónimo said...

E quem é que disse que o dinheiro foi para a campanha?

 
At 18 de dezembro de 2005 às 01:36, Anonymous Anónimo said...

Pois é...parabéns a todos aqueles que votaram no Pinto.

Parabéns a todos aqueles (maioria dos eleitores) que têm bom senso em votar na pessoa que, com alguns erros pelo meio, consegue assegurar alguma evolução positiva no nosso concelho.

Se ele se dá ao luxo de arrecadar maiorias absolutas por alguma razão é, o que não dá o direito a ninguém de dar os parabéns aos pontessorenses com ironia quando estes se serviram de um direito intrínseco à democracia que é o direito de votar naquele ou naqueles que consideram os mais apropriados para chefiar a população.

Em falar em democracia e direitos, que talvez nem sabem realmente o que isso é, tanto desrespeita a democracia aquele que actua à margem da lei como aquele que usa e abusa do direito à liberdade de expressão para difamar, desrespeitar e acusar os outros sem quaisquer provas concretas.

Não digo que não haja corrupção na câmara municipal de Ponte de Sor, assim como não digo o contrário. Talvez até haja algumas acções menos boas por parte do Taveira Pinto...sinceramente não sei. O que quero dizer com isto é que se ao longo do tempo de existência deste blog, em que se tem acusado o presidente da câmara das maiores trafulhices, porque è que estas questões nunca vieram a publico por fontes oficiais como no caso de Felgueiras e outros casos polémicos.

Ponte de Sor tem leis especiais que permitem a liberdade total para efectuar burlas e falcatruas?

Os casos são muito bem abafados?

Porque é que só nesta página, que demonstra o incontornável inconformismo e sabor amargo da derrota esmagadora, se fala destas coisas e não vem à baila como deveria ser?

Não digo que o que aqui se diz não seja verdade porque não sei, mas considero inadmissível que faltem ao respeito a quem votou (e daí o meu repudio por este artigo) no Taveira Pinto porque afinal o "pessoal" a quem querem abrir os olhos è a maioria dos eleitores do concelho.

Concluindo, se o Taveira Pinto foi nomeado presidente da câmara, com maioria absoluta, mais que uma vez, por vontade dos pontessorenses, e é constantemente acusado das maiores barbaridades sem uma única prova clara e concreta, quem è que afinal está mal neste palco de intrigas? Quem é que está a mais?
Taveira Pinto que repetidamente ao longo dos anos recebe a confiança dos pontessorenses?
Ou aqueles cujo desespero de ninguém os ouvir, reflectido pelas sucessivas derrotas, é tanto, que os leva a mandar farpas a torto e a direito das maneiras mais medíocres possíveis e imaginárias e sem provas a quem tem demonstrado empenho em erguer a cidade que outrora parecia um deserto?

PS: Para que não passe despercebido, no meio do meu comentário, apresentei sucintamente a causa para a minha perda de tempo em escrever para este triste blog (nem sempre). Mas volto a repetir. No artigo está escrito de uma forma muito desagradável e irónica: "Parabéns a todos os que deram a maioria absoluta ao Taveira Pinto". Independentemente do cerne do artigo, isto é o mesmo que mandar a maioria dos pontessorenses que votaram à merda, pelo que a seguir dizer que se é democrata em vez de parvo é ainda mais ridículo. Com todo o respeito peço desculpa por este momento de má educação e desrespeito, pois não quero de modo algum igualar-me à baixeza já repetitiva e maçadora deste blog. Obrigado.

 
At 18 de dezembro de 2005 às 15:58, Blogger J said...

Voltamos realmente ao mesmo. Isto é complicado, mas há-de resolver-se. Mas, possivelmente esta notícia vai impedir a concretização do possível mal!
Mas é tão evidente que o homem é um demagogo! Agora já pode fazer um novo edifício da câmara porque já resolveu o problema da habitação pobre e sem condições!!
E, as pessoas votam neles realmente por medo ou por dormência, como é o caso de não verem a necessidade premente de chuva!!

 
At 19 de dezembro de 2005 às 09:07, Anonymous Anónimo said...

Caro Anónimo do Domingo:

Pois é,segundo V.Exa.:
«à baixeza já repetitiva e maçadora deste blog», mas o senhor passa por cá todos os dias e dá-se ao trabalho de comentar os artigos.

Quanto ao resto concordo com o Pontessorense, «a verdade é como o azeite»... as chamadas eróticas tambem era "invenção" e agora são reais...

Ainda a procissão vai junto ao gaveto, quando chegar ao tribunal é que vai doer...

 
At 19 de dezembro de 2005 às 10:21, Anonymous Anónimo said...

Eu se fosse ao Taveira fazia era uma grande festa, como os socialistas de Montargil!

Joaquim

 
At 19 de dezembro de 2005 às 14:19, Anonymous Anónimo said...

Com todo o respeito, Sr. Francisco C. fique sabendo que é a primeira vez que comento o que quer que seja neste blog mas realmente de vez em quando dou uma vista de olhos nos artigos e nos comentarios na esperança que se diga alguma coisa de jeito, com utilidade e de mais valia ao nosso concelho, o que é bastante raro.

Nao disse que discordava completamente com este blog porque muitas vezes converge com as minhas ideias que tenho do mundo e do pais, nomeadamente no que respeita a casos como as monstruosidades que se avisinham para as quais não temos dinheiro (TGV e o respectivo plano de construção, por exemplo). Ainda a respeito dos investimentos publicos, nomeadamente na nossa cidade, realmente estou de acordo com a vossa indignação referente aos sucessivos acrescentos disparatados sobre os orçamentos de algumas obras (fundação António Prates, por exemplo), o que é de lamentar em tempos de crise. No entanto, nestes casos e em quase tudo o que envolve a Ponte de Sor, neste blog só se sabe falar mal do Taveira Pinto. Sinceramente este blog não serve realmente o nome que lhe foi atribuido, porque só se sabe falar do que está mal na Ponte de Sor, sendo um blog contra o presidente da camara sempre que o artigo se relaciona directamente com a nossa terra.
O que quero dizer com isto é que seria mais util se, de vez em quando, se demonstrasse as coisas boas que a nossa terra tem para nos dar. ~

Acredito que as pessoas de Ponte de Sor votem no Pinto por medo, porque realmente quando ele se for embora, aumenta a probabilidade de irmos de "cavalo para burro" na evolução do nosso concelho. Esperemos que isso não aconteça.

 
At 19 de dezembro de 2005 às 14:30, Anonymous Anónimo said...

O estabelecimento de situações de inelegibilidade não está excluído da Constituição.

Mas no Parlamento, quando se votou na generalidade um diploma que impede a candidatura autárquica de cidadãos a contas com a justiça, todas as bancadas levantaram dúvidas quanto ao novo regime legal, aprovado pelo PS e PSD, com votos contra do PCP e do BE e a abstenção do CDS.
Estavam em causa, e ainda bem frescos na memória, os casos dos chamados “candidatos bandidos” e as dúvidas levantadas tiveram a ver com a salvaguarda do princípio da presunção da inocência.

A argumentação está carregada de boas intenções, como de boas intenções está o inferno cheio. Para além da questão da presunção da inocência - sacralizada ou não ao sabor das conveniências -, o princípio agora aprovado poderá permitir que uma simples denúncia, eventualmente de má-fé, possa determinar a abertura de um inquérito e, consequentemente, uma selecção de candidatos por conta da magistratura.
Mas o diploma agora aprovado na generalidade não é a sede para resolver outras questões, como a do normal funcionamento das instituições judiciais, das quais depende que a culpa ou a inocência sejam decisões céleres, claras e credíveis.

Claro que toda esta discussão se evitaria se os próprios candidatos indiciados se afastassem, pelo seu pé, até à decisão judicial.
Mas o que se tem visto é exactamente o contrário, com candidatos à procura da “absolvição” fora dos tribunais, pelos votos. E como esta tem sido a regra, a lei que defina os critérios para pôr alguma moral na vida pública.

A tempo.
Isaltino Morais vai aproveitar o perdão fiscal do Governo para declarar a soma que arrecada na Suiça e pagar pelos mínimos os impostos devidos.
Certamente que este gesto será tido em conta quando o caso chegar a tribunal.
Se alguma vez chegar.

 
At 19 de dezembro de 2005 às 14:39, Anonymous Anónimo said...

Carrissimo concidadão anónimo, já entendi V.Exa., se o artigo em causa tivesse o presente texto:

«FINANCIAMENTO DO PARTIDO SOCIALISTA EM PONTE DE SÔR, ESTÁ PAGO:

Assusta-me estarmos tão próximos de casos como Felgueiras e Gondomar.

As ligações perigosas do financiamento da campanha eleitoral do Partido Socialista em Ponte de Sôr vêm agora ao de cima.

As suspeitas sobre compadrios afinal confirmam-se!

Para os que ainda não acreditam...

A Câmara Municipal de Ponte de Sor adquiriu no ano passado(2004), um terreno nas Barreiras, junto à corticeira Subercentro por 2€(400$96)/m2.

Agora está montado o negócio:
A Câmara vai vender à Subercentro o mesmo terreno por 0.005 €(1$00)/m2.

Estão explicadas as razões para o seu administrador comparecer no jantar de apresentação da lista do Partido Socialista em Ponte de Sôr, no passado mês de Setembro de 2005.

Para os que não se importam com as negociatas do presidente da câmara Dr. Taveira Pinto:

... 75000m2 a 30 mil contos há um ano, pago com o nosso dinheiro, vão valer 75 contos em 2006.»

V.Exa. concordava?

Ou não?

 
At 19 de dezembro de 2005 às 14:42, Anonymous Anónimo said...

Meus caros amigos:

Olhem bem para o texto em causa.
O comentador Joaquim Marques Machuqueira já disse tudo:..."possivelmente esta notícia vai impedir a concretização do possível mal!"

Será?

"Aguardemos"...

 
At 19 de dezembro de 2005 às 14:50, Anonymous Anónimo said...

Eh rapaziada, isto é com todos...

Aqui não há censura, cada um é livre de pensar e escrever o que quer e como quer.
Quanto a haver tantas noticias sobre a "ave", é porque o animal de 2 patas só faz m....
Como já desenhava o Bordalo Pinheiro a «Política é uma grande porca».

 
At 19 de dezembro de 2005 às 15:21, Anonymous Anónimo said...

As Putas ao Poder que os Filhos já lá Estão

 
At 19 de dezembro de 2005 às 16:45, Anonymous Anónimo said...

Vocês são todos uns mouros.
O Senhor Doutor é um santo homem ele nunca cobrou um escudo por uma consulta no seu consultório de doutor dentista!
O Senhor Doutor nunca beneficiou um cêntimo que seja por viver onde vive, cuja o IMI é o mais baixo da cidade.
O Senhor Doutor nunca nomeou ninguem para um cargo bem pago na Câmara, só o primo e o irmão.
O Senhor Doutor nunca quis oferecer aos boy's job's, só queria o irmão para director do centro de desemprego.
O Senhor Doutor disse sempre que não havia mais chamadas eróticas feitas dos telefones da Câmara, mas elas lá apreceram.
O Senhor Doutor disse sempre que o palmeiral junto ao estádio era muito em conta e só era pago se as palmeiras não se findasse, mas já foi pago e não foi muito barato.
O Senhor Doutor é um homem muito sério e educado, mas chama nomes a todos aqueles que não lhe dizem amem e é capaz de caluniar os mesmos.
Porra estou farto destes artistas.

 
At 19 de dezembro de 2005 às 17:44, Anonymous Anónimo said...

O Sr. anónimo de Domingo como já lhe chamaram, é dos incrédulos e ignorantes que não se importa que lhe vão ao bolso para alguém fazer negociatas em nome de qualquer coisa que não seja do interesse público. O sr. pensa cmo muitos pontessorenses à distância de 1 metro. Tudo o que fica para lá disso é uma neblina indefinida...
E não me responda alegando que está em causa a expansão de uma fábrica com mais postos de trabalho. Qual será o partido autárquico que não possibilitaria uma oportunidade para promover a expansão industrial do concelho?!
Taveira Pinto para sí é o salvador da pátria!
Não percebe que a CMPS só se meteu no negócio, a pedido da Subercentro, para inflacionar o valor do terreno?! Qualquer remanescente por pouco que fosse, saberia bem à conta do PS ou de outro escroque qualquer a quem o povo entregou a CM...
- Quanto é que quer por fora DR.? 5 mil contos chegam?
- Ouça lá, acha-me com cara de parvo? Então eu faço o negócio por si e você só dá isso? Para a próxima não leva nada!
- Pronto, OK! Não nos zanguemos Dr. Passo o chequezinho com 10 mil. Tá bem assim?
- Ah! Bom.
- E vai à ordem de quem? Olhe, ponha nesta conta que é melhor. Não, deixe ao portador que a gente cá trata disso.


Pois é caro anónimo, como disse o poeta: "E quando me levaram a mim é que percebí"...

 
At 19 de dezembro de 2005 às 17:46, Anonymous Anónimo said...

Acaba por se saber sempre tudo...

Joaquim

 
At 20 de dezembro de 2005 às 01:14, Anonymous Anónimo said...

Pois é! Mas eu só quero o "bacalhau"
Onde pára o bacalhau??? Ouvi dizer que 100 pessoas de Ponte de Sor e respectivas famílias, não vão ter o bacalhau na sua consoada. Grande injustiça.
Sr. Presidente ditador, vá lá, faça a sua última caridade de 2005, dê o cabaz à raia miúda, eles prometem vassalagem, mas primeiro o bacalhau....

 
At 20 de dezembro de 2005 às 08:29, Anonymous Anónimo said...

Segundo o pentagrama de Maquiavel,
em política:
Não há moral,
Não há gratidão,
Não há amizade,
Não há escrúpulos,
Não há carácter.

O doutor é igual.

 
At 20 de dezembro de 2005 às 08:47, Anonymous Anónimo said...

Corrupção: um diálogo entre

o Big foot e o Big hand:


Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor e Pato-Bravo.


Um retrato da cidade de Ponte de Sôr no ano da graça de 2005 sobre a gestão municipal do doutor:

Todos nós já ouvimos histórias sobre corrupção.
Umas sérias, outras nem por isso, outras assim assim.
Mas quase todas ficam impunes, como não se provam os ilícitos tudo fica como dantes no quartel general em Abrantes.
Mas de há uma década para cá a soit disant corrupção evoluiu, sofisticou-se, generalizou-se, democratizou. E atinge largas camadas da população.

São pequenos favores na Administração Pública, facilitação de procedimentos, fuga aos impostos, comissões em obras, luvas (brancas, pretas, amarelas, azúis), pagamentos por fora a troco de contrapartidas várias. Tudo isto se traduz num esbulho ao erário público, um roubo a cada um de nós. Como dizia alguém, o Estado passa a vida a roubar as pessoas, e as pessoas tentam fazer o mesmo, apesar de terem menos sucesso.

Tudo isto não seria grave se a corrupção e a fraude fiscal não representassem o principal bloqueio ao crescimento e desenvolvimento económico e social de uma Nação.
Com a nossa mui pequenina economia passa-se isso mesmo.
Ou seja, um conjunto de pessoas, bem posicionadas, muitas vezes com responsabilidades no aparelho de decisão (central ou local), subtraem verbas ao Estado pertencentes à comunidade, que dela carece para a realização do bem comum, como dizia o nosso velho amigo Aristóteles.
Há tempos que não falamos.
Tenho de lhe ligar...
Mas a última vez que o vi - ao Aristóteles - foi na rua grande...
Ah grande Aristóteles...

Mas convém dizer aqui uma coisa:
- muitos de nós, para não dizer todos, à esquerda e à direita, olhamos para a fuga aos impostos como uma espécie de libertação, uma caminhada para a felicidade, um passaporte para o paraíso.
Qualquer coisa que sirva para punir o Estado, por acção ou por omissão, é uma benesse de Deus.
Talvez porque o Estado se tenha formado para administrar a força contra as pessoas e porque se constituiu para cobrar impostos indesejáveis pelas populações.
Daí o "amor" entre as pessoas e o Estado, e vice-versa.
Tipo cão e gato.

Portanto, estamos aqui perante um facto indesmentível.
Tudo quanto se trate de gestão de dinheiros públicos ou de decisões de conteúdo económico ou financeiro, deve arrumar-se numa gaveta que diz o seguinte:
a virtude é um bem escasso; e a ânsia de recolher vantagens privadas é enorme.
Das autarquias aos clubes de futebol, dos bombeiros aos bancos e às empresas - tudo quer tocar no pote de mel e resgatar para si o seu quinhão.
De preferência, roubando o Estado o mais possível. E com a máxima descrição.

Mas o que assusta hoje, ao contrário das décadas passadas, e que foi um fenómeno potenciado pela integração de Portugal na União Europeia que permitiu a entrada de milhões contos per day, é que já não é o presunto que se dá ao gerente do banco, o cabrito que se oferece ao Sr. Juíz, nem o caixote de garrafas de "Visky de Sacavém" ao oficial da GNR.
Não, agora os escândalos financeiros são de grande amplitude, os interesses cruzados são imensos, os métodos da corrupção são como os passos do padre na igreja, mal se sentem.
Tudo mudou.
Até a natureza das práticas da corrupção.
O tempo mudou, mas o homem é o mesmo:
continua ambicioso, invejoso, soberbo e o mais que há de pecados capitais.

Quer dizer, hoje as Boas Festas(as Broas) não se fazem só com o cabrito, o presunto e o contentor de whisky.
Hoje a malta tem tudo isso aos pontapés nas grandes superfícies e a preços acessíveis para a classe média.
Hoje também já não há sinaleiros que recebem as oferendas dos transeuntes ali no Liceu Camões.
Hoje a escandaleira é de dimensão global, e os escândalos fiscais são apenas um índice dessa realidade mais ou menos oculta neste Portugal onde a economia e a sociedade ainda é muito informal: não é por acaso que se fala em malas pretas com dinheiro lá dentro por causa de escolas de condução, transferências de somas avultadas para zonas francas onde familiares aprendem a arte da condução na via pública, participação em negócio, subtracção de receitas fiscais, desvios de subsídios da então CEE (de que a UGT ao tempo de Torres Couto foi pródiga) etc, etc, etc.
Tudo isto somado dá cabo do Produto Interno Simpático...

Muitas empresas têm de alinhar com os autarcas, pagando-lhes comissões para aprovarem licenças de construção.
Inúmeros subsídios públicos de regiões e municípios à futebolítica só servem para aumentar o escandaloso ordenado dos treinadores e jogadores.
Que, ao menos, podiam aplicar num curso de português intensivo. Tanto os clubes de futebol como as associações de bombeiros são dos organismos menos fiscalizados.

Vejamos agora um pequeno diálogo entre o autarca, o empresário e o modo como cada um organiza o seu universo mental de interesses e monta, por sua vez, o esquema operacional para melhor conseguir os seus intentos.
Que é esbulhar o Estado da forma mais invisível possível.
O diálogo que se segue é pura ficção, mas qualquer correspondência com a realidade não passa de pura coincidência. Vejamos o que eles dizem uns aos outros.


- DIÁLOGO DE CAVALHEIROS.
TUDO BONS RAPAZES
- UM RETRATO Da CIDADE, A NOSSA QUERIDA PONTE DE SÔR.
DE AGORA, DE SEMPRE


- O Empresário (Big hand) - que por convenção designamos aqui de Big Hand (mão grande).
O que é que este "pato bravo" pensa, senão saber quem está em melhor posição nas sondagens para ganhar as eleições.
Mas como não tem a certeza financia os dois partidos que estão mais próximo desse limiar de vitória.

- o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sôr (Big foot)
- pode ser designado por Big foot.
Este gosta de dar grandes passadas de cada vez.
Não lhe chega um T 4 no Algarve, ele quer logo (também) o duplex do último andar - que com o terraço - vai para os 350 m2.
Assim pode fazer biclicleta, skate e tudo o mais que der para partir as pernas.
Só que os autarcas do Partido Socialista em Ponte de Sôr, como sabemos.
Logo, o duplex com vista acaba por ter outras finalidades que aqui são manifestamente inconfessáveis.
Remetem para outros prazeres: obras de arte, uvas, morangos, champagne francês, e muitas pernas de galinha em regime de fricassé. Tudo habita o duplex que o Big Hand teve de passar ao Big foot como contrapartida por uma licenciamento de terreno manhoso.
É agora que os dois se encontram, o empresário e o autarca, o big hand e o big foot - e vão desenvolver o diálogo que reflecte um retrato tosco da realidade actual: as autarquias e o mundo da construção civil.
- Diz o Big foot - olhe lá ó Big hand você sabe que eu tenho poderes para lhe demorar os pedidos de licenciamento da obra que você me pediu ali para o monte da pinheira de cima?!
Ou você alinha cá com o Big foot - ou então terá um pesadelo e a sua obra ficará parada uns 3 aninhos a mais do que a conta, e você terá de pagar à banca e aos fornecedores as derrapagens, não é verdade?!"
- Pois claro diz o Big hand.
Já tenho experiência disso.
No anterior mandato deste, bem lixado fui.
Fui parvo, quer dizer não alinhei e fiquei a aguardar mais 8 meses pelos licenciamentos.
Resultado: além de só poder vender os meus apartamentos mais tarde, tive de os vender a mais alto custo tornando a venda mais difícil.
Então, mas nós podemos olear a máquina administrativa camarária de alguma forma que sirva ambos os interesses.
O seu e o meu, não acha?
- Acho!! - diz o Big foot.
Assim é que eu gosto de conversar com homens inteligentes, sábios, talentosos e, acima de tudo, sensíveis à perspectiva dos outros.
Isto merece uma ida à boite das meninas seguida de uns Whiskis valentes.
Pode ser Dimple 3 murros... On the rocks, please..

- Vejo que o senhor presidente é rápido a pensar, diz o Big hand. Então e quanto é que me vai custar a brincadeira?
Não fazemos isso com duas garagens e uma arrecadação de 100 m2..?

- Ó homem, agora você ofendeu-me - diz o Big foot.
Umas garagens e uma arreca....da-kê?
Olhe, só por causa dessa tirada saloia já nem me apetece beber o Whisky consigo.
Você deve ser de norte, já se vê... E levanta-se para se retirar com ar crispado, numa simulação perfeita..

- Senhor presidente, senhor presidente - não leve isto a peito - diz Big hand.
Foi apenas uma proposta.
Sente-se pfv, e retomemos a nossa conversa.
Pode ser...
Eu ainda não tinha acabado:
dizia duas garagens, uma arrecadação e o duplex maior da vivenda que estou a construir.
O tal que você visitou inicialmente e de que gostou muito, lembra-se?

- Sim, claro! - diz Big foot - Lembro-me perfeitamente.
É o que tem 320 m2 não se esqueça. E deixe em stand by o do lado esquerdo que tem, salvo erro, 280m2. Esse fica "por conta", uma vez que o senhor anda também a construir em mais quatro sítios no Concelho de Ponte de Sor: Barreiras, Montargil, Foros do Mocho e Farinha Branca. Certo? E para tratar da papelada dessé terreno e da troika de vivendas você tem de saber tomar as boas decisões empresariais.
Compreende?

- Pois, compreendo! - diz Big hand. Que está já com vontade de enforcar o Big foot na sua própria corda (diz para os seus botões).
No fundo, o senhor presidente é o meu maior comissionista.
Leva-me parte do lucro que espero vir a obter com a venda dos meus apartamentos.
Assim, terei de os vender muito mais caros... E quem se lixa, como deve imaginar, é o cidadão, ou seja, o cliente, o zé povinho que precisa de um tecto para morar.

- Também é verdade - diz o Big foot - envolto em fumo e já com as lentes dos óculos todas embaciadas.
Mas proponho-lhe uma coisa:
você conhece aqueles terrenos alí da barragem de Montargil e que os ecofundamentalistas dizem que é reserva natural e mais não sei o quê...
Olhe estou a pensar a seguir ao Natal alterar o PDM e alterar a natureza do solo a fim de se poder lá construir.
Por isso, em Janeiro do ano que vem você pode, em 1ª mão, comprar o maior lote de terreno (que depois lhe indicarei) que a Câmara vai vender a um baixo custo, como vou fazer alí nas Barreiras.
Que me diz?!

- Oh senhor presidente, diz Big hand - que boa notícia.
Sempre sonhei povoar a barragem de Montargil com cogumelos brancos e transformar aquilo numa espécie de Lego, só que em ponto grande.
Mas aqueles dois duplex de uma vez só é uma valente rabocada no meu orçamento...

- Pois é - diz Big foot - mas o valor daqueles terrenos justificam bem essa transação. E depois de fazer umas continhas constatará que falo verdade.
Tão verdade como eu querer os seus apartamentos e você querer os meus licenciamentos.
É uma troca justa, não é!?
Você nem imagina o que custa ganhar eleições, enganhar este povinho...
Um homem tem de se humilhar, andar a cumprimentar gajos que nem sequer conhece, a beijar velhas com mau hálito, crianças ranhosas, e uma variedade de pontessorenses nos bancos dos jardins com as mãos todas suadas, sabe-se lá por onde andaram...
Mas o que mais custa é não podermos despachar à siciliana meia dúzia de bloguistas que andam para aí a dizer falsidades sobre a minha honorobilidade que, como você vê, é inteiramente impoluta..

- Impolutíssima sr. Presidente!! - diz Big hand.
Vendo bem as coisas por esse prisma, ser eleito presidente sempre custa mais do que sacar um empréstimo bancário junto do Ricardo E..., ao menos o ambiente é mais selecto, e não tenho de andar a cumprimentar esses ranhosos de rua, alguns até devem ter hepatite B e sei lá mais o quê.

- Está a ver - diz Big foot - Você está quase lá...
Acho que já me compreendeu e podemos colaborar francamente.
Olhe, a semana passada apanhei uma urticária que desconfio ter sido alí na zona ribeirinha.
Ainda me ando a esfregar com águas das malvas e com um pó-de-talco especial que comprei numa das muitas viagens que fiz à vossa custa ao estrangeiro, mas com magros efeitos.
Até perdi o apetite.
Então, temos negócio, não é verdade?

- Ok, sr. presidente - diz Big hand.
Mas eu sou o primeiro a comprar o maior Lote de terreno na barragem de Montargil, ok. E quero tudo aprovado para poder terraplanar o terreno e começar a abrir os caboucos no mês seguinte, ok?

- Claro meu bom amigo - diz Big foot - Isso está tudo pensado ao pormenor, apesar de não fazer parte do Plano Director Municipal.
Mas está tudo na minha mente.

- Vejo que o sr. presidente - diz Big hand - tem uma mente brilhante.
Com homens assim até dá gozo vender apartamentos.
Mesmo que tenhamos os dois de enterrar vivos os nossos futuros clientes:
o Zé Povinho.

 
At 20 de dezembro de 2005 às 16:07, Anonymous Anónimo said...

Este último comentário é forte.

Mesmo muito forte.

Mas, será mesmo assim?

 
At 20 de dezembro de 2005 às 16:54, Anonymous Anónimo said...

Com tanto dinheiro na Banca a render juros o doutor pode perder muito dinheiro com este negócio.

Pena é que quem perde é o municipio de Ponte de Sôr, isto é todos os que pagam impostos, os quais pagam o ordenado ao Pinto Bugalheira e aos seus acólitos incompetentes como o chefe.

Isto é destruir o futuro do municipio de da sua população.

 

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