segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

O PROBLEMA DOS SOCIALISTAS É FALTA DE ENERGIA

O choque Socialista

O choque tecnológico, está provado, vai torrando sucessivos dirigentes do projecto. É uma descarga eléctrica de alta voltagem. Mas, enquanto isso sucede, o problema dos socialistas é a falta de energia.
O que deixa sem dormir os responsáveis do Partido Socialista é o apagão que pode acontecer se, por um acaso do destino, Manuel Alegre tiver mais ou, simplesmente, um pouco menos de votos do que Mário Soares.
Essa seria uma descarga eléctrica de que o Partido Socialista não estaria à espera.
Não é por acaso que alguns dos mais lúcidos dirigentes socialistas, Jorge Coelho, António Costa e António Vitorino, se têm desdobrado nos últimos dias pedindo a desistência dos outros candidatos de esquerda a favor de Soares.
O verdadeiro problema do Partido Socialista não é que Soares perca, na primeira ou na segunda volta, com Cavaco.
É, simplesmente, a necessidade de ele ser de forma conclusiva o mais importante candidato da esquerda.
Aquele a quem o núcleo duro do PS deu o apoio.
Perder a face seria a pior coisa que poderia acontecer a Sócrates neste momento.
Por causa de Soares, o Governo de Sócrates está à espera do choque tecnológico numa cadeira eléctrica.
Tudo começa por ser política pura.
Tudo acaba por ser uma questão de poder.

Fernando Sobral

2 Comments:

At 19 de dezembro de 2005 às 14:34, Anonymous Anónimo said...

O Plano Tecnológico foi uma das bandeiras políticas de José Sócrates para chegar a São Bento, o país percebeu a mensagem e, mais do que isso, revelou-se um trunfo político importante junto das elites económicas e políticas, que sonham em viver na Finlândia do sul da Europa.

Porque era mais do que uma ideia, era um conceito e mostrava um rumo e uma estratégia. Sócrates vendeu-o bem, mas a sua aplicação revelou-se, até agora, um desastre que já está a virar-se contra o próprio Governo.

Vamos por partes. O plano – inicialmente, ‘choque’ – tecnológico era a expressão de uma vontade: a de tornar Portugal num país mais competitivo e esta estratégia passava por diversos eixos, desde do inglês no ensino básico à generalização da banda larga, passando pelos incentivos fiscais ao investimento à investigação até à reorientação dos apoios públicos às empresas para a inovação e desenvolvimento. Portanto, medidas transversais a todo o Governo, para mobilizar o país. Pois, foi precisamente este ponto que falhou.

A coordenação, como se pode constatar, ainda não existe. Desde logo, porque houve um pecado original: o Governo criou uma unidade de missão do plano tecnológico, contratou um reputado académico (José Tavares), mas não definiu quem mandava na estratégia. A luta entre o ministro da Economia, Manuel Pinho, que tutelava a unidade, e o seu colega Mariano Gago, resultou, basicamente, na demissão de Tavares. No mesmo dia, foi indicado outro professor (Miguel Lebre de Freitas), uma resposta pronta, mas só aparentemente. Afinal, passadas estas semanas, descobre-se que nem sequer chegou a tomar posse como coordenador do plano.

A responsabilidade, a partir de agora, será de Carlos Zorrinho, o homem da Agenda de Lisboa, que acumula funções. Finalmente, a solução mais óbvia, mas também a melhor e, espera-se, a que vai garantir a coordenação governamental exigida a um plano importante para o país e, acima de tudo, resultados.

Esta solução chega com nove meses de atraso, mas ainda a tempo de credibilizar um plano que pode funcionar como alavanca mobilizadora, agora nas mãos do 17º ministro de Sócrates.

 
At 20 de dezembro de 2005 às 17:51, Anonymous Anónimo said...

CIUMEIRA GOVERNAMENTAL?


Entre os ministros das Obras Públicas e das Finanças:

«Mário Lino é um verdadeiro one man show. Primeiro fez uma mega- apresentação da Ota, depois foi a vez do TGV. Teixeira do Santos é que não deve estar a achar piada a estes shows governativos, que custam dinheiro aos cofres do Estado. E mostrou o seu desagrado da pior forma. À saída da sessão de apresentação do TGV, no Centro de Congressos, nem se despediu do seu colega das Obras Públicas, que ficou de mão estendida no hall e com um sorriso amarelo...»

In:Diário de Notícias

 

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