ANO NOVO,
VIDA NOVA
Começou o Ano Novo e a vida nova deu sinais de si logo pela manhã.
O preço do pão aumentou 10 por cento, muito acima da fantasia da inflação prevista, os transportes públicos e a electricidade doméstica subiram 2,3, tal como o imposto sobre os automóveis privados, as portagens 3 a 4 por cento. E os salários da Função Pública, termo de referência para os aumentos gerais dos ordenados e das reformas, virão a crescer 1,5 por cento. O poder de compra dos salários portugueses, que já eram metade da média das remunerações dos europeus de primeira, vai perder ainda mais de vista o nível de vida de uma Europa que fica cada vez mais longe, logo ali, ao dobrar da esquina da fronteira com a Espanha.
Não dá para mais, diz o Governo. A culpa é da crise, do défice, da produtividade, da “tanga”, do “monstro”, do petróleo, males do mundo que escolheram este cantinho à beira-mar para se manifestarem.
De maneira que o mais certo é que o Ano Novo comece com a crispação social com que terminou o Ano Velho. Ora a crispação não é propriamente uma causa. É uma negação, uma contestação individual ou de grupo, uma zanga com outros indivíduos e outros grupos e de todos contra todos e com o Estado. O País nunca foi tão corporativo como agora, nem mesmo quando era corporativo por definição constitucional. É assim – diria o Luís Pacheco - como cada um a tratar do seu jardim.
O Carnaval do consumo que se celebra pelo Natal talvez tenha mascarado um pouco a situação, com milhões de ‘SMS’s’ a desejarem Feliz Ano Novo. Mas as Boas Festas já lá vão e o País acordou esta manhã para a realidade, esfregou os olhos, espreitou pela janela e, tal como o capitão Benjamin L. Willard no ‘Apolalypse Now’, desabafou: “Portugal…”.
É assim num País que se deixou de causas e vive mais e sempre em tempos de ajustes de contas.
João P. Guerra
Começou o Ano Novo e a vida nova deu sinais de si logo pela manhã.
O preço do pão aumentou 10 por cento, muito acima da fantasia da inflação prevista, os transportes públicos e a electricidade doméstica subiram 2,3, tal como o imposto sobre os automóveis privados, as portagens 3 a 4 por cento. E os salários da Função Pública, termo de referência para os aumentos gerais dos ordenados e das reformas, virão a crescer 1,5 por cento. O poder de compra dos salários portugueses, que já eram metade da média das remunerações dos europeus de primeira, vai perder ainda mais de vista o nível de vida de uma Europa que fica cada vez mais longe, logo ali, ao dobrar da esquina da fronteira com a Espanha.
Não dá para mais, diz o Governo. A culpa é da crise, do défice, da produtividade, da “tanga”, do “monstro”, do petróleo, males do mundo que escolheram este cantinho à beira-mar para se manifestarem.
De maneira que o mais certo é que o Ano Novo comece com a crispação social com que terminou o Ano Velho. Ora a crispação não é propriamente uma causa. É uma negação, uma contestação individual ou de grupo, uma zanga com outros indivíduos e outros grupos e de todos contra todos e com o Estado. O País nunca foi tão corporativo como agora, nem mesmo quando era corporativo por definição constitucional. É assim – diria o Luís Pacheco - como cada um a tratar do seu jardim.
O Carnaval do consumo que se celebra pelo Natal talvez tenha mascarado um pouco a situação, com milhões de ‘SMS’s’ a desejarem Feliz Ano Novo. Mas as Boas Festas já lá vão e o País acordou esta manhã para a realidade, esfregou os olhos, espreitou pela janela e, tal como o capitão Benjamin L. Willard no ‘Apolalypse Now’, desabafou: “Portugal…”.
É assim num País que se deixou de causas e vive mais e sempre em tempos de ajustes de contas.
João P. Guerra
9 Comments:
O ano terminou com José Sócrates a magoar-se no joelho enquanto fazia esqui na Suíça.
O país, por seu turno, continua a derrapar na neve de todas as dúvidas sobre o seu futuro.
Vive num rali onde há poucos travões sensatos.
Desloca-se a uma velocidade vertiginosa rumo a um destino desconhecido.
2006 é o ano de todas as incertezas para Portugal. E se os chineses têm os anos do rato ou do cão nós temos direito ao ano do bolor.
Tudo parece degradado e fora de prazo.
Tudo necessita de oxigénio.
As presidenciais vão ser um chapéu que protegerá Portugal de muitas dúvidas existenciais durante Janeiro.
Mas, depois, as questões surgirão como uma bola de neve. Porque tudo se resolve com soluções provisórias, com obras de fachada para entreter quem está distraído durante toda a vida.
Nisso Portugal segue o rumo de uma Europa que anda em busca de uma bússola que a guie numa loja qualquer dos 300.
As grandes reformas que o país necessita continuam a ser maquilhadas com produtos milagrosos. Até porque muita da elite dá maus exemplos de como o tecido social se deve comportar.
Negócios poucos transparentes são feitos por quem deveria impor a moralidade à sociedade.
Assim, de degrau em degrau, caminhamos para o abismo.
À velocidade de uma bola de neve.
E, a última que ouvi sobre o Aeroporto na Ota, de duas pistas, a pessoa que não parecia falar de cor, é que, se for feito e quando, lá para 2030, estiver saturado, não tem possibilidade de construção de nova pista.
Não deve o governo responder a isto?
Machuqueira
Efectivamente, os funcionários públicos, e, por arrastamento os privados, já há 5 ou 6 anos que vêm perdendo poder de compra, isto é, vendo os preços dos bens essenciais subir, no período em análise, cerca de 10% mais do que os salários. Ora, não estando nós menos tempo no local de trabalho, e, continuando, por imperativo de consciência, a fazer o trabalho que necessita de ser feito, só podemos concluir terem andado os governos, de direita e de esquerda, autorizando\determinando os aumentos dos preços referidos e não aumentando no mínimo os salários em igual valor, muito injustos nos últimos anos. E, não são uinicamente os vendedores de petróleo internacionais que beneficiam desta injustiça e desgoverno (ainda cheguei a pensar que o plano tecnológico incluisse um forte investimento em energias solares e eólicas, por exemplo....) São também os grandes comerciante portugueses.
Mas, faz-se sempre, de preferência mais cedo do que tarde, justiça.
Um funcionário público
“The Economist” prevê para 2006 o maior défice orçamental entre os países da UE
Portugal com o pior crescimento do mundo.
Portugal está na cauda da Europa e do Mundo tanto ao nível do equilíbrio das finanças públicas como do crescimento económico. A revista “O Mundo em 2006”, edição conjunta “Vida Económica”/The Economist, estima que, com um crescimento de 1%, Portugal terá no próximo ano o pior desempenho entre o conjunto de 66 países dos cinco continentes analisados pela Economist Intelligence Unit e vai registar o maior défice orçamental entre os países da União Europeia.
Enquanto a vizinha Espanha cresce a bom ritmo, aproximando-se do ritmo de desenvolvimento da Irlanda e dos países do Norte da Europa, Portugal vai perdendo terreno. Os países do alargamento também estão a crescer depressa. A Estónia e a Letónia vão atingir um crescimento de mais de 6% do PIB.
Depois dos abusos do natal e passagem do ano, hoje estava muita gente no restaurante macrobiótico...
Por estas e por outras é k mais de 1/3 da população deste país já anda pá aí a apregoar k keria ser espanhola, pudera, tontinhos é k nós nao somos, agora kem votou neles k se aguente, pk eu mesmo sem votar "neles" também tenho k me aguentar...mas kem mandou aquele bronco do Afonso Henriques armar-se em "artista"? Espanha é k tá a dar..mai nada........
Pois, pois... desabafos! A Espanha, como a CEE só está a ser boa para alguns portugueses: para quem lhes vende as terras beneficiadas com os dinheiros de nós todos, para quem está perto da fronteira. Se querem mostrar que estão melhores, então vendam-nos os combustíveis a preços de Espanha!
Celtibero
Aqui ficam doze votos para 2006. Um cenário totalmente irrealista ou doze sonhos possíveis?
Há por aí uma campanha publicitária que pediu aos portugueses para guardarem ”uma passa para a taça”. Sem pretender plagiar, aqui ficam doze votos para 2006. Um cenário totalmente irrealista ou doze sonhos possíveis?
- Após três anos de estagnação económica, Portugal crescerá acima da média dos países da União Europeia, retomando o caminho da convergência com os países mais ricos.
- O crescimento será suportado pelas exportações, com especial destaque para o desenvolvimento na produção de artigos de forte valor acrescentado, conferindo desta forma solidez ao incremento económico e óptimas perspectivas para os próximos anos.
- O peso do Estado na economia portuguesa baixará, graças ao crescimento do investimento privado e da contenção da despesa pública, prevendo-se que dentro de 5 anos seja apenas de 40%.
- Contra as melhores expectativas de todos os organismos e instituições, o ambiente de retoma inverterá a tendência de crescimento do desemprego, devendo no final do ano ser inferior à taxa verificada no final de 2005.
- Perante a nova conjectura económica, as previsões apontarão para que os portugueses comecem a recuperar poder de compra já a partir de 2007, possibilitando por este meio a redução do excessivo endividamento das famílias.
- Com o cenário de expansão económica já confirmado como uma realidade, o Ministro da Finanças anunciará a redução do
IRS, do IRC e do Imposto Automóvel, bem como o regresso do IVA à taxa máxima de 17%.
- Entusiasmados por esta onda de notícias positivas, cada vez mais portugueses revelarão o seu empreendedorismo, apostando na criação e desenvolvimento de novas empresas. Portugal será capa da ”The Economist”, como a Califórnia da Europa.
- Os empresários portugueses não pararão de aumentar o nível de internacionalização das suas empresas e serão cada vez mais os casos de sucesso de empresas portuguesas com projectos empresariais nos diversos continentes, revelando capacidade estratégica global e enorme apetência por novos desafios. Ficarão para a História como os novos ”Vasco da Gama”.
- O investimento em Investigação e Desenvolvimento será elevado e fortemente direccionado para soluções que permitam que as empresas obtenham vantagens comparativas através da inovação. Será cada vez maior o número de multinacionais que escolhem o nosso país para instalarem Centros de Investigação.
- Esta envolvente fará com que os portugueses apostem cada vez mais na sua qualificação, olhando para a Educação ao longo da vida como um poderoso investimento, capaz de melhorar fortemente o nível de vida de cada um em particular e o do país em geral.
- O Estado será forçado a acompanhar o dinamismo incutido pela sociedade, aproveitando a onda de inovação e aplicando as melhores práticas dos privados para reduzir fortemente a burocracia e simplificar processos, facilitando por este meio a vida aos cidadãos e às empresas.
- Como consequência da minimização dos custos e esquemas burocráticos, a corrupção tenderá a diminuir, começando a prevalecer na maioria das pessoas um sentimento de que as práticas de corrupção não compensam. A Justiça recuperará o seu prestígio e zelará pelo cumprimento das regras e dos valores partilhados pela comunidade, funcionando como garante da confiança e do optimismo que invadirá Portugal.
Bom Ano!
Acho que já não podemos chamar crise ao estado do nosso país. Deixemo-nos daquele sentido de fé, à boa moda portuguesa, de que um dia isto vai mudar, porque não vai. Vamos atingir o maior nível de ruptura possível e imaginário. Podem subir todas as contribuições para o saco do estado, que este nunca vai engordar, pois só restam as asas que o sustentam, que somos nós. Não há maneira possível para equilibrar o estado do nosso país. País este que faz parte da União Europeia e que vê todos os outros membros a subirem, a consolidar as suas economias, a darem mais condições aos seus cidadãos a todos os níveis. O que falta neste país é uma inversão de prioridades. Actualmente, quando ligamos a televisão para vermos as noticias, ao jantar, depois de um dia de trabalho, deparamo-nos com uma cambada de corjas a que chamam governo. No entanto, independentemente de eles serem uma cambada de corjas ou não, porque entre eles há um ou dois (dois já é um número muito elevado) que escapam, aparecem nos meios de comunicação nas proporções menos necessárias. O que quero dizer com isto, e fazendo uma relação um bocado grosseira, é que chegam a nós notícias da parte do ministro das finanças e noticias da parte do ministro da economia numa proporção de 10 para 1, respectivamente. Proporção esta que está absolutamente desenquadrada daquilo que é o objectivo nacional. É que acho que este governo, nomeadamente Sócrates, Pinho e Teixeira dos Santos, não chegaram ainda há conclusão que tudo o que meta dinheiro, numa dimensão macroeconómica, torna-se um sistema cíclico. Toda a decisão na área da economia e das finanças tem repercussões cíclicas no funcionamento normal das instituições, na população e até na nossa creditação no estrangeiro de que somos pessoas com responsabilidade e capacidade para resolver problemas. O maior problema está na economia, que necessita urgentemente de se erguer, pois não se ergueu quando devia. Obviamente que falo do tempo de Cavaco Silva e um pouco até de Salazar com aquela ideia obcecada de proteccionismo que nos levou a um isolamento dos outros. Mas Salazar morreu há muito tempo e a ditadura já lá vai, pelo que já tivemos tempo mais que suficiente para acordarmos. Mas voltando ao Prof. Cavaco Silva, se recebemos tanto dinheiro no tempo dele, o que é que afinal falhou? A resposta pode ser dividida em muitíssimos tópicos, mas um muito simples e real é o seguinte:
-Distribuição de dinheiro a pessoas com o intuito de iniciarem ou desenvolverem fontes de rendimento, como industria, comércio e agricultura, com o objectivo de dinamizar a economia, proporcionando até um sentido de exportação e até de se tornarem multinacionais. O resultado real à vista de todos: Investimento do estado em projectos não submetidos a avaliação, sem se ter em atenção se eram rentáveis ou não. De facto houve projectos que não eram rentáveis, nem interessava ao cidadão ou empresário que esses projectos fossem rentáveis, pois a ganância fala mais alto e o sentido de investimento nunca foi propriamente uma capacidade da qual nos pudéssemos gabar. O que interessava é que o dinheirinho estivesse dentro do bolso para comprar o belo do jipe ou a bela da casa no Algarve. O que não falta por este país fora são coquetes engalanados com a mania que são ricos, mas que no entanto só o são às custas de politicas desmedidas. Aqui também temos culpa, porque sempre fomos gananciosos e nunca tivemos veia para o investimento a sério.
Mas falando do actual governo.
Assim, não vamos lá. Como é que querem que a economia cresça se tem sempre a sombra derrotista das finanças?
Um bom exemplo para explicar isto é o tal carácter cíclico que rodeia estes dois sistemas. Num dia o governo estabelece aumentos dos impostos. Aumento do IVA, IRS e IRC disparatados, O IA monstruoso, transportes públicos que ao preço que estão, daqui a algum tempo designar-se-ão de transportes para ricos, aumento da luz, aumento dos combustíveis, entre outros. A juntar a isto, e não pondo de parte que os portugueses têm uma divida de 118% (se não estou em erro), declara-se aumentos das taxas de juros. Com isto, os portugueses têm, cada dia que passa, mais e mais responsabilidades. Têm de dar mais e muito mais dinheiro para estas coisas. O pior é que nem todas estas subidas têm justificação plausível, o que é de estranhar. Se ao menos estas subidas fossem acompanhadas por uma inflação do poder de compra, até poderíamos ser mais pacientes. Mas a verdade é que o nosso belo governo só proporciona aumentos de salários vergonhosos. E é aí mesmo que entra o carácter cíclico. Os portugueses pagam mais e recebem menos, logo o seu poder de compra diminui, o que leva a menos consumo com ou sem recurso a crédito, o que por sua vez leva a que as empresas não obtenham lucro e armazenem o que pagaram aos fornecedores mas não conseguiram vender. Ainda nas empresas, juntando à falta de lucro vêm as responsabilidades com o estado (IRC, IVA, luz que aumenta em 8%, segurança social, entre outros). Por sua vez, visto que os encargos e a falta de lucro são elevados, as empresas não conseguem expandir-se. Juntando á impossibilidade de expansão vem o pior dos problemas (a empresa não consegue pagar aos trabalhadores). Juntando todos estes factores, a empresa vai à falência, o que leva a que factores como o PNB desçam. Juntando aos problemas em termos de capitais que uma falência pode levar junta-se o desemprego que leva a mais encargos por parte do estado. Depois ainda há gente que só vê as indemnizações à frente e só está bem com o fundo de desemprego com ou sem outras fontes de rendimento por trás. Juntando a todos estes problemas vem o descontentamento social. Da soma de todos estes factores e outros mais qual é que é a economia que se consegue expandir? NENHUMA. É IMPOSSÍVEL!!!!. ESTAMOS NA FOSSA E A AJUDAR-NOS NO ENTERRO ESTÁ A UNIÃO EUROPEIA COM OS FUNDOS DE EMERGÊNCIA UNIFICADOS A TODOS OS PAÍSES QUE FAZEM PARTE DELA, SEJAM ELES RICOS OU POBRES. SENDO ESTA MAIS UMA DAS BATELADAS QUE LEVAMOS E QUE NOS OBRIGA A GUARDAR DINHEIRO PARA AS CATÁSTROFES. DINHEIRO QUE PODERIA SER USADO PARA O AUMENTO DE SALARIOS. NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE CRESCIMENTO!!!!
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