segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

O ENCERRAMENTO DAS ESCOLAS...


O fecho de escolas tem constituído uma ideia fixa para sucessivos governos desde a década de 80.

Cada governo entra em competição com os anteriores e em emulação consigo próprio, como se o número de escolas fechadas constituísse um índice de qualidade de vida, de mais e melhor educação, de melhor e mais harmonioso desenvolvimento regional e local. E assim, o actual Governo começou por gabar-se de pretender fechar cerca de 500 escolas e apresenta-se agora ufano por ter em carteira o encerramento de 1500 estabelecimentos do primeiro ciclo. Ou talvez mais. O Governo tem um Programa de Fecho de Escolas e há exterminadores debruçados sobre os dossiers.

Tudo se resume a números, por muito que o Governo diga em contrário. E até já disse que o fecho das escolas se faz por razões pedagógicas e a pensar nas crianças. As escolas fecham, as autarquias candidatam-se a verbas para o transporte e alimentação das crianças deslocalizadas para “centros escolares” ou “escolas de acolhimento” distantes e considera-se arrumada a questão.


Mas, descendo da propaganda à prática, que se encontra? Casos como o da escola do Carregal, que vai transformar-se num pomposamente denominado “centro de acolhimento” que é, na realidade, um armazém de duas salas para 80 crianças. E por aí fora.
Há concelhos onde se prevê que fechem 80 por cento das escolas, com as crianças deslocadas de umas freguesias para outras e a relação da família com a escola irremediavelmente condenada.


Tudo isto se passa em regiões deprimidas do País que, como resultado desta política fundamentalista e desumanizada, vão ficar ainda mais deprimidas, envelhecidas e desertificadas.


A educação devia ser administrada por pessoas e em função de pessoas e nunca por burocratas e programas em função de números.

João P. Guerra

6 Comments:

At 28 de fevereiro de 2006 às 15:23, Anonymous Anónimo said...

caro joão paulo guerra, apenas 3 pontos:

1 - a racionalização e consequente aproveitamento de recursos na educação deste país não é pouca, é simplesmente absurda.

2 - Só fará bem ás crianças deslocarem-se para outra escola de melhores condições, pois, para além de usufruirem de melhores instrumentos de aprendizagem, adquirem uma certa autonomia de estudo, onde rapidamente se aperceberam que não estudando no tempo (diário) em q se encontram na escola, não o terão certamente quando chegarem a casa, aproveitando assim este tempo para o convívio familiar.

3 - Qualquer pessoa compreende que o desenvolvimento intelectual e, doutro modo, social das crianças ou de qualquer outra pessoa, só se dará num ambiente propício a tal, num ambiente onde a interacção nos intervalos lhe faça compreender que há muitas e muitas pessoas diferentes, com habitos, cores e lingua diferentes, permitindo assim, uma inclusão multicultural desde cedo para que quando cheguem a adultos não pensem que o mundo é a sua aldeiazinha. No que toca ao intelecto, nas saulas de aulas, é necessário um envolvimento maior da turma (nunca menos de 10, que seria desperdício de recursos, nem mais de 25, que seria falta deles) em torno do objecto de estudo que não seria alcançada com poucos alunos, gerando a participação, competição e interesse sucessivo entre eles, despoletado por uns e que chega a outros. Recordemos a máxima de seneca que dizia que "um cavalo nunca corre mais depressa quando tem outro a correr a seu lado". Assim, teremos portugueses inteligentes. Isto é pensar nas pessoas e nos números caro amigo. Nos numeros porque reduziremos os custos que de outro modo poderiam ser utilizados nas escolas que efectivamente ensinam. E nas pessoas por que assim os nossos jovens terão uma inclusão e aprendizagem social mais aberta e plural.


O sr tem razão é quando aponta o dedo na ferida quando fala em que certas escolas poder-se-ão reduzir a meros depositórios de alunos. E isso é um risco. Mas é isso que agora terá de ser racionalizado e e gerido, e novamente em função de pessoas e numeros. Só a sua conjugação poderá ser útil para que este país passe a saber ler e escrever e contar como lem, escrevem e contam lá no resto da Europa. E para isso, dou-lh e asugestão de ler o nosso António Barreto no post seguido deste. É simples, claro e incisi´vo no problema. O sr, na minha opinião é claro, andou a circusncrever o problema mas não o encarou pelo nucleo.

 
At 1 de março de 2006 às 16:50, Anonymous Anónimo said...

Fechar uma escola é mais um passo na desertificação das regiões e ao contrário do que se refere não é feito a pensar nos alunos porque se assim fosse, antes que isso acontecesse dotar-se-iam as escolas nuclares de condições e recursos humanos e materiais. A verdade é que salvo raras excepções, as escolas estão votadas ao abandono e apenas têm alunos, professores, cadeiras e mesas em decomposição, quadros em que se não consegue escrever. E nada mais.
Esta é a realidade de uma escola do primeiro ciclo. Não há uma folha de papel, não há lápis, canetas...Não há absolutamente nada.
Trazer alunos de 6 anos para uma "escola grande", sem um correcto acompanhamento não é uma solução de sucesso, é uma solução economicista. Será que um aluno só porque começa aos seis anos a ser transportado para uma escola onde há muitas turmas com 24 alunos, vai ser um aluno brilhante?? O processo de socialização do indíviduo deve ser um processo natural, não deve ser imposto nem "falsificado".

 
At 1 de março de 2006 às 17:11, Anonymous Anónimo said...

pois mas o estado não tem dinheiro para manter abertas essas escolas, mas sim de exponenciar a qualidades da "grandes"...se os miudos não têm condições nas primeiras, dêm-me uma única razão credível que não possa ser contra-argumentado de que se devem manter nessas escolas?

Verdade sim, isso com razão, e tratando-se de um assunto á parte, é de como este processo deve ser companhado e avaliado. São coisas diferentes.

 
At 3 de março de 2006 às 11:05, Anonymous Anónimo said...

Não concordo com o encerramento das escolas primárias, se algumas escolas estão em más condições a culpa é das câmaras...No nosso caso nem vale a pena falar...
O que querem fazer? Matar as freguesias? Vamos todos ser cidadinos e depois somos obrigados a inscrever os nossos filhos na escola antes de eles nascerem...
Serão tal qual sardinhas amontoados...Com pouca assistência...
Onde ficou a inteligência dos homens...

 
At 4 de março de 2006 às 17:03, Anonymous Anónimo said...

Só um pai ou mãe sem coração é que não se importa de ver partir o seu pequeno filho de manhã cedo e o volta a receber à noite depois de ninguém da família ter sabido nada dele o dia todo.

 
At 7 de março de 2006 às 10:45, Anonymous Anónimo said...

será q neste país não há hipoteses de acabar com o discurso populista de muita gente e começar a pnsar k as escolas vão encerrar a bem dos alunos...pra q tenhas mais e melhores instrumentos de aprendizagem...caso da banda-larga por exemplo???

Caros amigos não é por acaso q o prof. Marcelo no seu comentário semanal deu 14v á ministra da educação...

o pai e a mão ficaram melhores kando cmpreenderem q o filho vai aprender coisas q numa zona rural não teria tido hipotese de apreender..e vai facilitar sem duvida mais tarde a sua entrada para o mercado de trabalho...vai beneficiar de opurtunidades de igual forma com os outros...

é dificil perceber isto..ou a ignorância de tamanha gente é impossivel de educar??

 

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