segunda-feira, 8 de maio de 2006

ESTA É A SAÚDE DO GOVERNO PS NO DISTRITO DE PORTALEGRE

É assim em Portalegre...


O Estado paga 2 cêntimos por quilómetro aos doentes do distrito de Portalegre que precisem de se deslocar ao hospital mais próximo.

Ou seja, parte do princípio que alguém consegue, nos dias que correm, fazer cem quilómetros com 2 euros.
Até há dois meses ainda se pagava a deslocação em carro particular ao preço do bilhete do transporte público, mas a Inspecção-Geral de Saúde decretou a medida ilegal e, desde então, as deslocações são pagas por uma tabela vinda dos tempos em que o combustível era barato.
A situação não será única no país, mas apanhou de surpresa muita gente nesta zona do Alto Alentejo.
Portalegre é daqueles distritos onde não se percebe se falta de tudo porque falta lá gente, ou se falta gente porque lá falta de tudo.
Quem como José Vieira vive em Benavila, no concelho de Avis, tem vários hospitais (Portalegre, Évora, Abrantes ou Lisboa) por onde escolher para fazer um simples exame de diagnóstico, mas o mais próximo fica a cerca de 60 quilómetros.
Para lá chegar já houve algumas alternativas. Há uns anos era possível ir de táxi ou na ambulância dos bombeiros, lembra José Vieira, mas agora surgiram restrições e "só em casos muitos especiais" é que o médico de família autoriza a deslocação em ambulância.
Até ao passado dia 2 de Fevereiro, a opção por transporte privado era paga ao valor do bilhete do autocarro, mas de repente veio a ordem para aplicar uma tabela dos tempos em que se gastava 4 escudos por quilómetro em combustível. A única actualização foi passar de 4 escudos para... 2 cêntimos.
Seja em que moeda for, para José Vieira e outros reformados da agricultura que abundam nesta parte do país, estas contas só dão um resultado: "com esta medida há muitos reformados que lhe serão passados os exames complementares diagnóstico fora do concelho e por dificuldades económicas não podem ir fazer os exames", frisa este utente do Serviço Nacional de Saúde.
Confrontadas com esta situação, a Administração Regional de Saúde do Alentejo e a Sub-Região de Saúde de Portalegre confirmam a alteração neste distrito, isto porque a Inspecção-Geral de Saúde considera ilegal o pagamento das viagens ao preço dos bilhetes de transporte público.
Entendem a indignação dos utentes, mas aguardam pela actualização das tabelas. Até lá, o Estado, que não pára de aumentar o imposto sobre os combustíveis, reembolsa as deslocações dos doentes a 2 cêntimos por quilómetro.

Ao que a Renascença apurou, esta situação repete-se noutros pontos do país.


Dora Pires
in Rádio Renascença

1 Comments:

At 8 de maio de 2006 às 16:48, Anonymous Anónimo said...

Na realidade... enfim.. é o país que temos e a forma como o Governam...

Quando no sector privado(p.ex. Bancos e Companhias de Seguros) se paga ao funcinário o facto de se deslocarem em viatura propria a qualquer coisa como 34 cêntimos o kilometro, o Estado paga 2 cêntimos ao utente do Mau serviço publico de saude que nos é prestado não nos dando grande hipoteses de encontrar uma solução...
Solução existe, nomeadamente a utilização de uma ambulância dos BOmbeiros, pois também aqui o estado pode acumular anos e anos de serviços prestados por Pagar...
è sempre a andar, infelizmente,

 

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