terça-feira, 9 de maio de 2006

NATALIDADE, DO GOVERNO PS

O Governo tem um escudo invisível.
Defende-o de tudo.
Por isso actua.
Às segundas, quartas e sextas diz que a natalidade é um trunfo para quem se quer reformar.
Às terças, quintas e sextas, fecha maternidades.
Diz que nada tem a ver com razões financeiras.
As maternidades fecham porque o que é importante é salvaguardar a saúde das mulheres.
Porque não há meios humanos capazes de dar segurança aos que nascem.
A pergunta é simples: se não há pessoal isso é porquê?
Porque não há dinheiro.
Relativamente à natalidade a questão, para o Governo, é clara: quem gera mais futuros trabalhadores (ou desempregados...) deve ser recompensado.
A ideia é digna de um Newton de segunda categoria depois de levar com uma maçã carunchosa na cabeça.

Num país que faz cada vez mais buracos no cinto, quem é que pode dar-se ao luxo de ter três filhos?

Como é que, ao mesmo tempo,
se promove a natalidade por razões fiscais e se defende o fecho de maternidades por razões financeiras, apesar do ministro negar?
Isto não é uma política governamental.
É um choque frontal de delírios de ministros.

Afinal como é que o Governo quer promover a natalidade?
Se um trabalhador de recibo verde receber 750 euros e pagar 20% de IRS e 150 euros de segurança social, o que sobra?
Tudo isto é triste.
Mas é verdade.


Fernando Sobral

3 Comments:

At 10 de maio de 2006 às 13:45, Anonymous Anónimo said...

DEIXEM-NOS SER FELIZES

Começo por contar uma anedota:

Muito preocupado com a pobreza do pescador estendido na praia, o turista dirigiu-se-lhe e perguntou-lhe porque é que em vez de estar na praia não foi pescar mais umas horas.

Para quê? Respondeu-lhe o pescador…

Bem, se pescasse mais umas horas poderia juntar um dinheirinho…. Explicou-lhe o simpático turista.

Para quê? Respondeu-lhe o pescador…

Depois de juntar algum dinheirinho poderia comprar um barquinho, o que lhe permitiria ganhar mais dinheiro…

Para quê? Insistiu o nosso pescador…

Bem, com o dinheiro que ganhava com um barquinho, podia comprar outro barco e ainda ganharia mais…

Para quê? Interrompeu de novo o pescador…

E o nosso turista lá continuou muito pacientemente a explicar que com dois barquinhos, até poderia deixar de trabalhar e vir todos os dias descansar para a praia…

Olhe lá amigo, e o que é que acha que estou fazendo?

Tal como o pescador estou-me nas tintas para os relatórios dramático da OCDE ou as projecções que nos metem no rabo da Europa. Os europeus são mais ricos porque são mais produtivos, e todo esse esforço serve para trabalharem menos? Então isso significa que com menos dinheiro e mais engenho, os portugueses já conseguiram em muito menos tempo alcançar o que os outros anseiam.

Não somos uma potência desportiva e só conseguimos entrar para o clube das medalhas graças a um emigrante africano, que para o sindicalista da PSP deverá ser o único emigrante bem comportado? Não faz mal, a Alemanha ou o Reino Unido podem coleccionar medalhas de ouro nos jogos, de Verão ou de Primavera, mas nunca nos alcançarão no Guiness, enquanto os seus atletas sofrem as passas do Algarve para conseguir uma medalhinha daqui a quatro anos, por cá todas as semanas batemos um recorde, se não for a maior sandes de courato do mundo, é a maior bandeira feita com idiotas, se não for o maior cozido à portuguesa é um bolo-rei que dá para meter o Convento de Mafra lá dentro. Além disso ainda temos o treinador de futebol mais bem pago da Inglaterra, o padeiro que faz as melhores baguetes parisienses, e só porque a estupidez a qualidade mais apreciada pelos americanos é que não temos uma portuguesa na Casa Branca, mas nem isso é motivo de preocupação, também cá temos uma Casa Branca que enquanto por lá passar o comboio ou o presidente da câmara de Viana do Alentejo não a repovoar com brasileiros, terá mais portugueses do que a de Washington.

Temos menos dinheiro do que os alemães e os nossos carros são mais pobrezinhos? Pois, mas eles trabalham um ano inteirinho para virem passar uns dias ao Algarve, enquanto nós vamos lá quase todos os fins-de-semana, entre férias e pontes, e para fazer duzentos e tal quilómetros não é preciso um Mercedes de topo de gama. Temos aquilo que eles mais ambicionam, sem ter que fazer grande esforço, e nem vale a pena falar dos suecos, pois esses passam mais tempo agarrados à pá para tirar a neve da porta de casa do que nós a trabalhar. O que nos safa é a nossa classe política, quando os portugueses se balam todos para o Algarve, os nossos parlamentares desatam todos a fazer trabalho político, e desunham-se tanto em tão nobre tarefa que até o Parlamento fica sem quórum

Afinal de contas somos um povo feliz e divertido, temos montes de programas de anedotas que inundam o país em gargalhadas com humor à bala de palavrões, palhaçadas de celebridades, e até nos damos ao luxo de transformar o país numa plateia de humor colectivo, como sucedeu há pouco tempo, quando a direita abandonou o seu ar sisudo e meteu uma anedota em São Bento.

Por favor, deixem-se de indicadores e de sinais de retoma, de competitividades e planos tecnológicos e de outras parvoíces, isso só traz depressões, multiplica as disfunções de todo o tipo, tira-nos a vontade de fazer filhos, e se não fazemos filhos vamos ter uma chatice, daqui a cinquenta anos não vamos ter quem trabalhe para nos pagar as pensões e, então, sim que vamos ser mesmo infelizes.

 
At 11 de maio de 2006 às 15:12, Anonymous Anónimo said...

Agora que as autoridades espanholas intervieram no negócio dos selos, a nossa comunicação social não vai perder a oportunidade de produzir notícias. Mas esqueceram-se de que o investimento em selos já foi notícia, só que dessa vez o objectivo da comunicação social era levar os portugueses a serem clientes da Afinsa ou ao Fórum Filatélico, não só o dono da Afinsa beneficiou do tempo de antena de uma das TVs, onde foi apresentado como o português de sucesso em Espanha, como os jornais se desdobraram em notícias simpáticas. Um exemplo:

«Investir em selos pode gerar uma valorização média anual em torno dos 10%. Tendo em conta este "filão", são muitos os portugueses que têm vindo a aderir a este investimento, com as duas únicas empresas que se dedicam ao negócio em Portugal - Afinsa e Fórum Filatélico - a registarem crescimentos entre os 60% e os 100% anuais, no que respeita ao número de clientes.» [Diário de Notícias 2006-02-03 Link]

Também o Expresso na coluna 'O seu dinheiro' garantia no título que os selos portugueses garantem investimento, dedicando um extenso artigo à Afinsa e ao Fórum Ibérico, onde mais simpático não podia ser:

«A natureza internacional do selo pesa bastante na altura de apostar neste mercado-refúgio: «O facto de existirem coleccionadores em todo o mundo faz do selo um valor realizável em qualquer país», refere José María Sempere, director-geral da Afinsa Portugal, uma empresa (fundada em Madrid por um português no início da década de oitenta) que gere negócios na área filatélica. A Afinsa é agente exclusiva em oitenta países, sendo responsável por 70% das vendas portuguesas para outros países.» [Expresso 2003-06-14 Link]

Aliás, este mesmo jornal já em 2001 que tinha sido muito simpático para com a Afinsa, tanto que quase receamos que Balsemão tenha aostado uma boa parte da sua fortuna em selos, tão rentável que o negócio era apresentado:

«O selo português tem uma grande capacidade de valorização (cerca de 8% por ano, em média) e goza de grande prestígio no mercado internacional, devido a uma política filatélica ponderada, que faz do selo um investimento a médio e longo prazo. «As séries são limitadas, mantendo-se o equilíbrio entre a oferta e a procura, o que contribui para a subida da cotação do selo», explica o ex-correspondente da RTP, acrescentando que «este não é um mercado especulativo, a não ser que apareça uma raridade».

A AFINSA compra mais de metade da produção dos CTT - Correios de Portugal para depois a distribuir por todo o mundo, sendo também a responsável pela fixação da cotação do selo português.» [Expresso 2001-06-30 Link]

E em 2003 o mesmo Expresso aproveitou a Revista Única paa dar destaque patrão da Afinsa:

«No entanto, Albertino de Figueiredo vive num ambiente que inspira respeito. A sua casa é um imenso apartamento situado na mais elitista das zonas residenciais de Madrid, o bairro de Salamanca, e a cinco minutos a pé do edifício de luxo onde a Afinsa ocupa três andares. Nas paredes inundadas de luz podem ver-se quadros de grandes mestres, como Vieira da Silva e o marido, Arpad Szènes, um grande Arroyo azul, desenhos de Dali, Picasso e Botero, etc.» [Expresso 2003-06-14 Link]

 
At 11 de maio de 2006 às 15:12, Anonymous Anónimo said...

Agora que as autoridades espanholas intervieram no negócio dos selos, a nossa comunicação social não vai perder a oportunidade de produzir notícias. Mas esqueceram-se de que o investimento em selos já foi notícia, só que dessa vez o objectivo da comunicação social era levar os portugueses a serem clientes da Afinsa ou ao Fórum Filatélico, não só o dono da Afinsa beneficiou do tempo de antena de uma das TVs, onde foi apresentado como o português de sucesso em Espanha, como os jornais se desdobraram em notícias simpáticas. Um exemplo:

«Investir em selos pode gerar uma valorização média anual em torno dos 10%. Tendo em conta este "filão", são muitos os portugueses que têm vindo a aderir a este investimento, com as duas únicas empresas que se dedicam ao negócio em Portugal - Afinsa e Fórum Filatélico - a registarem crescimentos entre os 60% e os 100% anuais, no que respeita ao número de clientes.» [Diário de Notícias 2006-02-03 Link]

Também o Expresso na coluna 'O seu dinheiro' garantia no título que os selos portugueses garantem investimento, dedicando um extenso artigo à Afinsa e ao Fórum Ibérico, onde mais simpático não podia ser:

«A natureza internacional do selo pesa bastante na altura de apostar neste mercado-refúgio: «O facto de existirem coleccionadores em todo o mundo faz do selo um valor realizável em qualquer país», refere José María Sempere, director-geral da Afinsa Portugal, uma empresa (fundada em Madrid por um português no início da década de oitenta) que gere negócios na área filatélica. A Afinsa é agente exclusiva em oitenta países, sendo responsável por 70% das vendas portuguesas para outros países.» [Expresso 2003-06-14 Link]

Aliás, este mesmo jornal já em 2001 que tinha sido muito simpático para com a Afinsa, tanto que quase receamos que Balsemão tenha aostado uma boa parte da sua fortuna em selos, tão rentável que o negócio era apresentado:

«O selo português tem uma grande capacidade de valorização (cerca de 8% por ano, em média) e goza de grande prestígio no mercado internacional, devido a uma política filatélica ponderada, que faz do selo um investimento a médio e longo prazo. «As séries são limitadas, mantendo-se o equilíbrio entre a oferta e a procura, o que contribui para a subida da cotação do selo», explica o ex-correspondente da RTP, acrescentando que «este não é um mercado especulativo, a não ser que apareça uma raridade».

A AFINSA compra mais de metade da produção dos CTT - Correios de Portugal para depois a distribuir por todo o mundo, sendo também a responsável pela fixação da cotação do selo português.» [Expresso 2001-06-30 Link]

E em 2003 o mesmo Expresso aproveitou a Revista Única paa dar destaque patrão da Afinsa:

«No entanto, Albertino de Figueiredo vive num ambiente que inspira respeito. A sua casa é um imenso apartamento situado na mais elitista das zonas residenciais de Madrid, o bairro de Salamanca, e a cinco minutos a pé do edifício de luxo onde a Afinsa ocupa três andares. Nas paredes inundadas de luz podem ver-se quadros de grandes mestres, como Vieira da Silva e o marido, Arpad Szènes, um grande Arroyo azul, desenhos de Dali, Picasso e Botero, etc.» [Expresso 2003-06-14 Link]

 

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