sexta-feira, 25 de agosto de 2006

ALGUÉM INFORME O CAMARADA...


Não conheço Carlos Sousa nem tenho simpatia por ele. Sobretudo depois da forma como reagiu ao "anúncio" da sua saída da Câmara de Setúbal, feito pelo PCP: não teve coragem para assumir a divergência com a direcção do partido, que o correu a pontapé (primeiro foi a fuga de informação, segundo a qual o PCP estava a "analisar" a sua obra à frente da autarquia; depois o comunicado do partido anunciando a sua saída, antes da conferência de imprensa que Sousa havia marcado).
Uma vergonha!

Não sei analisar as implicações dos actos que, alegadamente, estão por trás da investigação que a IGAT está a fazer na Câmara. E que pode acabar na sua dissolução (o grande receio do PCP).
Mas há uma coisa que faz muita impressão (para além da falta de coluna vertebral do autarca): a forma como o PCP põe e dispõe dos seus eleitos. E não se diga que, numa eleição, concorrem partidos e não cidadãos.
Se isso é verdade para instituições como o Parlamento, não o é para a Presidência e autárquicas.
Aqui a personalidade tem um peso determinante: na grande maioria dos 308 municípios do país, quem ganha as eleições são, primeiro, as pessoas... depois os partidos.
Razão bastante para que o PCP, ou outro partido, não reivindique direitos de propriedade sobre a presidência de uma Câmara.

C.L.

7 Comments:

At 25 de agosto de 2006 às 15:02, Anonymous Anónimo said...

JERÓNIMO TENTA EXPLICAR O INEXPLCÁVEL

O saneamento político do presidente da CM de Setúbal:

«O líder do PCP justificou, esta quarta-feira à noite, o pedido de renúncia feito ao presidente da Câmara de Setúbal, Carlos Sousa, com a necessidade de «novas energias» para resolver a «difícil situação» da autarquia. A notícia é adiantada pela Agência Lusa.»

Sugira-se ao ex-presidente da CM uma viagem nos transiberiano para conhecer do que se livrou.

 
At 25 de agosto de 2006 às 15:03, Anonymous Anónimo said...

SINISTRO

O "compromisso de mandato à disposição" que os candidatos autárquicos do PCP são obrigados a assinar:

«O Partido Comunista Português exige aos seus candidatos políticos que aceitem um conjunto de princípios antes de avançarem com a candidatura a um qualquer cargo público. O compromisso vai mesmo ao ponto da exigência da assinatura de um acordo onde se estipula, entre outras obrigações, que o partido pode solicitar ao eleito que se afaste do cargo.»

Recomende-se a Jerónimo de Sousa a leitura da Constituição da República que tanto defende.

 
At 25 de agosto de 2006 às 15:16, Anonymous Anónimo said...

Carlos Sousa, o presidente da Câmara de Setúbal, disse-se "surpreendido" com a decisão do seu partido em o afastar do cargo. A "concelhia" do PC local não dedicou uma linha ao seu ex-autarca e convocou as "energias" dos novos escolhidos. Independentemente dos inquéritos que abrangem o mandato de Sousa, uma coisa é certa. O PC continua a funcionar como uma máquina clandestina, enquistada, soturna e, sobretudo, anti-democrática. Um anódino "colectivo" decide por todos ou por um. Não interessa nada ao partido que as populações ignorem os nomes que se seguem aos cabeças-de-lista e que votem, não tanto pela cor partidária, mas por causa da primeira criatura. É assim em todo o lado e não será seguramente diferente em "território" comunista. Sousa tinha "provado" como autarca no distrito e, por isso mesmo, o partido foi buscá-lo para "devolver" a capital ao PC.
Se Sousa cometeu irregularidades, é só mais um e os tribunais que decidam. Politicamente o PC sai disto fragilizado e, se ocorrerem eleições intercalares, previsivelmente perderá. Não me parece que Carlos Sousa esteja "à venda" como "independente" para outras listas. Mas se isso acontecer, também não me admirava. Assim se vê a força - decadente - do PC.

 
At 25 de agosto de 2006 às 16:36, Anonymous Anónimo said...

Setúbal: PSD local desiste de pedir eleições intercalares

O PSD de Setúbal desistiu esta sexta-feira de pedir eleições intercalares no concelho, depois de no início da semana ter defendido esta solução após a renúncia do comunista Carlos Sousa à presidência do município.
Em comunicado, os sociais-democratas de Setúbal dizem que «deixam em aberto a possibilidade de vir a exigir a realização de eleições intercalares, caso o futuro do concelho continue a ser hipotecado».

Acrescentam que ficarão «atentos à gestão da nova presidente» Maria das Dores Meira, que a partir de 7 de Setembro substitui o presidente demissionário.

«O PSD está redobradamente atento à gestão da nova Presidente, deixando em aberto a possibilidade de vir a exigir a realização de eleições intercalares, caso o futuro do concelho continue a ser hipotecado», refere o comunicado hoje divulgado pela Comissão Política Distrital de Setúbal.

O PSD de Setúbal afirma no documento assinado por Bruno Vitorino ser «por princípio, a favor da estabilidade das instituições» e, depois de reconhecer que do ponto de vista jurídico a substituição do presidente é legal, defende a necessidade de saber se a nova presidente tem condições para exercer o cargo, uma vez que «toma posse já fragilizada».

No dia 23, quando o comunista Carlos Sousa anunciou a sua renúncia ao cargo, o PSD local, segunda força mais votada no distrito em 2005, com 25,43% dos escrutínios e três vereadores, anunciou que iria tentar um entendimento com os socialistas para provocar eleições intercalares, mas o PS, com dois vereadores, mostrou-se pouco receptivo.

PSD e PS têm cinco vereadores e a CDU quatro.

Diário Digital / Lusa

 
At 27 de agosto de 2006 às 15:01, Anonymous Anónimo said...

eu nao sei se esta correcto ou nao esta situação presidente da camara de setubal, mas ha ai comentarios que me dao vontade de rir, entao as pessoas que se candidatam pelo pcp tem que assinar um compromisso entre eles eo pcp e alguem lhes aponta uma pistola para assinarem, não sejamos anjinhos, nao estao comentar para criancinhas, essas é que os comunistas papavam

 
At 28 de agosto de 2006 às 09:38, Anonymous Anónimo said...

Responsabilidade política
Não acompanho o generalizado criticismo da saída do presidente da câmara municipal de Setúbal, a "pedido" (melhor se diria por imposição) do partido por que foi eleito, o PCP. Num sistema de democracia de partidos, como o nosso, em que os cargos electivos são providos por via partidária (mesmo no caso das autarquais locais, onde os partidos não gozam do monopólio de candidatura, as hipótesses de eleição à margem dos partidos são muito reduzidas), não só é natural, como até é desejável, que os partidos mantenham um escrutínio sobre o exercício do mandato dos seus eleitos e possam mesmo retirar-lhes o apoio e instá-los à demissão, caso vejam motivo para isso, desde as que razões sejam transparentes (o que não foi o caso) e desde que se mantenha, em última instância, a liberdade individual do titular do mandato (o que se verifica no caso, mesmo se os autarcas do PCP acatam sem protesto as decisões do partido).
Num sistema democrático em que os protagonistas são os partidos, a responsabilidade política dos titulares de cargos políticos providos por candidatura partidária começa por ser uma responsabilidade individual perante os próprios partidos -- e ainda bem, ressalvados os princípios da trasparência e da dignidade dos visados.
Afinal, o mau desempenho do cargo reflecte-se também, e sobretudo, sobre o respectivo partido e sobre as hipóteses de manutenção das posições políticas conquistadas. No caso concreto, por exemplo, o PCP pode ter dados que o levassem a temer que o inquérito aos caso das aposentações compulsivas fictícias na CMS pudesse levar à perda de mandato do presidente, com os inerentes custos políticos para o partido (foi pena, porém, que não tenha deixado transparecer essas razões).
É claro que se pode defender que, dada a dimensão cada vez mais personalizada que assumem as eleições para as câmaras municipais, em que a figura dos candidatos tem um papel decisivo na escolha dos eleitores, não deveria ser possível ter um novo presidente sem novas eleições. Mas isso é outra questão.

Vital Moreira

 
At 7 de setembro de 2006 às 14:21, Anonymous Anónimo said...

NÃO SÃO NECESSÁRIOS OS GOULAGS



A lição a tirar do saneamento de Carlos Sousa, que ontem foi substituído à frente da CM de Setúbal, é que não são necessários goulgs para eliminar alguém politicamente.
O crime político de Carlos Sousa foi não merecer a simpatia do controleiro do PCP de Setúbal, a pena foi a humilhação pública com o militante a anunciar a demissão apontado culpados no governo e, por fim, o pedido de demissão nos cargos partidários.
Se isto sucede a alguém que na opinião de Jerónimo de Sousa era boa pessoa, honesto e competente, o que sucederia aos outros?

 

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