terça-feira, 22 de agosto de 2006

AQUÍ NA TERRA TÃO JOGANDO FUTEBOL ...

A PT tem participações em mais de 20 empresas e, na prática, o monopólio do negócio da rede fixa de comunicações telefónicas em Portugal. Consultado o sítio institucional na Internet, em www.telecom.pt, ficamos a saber que o gigante das telecomunicações tem uma óptima ideia a seu próprio respeito, apesar do pouco respeito que vai tendo pelos clientes.


Doze anos após criação do grupo empresarial, a PT gaba-se na «montra» da Internet - «Hoje a empresa tem capitais 100% privados, uma referência no sector a nível internacional e lidera o mercado português em todos os negócios em que está presente. Sucessos passados são muitos e devem-se sobretudo a um espírito de liderança, de inovação, competência e determinação».


No «armazém» onde os clientes ficam esquecidos, o cenário é um pouco diferente. Independentemente da questão dos capitais privados (o cidadão não quer saber se o negócio é público ou privado, quer serviço de qualidade e prestado a tempo e horas), ficam na memória termos como liderança, inovação, competência e determinação.


Pela parte que nos toca e tendo em conta a experiência recente com uma linha RDIS, ficamos a pensar que liderança significa que outras empresas estão impossibilitadas de entrar no mercado, inovação quer certamente dizer que inventaram «call centers» que só servem para dar cabo da paciência aos clientes e competência parece ser termo antigo e com tendência para cair em desuso. Resta, portanto, a «determinação». E aqui, tendo em conta a experiência acumulada após cinco avarias e outras tantas reclamações, em três meses, só podemos atestar que a PT actuou de forma determinada (marcada; decidida, resoluta; expedita – segundo os dicionários) mas para manter a linha com funcionamento deficiente.

A PT, que até fez gala de evidenciar o patrocínio à selecção nacional de futebol, tem naturalmente o direito de mostrar a todos o que considera ter de melhor, mas tem também o dever de assumir responsabilidades perante os clientes que deixa «pendurados» devido à ineficácia dos serviços.

É certo que «aqui na terra tão jogando o futebol …» mas, nem que seja nos intervalos da bola, também há quem deseje e necessite ver na PT uma empresa (ou um grupo de empresas) de referência na prestação do serviço público de telecomunicações.

Carlos Trigo