quinta-feira, 31 de agosto de 2006

SERÁ O PROBLEMA DO RELÓGIO?

A Suíça descobriu o relógio de cuco. A Inglaterra tem o Tempo Médio de Greenwich. Em Portugal o relógio tem uma função mais relevante: como enfeite. Como não olham para o relógio, nem para o calendário, os portugueses nunca foram ao dicionário descobrir o significado da palavra "prazo".


Cumprir prazos é uma fábula: Com uma diferença: os que não cumprem fazem geralmente de Capuchinhos Vermelhos. E há sempre um Lobo Mau, alguém a quem apontam a dedo, que não os deixou cumprir o que o cronómetro previa.


O que está a acontecer no túnel do Rossio exemplifica a cultura contra-relógio dos portugueses: os prazos prometidos são para se cumprir, mas daqui a uns dias, semanas ou anos.
Não é um caso isolado.


Alguém se lembra de quando começaram as obras do Terreiro do Paço por causa do Metro?
Só os que, todos os dias, há alguns anos, têm de palmilhar um trajecto que só não causa problemas a quem não tem de o fazer.
Os prazos em Portugal fizeram-se para não se cumprir.

E isso faz parte do ADN dos portugueses.
O túnel do Rossio é o relógio de Portugal: atrasa-se por todos os motivos possíveis e por todos os outros que só acontecem nos países que não têm calendários.

Não é, lamentavelmente, um caso isolado.
Em Entre-os-Rios, se não tivessem existido atrasos na inspecção, a ponte não teria caído. Em muitas florestas, se não tivesse havido atraso nas limpezas, pouco teria ardido. O problema, claro, é do relógio. Estava atrasado. E Portugal não deu por isso.

F.S.

2 Comments:

At 3 de setembro de 2006 às 22:59, Anonymous Anónimo said...

gostava de saber como consegues aumentar o numero de visitas ai no contador.

 
At 4 de setembro de 2006 às 13:14, Anonymous Anónimo said...

Deve-se a pessoas como tu que cá vão passando e lendo.

 

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