terça-feira, 29 de agosto de 2006

POBRE PÁTRIA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE...

Por estes dias José Sócrates vai olhar-se ao espelho. E perguntar: daqui a uns anos serei demasiado velho para ser primeiro-ministro?
Afinal Portugal vive num dilema temível: as reformas surgem cada vez mais tarde e, a partir dos 40, é-se velho para conseguir um emprego.

Quando sair de São Bento, Sócrates terá demasiada experiência para qualquer cargo.


Será velho para ser caixa de um hipermercado.
Mas é isso que acontece a todos os que são chamuscados pela sua política: too young to die, to old to rock’n’roll.
Portugal está a desprezar a faixa de especialistas: porque são caros e são velhos.


Há dias conheci um: trabalhava como soldador sem contrato.
Porque os jovens não sabem soldar como ele. E ele não é contratado porque já ultrapassou os 55 anos e, apesar do seu saber, é caro.
Sócrates sabe do que fala: qualificação e rentabilidade.

Mas, depois, temos os casos Mateus para mostrar o outro lado do espelho de Portugal.
Sócrates fala de um sítio que parece o de Alice no País das Maravilhas. E temos um jogador, internacional angolano, que trabalhava sem contrato em Portugal, até que alguém tentou regularizar a situação.
A lei criou o caos digno do futebol que temos.
Sócrates é um actor. E acredita que Portugal é um palco à altura das suas potencialidades.
Mas o problema é que este país é habitado.
Vivem por aqui pessoas.
Antigamente tinham um sonho para o futuro.
Hoje apenas tentam sobreviver.
Face a isto de que é que a oposição está à espera?


F.S
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1 Comments:

At 30 de agosto de 2006 às 14:55, Anonymous Anónimo said...

Eu até nem acho mal, em tese, que Portugal envie tropas para o Libano, acho é que, coplocadas as coisas no seu contexto, no seu devido lugar, e sobretudo na sua devida dimensão, se calhar há outros 'teatros de operações' onde a presença portuguesa é bem mais óbvia, natural e justificável. Portugal, por muito que custe já não é uma superpotência (de há uns séculos para cá) e a NATO, a UE (a UEO passou de moda) ou a ONU, não podem servir de desculpa para tudo, pelo que há outros com maiores responsabilidades (até no que tem acontecido), e bem mais liquidez, que bem podiam 'ir' na nossa (?) vez.
Infelizmente, o Libano vai ser usado mais uma vez como pretexto para realçar a necessidade de 'modernização' das nossas Forças Armadas e para justificar gastos tão loucos e megalómanos como os dos submarinos (que custaram balúrdios, para pouco ou nada servem, e que obviamente não vão para o Libano).
Por uma vez, espera-se - contudo - que não seja preciso andar a comprar o que quer que seja à última da hora...


Para rematar, é verdadeiramente penoso ver a figura triste de Anibal Cavaco Silva, Presidente da República, e que neste mandato já fez de Eanes, de Soares, de Sampaio, mas que ainda não vimos fazer de sí próprio, anda a fazer por estes dias.
Com que então, primeiro era preciso pensar muito bem, e ter muita cautela, e agora, nas vésperas da reúnião extraordinária do Conselho Superior de Defesa Nacional, onde será discutido o envio de militares portugueses para o Líbano, que ele próprio convocou, vem dar o envio por natural, garantido e consumado ? Então a reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional vai servir para quê ?
Chá e bolinhos ?

A questão (já) nem sequer é política, é de etiqueta tão só.

 

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