sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

BALANÇOS...

Nevou em Lisboa, uma semana após a eleição de Cavaco Silva.
Mas nem deu para fazer bonecos de neve.
Nas Presidenciais, para além da vitória de Cavaco, conseguindo para a direita o primeiro inquilinato em Belém, ficou para a história a derrota de Mário Soares e do PS.
Sócrates ganhou com a vitória de Cavaco.


E foi assim que, após a neve de Janeiro, começaram a gelar as esperanças do eleitorado que levara o PS a São Bento. Em Março, foi o fecho das maternidades. As populações, e até mesmo autarcas socialistas, viriam a saber mais tarde que aquele era só o início do assalto fundamentalista ao SNS, em primeira linha, e em geral aos direitos sociais da população.
O assalto final chegaria com a nova Lei de Bases da Segurança Social, aumentando a idade da reforma e a Lei da Mobilidade reduzindo salários e criando quadros de supranumerários.


Na outra economia, sucederam-se as OPA. Por
muita massa - expressão de Belmiro de Azevedo - surgiu a OPA da Sonae sobre a PT, depois a do BCP sobre o BCI.
A Operação Furacão entrou na velocidade de cruzeiro.
A justiça espanhola desmantelou o negócio dos selos e entrou em bancos portugueses sedeados em Madrid.
Soube-se, entretanto, que o MP abria uma média de 13 processos por dia por crimes económicos diversos.

No desporto, uma jovem portuguesa, Vanessa Fernandes, ganhou tudo o que havia para ganhar numa modalidade desconhecida, o triatlo.
Mas foi o futebol que animou todas as paixões.
Não por qualquer vitória especial mas pela sucessão de porcaria que foi surgindo à superfície do pântano.
A nomeação de Maria José Morgado deu novo fôlego ao Apito Dourado. E foi assim: o ano de 2006 começou com a Balada da Neve e acabou com histórias do
Calor da Noite.

João P.Guerra

3 Comments:

At 29 de dezembro de 2006 às 23:10, Anonymous Anónimo said...

Do ano que passa fica uma ideia horrível de violência e outra desconfiada da justiça. O caso Gisberta, as crianças espancadas e assassinadas às mãos de pais, mães, padrastos, madrastas, amantes e a puta que os pariu, são evidências de uma sociedade amoral, acéfala e profundamente ignorante. Básica, mesmo. Existe uma imensa indignidade social e cultural a que se seguem decisões jurídicas incompreensíveis para o chamado e inexistente "sentimento jurídico colectivo". O desfazamento da "realidade" por parte de muitas decisões judiciais é assustadora. Nunca se falou tanto de justiça e nunca tanta injustiça teve lugar. Os "protagonistas" passaram o ano a pavonear-se nas televisões, nos jornais, nos colóquios, todos a tratar das vidas deles. Na política, não houve cão nem gato que não não tivesse botado sentença sobre a matéria. Pura retórica, puras bravatas, puro formalismo inconsequente.
Além de insensatos, somos perigosos e não nos apercebemos disso.

 
At 29 de dezembro de 2006 às 23:15, Anonymous Anónimo said...

Pobre país, confiado a gente tão desprezível


"Nuno Cardoso sócio de empresa que negoceia terrenos doados pela Câmara do Porto, para o estádio do Salgueiros"
in PÚBLICO, 28 Dezembro 2006


A Câmara do Porto já teve como presidentes (convém, de vez em quando, recordá-lo) Fernando Gomes e Nuno Cardoso, duas personagens absolutamente execráveis que o Partido Socialista converteu em autarcas. Como Mesquita Machado, em Braga, como Narciso Miranda, em Matosinhos, como Mário Almeida, em Vila do Conde,como Abilio Curto na Guarda, como Taveira Pinto em Ponte de Sor e tantos mais.
O nojo cívico que eu sinto por toda esta gente vem de longe, dos tempos em que fui jornalista e investiguei, para o Expresso, alguns cruzamentos de interesses entre o futebol, a construção civil e certas câmaras municipais.
Nunca mais consegui levar esta gente a sério e lamento ter de viver no mesmo país.
Alguns já foram corridos a pontapé pelo mesmo rebanho que os sacralizara; outros, ainda permanecem no posto (há rebanhos mais lentos a perceber o óbvio).

Nuno Cardoso será, talvez, o elo mais fraco deste grupo de autarcas e ex-autarcas socialistas, porque é, manifestamente, o menos esperto (ou espertalhão). Sempre que abre a boca coloca mais um tijolo na sua própria câmara mortuária, como se poderá verificar consultando a edição de hoje do Público.
O homem convenceu-se de que é impune. Desconfio que não terá uma reforma política muito tranquila...

Pobre país, confiado a gente tão desprezível...

Rui Rio, apesar de todos os disparates que eu lhe possa apontar, é um príncipe no meio deste bordel. Os eleitores portuenses perceberam-no a tempo. Tiro-lhes o chapéu!

 
At 29 de dezembro de 2006 às 23:19, Anonymous Anónimo said...

"O ministro da Administração Interna (MAI), António Costa, quer saber quantas prostitutas brasileiras estão no nosso país e quem são. Nesse sentido, autorizou, por despacho, a realização de um estudo sobre o perfil da mulher brasileira detectada em situações de alterne e prostituição em Portugal, proposto pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)." (...)
Correio da Manhã

Obs:Até que enfim encontramos alguém em Portugal preocupado com a qualidade do tipo de investimento externo atraído para o País.

Esperemos agora que o resultado desse estudo não redunde em (mais) um Livro...
O que nos vale é que este ministro é pau para toda a obra: incêndios de Verão, cheias de Inverno e agora mais este estudo acerca de perfis sociográficos dos nossos irmãos e irmãs que puseram de sobreaviso as Mães de Bragança.
Confesso que certos aspectos da governação lusa parecem-me mais fenómenos do Entroncamento.
Enfim, é o País que temos, as "colónias" além-mar que gerámos... E qualquer dia Manel Pinho, ministro da Economia, fica mesmo sem pasta..por falta de objecto.

 

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