quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

TAVEIRA PINTO E OUTROS RAPAZES NÃO SE ASSUSTEM... É NA CHINA...


José

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2 Comments:

At 30 de janeiro de 2008 às 22:11, Anonymous Anónimo said...

Sobre a condenação do "pobre" ManLong a 27 anos de cárcere, por corrupção e actividades afins:
Ora bem, corrupção, branqueamento de capitais, abuso de poder e riqueza injustificada (sobretudo esta) são actividades perfeitamente lícitas no nosso país.
Como eram em Macau, quando este território ultramarino se submetia à administração portuguesa.
Visivelmente, (desconheço em que grau) são agora, sob autoridade chinesa, actividades criminosas e condenáveis.
Mas o Ao Man Long, "coitado", é que não devia ser assim penalizado.
Man Long praticou a corrupção, o branqueamento de capitais, o abuso de poder e a ostentação de riqueza injustificada numa tempo em que tudo isto, mais que justificado, era perfeitamente legal e promovido pelo Estado.
Man Long estava a ser "um funcionário exemplar, um responsável impoluto, um governante exímio".
Mesmo que Man Long já tenha exercido exclusivamente no tempo da administração chinesa, o que é certo é que aprendeu e estudou no período português.
Sabemos como a formação é determinante nestas coisas.
Não se admite uma inversão tão descabelada de valores.
Man Long deitou-se com a civilização e acordou no no meio da barbárie.
Com arbitrariedades intempestivas destas, o que poderão pensar os nossos coelhistas e outros aparelhistas do PS, os comendadores da melancia, as afundações Oriente, os Stanley-Ho-ho-hos, em suma, o Dr. Mário Soares, decano da Mama e Pai adoptivo da Democracia?
Dirão que ainda não chegámos à Madeira, quanto mais à China.
O Marinho que se cuide.
Logo, na quadratura do Círculo da Sic-Notícias, o orientalizado Jorge Coelho, devia comentar estas coisas.
Falar do caso da mala do Vitorino e outras ainda mais, como por exemplo aquela de um governante, ter entrado no gabinete de um juiz, para lhe dizer bom dia e depois acabou em ministro, por duas vezes.

 
At 30 de janeiro de 2008 às 22:25, Anonymous Anónimo said...

Tanto têm culpas os arquitectos do sistemismo vigente, desde os constitucionalistas aos ordinários legisladores, como os sucessivos executivos da máquina, porque todos foram transformando as mesmas em rotinas degenerativas.

Já não temos apenas a velha corrupção do negocismo, onde abundam os jagunços e patos bravos, esses que foram ocupando, anos a fio, os interstícios do aparelhismo, mas também a própria corrupção dos ditos intelectuais, incluindo os que fazem discursos contra a primeira forma de corrupção.

Surgiu, com efeito, uma casta de "intelectuários" que deram corpo a uma nova forma de "intelligentzia", esse pretensa nova classe que se assume como uma espécie de clube fechado, onde abundam os que, sem carreira de legal "cursus honorum", mas com todo o carreirismo, vivem endogamicamente na subsidiodependência desse sindicato de citações mútuas que elevou a cunha ao requinte dos clubes de reservado direito de admissão. Uma zona que não é passível de análise pelas velhas lentes da teoria da conspiração, onde tudo se continua a explicar pelas invocações protectivas dos maçons e "opus Dei", dado que talvez importe detectar outros modelos de feudalização, bem mais eficazes.

Julgo que está fundamentalmente em causa o medo que muitos sentem pelo abismo do proletariado intelectual, num país onde ninguém consegue viver dos produtos do respectivo pensamento, do literário e artístico ao científico. Basta notarmos as bichas do encómio que notáveis artistas, homens de letras e jornalistas fazem às portas de certas fundações e de outros locais de distribuição da prebenda, coisa que afecta o próprio sistema público de financiamento da chamada investigação científica, onde ninguém avalia os avaliadores oficiais. Basta notar como muitos têm transformado a zona das ciências sociais e humanas e novas formas de ciências ocultas, principalmente quando gente nomeada partidariamente se deixa enredar nas teias da sedução de certos pretensos gurus de mão bem sujas, nomeando-se gente sem curriculum apenas por fidelidades pessoais, alguns dos quais sem um único grau de suor na área onde distribuem tostões.

Quando a governação se enreda nas teias do doméstico, a racionalidade meramente técnica dos chamados peritos, gestores organizadores e tecnocratas pode fazer regressar o Estado ao regime da administração das casas privadas

E assim corremos o risco de voltar às boas intenções do despotismo, de que o inferno da história está cheio.

A corrupção não vem apenas de cima para baixo, mas, sobretudo, de baixo para cima.

Ela nasce dos patos bravos, da federação dos pequenos e médios compradores do poder autárquico que encheram os partidos com “apparatchikini” sem qualidade, transformados em traficantes de influências.

Resta-nos semear revolta individual, sem esperança na revolução colectiva.

Resta-nos o poder singular da palavra.

Mas com o realismo de reconhecermos que um dos principais segmentos da corrupção passiva campeia entre os intelectuais, à espera de sinecura e de subsídio.

 

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