DEPUTAR
Há uma casta de portugueses que decide a seu respeito.
São os deputados: atribuem-se o próprio vencimento, mais senhas de presença quando vão ao trabalho, subsídios e ajudas disto e daquilo, horas de trabalho no hemiciclo, nas comissões e em contactos com o eleitorado, regime de compatibilidades, viagens, tempo de trabalho, idade para a reforma e respectivo quantitativo, etc.
Se cada português pudesse puxar assim a brasa à respectiva sardinha havia de ser bonito.
Mas não é assim porque os senhores deputados entendem, e bem, que não se deve julgar em causa própria, salvo no que lhes diz respeito.
Agora, porque o Bastonário da Ordem dos Advogados levantou a questão da possível incompatibilidade entre o exercício da advocacia e o mandato de deputado, responde-lhe um coro afinado e uníssono, que vai da extrema-direita parlamentar ao PCP, clamando que a proposta constitui um disparate e uma falta de seriedade.
Um parlamentar chega mesmo a alegar que o Bastonário quer submeter os parlamentares à miséria, dependentes do partido para viver.
Ou seja: os senhores deputados, que aprovam para terceiros programas e legislação que condena milhares de cidadãos à penúria, entendem que não podem viver com o salário do Parlamento, pelo que necessitam de uma profissão suplementar e mais rendosa.
Clamam alguns que o Bastonário não quererá que os advogados exerçam um qualquer cargo público.
Não foi nada disso que defendeu o Bastonário.
O que disse, e muito bem, é que ser político e simultaneamente exercer advocacia torna possível o risco de tomar os interesses do cliente pelo serviço do povo e da Nação.
É certo que muito deputado advoga assim como muito advogado deputa.
Mas tem que haver limites.
J.P.G.
São os deputados: atribuem-se o próprio vencimento, mais senhas de presença quando vão ao trabalho, subsídios e ajudas disto e daquilo, horas de trabalho no hemiciclo, nas comissões e em contactos com o eleitorado, regime de compatibilidades, viagens, tempo de trabalho, idade para a reforma e respectivo quantitativo, etc.
Se cada português pudesse puxar assim a brasa à respectiva sardinha havia de ser bonito.
Mas não é assim porque os senhores deputados entendem, e bem, que não se deve julgar em causa própria, salvo no que lhes diz respeito.
Agora, porque o Bastonário da Ordem dos Advogados levantou a questão da possível incompatibilidade entre o exercício da advocacia e o mandato de deputado, responde-lhe um coro afinado e uníssono, que vai da extrema-direita parlamentar ao PCP, clamando que a proposta constitui um disparate e uma falta de seriedade.
Um parlamentar chega mesmo a alegar que o Bastonário quer submeter os parlamentares à miséria, dependentes do partido para viver.
Ou seja: os senhores deputados, que aprovam para terceiros programas e legislação que condena milhares de cidadãos à penúria, entendem que não podem viver com o salário do Parlamento, pelo que necessitam de uma profissão suplementar e mais rendosa.
Clamam alguns que o Bastonário não quererá que os advogados exerçam um qualquer cargo público.
Não foi nada disso que defendeu o Bastonário.
O que disse, e muito bem, é que ser político e simultaneamente exercer advocacia torna possível o risco de tomar os interesses do cliente pelo serviço do povo e da Nação.
É certo que muito deputado advoga assim como muito advogado deputa.
Mas tem que haver limites.
J.P.G.
Etiquetas: Assembleia da República, Corja de Ladrões, Deputados
6 Comments:
POLÍTICOS NÃO GOSTA QUE SE SAIBA QUANTO GANHAM
«Várias dezenas de titulares de cargos políticos solicitaram nos últimos anos ao Tribunal Constitucional que o conteúdo das suas declarações de rendimentos fossem ocultadas da opinião pública. Confrontado com esta situação pelo CM, o Tribunal Constitucional limitou-se a dizer que “os casos que foram pedidos nesse sentido foram todos indeferidos”.»
No:Correio da Manhã
Pudera...
Divulgue-se toda a informação na internet, mantendo-se a informação disponível mesmo quando os políticos se retiram.
O dr. José Miguel Júdice, a mais recente aquisição moralista do PS, apelidou Marinho Pinto de populista e comparou-o a Chávez e a Mussolini. Mais. Acusou-o de querer ser um candidato de esquerda, a Belém, contra Cavaco. A cabeça de Júdice de há muito que já não é o que era, apesar de, como a de todos os narcisistas, continuar a estar demasiado apaixonada por si mesma. Júdice imputa a Marinho o que porventura lhe vai na alma. Júdice gostaria de ser candidato presidencial do PS, agora ou depois. Um homem com esta ambição não precisava passar pelo vexame de ser sócio de um restaurante de luxo que só paga quinhentos euros de renda e que chega a vender vinhos a mais de dois mil. A "grandeza" supostamente não devia ser mesquinha.
O senhor engenheiro Ferreira do Amaral, um verdadeiro jarrão Ming do regime, diz que "do ponto de vista moral" não teve "dúvidas em aceitar o convite para trabalhar na Lusoponte". Pina Moura, em passo apressado e parvenu para integrar a mesma colecção de jarras, entende que a sua "ética republicana" deve ser "medida" apenas pela lei, depois de porfiados anos escondido atrás da inexpugnável "moral comunista". Nenhum deles passa manifestamente fome. Parece-me confrangedora, em termos de qualidade de vida da democracia, esta banalização da moral pública dentro do regime. Tenho, aliás, dúvidas que ela exista.
José Miguel Júdice tem um problema, diria mesmo muitos, com António Marinho Pinto. São ambos de Coimbra, conhecem-se desde os tempos de 75, tiveram aventuras comuns, uma delas foi a derradeira: o terem partilhado poder na Ordem quando Júdice era bastonário e acabou por correr com Marinho.
Júdice tem cultivado nos últimos anos uma irreverência chique reacionária o que não é de admirar atendendo às suas ligações de há muito com facções direitistas. Ele foi fundador do Diabo e colaborador próximo de Vera Lagoa, fundou o Semanário e um outro jornal que era dirigido pela esposa do Sr. Vanzeler, a Maria João Avillez. Nada de posições direitistas admiram em Júdice. Ele é um personagem culto e divertido. Eu gosto dele. Mas irrita-me as suas posições sobre o António Marinho Pinto. Sou amigo do António, fomos colegas no Expresso durante 18 anos, e chegou a defender-me numa rixa que tive com um energúmeno de um vizinho, a qual ganhei graças à minha razão e à sua acção em minha defesa.
Tenho de dizer que o António Marinho Pinto se sentiu tão indignado com o que me aconteceu que aceitou defender-me gratuitamente, chegando a vir de Coimbra a Cascais só para a defesa do processo.
O António Marinho Pinto é um homem de causas, um lutador, de uma coragem como já pouco se vê em Portugal.
O que ele tem vindo a dizer incomoda. É um facto. Ele diz de boca cheia o que muitos dizem entre dentes ou o que alguns dizem por parábolas, bom método para cobardolas do não me comprometa.
Hoje em A Regra do Jogo, um bom programa da SIC N da direcção nova do António José Teixeira ( um abraço António e parabéns pelo excelente trabalho!), Júdice voltou a pôr o ódio a falar do seu sucessor na Ordem. Só lhe fica mal esta atitude ressabiada. Disse que era gordo, populista e que ia ser o candidato da esquerda contra Cavaco ! Boa ideia.
Não é a injuriar Marino Pinto que ele chega a algum lado. Júdice está a perder a credibilidade. Um destes dias ninguém o leva a sério. Já se enterrou com a promiscuidade entre Costa e as funções na frente ribeirinha. Já defendeu demais Sócrates para quem deixou o PSD. Tem demasiados lobbies para ser um isento na política. Não lhe tira a qualidade mas fragiliza-o.
António Barreto também falou de Marinho Pinto como se tivesse medo de dizer que concordava. Por amor de Deus ! Já é políticamente incorrecto concordar com o bastonário e dizer que há corrupção ?
E outra coisa: agora Correia de Campos já é herói ? Não faltava mais nada !
Os políticos confessaram?
Para meu espanto, garantiram-me que num jornal diário recente veio a notícia de que políticos requereram ao Tribunal Constitucional para que não fossem tornadas públicas as suas declarações de rendimentos, entregues por imposição legal. Fiquei atónito, nem querendo acreditar.
Esta atitude, contrariando a transparência democrática que a lei estabelece, é uma prova de que Garcia dos Santos, João Cravinho, Cavaco Silva e Marinho Pinto (por ordem cronológica) tinham razão quando afirmaram publicamente que devia ser combatido o enriquecimento ilegítimo, o tráfico de influências, a corrupção. É uma confissão de que existe algo de muito grave que querem ocultar. «Quem não, deve não teme»
Agora se compreende que tenha havido tanto medo das palavras do bastonário da Ordem dos Advogados e que tenham usado a dialéctica assim traduzida em carta ao jornal gratuito GLOBAL de 6 do corrente escrita por C. Medina Ribeiro, de Lisboa, «Se denuncia é porque sabe; se sabe, tem de concretizar e provar; se não concretizar nem provar, está a ofender a todos; se ofende a todos, afinal o malandro é ele!».
Diz o ditado «não há fumo sem fogo» e «quem cabritos vende e cabras não tem de algum lado lhe vêm», mas é cada vez mais difícil apresentar provas, por que os corruptos pretendem viver num casulo secreto, anti-democrático, sem a mínima transparência, em plena imunidade.
Com esta preocupação do secretismo, parece haver da sua parte a noção de que o seu enriquecimento não é legítimo e não pode ser conhecido do povo eleitor. Parece quererem comportar-se como marginais clandestinos, como um bando de malfeitores ocultos nas sombras da noite. Apavoram-se alergicamente com as paredes de vidro. Porquê?
É uma contradição em pessoas que dão tudo para aparecer nas televisões a «arrotar postas de pescada», à conquista de visibilidade, notoriedade, mas, ao mesmo tempo, querem ocultar a sua forma de enriquecimento, que, por lei, são obrigados a declarar.
A assim vai este país com as economias e as actividades paralelas e inconfessáveis. Isto é suficiente razão para aplaudir Marinho Pinto, independentemente da forma musculada como se expressou e do partido a que possa pertencer.
José Miguel Júdice é um dos onze sócios do tal restaurante no Parque Eduardo VII. Os onze do tal tiveram a sorte de ganhar um concurso público em que o seu Eleven fica obrigado ao pagamento de uma renda mensal de aproximadamente 500 euros. O sócio pensou, pensou e, após aturadas deduções, descobriu tudo. Não, nada que ver com o Eleven. Isso são águas passadas que não interessam à populaça e que, aliás, já descobriu há demasiado tempo. Foi outra a descoberta. Ontem revelou qual vai ser o candidato da esquerda nas próximas presidenciais. Marinho Pinto, nada mais, nada menos. É que o “populista e demagogo” tem a vantagem de ser menos ortodoxo que Jerónimo de Sousa e não ter a voz de cana rachada de Francisco Louçã.
É clara a diferença entre os dois. Marinho Pinto, o demagogo, fala em coisas chatas do domínio público sem apontar nomes. Júdice, arguto, sagaz, não demagogo, fala em coisas que quer que sejam chatas, fruto da falta de domínio da sua imaginação fervilhante, e aponta nomes. Os nomes que o salvam de uma demagogia que Judice quer refundar.
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